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sexta-feira, junho 03, 2022

Decisões de Nunes Marques que derrubaram cassações de deputados pelo TSE têm desfecho incerto no Supremo

Ministro Nunes Marques, do STF

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - As decisões do ministro Nunes Marques que derrubaram cassações de deputados bolsonaristas determinadas pelo plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem desfecho incerto no Supremo Tribunal Federal (STF), segundo fontes dos dois tribunais ouvidas pela Reuters nesta sexta-feira.

Na quinta, Nunes Marques --indicado ao Supremo pelo presidente Jair Bolsonaro-- reverteu cassações do TSE do deputado estadual pelo Paraná Fernando Francischini, por ter divulgado fake news sobre as urnas eletrônicas, e do deputado federal por Sergipe José Valdevan (PL) por compra de votos e abuso de poder econômico nas eleições --ambos os casos em condutas de 2018.

No TSE, segundo duas fontes, as liminares de Marques foram vistas como surpreendentes por desconstituírem decisões colegiadas do tribunal, mas consideram que caberá ao Supremo definir o futuro dos dois casos.

Oficialmente, conforme a assessoria de imprensa do Supremo, as duas decisões não preveem referendo. Se houver recurso, a competência para julgar será a Segunda Turma do STF, que tem Marques como presidente.

Além da necessidade de recurso, o caso precisa ser liberado para julgamento do colegiado, também atribuição de Marques, que poderá ditar o ritmo para o caso ser apreciado. Em tese, ele pode não pautar os casos até as eleições, o que, na prática, pode permitir aos parlamentares concorrerem em outubro.

Por ora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou, por meio da assessoria, que o caso está sob análise da vice-procuradora-geral Lindôra Araújo para avaliar se haverá recurso ou não. Há ainda a possibilidade de outros tipos de recursos que podem vir a ser movidos por partidos políticos, por exemplo. Já nesta sexta, o PT apresentou recurso contra a decisão de Marques sobre Valdevan.

Se os casos forem analisados futuramente pela Segunda Turma com a atual composição, a expectativa é de um julgamento apertado, segundo uma das fontes do STF. A perspectiva é que Nunes Marques e André Mendonça, outro ministro indicado por Bolsonaro, possam votar para manter as liminares e Edson Fachin e Ricardo Lewandowski, que também atuam no TSE, para derrubá-las.

O fiel da balança, segundo essa fonte, seria o ministro Gilmar Mendes, cujo posicionamento é tido como uma incógnita.

Uma outra possibilidade, mais remota, seria o caso ser apreciado pelo plenário do Supremo. Nesse aspecto, segundo as fontes ouvidas, haveria possibilidade maior de uma vitória e derrubada das liminares de Nunes Marques.

AVESTRUZ

Na manhã desta sexta, sem falar nominalmente de Marques, o ministro do STF Alexandre de Moraes --que vai presidir o TSE durante as eleições-- rebateu os fundamentos usados pelo colega de corte para reverter a cassação pelo TSE de Fernando Francischini.

Sem citar a decisão de Marques, Moraes disse, durante participação no VIII Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, que o obstáculo "logo será superado" e que não se pode fazer "política judiciária do avestruz".

"Este ano, nas eleições, independentemente de um obstáculo que logo será superado, logo mesmo, é isso que este ano nas eleições será aplicado no Tribunal Superior Eleitoral. Foram duas decisões em três processos. Para fins eleitorais, as plataformas, todos os meios das redes serão considerados meios de comunicação para fins de abuso de poder econômico e abuso de poder político", disse.

"Quem abusar por meio dessa plataformas, sua responsabilidade será analisada pela Justiça Eleitoral, da mesma forma que o abuso de poder político, de poder econômico pela mídia tradicional. Não podemos fazer a política judiciária do avestruz, fingir que nada acontece: que bonito, é uma empresa de tecnologia."

https://br.yahoo.com/noticias/decis%C3%B5es-nunes-marques-que-derrubaram-190950562.html

Moraes rebate tese que Nunes Marques usou para devolver mandato a deputado acusado de espalhar 'fake news'

André de Souza

BRASÍLIA - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu nesta sexta-feira os fundamentos usados pelo ministro Nunes Marques para derrubar uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que havia cassado o mandato do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (PSL-PR). Agora, ele poderá retomar sua atividade parlamentar. Ao fazer suas considerações, Moraes não citou o nome do colega e disse que o "obstáculo" "logo será superado".

Saiba mais: Votos de Nunes Marques mostram histórico de alinhamento com governo Bolsonaro

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No ano passado, o TSE, Corte da qual Moraes também faz parte, condenou Francischini por ter propagado notícias falsas sobre as urnas eletrônicas por meio de uma transmissão no Facebook. O político pediu então ao STF que a medida fosse revogada, no que foi atendido na quinta-feira com despacho de Nunes Marques.

Na decisão favorável a Francischini, o ministro se disse contrário, entre outras coisas, à decisão do TSE de aplicar às redes sociais as mesmas regras impostas a outros meios de comunicação. Para ele, "é claramente desproporcional e inadequado" fazer a equiparação entre as duas coisas.

Nesta sexta-feira, ao participar do VIII Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, organizado pelo Instituto Paranaense de Direito Eleitoral (Iprade), Moraes saiu em defesa do entendimento do TSE e disse que ele valerá para o pleito deste ano:

— Não é que o Judiciário criminalizou a política. Setores da política se criminalizaram. O erro é confundir o continente com o conteúdo. O conteúdo, eventuais políticos que participaram de atos de corrupção devem ser punidos. Isso não pode afetar o continente, a importância do Legislativo para a democracia. Não existe democracia, Estado de direito sem um poder legislativo forte.

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— Independentemente de um obstáculo que logo será superado, logo mesmo, é isto que este ano nas eleições será aplicado no Tribunal Superior Eleitoral. Para fins eleitorais, as plataformas, todos os meios das redes serão considerados meios de comunicação para fins de abuso de poder econômico e abuso de poder político. Quem abusar por meio dessas plataformas, sua responsabilidade será analisada pela Justiça Eleitoral, da mesma forma que o abuso de poder político, de poder econômico pela mídia tradicional — afirmou Moraes, concluindo: — Não podemos fazer a política judiciária do avestruz, fingir que nada acontece: que bonito, é uma empresa de tecnologia.

Moraes também rebateu a tese de que houve criminalização da política pelo Judiciário:

Nas redes: Bolsonaristas saem em defesa do PCO nas redes sociais após decisão de Moraes

Em seguida, acrescentou:

— Num determinado momento no Brasil a narrativa confundiu continente com conteúdo. Isso é extremamente perigoso para a democracia. A partir desse momento, lamentavelmente, determinados setores do espectro político e da sociedade aproveitaram essa narrativa para tentar atacar os fundamentos do Estado democrático de direito. Vejam: é algo contínuo

Moraes voltou a dizer que setores antidemocráticos, em especial na extrema direita, se aproveitaram dos escândalos de corrupção e usaram as redes sociais para atacar os fundamentos da democracia.

Fachin critica os "engenheiros do caos"

O ministro Edson Fachin, que integra o STF e é presidente do TSE, também participou do evento. Sem citar nomes, ele rebateu quem ataca a segurança das urnas eletrônicas. O principal crítico do sistema de votação usado no Brasil, mesmo sem apresentar provas, é o presidente Jair Bolsonaro. Fachin disse que há no país "engenheiros do caos" semeando "ameaças de quebra de institucionalidade".

— Proliferam argumentos frágeis, vagos e cambiantes, disparados, estrategicamente, com a finalidade de justificar a injustificável recusa da democracia do julgamento efetivado nas urnas. Somo tomados e contaminados por uma verborragia enganosa, empregada para vender como remédio o vírus indesejável da antidemocracia — disse Fachin, acrescentando:

— A despeito do apreço majoritário pela democracia, é certo que esses discursos podem, em certa medida, encontrar eco. A desconfiança, cumpre reconhecer, é terreno fértil para a apologia do caos.

Disse que, no Brasil, mesmo sendo seguro e com o reconhecimento de especialistas, o processo eletrônico de votação continua sendo um alvo:

— Encontra-se nada obstante, no centro de teorias conspiratórias que não têm sequer um fiapo de apoio na realidade.

Fachin também voltou a criticar o projeto do novo Código Eleitoral, em tramitação no Congresso, dizendo que ele esvazia poderes da Justiça Eleitoral, como o de análise das prestações de contas.

https://br.yahoo.com/noticias/moraes-rebate-tese-que-nunes-150318903.html

Lula é considerado candidato mais honesto entre presidenciáveis

Favorito nas pesquisas, Lula é considero o mais honesto entre os pré-candidatos à presidência (Foto: SILVIO AVILA/AFP via Getty Images)
Favorito nas pesquisas, Lula é considero o mais honesto entre os pré-candidatos à presidência (Foto: SILVIO AVILA/AFP via Getty Images)

Resumo da notícia

  • Nova pesquisa Ipespe mostra que Lula é considerado o candidato mais honesto entre os presidenciáveis

  • Honestidade e preocupação com as pessoas são as características mais importante para o próximo presidente, segundo o eleitorado

  • Lula também é considerado o mais experiente

nova pesquisa Ipespe questionou os eleitos quais as características mais importantes para o próximo presidente do Brasil. Segundo o levantamento, divulgado nesta sexta-feira (3), a honestidade e a preocupação com as pessoas estão em primeiro lugar – e Lula (PT) é considerado o candidato que mais preenche esses requisitos.

Na soma de “muito importante” e “importante”, a questão da honestidade aparece para 97% dos eleitores, enquanto a preocupação com as pessoas foi citada por 98%. Outros atributos considerados importantes são competência, inteligência e equilíbrio.

Favorito nas pesquisas, Lula aparece como mais honesto, mais preocupado com as pessoas, mais competente, mais inteligente e mais equilibrado que o presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo colocado.

Os eleitores foram questionados: qual desses candidatos tem mais cada característica que vou ler? Em relação a honestidade, o petista teve 35%, enquanto Bolsonaro teve 30%. Ciro apareceu com 11% e Simone Tebet com 6%.

No quesito preocupação com as pessoas, a vantagem de Lula foi maior, com 45%; Bolsonaro teve 24%, Ciro 8% e Tebet 4%. O petista também é considero o mais experiente, com 46%.

A vantagem de Jair bolsonaro é em relação a ter "pulso firme". Enquanto 36% atribuem essa característica ao atual presidente, 33% associam a Lula.

Pesquisa Ipespe motra que Lula é considerado honesto por 35% dos eleitores (Foto: Divulgação/Ipespe)
Pesquisa Ipespe motra que Lula é considerado honesto por 35% dos eleitores (Foto: Divulgação/Ipespe)

O levantamento foi feito entre 30 de maio e 1º de junho e foram ouvidas mil pessoas, por meio de entrevistas por telefone. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais. A pesquisa foi protocolada no TSE sob o registro BR-02893/2022. Esse é o primeiro levantamento feito pelo Ipespe sem João Doria.

https://br.yahoo.com/noticias/lula-e-considerado-candidato-mais-honesto-entre-presidenciaveis-141024476.html

Carlos critica campanha de Bolsonaro | Chega a 127 o número de mortos em PE

 

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Nova lei pode beneficiar defesa de Flávio Bolsonaro no caso da compra de mansão

Publicado em 3 de junho de 2022 por Tribuna da Internet

Compra de mansão por Flávio Bolsonaro vira um negócio tarja preta | VEJA

Flávio Bolsonaro é um rico advogado que não tem clientes

Andréia Sadi e Julia Duailibi
G1 Brasília

A lei aprovada nesta quinta-feira (2) pelo Congresso – e sancionada hoje pelo presidente Bolsonaro – pode beneficiar a defesa do senador Flavio Bolsonaro (PL) na investigação que apura o pagamento de uma casa de R$ 6 milhões numa área nobre de Brasília. A compra é alvo de um questionamento por um pedido da deputada Erika Kokay, do PT-DF, em uma ação no TJ-DF-e pode ter novos desdobramentos.

Nessa ação específica, Flavio alegou que sua atividade como advogado o ajudou a pagar o valor da casa. No entanto, não deu detalhes dessa atuação e não há registro no DF e no RJ – onde Flavio tem OAB – de processos em que ele teria atuado.

TRABALHO VERBAL – A lei sancionada hoje pode ajudar essa defesa do senador. Na visão de especialistas do direito ouvidos pelo blog, esse trecho da lei respaldará argumento pela defesa: “o trabalho do advogado pode ser prestado de forma verbal ou por escrito, independente de mandato ou formalização de contrato”.

Ou seja, na visão desses advogados, Flávio teria “adiantado” sua defesa como forma de se preparar para um eventual desdobramento da investigação criminal no caso da mansão. Com a nova lei, basta afirmar que a prestação do serviço advocatício foi todo verbal, e não precisa comprovar mais nada, explicam especialistas ouvidos pelo blog.

“É um preceito do direito penal. Lei penal mais benéfica retroage para beneficiar o réu. Aquilo que antes poderia ser visto como crime, deixa de ser com uma nova lei que autoriza a prática”, afirma um dos juristas ouvidos pelo blog.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O rachadista Flávio Bolsonaro é um espertalhão de marca maior. Se fosse um homem decente, teria apresentado sua declaração de renda, mas acontece que ele jamais fez trabalhos como advogado e não tem como comprovar. (C.N.)

Como Maquiavel dizia, fazer ofensas na hora errada pode até provocar a ruína política

Publicado em 3 de junho de 2022 por Tribuna da Internet

Charge do Kleber Sales (Correio Braziliense)

Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense

No embalo das pesquisas, voltamos ao clássico dos clássicos da política, “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, para falar do governo Bolsonaro e das próximas eleições. O astuto florentino foi associado ao vale tudo na política por uma frase que lhe é atribuída, mas que nunca dissera: “Os fins justificam os meios”. Essa interpretação errônea (ou de má-fé) é fruto do seu realismo, ao desvincular o Estado e o Direito Divino.

É lugar comum o conselho atribuído a Maquiavel de que o mal deve ser feito de uma só vez. “Por isso, é de notar-se que, ao ocupar um Estado, deve o conquistador exercer todas aquelas ofensas que se lhe tornem necessárias, fazendo-as todas a um tempo só para não precisar renová-las a cada dia e poder, assim, dar segurança aos homens e conquistá-los com benefícios. Quem age diversamente, ou por timidez ou por mau conselho, tem sempre necessidade de conservar a faca na mão, não podendo nunca confiar em seus súditos, pois que estes nele também não podem ter confiança diante das novas e contínuas injúrias”.

SOMENTE AS OFENSAS – Arremata sabiamente: “Portanto, as ofensas devem ser feitas todas de uma só vez, a fim de que, pouco degustadas, ofendam menos, ao passo que os benefícios devem ser feitos aos poucos, para que sejam mais bem apreciados. Acima de tudo, um príncipe deve viver com seus súditos de modo que nenhum acidente, bom ou mau, o faça variar. Porque, surgindo pelos tempos adversos a necessidade, não estarás em tempo de fazer o mal, e o bem que tu fizeres não te será útil — eis que, julgado forçado, não trará gratidão”.

“O Príncipe” era o livro de cabeceira de Napoleão Bonaparte, cujos comentários sobre a obra estão acessíveis em algumas boas edições. Não conheço político que não tenha a obra-prima de Maquiavel. Bolsonaro e seu estado-maior, formado por generais de quatro estrelas, não devem ser exceções.

Entretanto, pode-se concluir que Bolsonaro está fazendo tudo errado.

FAZ AO CONTRÁRIO -Governou o tempo todo contra a maioria da opinião pública e com ofensas ao Supremo Tribunal Federal (STF), além da imprensa e dos adversários. Agora, às vésperas das eleições, tenta oferecer benefícios de uma só vez, o que não está conseguindo, diante da conjuntura adversa.

Nem mesmo para seus aliados mais orgânicos, como os caminhoneiros e os policiais, cujas demandas estão acima das possibilidades reais do governo.

Maquiavel dizia que “contra a inimizade do povo um príncipe jamais pode estar garantido, por serem muitos; dos grandes, porém, pode se assegurar porque são poucos”. As pesquisas eleitorais, porém, estão tendo um efeito corrosivo junto aos aliados políticos de Bolsonaro, porque sua vantagem estratégica no Brasil meridional, onde está a sua mais sólida base de sustentação, está sendo reduzida progressivamente pelo ex-presidente Lula.

E NO NORDESTE – Ao mesmo tempo, a vantagem de Lula se ampliou tremendamente no Nordeste, o eixo geográfico da aliança de Bolsonaro com os caciques do Centrão, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mestres da baldeação política.

Na medida em que sua expectativa de poder se reduz, o sistema de alianças de Bolsonaro ameaça ruir:

O pior que pode um príncipe esperar do povo hostil é ser por ele abandonado. Mas dos poderosos inimigos não só deve temer ser abandonado, como também deve recear que os mesmos se lhe voltem contra, pois que, havendo neles mais visão e maior astúcia, contam sempre com tempo para salvar-se e procuram adquirir prestígio junto àquele que esperam venha a vencer”, ensina Maquiavel.

GOLPE DE ESTADO – Bolsonaro não consegue domar a inflação. Como o cenário eleitoral permanece adverso, mantém sua rota de colisão com as urnas eletrônicas. Recrudesceu os ataques aos ministros Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, e Alessandro de Moraes, que o substituirá durante as eleições. Também faz ataques diretos ao Supremo e ameaça não cumprir as decisões da Justiça, o que é uma quebra do juramento de posse na Presidência.

Com isso, suas declarações reforçam as suspeitas de que prepara um golpe de estado para se manter no poder, caso perca as eleições. É um momento perigoso.

Ao falar dos governos civis, Maquiavel tratou do assunto: “Amiúde esses principados periclitam quando estão para passar da ordem civil para um governo absoluto (…), porque os cidadãos e os súditos, acostumados a receber as ordens dos magistrados, não estão, naquelas conjunturas, para obedecer às suas determinações, havendo sempre, ainda, nos tempos duvidosos, carência de pessoas nas quais ele possa confiar”. Fica a dica.

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