Vitor Rocha, do A TARDE
Veja lista com patrimônio dos vereadores
Apesar do salário de R$ 7.155 pago a cada vereador de Salvador,eles ficaram R$ 8,1 milhões mais ricos desde 2004, gerando um índice de 90,3% na evolução patri monial, de acordo com levantamento exclusivo de A TARDE. A soma total dos bens dos ocupantes da Câmara Municipal saltou de R$ 9.021.359,47, em 2004, para R$ 17.165.096,52, neste ano. Os cálculos levam em conta todos os 35 legisladores municipais que apresentaram suas declarações de bens completas ao Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) nas eleições de 2004 e 2008. Outros cinco vereadores, do total de 41, não apresentaram os respectivos valores dos bens declarados em 2004. Apenas um deles, Agenor Gordilho (DEM), decidiu não ser candidato à reeleição. Estes seis ficaram fora da contagem. Se um vereador economizar todo o salário durante os últimos quatro anos, ele aumentaria suas reservas financeiras em pelo menos R$ 343.440 (se a aplicação não tiver rendimento). Além do salário, a Câmara Municipal paga aos vereadores R$ 22.267,20 de verba de gabinete, R$ 7 mil de verba indenizatória, R$ 2 mil para combustível, R$ 600 para telefone e R$ 350 para uso de correios. Os cofres públicos gastam, por mês, R$ 39.372,20 por vereador. No entanto, à exceção do salário, os outros valores são de uso exclusivo ao exercício do mandato. TOP 5 – Os bens dos cinco vereadores que mais enriqueceram no período representam, juntos, 87,3% do aumento total. Trocando em miúdos, da soma dos R$ 8,1 milhões que todos enriqueceram em quatro anos, o grupo dos cinco primeiros enriqueceu R$ 7,1 milhões, deixando o outro milhão distribuído entre os 30 vereadores restantes. O legislador que mais contribuiu para o aumento do patrimônio total dos colegas foi Beto Gaban (PRP), o mais endinheira do dos edis soteropolitanos. Em quatro anos, ele saltou de um patrimônio de R$ 1,4 milhão para R$ 5,8 milhões atuais, aumento de R$ 4,4 milhões (307%). Quando foi eleito pela primeira vez, em 1996, Gaban declarou ao TRE-BA R$ 258 mil em bens, quatro anos depois, em 2000, tinha R$ 504 mil. Os números de monstram que em 12 anos ele ficou 2.160% mais rico. Dentre os bens estão dois apartamentos, um no valor de R$ 626 mil, em São Paulo, e outro de R$ 613 mil, em Salvador. O maior bem do vereador são aplicações financeiras que somam R$ 2,9 milhões em um banco privado. “Nunca sobrevivi da vereança”, afirma Gaban. “Sou dono de uma casa de eventos com reservas até 2010, além de duas clínicas médicas de atendimento de alta complexidade”, cita, para explicar o acúmulo financeiro.
“Além disso, perdi meu pai e minha mãe num assalto há dois anos e recebi herança dos dois”, justifica. Gaban argumenta que todos os seus bens estão no seu nome e lembra que apresentou ao TRE-BA sua declaração oficial, enviada à Receita Federal, ao contrário de alguns colegas. Em segundo lugar no ranking dos que mais aumentaram o patrimônio em quatro anos está Silvoney Sales (PMDB), que saltou de R$ 1,7 milhão, em 2004, para R$ 2,5 milhões no total de bens em 2008. No entanto, em 1996 ele tinha R$ 951 mil e R$ 1,3 milhão em 2000, registrando crescimento de 171% nos últimos 12 anos. Silvoney argumentou que tal número se deve ao exercício de sua profissão de médico e empresário. “Minha propriedade não vem do salário de vereador”, garante Silvoney Sales.
Fonte: A TARDE
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