BRASÍLIA - A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu que o governo vai investigar se os equipamentos comprados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) são destinados a fazer escutas telefônicas clandestinas. Depois de comparar o ato de grampear ao nazismo, no início da semana, Dilma afirmou ontem que os aparelhos adquiridos pela Abin, por meio do sistema de compras do governo, serão "considerados" na análise do assunto.
"Vamos avaliar todo o quadro da Abin, todo o quadro do grampo. Se houve grampo ou se não houve e, dentro desse contexto, os equipamentos serão considerados e balanceados", disse a ministra, após participar de cerimônia, no Palácio do Planalto, para anunciar o aumento de vagas nas universidades federais.
Sem esconder a contrariedade com o assédio dos jornalistas, Dilma se recusou a responder se a compra de maletas de interceptação telefônica pela Abin era um fato grave, já que a agência não pode fazer escutas . "Eu não vou avaliar se é grave a compra de um equipamento ou não", afirmou ela, em tom ríspido. A ministra acrescentou, depois, que a preocupação do governo é descobrir a autoria do grampo.
A informação de que a Abin adquiriu um aparelho para rastrear conversas foi dada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante reunião da coordenação política do governo, na segunda-feira, e irritou o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, general Jorge Armando Félix, que chegou a pôr o cargo à disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Félix assegurou que o equipamento comprado pela Abin não é para fazer escuta clandestina, mas, sim, para detectar a existência de grampos. O general teve áspera discussão com Jobim, diante do presidente. Integrantes do GSI e da agência disseram que o ministro da Defesa usou de "má-fé" ao expor o assunto na reunião do núcleo de governo. O fato foi considerado decisivo para a decisão de Lula de afastar o diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, e seus subordinados.
A revelação de que os telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, foram grampeados acirraram a guerra travada entre a Abin e a Polícia Federal, no rastro da Operação Satiagraha, que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas. Apesar da crise, Dilma disse, porém, que o governo não tem "nenhum problema com o Supremo".
Em meio ao fogo cruzado, o ministro da Justiça, Tarso Genro, ficou ao lado de Jobim e afirmou que a Polícia Federal não tem arapongas clandestinos. "As escutas da PF são feitas pelo Guardião (sistema de computadores que possibilita a interceptação de conversas) e quem as faz deixa as digitais", garantiu.
Tarso destacou, ainda, que Abin não pode fazer escutas. "Ela é uma agência de informações, e não de investigação. Se foi alguém da Abin que grampeou telefones, desviou-se radicalmente de suas funções, tem de ser severamente punido e a agência precisará melhorar seu controle interno", disse o ministro.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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