Thomaz Pires
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (PSDB-AM), cobrou na tarde desta terça-feira (15) explicações do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) sobre a autorização de um curso de inglês no exterior para um ex-assessor. De acordo com a denúncia, Renan manteve no Senado Rui Palmeira, filho do ex-senador Guilherme Palmeira, enquanto o funcionário fazia curso de inglês na Austrália. Na época, ele estava lotado, por indicação do peemedebista, na presidência da Casa. No entanto, não compareceu ao trabalho em função da viagem.
De acordo com a denúncia, Rui Palmeira fez o curso em Sydney, entre dezembro de 2005 e março de 2006. Ele afirmou que pediu exoneração do cargo somente no dia 31 de março de 2006, data em que, segundo ele, as aulas se encerraram.
Atualmente, o ex-funcionário é deputado estadual em Alagoas. A denúncia foi feita pelo blog do jornalista Fábio Pannunzio, que entrevistou Rui Palmeira. Ele confirmou, em entrevista gravada, ter feito o curso de inglês em Sydney, na Metro College.
Renan evitou comentar a suposta interferência para beneficiar o apadrinhado político. Disse apenas que não iria voltar ao assunto, referindo-se ao arquivamento da denúncia contra Arthur Virgílio, já que o PMDB representou contra o tucano por situação semelhante. O líder tucano manteve em seu gabinete um funcionário que estudava teatro em Barcelona, na Espanha.
“Esse assunto já está superado. Eu não vou comparar situações. Não cabe a mim verificar frequência de funcionários no Senado”, esquivou-se Renan. Procurado por jornalistas, o peemedebista negou por intermédio da assessoria que tenha viabilizado a viagem de Rui Palmeira para a Austrália. "Não autorizei, não concordei, não deixei", afirmou.
Virgílio não se deu por satisfeito com as explicações de Renan. Segundo ele, o peemedebista fugiu do assunto. “Ele foi ágil, mas não esclareceu nada. Eu exijo uma explicação”, bradou. O senador tucano também cobrou da Mesa Diretora um requerimento com a relação de todos os cursos feitos por funcionários do Senado no exterior desde 1995, incluindo dados das passagens aéreas e pagamentos de despesas.
O primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), responsável pelo levantamento solicitado por Virgílio, justificou a demora para a liberação dos dados. Segundo ele, há informações ainda pendentes que precisam de mais tempo para serem computadas. O requerimento foi apresentado por Virgílio no dia 15 de julho, mas ainda não tem data precisa para divulgação.
Fonte: Congressoemfoco
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