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quinta-feira, março 03, 2022
Putin reacendeu velhos conflitos
Frequentemente as sanções são ineficazes. As impostas desta vez não serão
Por Martin Wolf* (foto)
Ninguém sabe como isso vai terminar. Mas sabemos como tudo começou. Vladimir Putin montou um ataque não provocado a um país inocente. Ele cometeu o pior ato de agressão em solo europeu desde 1945 e justificou esse ato vil com mentiras ultrajantes. Ele também, no momento, uniu o Ocidente contra ele. Putin não é o primeiro tirano a confundir desejo de paz com covardia. Em vez disso, ele despertou a ira dos povos ocidentais. O resultado é uma série de sanções contra a Rússia tão impressionantes quanto justificadas.
Putin pode ser o homem mais perigoso que já viveu. Ele se dedica a restabelecer o império perdido da Rússia, indiferente ao destino de seu próprio povo e, acima de tudo, domina uma vasta força nuclear. Ainda assim a resistência, por mais arriscada que seja, é imperativa.
Este não é um conflito com o povo russo. Não podemos viver em paz e segurança com um vizinho desses. Esta invasão não pode continuar, uma vez que seu sucesso ameaçaria a todos nós. Estamos em um novo mundo. Precisamos entender isso e agir de acordo
Alguns insistirão que as ações de Putin são culpa do Ocidente e, acima de tudo, resultado de sua decisão de ampliar a Otan. Mas é o contrário. Putin nos lembrou por que países que conhecem melhor o domínio russo estavam desesperados pela expansão da Otan. Ele também demonstrou porque isso era necessário.
A Europa precisava de uma fronteira defendida entre a Rússia e suas antigas possessões. A tragédia da Ucrânia é ela estar do lado errado dessa linha. Ela não representa uma ameaça para a Rússia, a não ser a de querer ser livre; a Rússia representava uma ameaça a isso.
Frequentemente as sanções são ineficazes. As impostas desta vez não serão. Os Estados Unidos impuseram sanções ao mercado secundário de dívida soberana em 22 de fevereiro. A Alemanha suspendeu a homologação do controvertido gasoduto Nord Stream 2 no mesmo dia.
Em 24 de fevereiro, EUA, União Europeia (UE) e outros membros do G-7 limitaram a capacidade da Rússia de transacionar em moedas estrangeiras. E dois dias depois, vários bancos russos foram removidos do sistema de pagamentos Swift, um congelamento foi imposto aos ativos do Banco da Rússia e transações com o banco central foram proibidas.
Uma análise minuciosa pelo Institute for International Finance (IIF) resume tudo isso: “Esperamos que as sanções impostas nos últimos dias tenham um efeito dramático sobre o sistema financeiro da Rússia e o país como um todo”.
Uma grande parcela das reservas líquidas de US$ 630 bilhões do país será inutilizada. O banco central já precisou dobrar as taxas de juros. Há uma corrida aos bancos. Com exceção da energia, a economia ficará substancialmente isolada.
O sofrimento não recairá todo sobre a Rússia. Os custos do petróleo e do gás ficarão altos por mais tempo, agravando a pressão inflacionária global. Os preços dos alimentos também aumentarão. Se a Rússia cortar suas exportações de energia (a um grande custo para si mesma), a ruptura será ainda pior. O gás natural russo gera 9% da energia bruta disponível na zona do euro e na UE como um todo. Mas o inverno, a estação de maior necessidade, pelo menos está passando.
Além desses efeitos relativamente específicos, a combinação de guerra, ameaças nucleares e sanções econômicas aumenta muito as incertezas. Os bancos centrais terão ainda mais dificuldades para decidir como apertar a política monetária. O mesmo valerá para os governos que tentam amortecer o golpe dos choques energéticos.
No longo prazo, os efeitos econômicos seguirão a geopolítica. Se o resultado for uma divisão profunda e prolongada entre o Ocidente e um bloco centrado na China e na Rússia, divisões econômicas se seguirão. Todos tentariam reduzir sua dependência de parceiros contenciosos e não confiáveis. Num mundo desses, a política prevalece sobre a economia. No âmbito global, a economia seria reconfigurada. Mas em tempos de guerra, a política sempre prevalece sobre a economia. Ainda não sabemos como.
A Europa certamente é a que vai mudar mais. Um passo enorme foi dado pela Alemanha, com seu reconhecimento de que sua posição pós-Guerra Fria é agora insustentável. Ela precisa se tornar o coração de uma poderosa estrutura de segurança europeia capaz de se proteger contra uma Rússia revanchista. Isso terá de incluir um grande esforço para reduzir a dependência energética.
Tragicamente, a Europa precisa reconhecer que os EUA não serão um aliado confiável enquanto Donald Trump, que vê Putin como um “gênio”, comandar o Partido Republicano. O Reino Unido, por sua vez, precisa reconhecer que sempre será uma potência europeia. Ele precisa se comprometer mais com a defesa do continente e acima de tudo de seus aliados europeus do leste. Tudo isso exigirá resolução e dinheiro.
Nesse novo mundo, a posição da China será uma preocupação central. Sua liderança precisa entender que apoiar a Rússia é agora incompatível com as relações amigáveis com os países ocidentais. Muito pelo contrário, a China terá de fazer da segurança estratégica um imperativo primordial de sua política econômica.
Se a China decidir contar com um novo eixo de autoritários irredentistas contra o Ocidente, a divisão econômica mundial deverá prosseguir. As empresas precisam tomar nota disso. Uma guerra de escolha sobre os filhos de uma democracia pacífica não é uma ação que nós, no Ocidente, podemos nos permitir esquecer.
Também não podemos perdoar aqueles que a começaram ou que a apoiaram. As memórias de nosso próprio passado devem proibir isso. Estamos em um novo conflito ideológico, não entre comunistas e capitalistas, mas em um entre a tirania irredentista e a democracia liberal.
De muitas maneiras, esta será mais perigosa que a Guerra Fria. Putin detém um poder arbitrário e descontrolado. Enquanto ele estiver no Kremlin, o mundo será perigoso. Não está claro se o mesmo vale para Xi Jinping da China. Mas ainda poderemos descobrir que sim.
Este não é um conflito com o povo russo. Devemos ainda esperar para eles um regime político digno de sua contribuição para a nossa civilização. É um conflito com seu regime. A Rússia emergiu como um pária governado por um gangster.
Não podemos viver em paz e segurança com um vizinho desses. Esta invasão não pode continuar, uma vez que seu sucesso ameaçaria a todos nós. Estamos em um novo mundo. Precisamos entender isso e agir de acordo. (Tradução de Mário Zamarian)
*Martin Wolf é editor e principal analista de economia do Financial Times
Valor Econômico
Ditadores devem pagar o preço, diz Biden sobre Putin
Em discurso ao Congresso, presidente dos EUA fez duras críticas à Rússia, disse que Putin está mais isolado do que nunca e que a economia russa já começa a sentir os efeitos das sanções do Ocidente.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enviou uma mensagem clara ao presidente russo, Vladimir Putin, nesta terça-feira (01/03), em seu primeiro Discurso do Estado da União. Perante o Congresso, Biden afirmou que a "liberdade sempre triunfará sobre a tirania", defendeu as duras sanções contra a Rússia e afirmou que a pressão sobre o país só aumentará.
O democrata disse que Putin está mais isolado do que nunca e que a economia da Rússia já começa a sentir os efeitos das duras medidas punitivas aplicadas pelos EUA em conjunto com a União Europeia e outros aliados ocidentais.
"Em nossa história, aprendemos esta lição: quando ditadores invadem um país, eles têm que pagar por isso", afirmou Biden.
O presidente americano também disse em seu discurso que Putin pensou que poderia dividir o Ocidente e que a Otan não reagiria. No entanto, segundo Biden, Putin cometeu um grave erro de cálculo. "Estávamos prontos", disse o democrata. "A guerra de Putin foi premeditada e não provocada", advertiu Biden.
Como gesto simbólico de apoio, a embaixadora ucraniana nos Estados Unidos, Oksana Markarova, foi convidada para o discurso do presidente e permaneceu ao lado da primeira-dama Jill.
'Embaixadora da Ucrânia nos EUA, Oksana Markarova, assistiu ao discurso ao lado da primeira-dama americana, Jill'
EUA não enviará tropas à Ucrânia
Biden lembrou que os EUA já deram à Ucrânia mais de 1 bilhão de dólares em assistência direta nos últimos tempos e que Washington vai continuar a apoiar o povo ucraniano.
No entanto, o presidente reafirmou que os EUA não enviarão tropas à Ucrânia. Todavia, ele garantiu que, no caso de Putin decidir continuar a mover-se para oeste, "os Estados Unidos e os aliados vão defender cada centímetro de território dos países da Otan".
Biden confirmou a mobilização de tropas, aviões de combate e navios militares para proteger os países da Aliança Atlântica, incluindo Polônia, Romênia, Letônia, Lituânia e Estônia, vizinhos da Ucrânia.
Fechamento do espaço aéreo
O presidente americano aproveitou o discurso para anunciar que os Estados Unidos vão fechar o espaço aéreo a aeronaves e companhias aéreas russas, incluindo jatinhos particulares de oligarcas russos.
"Vamos juntar-nos aos nossos aliados, isolando ainda mais a Rússia e colocando pressão adicional na economia", disse.
Um total de 37 países, incluindo todos os membros da UE, além de Reino Unido e Canadá, já haviam anunciado o fechamento do espaço aéreo aos russos.
Na segunda-feira, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que essa não seria uma decisão fácil, já que poderia levar a Rússia a tomar uma medida semelhante.
Biden também afirmou que o país perseguirá os crimes de oligarcas russos, e que o Departamento de Justiça americano está formando um grupo de trabalho para esta finalidade.
"Estamos nos unindo aos nossos aliados europeus para encontrar e apreender iates, apartamentos de luxo e aviões particulares deles", anunciou Biden
Deutsche Welle
Postado há 7 hours ago por Brasil Soberano e Livre
Sexto dia de guerra: fortes explosões e discurso emocionado
Ataques russos a alvos civis deixaram pelo menos 15 mortos nesta terça-feira na Ucrânia. Dia também foi marcado por discurso emocionado de Zelenski ao Parlamento Europeu. Confira um resumo dos principais acontecimentos.
A terça-feira (01/03), sexto dia da invasão russa à Ucrânia, foi marcada por grandes explosões e por um emocionado discurso do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, ao Parlamento Europeu, pelo qual foi aplaudido de pé.
Logo no começo da manhã, uma forte explosão destruiu um prédio administrativo na praça central de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, com cerca de 1,5 milhões de habitantes.
Segundo um assessor do Ministro do Interior ucraniano, pelo menos dez pessoas morreram e 35 ficaram feridas.
O bombardeio da praça central atingiu também uma instalação provisória que havia sido erguida para receber doações para os voluntários que decidiram se juntar à defesa da Ucrânia. Nos últimos dias, seguranças voluntários estavam ocupando o prédio da administração como parte desses esforços – há receio de que alguns deles estejam entre os mortos.
O chefe da diplomacia externa da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que o bombardeio de alvos civis em Kharkiv viola as leis de guerra.
À tarde, um ataque aéreo russo atingiu a principal torre de televisão de Kiev, matando cinco pessoas e ferindo outras cinco. O Ministério do Interior da Ucrânia disse que o equipamento foi danificado e "os canais não funcionarão por um tempo".
'Devido ao ataque, canais de televisão ficaram fora do ar por algum tempo'
Discurso comovente
Enquanto as forças ucranianas se empenhavam para combater os invasores russos, Zelenski exortava a União Europeia a provar que apoia a Ucrânia, em discurso por videochamada durante sessão extraordinária do Parlamento Europeu. No dia anterior, ele havia apresentado um pedido oficial de adesão ao bloco.
"A Europa será muito mais forte com a Ucrânia. Sem vocês, a Ucrânia ficará sozinha. Nós provamos nossa força [...], então provem que estão conosco, provem que não vão nos deixar, provem que vocês são de fato europeus e, então, a vida vai vencer a morte, e a luz vai vencer a escuridão", afirmou Zelenski.
A Ucrânia, segundo ele, já provou sua força e que "é exatamente igual" a da União Europeia.
O presidente destacou sua alegria por ver "todos os países da UE unidos" diante de uma perspectiva europeia para a Ucrânia no futuro, embora tenha lamentado que o preço a pagar por esse consenso tenha sido com "milhares de mortos, duas revoluções, uma guerra e cinco dias de invasão em grande escala pela Rússia".
Diplomatas boicotam Lavrov
Mais de 100 diplomatas deixaram a sala onde estava sendo realizada a Conferência da ONU sobre o Desarmamento durante a fala do ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. A delegação brasileira, no entanto, permaneceu no local para ouvir o discurso, que foi transmitido por videoconferência.
'Dezenas de diplomatas se retiraram do salão durante a fala de Lavrov'
A ONU afirmou nesta terça-feira que a guerra na Ucrânia já deixou, pelo menos, 136 civis mortos, incluindo 13 crianças, e 400 feridos. "O número real provavelmente é muito maior", acrescentou Liz Throssell, porta-voz do escritório de direitos humanos das Nações Unidas.
Quando já era madrugada de quarta-feira na Europa, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em seu primeiro discurso sobre o Estado da União perante o Congresso, disse que, ao apoiar a Ucrânia, havia uma "resolução inabalável de que a liberdade sempre triunfará sobre a tirania".
Biden também afirmou que o ataque do presidente russo, Vladimir Putin, à Ucrânia foi "premeditado e não provocado" e alertou oligarcas russos para mais sanções, entre elas o fechamento do espaço aéreo americano para todas as aeronaves russas, inclusive para jatinhos particulares.
O dia teve ainda mais sanções a Moscou e o anúncio de que Belarus enviaria mais tropas para a fronteira com a Ucrânia.
Deutsche Welle
Postado há 7 hours ago por Brasil Soberano e Livre
Qual é a chance de um desastre nuclear na guerra na Ucrânia?
Há controvérsia se a invasão russa da Ucrânia poderia se transformar em uma guerra nuclear. Mas o que aconteceria se algum dos 15 reatores nucleares do país for atingido no fogo cruzado ou ficar sem energia ou água?
Por Stuart Braun
Quando a usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, foi tomada pelas forças russas na semana passada, o Ministério do Exterior ucraniano alertou sobre a possibilidade de "outro desastre ecológico".
Os níveis normais de radiação na zona de exclusão de Chernobyl – que inclui quatro reatores fechados, um dos quais explodiu em 1986 e espalhou resíduos radioativos por toda a Europa – foram excedidos, de acordo com o regulador nuclear estatal da Ucrânia, supostamente por causa da atividade militar na área.
Mas, além da usina nuclear de Chernobyl, há preocupação de que alguns dos 15 reatores nucleares ativos da Ucrânia possam ser atingidos no fogo cruzado entre tropas russas e ucranianas.
"É uma situação única na história da energia nuclear – na verdade, na história – em que uma nação que opera 15 reatores nucleares está no meio de uma guerra de grande escala", afirma Shaun Burnie, especialista em energia nuclear do Greenpeace na Ásia Oriental, em entrevista à DW. Essas usinas fornecem cerca de metade da eletricidade da Ucrânia, embora neste momento apenas nove dos 15 reatores estejam operando, diz Burnie.
"A ideia de proteger [as instalações nucleares] no caso de uma guerra em larga escala nunca fez parte do planejamento de uma nação, pelo menos em termos de energia nuclear comercial", afirma.
Embora alguns reatores da era da Guerra Fria tenham sido construídos na então União Soviética no subsolo para evitar ameaças militares, as "enormes instalações" na Ucrânia foram todas construídas sobre o solo, explica Burnie.
"Uma usina nuclear é uma das instalações industriais mais complexas e sensíveis, que exigem um conjunto muito complexo de recursos em estado de prontidão – e o tempo todo – para mantê-las seguras. E isso não pode ser garantido numa guerra", escreveram Burnie e seu colega Jan Vande Putte, também do Greenpeace na Ásia Oriental, em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (02/03) sobre a vulnerabilidade das usinas nucleares durante o conflito militar.
Perigo de vazamento de radiação
Os reatores em operação são especialmente vulneráveis caso ocorra um desligamento da rede elétrica durante a guerra. Se bombardeios pesados na região impedirem o fornecimento de energia para uma usina, o resfriamento do reator e do combustível armazenado em locais com paredes relativamente frágeis podem ser desativados.
Na pior das hipóteses, isso poderia levar a um colapso semelhante ao de Fukushima e a "liberações enormes de radioatividade", disse Burnie.
Essas preocupações estão sendo acentuadas pelo aumento da atividade militar ao sul da usina de Zaporizhzhia – uma das duas maiores da Europa, que tem seis reatores e armazena combustível nuclear irradiado. O conflito armado na região de Zaporizhzhia "aumenta o espectro de grandes riscos", afirma o comunicado.
O local já é vulnerável, dizem os autores, pois alguns reatores antigos foram construídos e projetados há meio século, na década de 1970. Roger Spautz, ativista nuclear do Greenpeace da França e Luxemburgo, diz que a vida útil original de 40 anos desses reatores já foi expandida – como também é o caso da França.
"O maior risco é um míssil atingir os locais onde são armazenados os combustíveis ou eles não poderem ser resfriados devido ao sistema de energia desativado", comenta Spautz. "Você precisa de eletricidade funcionando 24 horas por dia", diz ele, acrescentando que os geradores de backup a diesel podem não conseguir funcionar por várias semanas, algo que seria necessário em tempos de guerra.
Há uma chance improvável de um ataque direto às instalações nucleares, disse Burnie, mas as estruturas construídas para o armazenamento de combustível poderiam ser "destruídas acidentalmente" no fogo cruzado.
"Instalações que contêm forças perigosas"
"As usinas nucleares são definidas como 'instalações que contêm forças perigosas' no direito internacional humanitário e nunca devem ser atacadas", diz Doug Weir, diretor de pesquisa e política do Observatório de Conflitos e Meio Ambiente, sediado no Reino Unido, referindo-se à Convenção de Genebra.
Burnie acredita que a Rússia, que tem mais que o dobro de reatores do que a Ucrânia, entende as consequências de um ataque direto a essas instalações – incluindo a contaminação nuclear da própria Rússia se os ventos soprarem na direção leste.
"Não esperamos ver um ataque deliberado a locais como Zaporizhzhia, mas os tipos de armas pesadas que a Rússia está usando não são particularmente precisos", frisa Weir. "A batalha nas proximidades de tais locais deve ser evitada a todo custo."
Na segunda-feira, Petro Kotin, chefe do operador estatal de usinas nucleares da Ucrânia, Energoatom, expressou sua preocupação à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre colunas russas de equipamentos militares e artilharia que estão "em movimento nas proximidades imediatas" das instalações nucleares.
Ao informar à AIEA sobre bombardeios próximos às usinas da Energoatom, Kotin disse que "ameaças altamente indesejáveis para todo o planeta" poderiam estar entre as consequências e pediu para a agência internacional intervir e apoiar uma zona segura de 30 quilômetros ao redor das instalações nucleares.
Spautz afirma que outra preocupação é que os militares russos possam tomar uma usina nuclear e não ter o pessoal necessário para gerenciá-la adequadamente. "Você precisa de várias centenas de técnicos que conheçam a instalação", diz ele.
O comunicado do Greenpeace sobre a vulnerabilidade das usinas nucleares na Ucrânia afirma que serão necessários funcionários em caso de inundação do rio Dnipro, que flui nas proximidades da usina de Zaporizhzhia.
Caso o sistema de barragens e reservatórios do Dnipro – que fornece água para o resfriamento dos reatores de Zaporizhzhia – for danificado e o fornecimento de água for limitado, o combustível nuclear poderá começar a superaquecer e liberar radiação.
"Todas essas instalações precisam de monitoramento constante", afirma Burnie. "Eles não são passivamente seguros."
Deutsche Welle
Postado há 7 hours ago por Brasil Soberano e Livre
Putin não é modelo nenhum para os conservadores dos Estados Unidos
A última coisa que os conservadores deveriam fazer é incensar desnecessariamente um autocrata estrangeiro.
Por Joseph Laughon, National Review
A invasão russa da Ucrânia provavelmente será um dos eventos mais importantes deste século XXI ainda jovem, encerrando décadas de relativa estabilidade entre os Estados europeus. Enquanto seus efeitos sobre a geopolítica, os mercados e as eleições ainda estão por vir, a invasão provavelmente continuará a abrir uma divisão na direita dos Estados Unidos. Uma pequena facção dos conservadores dos Estados Unidos (pequena, porém cada vez mais visível e com potencial de influência) vê um amigo e um modelo em Vladimir Putin. Mas estão errados em fazer isso. Putin não é nosso amigo. Tampouco a sua Rússia é exemplo para o conservadorismo dos Estados Unidos.
Os conservadores deveriam conhecer a realidade da situação social da Rússia, deveriam saber o quanto os interesses nacionais americanos são incompatíveis e como a governança de Putin não serve para os Estados Unidos. Se você cometer o erro de analisar o Twitter ou ler a seção de comentários dos jornais, não será difícil encontrar vozes perguntando por que diabos teríamos tensões com a Rússia, já que Putin é um líder conservador que fez tantas coisas boas. Embora seja fácil demais encontrar opiniões animalescas na internet, não é muito difícil encontrar figuras conservadoras influentes rugindo esses tópicos. Essas opiniões vão desde o mero ceticismo quanto ao consenso conservador comum até elogiar abertamente os tópicos de Putin sobre a invasão. Possivelmente, o mais estridente em sua admiração é Pat Buchanan, ex-funcionário da administração de Reagan e paleoconservador por excelência. Buchanan tem firmemente Putin como um “bastião defensor de valores tradicionais” e elogiou a Rússia como um lugar aos quais os “conservadores, tradicionalistas e nacionalistas de todos os continentes” podem se aliar.
Eles não poderiam estar mais errados. Por exemplo: é inacreditável imaginar que um ex-agente da KGB seja uma espécie de amante da verdade. De fato, as realidades da Rússia de Putin apontam para uma visão menos rosada e mais cínica. Por exemplo, quanto a toda a conversa de valores tradicionais, a religiosidade da Rússia permanece baixíssima. Com 6% de comparecimento à igreja, a Rússia mal permanece à frente de países muito seculares, tais como a Noruega e a Suécia. Ainda mais preocupante é o índice de aborto. Embora continue a declinar após o fim da era soviética (como acontece nos Estados Unidos, em grande parte por causa do sucesso do movimento pró-vida), ainda é drasticamente mais alto do que nos Estados Unidos. Longe de liderar um reavivamento social tradicional, a Rússia de Pútin continua a deslizar para o declínio demográfico.
A realidade é que a imagem de Pútin como restaurador conservador é uma narrativa política, do mesmo jeito que o ex-presidente sérvio Slobodan Milosevic se reinventou, passando de apparatchik comunista a líder nacionalista sérvio. A discussão do escritor viajante Colin Thubron com um cidadão russo salienta a natureza superficial dessa forma de conservadorismo em seu livro The Amur River: Between Russia and China [O Rio Amur: Entre a Rússia e a China]:
“Murmuro algo sobre a resiliência dos que têm fé. Ela de repente se aviva: ‘Oh! Não tínhamos fé! Meu pai era comunista e minha mãe era ateia! Éramos todos ateus!’ Ela ri da minha perplexidade. ‘Comprávamos tinta para decorar ovos da Páscoa também, em segredo. Mas ninguém acreditava na Ressurreição!’ Acrescentou, como que me informando: ‘Deus não existe.’ Ela andara até a Igreja por hábito, não por piedade. ‘Penso que as pessoas vivem por tradição, não por fé… Aquela estátua na Praça Lênin… Ele é uma parte de quem nós somos.’”
Mais importante: os Estados Unidos e a Rússia têm interesses nacionais em conflito. Qualquer abordagem “America First” da política externa que procure ancorar a política dos Estados Unidos a interesses concretos tem que priorizar esses interesses em vez dos da Rússia. Que interesses são esses? Há um grande consenso segundo o qual um núcleo vital do interesse americano é assegurar a segurança física dos Estados Unidos e impedir ataques à pátria. Um dos principais jeitos que os EUA buscou alcançar foi assegurar que um grande poder não possa os atacar. Como escreveu o estrategista George Friedman em seu livro The Next 100 Years [Os próximos cem anos], isto foi a estrela guia dos Estados Unidos desde a Doutrina Monroe. A macroestratégia dos Estados Unidos dita que não apenas assegurar que nenhum grande poder domine o hemisfério norte, como também exista a garantia de que nenhum poder único domine o continente eurasiático.
De maneira realista, há poucos Estados que possam fazer essa ameaça: a saber, a República Popular da China, a Rússia, a Índia e a Alemanha. As duas últimas foram trazidas com sucesso à órbita americana. De potência nos séculos XIX e XX, a Alemanha passou a poder não-nuclear alinhado com os interesses dos Estados Unidos por tratado. Na Ásia, os Estados Unidos tiraram o foco sua atenção do Oriente Médio e colocaram na região do Oceano Pacífico a fim de se contrapor à China, uma estratégia sabiamente ampliada pela administração Trump.
Sobra a Rússia. Os Estados Unidos têm, de fato, objetivos compatíveis com os interesses russos. A estabilidade na Ásia Central e no Oriente Médio, bem como a segurança nuclear, são as duas maiores questões, entre outras, nas quais os legisladores norte-americanos podem encontrar pontos em comum com a Rússia. No entanto, como demonstra essa invasão (e a abominável fala de Putin justificando-a), os objetivos de Putin na Europa são bem mais amplos do que muitos ingênuos imaginaram.
Em vez de simplesmente buscar um encolhimento da OTAN, Putin mostrou acreditar que é o direito da Rússia exercer um veto armado sobre as relações americanas com o continente inteiro, com o fim de tornar a OTAN inteiramente obsoleta. Geopoliticamente, isso levaria a Europa de volta aos tempos em que as guerras no continente eram banais. É irreal imaginar que os Estados Unidos, depois de ser arrastado para guerras europeias sangrentas no século XX, fique isolado dos efeitos negativos de uma Europa caótica no século XXI.
O equilíbrio do poder norte-americano na Europa não só levou ao fim do comunismo soviético e guerras de potências, como também inaugurou uma era sem precedentes de paz e prosperidade. Não seria cautela, mas imprudência, jogar fora uma estratégia de oitenta anos porque aqueles que desafiam a sua postura são nossos aliados ideológicos.
Ademais, o conservadorismo norte-americano não tem nada de funcional a aprender com a ideologia e a governança de Putin. Enquanto alguns admiradores poderiam apontar para a crença de Putin na herança histórica da Europa, na verdade, as similaridades são tão vagas que podem ser muito nebulosas. Seria quase tão útil quanto apontar a crença do Estado Islâmico em Deus em oposição ao anarquismo como base para uma parceria ideológica.
O conservadorismo norte-americano não está enraizado em uma nostalgia meio soviética, nem numa esperança de restaurar a ortodoxia, a autocracia e a nacionalidade do Czar Nicolau. Em vez disso, o conservadorismo americano procura preservar a mistura de influências específica, como tão bem explicou Russell Kirk em seu Roots of American Order. Kirk lista Jerusalém, Atenas, Roma e Londres como fontes da identidade e políticas norte-americanas.
Graças à herança ortodoxa da Rússia, sempre haverá alguma afinidade entre as civilizações russa e norte-americana. No entanto, as influências precoces dos britânicos e dos protestantes, combinadas com os efeitos do assentamento das colônias, da Revolução e da expansão das fronteiras, indicam que o conservadorismo norte-americano é inevitavelmente diferente. Assim como seria um erro pretender que o conservadorismo norte-americano histórico é só libertariasmo, a ênfase americana nos direitos constitucionais, localismo e virtude republicana seriam alheios à experiência russa. Não seria conservadorismo, mas radicalismo, desejar arrancar toda influência histórica em um país e trocá-la por outra totalmente alheia à experiência e cultura do seu país.
Por ora, não é provável que o putinismo se torne uma posição comum entre conservadores. Enquetes dos Republicanos mostram uma preocupação com a Rússia de Putin que geralmente se alinham com a visão americana justificadamente negativa, quando não mais acentuadas ainda. No entanto, como vozes têm se levantado para louvar o putinismo, devemos lembrar sempre como isso é despropositado. Longe de ser uma inspiração de estadismo responsável e cooperação, a Rússia de Putin é um competidor hostil que busca minar os interesses nacionais americanos enquanto esconde seu próprio declínio atrás de uma fantasia de tradicionalismo. A última coisa que os conservadores deveriam fazer é incensar desnecessariamente um autocrata estrangeiro.
*Joseph Laughon. é formado pela Concordia University, Irvine, e mora na Califórnia, onde escreve sobre religião, política e segurança nacional.
Gazeta do Povo (PR)
Postado há 7 hours ago por Brasil Soberano e Livre
PGR não vê elementos mínimos para investigar ida de Carlos Bolsonaro à Rússia
Foto: José Cruz/Agência Brasil
A Procuradoria-Geral da República (PGR) disse nesta quarta-feira (2) que quer ouvir o Planalto antes de se manifestar sobre a presença do presença do vereador do Rio, Carlos Bolsonaro (Republicanos), e do assessor Tércio Arnaud na comitiva presidencial à Rússia.
O parecer, assinado pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, foi enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF), após um pedido de investigação protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede) no inquérito que apura a atuação de "milícias digitais".
Numa análise preliminar, ela sinalizou que não há "plausibilidade jurídica" para investigar o filho do presidente Jair Bolsonaro (PL). No texto encaminhado à Corte, entretanto, ela sugeriu que a Presidência da República seja notificada a prestar informações "com o escopo de melhor esclarecimento da situação jurídica reportada".
Randolfe acionou o STF afirmando que "os principais ataques hackers" têm origem na Rússia e que Carlos e Arnaud CPMI das Fake News como integrantes do chamado "gabinete do ódio".
A subprocuradora-geral também sugere a redistribuição da representação. A solicitação foi enviada direto ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das milícias digitais e de outras investigações que têm como alvo pessoas próximas ao Planalto.
"As críticas e opiniões pessoais do Senador serão bem-vindas na tribuna ou como matéria midiática, mas não como representação criminal, não tendo qualquer pertinência ou prevenção com o INQ 4874/DF [milícias digitais]", escreve Lindôra Araújo.
Bahia Notícias
Entenda o que é a janela partidária, período que deve movimentar política no mês de março
por Gabriel Lopes / Lula Bonfim
Foto: Cláudia Cardozo / Bahia Notícias
Em paralelo ao principal assunto para as eleições deste ano - as federações de partidos - a janela partidária vai movimentar o mês de março para deputados com pretensões de trocas de legendas. Em 2022, o intervalo para mudanças, que ocorre todo ano em que há eleições, será de 3 de março a 1º de abril. O prazo serve para que parlamentares possam mudar de partido sem perder o mandato vigente. O período acontece sempre seis meses antes do pleito, marcado para 2 de outubro este ano.
"A janela partidária, como é chamada, compreende, em 2022, o período em que os deputados estaduais, distritais e federais estão autorizados a trocar de partido político sem prejuízo do exercício do mandato", explicou o advogado Neomar Filho, especialista em direito eleitoral.
"Ou seja: o parlamentar, por força de lei, pode desfiliar-se do partido pelo qual foi eleito, e escolher uma nova legenda para disputar uma nova eleição. Se dentro da janela partidária, essa mudança não implicará em nenhuma consequência negativa àquele que já detém mandato no Poder Legislativo. O partido velho, portanto, não poderá acusar o parlamentar de infidelidade partidária em virtude dessa troca - como aconteceria, em tese, no caso da alteração fora desse período estipulado pela legislação eleitoral", continuou o advogado.
A regra foi regulamentada em 2015 pela Reforma Eleitoral (Lei nº 13.165/2015) e consolidada como uma alternativa para a troca de partido. A normatização ocorreu após uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na qual o mandato pertence à agremiação e não ao candidato eleito. A deliberação do TSE estabeleceu a fidelidade partidária para os cargos das eleições proporcionais (deputados e vereadores).
"Os vereadores, contudo, apenas gozam dessa permissão no ano em que acontecem as eleições municipais", ressaltou Neomar.
Um levantamento feito pela Secretaria-Geral da Mesa, órgão da Câmara dos Deputados, aponta que, em 2018, pelo menos 85 deputados trocaram de legenda para disputar as eleições daquele ano. O setor responsável por acompanhar a movimentação parlamentar também registrou, de 2015 a 2018, 275 movimentações para troca de partido. O número, contudo, não necessariamente significa que foram 275 deputados envolvidos, já que um mesmo parlamentar pode ter mudado de partido mais de uma vez.
O QUE ACONTECE FORA DA JANELA?
Fora da janela partidária existem duas situações que são consideradas como "justas causas" para a eventual mudança. A primeira fala em "mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário". A outra é sobre "grave discriminação política pessoal". As trocas de legendas que não se enquadrem nesses motivos podem levar à perda do mandato do parlamentar.
As ocasiões de criação de uma sigla e fim ou fusão do partido também são permitidas sem perda do mandato.
Ainda conforme decisão do TSE, em 2018, só pode usufruir da janela partidária a pessoa eleita que esteja no término do mandato vigente. Assim, vereadores só podem migrar de partido na janela destinada às eleições municipais, e deputados federais e estaduais na janela correspondente antes das eleições gerais.
Bahia Notícias
Separatistas ameaçam Mariupol com mais bombardeios às vésperas de negociação
por Patricia Pamplona | Folhapress
Foto: Reprodução / Twitter
Enquanto a expectativa gira em torno da segunda rodada de negociação entre russos e ucranianos, nesta quinta (3), separatistas pró-Moscou em Mariupol ameaçam a estratégica cidade portuária com novos bombardeios.
"Precisamos esperar alguns dias até que a situação seja resolvida. A operação especial mostrou que ataques direcionados são possíveis", afirmou o porta-voz separatista Eduard Basurin, segundo a agência Interfax. "A população civil não será prejudicada, mas o inimigo dentro da cidade será desmoralizado e começará a se render."
O uso de "operação militar especial", um eufemismo para "guerra", virou obrigatório para a mídia russa, agora proibida de mencionar as palavras "invasão" ou "agressão".
A Rússia tem constantemente bombardeado infraestruturas críticas para a cidade, denunciou o Legislativo municipal em comunicado nesta quinta. "Eles estão interrompendo o fornecimento de alimentos, nos bloqueando, como na antiga Leningrado", diz o texto. Mais cedo, o prefeito Vadim Boichenko relatou que a cidade está sem luz, água ou aquecimento.
"Estamos sendo destruídos como nação. Isso é genocídio do povo ucraniano", acrescenta o comunicado.
O Ministério de Defesa britânico, em seu último boletim, afirmou que Mariupol segue sob controle ucraniano, apesar dos bombardeios constantes e das tropas russas que cercam a cidade.
Em outro ponto estratégico na costa, os relatos ainda são conflitantes em Kherson --que, segundo os russos, está sob seu comando. O prefeito Igor Kolikhaiev afirmou, em publicação no Facebook, que as tropas de Vladimir Putin tomaram o prédio da administração central da cidade. A pasta britânica, por sua vez, relata que a situação militar não está clara.
A tomada das duas cidades, somadas ao controle estendido dos separatistas pró-Rússia às áreas históricas do chamado Donbass, estabeleceria uma ponte terrestre ligando a Crimeia ao leste russo da Ucrânia.
A ofensiva de Moscou segue também em duas outras cidades importantes. Na capital Kiev, há relatos de bombardeios durante a noite, e o Ministério da Defesa russo disse ter atingido um centro de televisão e rádio.
Já próximo a Kharkiv, segunda maior cidade do país que esteve sob forte bombardeio nos últimos dois dias, a Rússia afirma ter tomado Balaklia, a 90 km dali. Também na região, seis adultos e duas crianças morreram após um ataque em um prédio residencial de Izium. Uma igreja ortodoxa em Kharkiv foi danificada, mas não houve vítimas. Também houve bombardeios em Chernihiv.
Apesar da situação tensa, o Ministério da Defesa britânico mantém seu relatório de que as tropas russas fizeram pouco progresso nos últimos três dias na capital e que o comboio segue a 30 km de Kiev.
Com ameaças a cidades estratégicas, os negociadores ucranianos partem para a segunda rodada de negociações com os russos. Um representante de Moscou disse nesta quarta (2) que espera chegar a um cessar-fogo --avanço em relação à última reunião, quando o Kremlin não divulgou sua agenda.
Enquanto isso, a situação humanitária se agrava. Um conselheiro de Volodimir Zelenski fez um apelo no Twitter às organizações internacionais, citando a OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa). "As cidades onde as tropas russas estão estacionadas imediatamente se tornam lugares de saques, roubos e assassinatos", escreveu Mikhailo Podoliak. "Precisamos de corredores humanitários -comida, medicamentos, ambulância, evacuação. Precisamos de ajuda ativa de organizações internacionais, incluindo OSCE. Chega de falar."
Em seu mais recente levantamento, a Acnur (agência da ONU para refugiados) divulgou que, em uma semana de conflito, um milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia. "Para muitos outros milhões, dentro da Ucrânia, é hora de armas silenciarem, para que a assistência humanitária que salva vidas possa ser providenciada", escreveu no Twitter o chefe da agência, Filippo Grandi.
Bahia Notícias
Polícia registra mais de 2 mil denúncias por perturbação do sossego
em 2 mar, 2022 16:00
A Polícia Militar de Sergipe divulgou, nesta quarta-feira, 02, o balanço final Operação Momo, como ficou identificada a ação realizada entre os dias 24 de fevereiro e 02 deste mês. Além das ações voltadas para a segurança pública, a atuação teve o objetivo de garantir o cumprimento do Decreto Governamental, com o emprego de aproximadamente 2 mil policiais e 485 viaturas extras.
Desde a sexta-feira, 25, a sala de monitoramento foi ativada no Quartel do Comando Geral garantindo a supervisão de ações na capital e interior do estado, relacionadas ao Carnaval 2022. O planejamento realizado pelo Comando do Policiamento Militar da Capital (CPMC) e Comando do Policiamento Militar do Interior (CPMI), juntamente com o Comando Geral da Corporação, propiciou um carnaval tranquilo para sergipanos e turistas.
Os resultados foram comemorados pelo comandante-geral da Corporação, coronel Marcony Cabral. O oficial afirmou que a população sergipana, em sua maioria, compreendeu bem o trabalho desenvolvido pela Polícia Militar. Durante esse período, foram registrados 289 Relatórios de Ocorrência Policial (ROP) em todo o estado, sendo que, 218 resultaram em conduções; 13 estão relacionados à apreensão de armas de fogo e 19 respondem por apreensão de veículos com restrição de roubo/furto.
Apesar do clima de tranquilidade, devido à proibição das grandes festas carnavalescas, aconteceram mais de 2586 acionamentos correspondentes à contravenção penal de perturbação do sossego alheio. O que representam 63,68% do total de registros.
De acordo com o coronel Fábio Rolemberg, comandante do CPMC, a Operação é resultado do excelente desempenho dos policiais militares, que garantiram a segurança da população e o cumprimento do Decreto Governamental. Para que isso fosse possível, o comandante do CPMI, coronel Alessandro Ribeiro, explicou que “o policiamento foi reforçado principalmente nas cidades litorâneas, onde costumam acontecer os festejos de carnaval, bem como, nos municípios costeiros, que tradicionalmente contemplam um grande volume de sergipanos e turistas que buscam lazer e tranquilidade”, ressaltou.
Operação Trânsito Seguro
Devido ao aumento do fluxo de veículos nas rodovias estaduais e nas principais vias da capital sergipana devido ao período carnavalesco, o Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) e a Companhia de Policiamento de Trânsito (CPTran) intensificaram suas ações com o intuito de prevenir acidentes de trânsito.
BPRv
Além da fiscalização das medidas de saúde e segurança estabelecidas pelo Decreto Governamental, os policiais militares do BPRV reforçaram as ações e abordaram 1853 veículos. Apesar disso, oito acidentes foram registrados, sendo cinco com vítimas fatais.
Ainda durante a fiscalização, 458 condutores realizaram o teste do etilômetro, destes 10 foram autuados pela Lei Seca e responderão com base no artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro.
CPTran
Nas abordagens realizadas nas principais vias da capital, a CPTRAN registrou 135 autos de infração, com destaque para, 10 veículos recolhidos ao pátio; 37 condutores autuados na Lei Seca.
Ainda durante a Operação, foram registrados sete acidentes sem vítimas fatais, o que representa uma redução de 41,6% em relação ao mesmo período de 2021.
Fonte: PM/SE
INFONET
Nota da redação deste Blog - Onde a coisa funciona a Lei do Sossego é cumprida, no entanto em Jeremoabo a população já está rouca de tanto solicitar SOS por sossego; porém a perturbarção já faz parte do cotidiano, sendo que os mais prejudicados são os idosos e doentes.
Algum dia a civilização chegará em Jeremoabo e consequentemente as leis serão respeitadas.
Senado precisa tratar com racionalidade a legalização do jogo, que na prática já existe
Publicado em 2 de março de 2022 por Tribuna da Internet
Deu em O Globo
Em que pese o oportunismo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao privilegiar uma agenda pessoal, foi positiva a aprovação, por 246 votos a 202, do projeto de lei que legaliza os jogos de azar, proibidos desde 30 de abril de 1946, no governo do presidente Eurico Dutra.
Apesar de todas as pressões da bancada evangélica e do próprio presidente Jair Bolsonaro, que prometeu vetar a proposta, os parlamentares tiveram o mérito de tratar a questão de forma racional, sem o viés moralista e religioso que costuma impregnar as discussões sobre o assunto.
UMA FALSA PROIBIÇÃO – O projeto estabelece o Marco Regulatório dos Jogos no Brasil e propõe legalizar cassinos voltados para a atividade turística, jogo do bicho, bingos, videobingos, apostas on-line e em corridas de cavalos. Pela legislação atual, os jogos de azar são enquadrados como contravenção penal.
É preciso reconhecer que, em sete décadas de proibição, os jogos de azar nunca estiveram na prática proibidos. Só no papel. Apontadores do jogo de bicho recebem apostas às claras nas ruas do Rio de Janeiro, às vezes nas imediações de quartéis da Polícia Militar e de delegacias. Apostas on-line em sites hospedados noutros países são corriqueiras.
Máquinas caça-níqueis nunca deixaram de funcionar, enchendo os bolsos de gângsteres, como comprovam inúmeras apreensões feitas pela polícia. Todo mundo sabe que o jogo existe, mas finge-se que a lei é cumprida, e fica tudo por isso mesmo.
SEM ARRECADAÇÃO -Importante dizer que o Estado não arrecada 1 centavo. Estima-se que os jogos ilegais no Brasil movimentem mais de R$ 27 bilhões por ano, superando em 60% o montante dos legalizados (R$ 17,1 bilhões). Dados apresentados em audiências públicas na Câmara durante a discussão do projeto mostram que o país poderá arrecadar R$ 22 bilhões por ano em tributos e mais R$ 7 bilhões em outorgas de cassinos.
A legalização dos jogos, além de incentivar o turismo, ainda poderá gerar 200 mil novos empregos e formalizar outros 450 mil. Nos Estados Unidos, onde existem mais de mil cassinos — destino de muitos brasileiros —, a indústria gera 1,7 milhão de empregos.
O projeto aprovado na Câmara cria um imposto, o Cide-jogo, que recolherá 17% da receita bruta dos empresários. A ideia é que os recursos arrecadados sejam usados nas áreas de turismo, meio ambiente, cultura, segurança pública e desastres naturais.
SEM FINGIMENTO – É preferível legalizar os jogos e submetê-los ao controle do Estado do que fingir que eles não existem. O Ministério da Economia tem instrumentos e competência para regulamentar o setor e mantê-lo sob vigilância.
O projeto prevê a criação de uma agência reguladora, ligada a esse ministério, que teria entre suas missões coibir a lavagem de dinheiro, uma das preocupações sensatas dos que são contra a legalização.
Espera-se que o debate no Senado, para onde seguirá o projeto, ocorra em bases racionais, sem ceder aos lobbies da bancada religiosa. Os senadores precisam levar em conta que os jogos já estão aí de forma clandestina. Muitos ganham com isso. Só quem perde é o Estado.
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