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quarta-feira, novembro 05, 2008

Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América

“Se alguém aí fora ainda duvida de que algumas coisas podem acontecer em nosso país, se alguns questionam os sonhos de nossos fundadores, hoje é a resposta para suas dúvidas.”
Foi com essa espécie de desabafo que o democrata Barack Obama, extra-oficialmente declarado novo presidente dos Estados Unidos, iniciou o discurso da vitória em Chicago, diante de milhares de eufóricos e emocionados eleitores norte-americanos. O senador por Illinois é o 44º presidente da história dos EUA, e o primeiro negro a ocupar o posto mais alto da Casa Branca, sede do governo.
Com a conquista de 338 votos de delegados dentre os 538 colégios eleitorais nos estados (até cerca de 3h20 desta quarta-feira), dos 270 necessários para a vitória, e após o telefonema no qual a derrota foi admitida pelo republicano John McCain, o democrata apareceu com contida felicidade e alívio diante da gigantesca platéia. Como manda o figurino, chegou de mãos dadas com a nova primeira-dama, Michelle Obama, e as filhas Malia e Sasha.
Obama fez um pronunciamento de quase meia-hora no Grant Park, em Chicago, no qual saudou o “corajoso líder” derrotado John McCain, e repetiu diversas vezes o lema de campanha “Yes, we can” (“Sim, nós podemos”, no que era acompanhado em uníssono pela multidão). E, em meio a uma ovação unânime, mandou um recadinho ao mundo, com atenção especial aos terroristas.
“Àqueles que querem destruir o mundo, nós vamos derrotar vocês. Àqueles que querem paz no mundo, nós apoiaremos vocês”, bradou, endurecendo o discurso ameno e calculado durante a campanha presidencial, e fazendo referência à mudança tão apregoada em sua proposta de gestão. “Um novo amanhecer está no horizonte”, profetizou Obama, dirigindo-se a cidadãos que o acompanhavam em todo o mundo, “nos cantos mais esquecidos do planeta”.
Agradecimentos
Finalmente vitorioso, o avaiano de Honolulu Barack Hussein Obama fez alguns agradecimentos a figuras-chave de sua campanha e da vida pessoal, como "a rocha que sustenta a minha família, o amor da minha vida, a nova primeira-dama dos Estados Unidos da América".
Em momento de alta carga emotiva, o democrata lembrou dos ensinamentos da avó materna, Madelyn Dunham, morta nesta segunda-feira (3) no Hawaii, onde vivia. Levando populares às lágrimas, Obama disse que Madelyn o teria inspirado a agir em momentos difíceis, e que seu exemplo permanecerá com ele.
Obama agradeceu também ao próprio adversário, dizendo que a nação norte-americana teve "o privilégio" de testemunhar "os serviços desse corajoso líder" McCain, que recebeu a honraria "herói de guerra" pelas inúmeras missões militares, em mais de uma guerra. Obama declarou querer trabalhar com o republicano para o bem do país.
"[McCain] lutou duro e por um longo tempo", ensejou Obama, referindo-se à extensa agenda da campanha presidencial. "E ainda mais arduamente pelo país que ama. Ele fez um sacrifício que a maioria de nós não pode sequer imaginar", completou, agora com referência à epoca em que McCain foi combatente das forças armadas.
Por fim, Obama se dirigiu novamente aos eleitores, dizendo que faria um governo em que negros, brancos, latinos, asiáticos, gays, homossexuais e demais minorias não seriam discriminados. E estendeu os agradecimentos ao eleitorado: "Jamais esquecerei a quem essa história pertence. E ela pertence a vocês." (Fábio Góis)
Fonte: congressoemfoco

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