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sábado, abril 15, 2006

BOM PARA LULA, RUIM PARA A DEMOCRACIA

Por: SOARES



Uma possível vitória de Lula significaria, muito mais do que nas eleições de 2002, uma conquista pessoal, acima do seu próprio partido, o que daria a ele um poder pessoal e um terreno mais fértil para um autoritarismo populista de esquerda, no estilo do venezuelano Chávez...

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A chegada do PT ao poder mostrou a sua verdadeira face. Isto foi ótimo para a democracia. Caso contrário, muito de nós ainda estaríamos iludidos com o discurso e com a pose de donos da verdade política que os petistas sempre assumiram.Para um partido que se mostrava puro, ético e incorruptível, foi ótimo saber que ele é o oposto de tudo isto. Para um líder que se mostrava contundente e intransigente na crítica sistemática à elite política brasileira e na defesa dos mais nobres ideais políticos, foi ótimo saber que ele é capaz de tantas safadezas quanto os 300 “picaretas” que ele via no Congresso. Na prática, não se mostrou, nestes três anos e meio de governo, muito além do que um demagogo, falastrão e tolo – e é ele próprio quem diz isto ao se dizer ignorante sobre os fatos escabrosos que ocorriam à sua volta. Para o bem da democracia, Lula, e sua turma, deveriam ser exemplarmente expulsos do poder em outubro deste ano, e permanecerem bem distantes por duas décadas pelo menos, tempo suficiente para que aprendam a se comportar democraticamente. Mas o povo parece pensar diferente. Pelo menos, é o que dizem as pesquisas de opinião, que dão à Lula a preferência do eleitorado. Ótimo o para Lula, bom para o PT, péssimo para o Brasil. E com a agravante de que uma possível vitória de Lula significaria, muito mais do que nas eleições de 2002, uma conquista pessoal, acima do seu próprio partido, o que daria a ele um poder pessoal e um terreno mais fértil para um autoritarismo populista de esquerda, no estilo do venezuelano Chávez, baseado no carisma do líder e no direcionamento de programas assistencialistas às massas carentes, que formam a maioria da população e do eleitorado.É um risco não desprezível. Caso se concretize o inferno anunciado, a população pobre continuará mergulhada na pobreza. A classe média prosseguirá em seu processo de contínuo empobrecimento, causado tanto pela estagnação econômica, quanto pela transferência compulsória de sua renda para os cofres gulosos do governo e pelos juros elevados. A esta altura do campeonato, a oposição não parece ter tempo , garra e inteligência suficiente para reverter o quadro. Durante a crise de corrupção e de autoridade do governo Lula, foi incapaz de dar um norte para o país e reverter o quadro. Preferiu contemporizar.Agora, apresenta como anti-Lula um candidato insípido, inodoro e incolor, praticamente desconhecido da população.Pode ser que ele se revele e cresça durante a campanha. Mas até aqui não inspira muita confiança de que seja capaz de tal proeza.Com uma oposição como esta fica fácil para Lula, com a máquina governamental na mão, pensar em mais um mandato, pelo menos. Diferentemente das anteriores, esta campanha eleitoral coloca na pauta, além das questões econômicas e sociais que marcam o dia a dia do país, uma questão política fundamental, ou seja a preservação da democracia.Contra um governo que durante estes últimos anos só fez maltratar e agredir os valores e as instituições democráticas será necessário alguém que inspire confiança e assuma a bandeira da democracia. Caso contrário, o resultado das eleições de 2006 poderá ser ótimo para Lula, mas certamente será péssimo para a democracia. 140406
Email:: fasoares15@bol.com.br

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