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segunda-feira, janeiro 06, 2025

Justiça Militar envia ao STF o inquérito dos coronéis golpistas


Militares elavoraram documento para pressionar general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, a adotar ações golpistas — Foto: Divulgação/Exército

Coronéis pressionaram Freire Gomes a apoiar o golpe

Reynaldo Turollo Jr
g1 — Brasília

A Justiça Militar decidiu enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação sobre quatro coronéis do Exército Brasileiro suspeitos de elaborar uma carta que pressionava o comando a aderir a um golpe de Estado após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.

Na prática, a Justiça Militar decidiu que não vai julgar os crimes militares supostamente praticados pelos oficiais militares. Para o juízo da 2ª Auditoria da 11ª Circunscrição Judiciária Militar (CJM), cabe ao STF analisar esses fatos.

QUATRO CORONÉIS – Em outubro, o Exército concluiu o inquérito e indiciou três coronéis. O quarto havia conseguido uma decisão liminar (provisória) para suspender a investigação relacionada a ele. Os suspeitos de elaborar a carta golpista são:

Anderson Lima de Moura, coronel da ativa; Carlos Giovani Delevati Pasini, coronel da reserva; José Otávio Machado Rezo, coronel da reserva; e Alexandre Castilho Bitencourt da Silva, coronel da ativa que conseguiu suspender a investigação do Exército, mas foi indiciado pela PF..

A carta investigada, intitulada “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, foi usada para pressionar o então comandante do Exército, general Freire Gomes, a aderir à tentativa de golpe, segundo as apurações.

EXÉRCITO AGIU – O caso havia chegado à Justiça Militar depois que o próprio Exército abriu um inquérito para investigar a elaboração e a divulgação do documento por quatro coronéis — dois da ativa e dois da reserva.

O Exército apontou que os oficiais cometeram dois crimes previstos no Código Penal Militar: “publicar, sem licença, ato ou documento oficial, ou criticar publicamente ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar” (com pena de 2 meses a 1 ano de prisão); e incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar (com pena de 2 a 4 anos de prisão).

O relatório do Exército foi remetido ao Ministério Público Militar para a eventual apresentação de denúncia, mas a Justiça Militar decidiu enviar o caso ao STF.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Pelo Princípio da Economia Processual, não pode haver duas investigações simultâneas sobre os mesmos suspeitos e fatos. Daí o envio do inquérito militar para o Supremo.  (C.N.)

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Confira a Medida Provisória que reajusta salários de servidores públicos federais em 2025


Documento foi publicado no Diário Oficial da União em 31 de dezembro. Conforme o Proifes, a MP garante o reajuste a partir de 1º de janeiro de 2025 e, em virtude da legislação, será implementado nos contracheques no momento em que a LOA for aprovada

O governo federal publicou no dia 31 de dezembro, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), a Medida Provisória nº1.286 de 31 de dezembro de 2024, que garante reajustes salariais a servidores em 2025 e 2026. Confira o documento na íntegra:






Os detalhes sobre a MP que formaliza os acordos firmados pelo MGI e a transformação de cargos foram apresentados em coletiva de imprensa conduzida pela ministra da Gestão, Esther Dweck, no dia 30.

“Estamos adequando os cargos obsoletos transformando em cargos mais úteis, importantes para essa nova etapa do Estado brasileiro. O nosso objetivo é ter um governo eficiente e um país justo”, reforçou a ministra. Segundo ela, a MP moderniza o setor público incluindo a criação de duas carreiras transversais, que atenderão diversos órgãos e entidades da administração federal, sem impacto orçamentário. “Essas carreiras foram estruturadas para atender a demandas específicas do serviço público moderno, com foco em resultados e eficiência”, complementou.

A maior parte das novas vagas transformadas será destinada à educação, com foco especial na criação de novos institutos federais. A MP também introduz mecanismos para avaliação de desempenho e progressão na carreira. “Um dos nossos maiores objetivos é ter um bom sistema de avaliação de servidores públicos e que isso possa influenciar nos processos de progressão e promoção. Então, vamos avançar na proposta do Programa de Gestão de Desempenho, com um Plano de Trabalho mais associado às entregas do servidor para a população”, destacou a ministra.

Orçamento

Os ajustes salariais serão realizados em duas etapas, entre janeiro de 2025 e abril de 2026, com percentuais variáveis conforme a carreira e o cargo.

::: Ferramenta calcula reajuste de 2025 para docentes; confira

Em 2025, o impacto primário das reestruturações será de R$ 16,2 bilhões no gasto com pessoal do Poder Executivo Federal, enquanto o impacto financeiro alcançará R$ 17,9 bilhões. A diferença se deve principalmente à contribuição previdenciária do governo, que retorna aos cofres públicos. Ambos os valores já estavam previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA 2025).

“Temos uma estabilidade no gasto com o pessoal e a variação média da despesa com o pessoal da área do Poder Executivo. Ele está totalmente alinhado com o arcabouço, crescendo inclusive abaixo do limite máximo do arcabouço. Do ponto de vista fiscal, estamos respeitando todos os limites, todas as regras fiscais”, reforçou Esther Dweck.

Para 2026, o impacto primário da segunda etapa será reduzido para R$ 8 bilhões, com impacto financeiro de R$ 8,5 bilhões. As regras fiscais priorizam as despesas primárias, pois estas estão diretamente relacionadas às políticas públicas e ao funcionamento da administração pública.

Análise do Proifes

O Proifes-Federação publicou em seu site uma nota em que avalia a publicação da MP. Para a entidade, a medida “encerra o ciclo de negociações salariais do governo federal com 38 categorias do serviço público federal, entre elas a dos docentes da rede federal de ensino”, cujo acordo foi assinado em 27 de maio.

O Proifes esclarece ainda que “a MP é um ato unipessoal do presidente da república, com força de lei, editado sem, a princípio, a participação do Poder Legislativo, que será chamado a discuti-la e aprová-la em momento posterior”. A base legal das Medidas Provisórias está no artigo 62 da Constituição Federal, que caracteriza as MPs como possíveis em casos de urgência e relevância, com duração máxima de 60 dias, quando perde efeito.

“A edição dessa MP se deveu, em boa medida, às turbulências parlamentares que afetaram a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que só foi aprovada no último dia 18 de dezembro. O relator da Lei Orçamentária Anual (LOA), senador Angelo Coronel (PSD-BA), cujo texto está no Projeto de Lei do Congresso Nacional nº 26 de 2024 (PLN 26/2024), justificou o adiamento pelo fato de o Congresso ter entrado em recesso no dia 23 de dezembro”, completa o Proifes.

Conforme a entidade, a MP garante o reajuste a partir de 1º de janeiro de 2025 e, em virtude da legislação em vigor, será implementada nos contracheques no momento em que a LOA for aprovada, mas com efeitos retroativos à data da publicação da MP.

“Parece não existir possibilidade de que não ocorra o cumprimento da primeira parte do acordo firmado em 27 de maio entre o Proifes-Federação e o governo federal, visto que o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA 2025), apresentado pelo governo ao parlamento em 30 de agosto, no qual estava garantido o montante de recursos para a implementação do acordo, dá essa garantia. Ou seja, existem recursos orçamentários para que o acordo seja devidamente cumprido”, acrescenta a nota do Proifes.

Postura do Congresso

Na nota, o Proifes-Federação ainda critica a postura do Congresso: “é de se lamentar que uma peça fundamental para o funcionamento do estado brasileiro e, em particular, do governo federal, continue a ser apreciada de forma irresponsável e sujeita a interesses escusos, dado que, durante os últimos meses, a sociedade vivenciou mais uma vez uma verdadeira batalha pelo controle do orçamento público, desenvolvendo-se dentro do parlamento, longe das vistas da população. Desta vez, em especial, isso se deu desde o anúncio do arcabouço fiscal, da proposta de reforma tributária e das pendências envolvendo as emendas parlamentares, do já tão tristemente e antissocial ‘orçamento secreto’, que provocou uma disputa entre um governo de minoria parlamentar e a oposição, sempre voraz por instabilidade política e com pautas antissociais”.

Nesse sentido, conforme o Proifes, “cabe uma profunda reflexão sobre como se dá a condução parlamentar quanto ao Orçamento da União, visto que, nos últimos anos, este foi sendo tolhido pelo parlamento a ponto de, no Orçamento de 2025, dos R$ 200 bilhões reservados a investimentos, cerca de R$ 50 bilhões (25%) terem sido apropriados pelas emendas parlamentares, algo inédito no mundo”.

O Proifes avalia ainda que “teve a ousadia, coragem e sabedoria necessárias para firmar o acordo de 27 de maio de 2024, em meio a uma campanha caluniosa e criminosa contra nossa federação”. “A despeito disso, nossa entidade manteve-se firme, coesa e atuante junto aos sindicatos federados e seus filiados, acompanhando e atuando para a manutenção do acordo firmado, que agora teve encaminhamento por parte do governo federal”.

A nota finaliza afirmando que a entidade considera que, embora tenha ocorrido o adiamento da votação do Orçamento da União, devido a fatores que vão além da nossa capacidade de articulação, o reajuste de 9% estará nos nossos contracheques de forma retroativa, ou seja, sem perdas salariais.

“A federação prosseguirá vigilante quanto ao cumprimento do acordo e disposta a aprofundar o debate acerca do processo orçamentário neste país, visto que ele tem relação direta com nosso trabalho e nossas vidas”, encerra o texto do Proifes.

Imprensa Apufsc
Com informações do MGI e Proifes-Federação

Governo divulga MP que reformula a remuneração de todos os servidores públicos

Governo divulga MP que reformula a remuneração de todos os servidores públicos

O governo federal publicou, em 31 de dezembro, uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) com a Medida Provisória nº 1.286, que marca uma nova fase do projeto de Transformação do Estado, especialmente na área de gestão de pessoas. A MP atende aos compromissos assumidos ao longo do ano, garantindo reajustes salariais para 100% dos servidores em 2025 e 2026.

A ministra da Gestão, Esther Dweck, apresentou os detalhes da MP e as transformações nos cargos em uma coletiva de imprensa realizada na segunda-feira (30/12).

“Ao transformarmos cargos obsoletos em posições mais adequadas à nova fase do Estado brasileiro, buscamos tornar o governo mais eficiente e justo para a população”, afirmou a ministra. A medida visa modernizar o serviço público, criando duas novas carreiras transversais que abrangerão diferentes órgãos e entidades da administração federal, sem gerar impacto orçamentário. “Essas carreiras foram planejadas para atender às necessidades de um serviço público moderno, com foco em resultados e eficiência”, complementou.

A maior parte das vagas criadas será destinada à educação, com ênfase na expansão dos institutos federais. A MP também introduz novas formas de avaliação de desempenho e progressão na carreira. “Queremos estabelecer um sistema eficaz de avaliação de servidores, que impacte diretamente na progressão e promoção dentro da carreira. Vamos avançar com o Programa de Gestão de Desempenho, vinculado aos resultados entregues pelos servidores à população”, explicou Esther Dweck.

Uma novidade importante da MP é a criação da carreira de Desenvolvimento das Políticas de Justiça e Defesa, que trará inovações para o setor de segurança pública. “Essa será a primeira carreira estruturada e civil para o Ministério da Defesa, mas com a possibilidade de atuação em outros ministérios”, detalhou a ministra.

Em relação ao orçamento, os reajustes salariais ocorrerão em duas fases, entre janeiro de 2025 e abril de 2026, com percentuais variáveis conforme o cargo e a carreira. Em 2025, o impacto primário das reestruturações será de R$ 16,2 bilhões no gasto com pessoal do Poder Executivo Federal, enquanto o impacto financeiro total será de R$ 17,9 bilhões.

A diferença se deve principalmente à contribuição previdenciária do governo, que retornará aos cofres públicos. Esses valores já estavam previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025.

A ministra ressaltou que a despesa com pessoal está dentro dos limites fiscais estabelecidos e que a variação do gasto está abaixo do teto máximo permitido. Para 2026, o impacto primário da segunda etapa será reduzido para R$ 8 bilhões, com impacto financeiro de R$ 8,5 bilhões. As regras fiscais priorizam as despesas primárias, que são essenciais para as políticas públicas e o funcionamento da administração pública.

https://www.anasps.org.br/governo-divulga-mp-que-reformula-a-remuneracao-de-todos-os-servidores-publicos/ 

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Estudo aponta que Brasil volta a ser um país de classe média


Charge do Junião (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

Reportagem de O Globo com base em dados da Consultoria Tendências, aponta que o país voltou a ser um país de classe média. O ano de 2024, segundo o levantamento, marcou uma mudança na distribuição das famílias por estrato social, constatando que 50,1% dos domicílios estão nas classes C para cima, o que significa renda mensal domiciliar acima de R$ 3,4 mil.

É a primeira vez que isso acontece desde 2015, quando 51% estavam ao menos na classe média. Em 2023, os domicílios das classes C, B e A representavam 49,6%. De acordo com a Consultoria, a melhora no emprego é o principal fator responsável pela ascensão social dos brasileiros, uma vez que, desde 2023 houve migração importante das famílias da classe D/E para a classe C, decorrente da melhora significativa do mercado de trabalho no pós-pandemia. As classes C e B são tipicamente as de classe média.

MASSA SALARIAL – Nessas famílias, a principal fonte de renda vem do trabalho, e a massa salarial (total dos ganhos de todos os trabalhadores) aumentou nos últimos anos com a retomada da economia após a pandemia e a valorização real do salário mínimo em 2023 e 2024, após anos sem reajustes acima da inflação, acarretando melhor desempenho dessas classes em relação às demais.

A pesquisa, entretanto, necessita de uma análise mais atenta porque ela se baseia na remuneração do trabalho, mas não inclui os grupos de baixa renda que não foram atingidos pelo efeito apontado como remuneração do salário acima da taxa inflacionária. De outro lado, qual o conceito adotado para classificar que a classe alta teria crescido da mesma forma que a velocidade da classe média?

Difícil identificar essa evolução quando os reajustes salariais não superaram o índice inflacionário. Portanto, esse aspecto foi desconsiderado uma vez que o salário médio está sendo considerado como R$ 3400 por mês. Essa renda não é dos salários apenas, mas da soma dos salários por residências.

PREVIDÊNCIA – Uma forma de se confirmar esse avanço da classe C encontra-se na contribuição da Previdência Social, pois se o salário subiu, o desconto para a Previdência tem que ter subido também. Além disso, temos os 8% destinados ao Fundo de Garantia por tempo de serviço. Aí sim podemos ter uma ideia concreta do que ocorreu no último ano.

É fácil chegarmos a conclusões sem a confirmação estabelecida em todos os setores que envolvem a separação das classes sociais diante da inflação. Salários não subiram mais do que a inflação, e inclusive o índice inflacionário antecede os reajustes salariais. A cada reajuste estabelecido há um outro avanço dos preços no mercado. Logo, os salários estão sempre correndo atrás da inflação. As pesquisas podem induzir a resultados errados se não houver uma análise mais segura sobre os dados que apresentam.

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