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sexta-feira, abril 18, 2008

Lula cobra explicações do comandante da Amazônia

BELO HORIZONTE - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou ontem explicações do comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, que criticou a política indigenista do governo federal. Lula, chefe maior das Forças Armadas, fez a cobrança ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o comandante do Exército, general Enzo Peri, em encontro no Palácio do Planalto.
De acordo com o Ministério da Defesa, ficou acertado que Jobim e Peri conversarão com Heleno e depois voltarão a se reunir com o presidente. Ao participar na última quarta-feira de seminário no Clube Militar, no Rio de Janeiro, o general afirmou que a demarcação contínua de terras indígenas na região de fronteira é uma ameaça soberania nacional.
Nós estamos cada vez mais aumentando a extensão das terras indígenas na faixa de fronteira e caminhando numa direção que me preocupa. Pode não ser uma ameaça iminente, mas ela merece ser discutida e aprofundada", declarou Heleno. "Poderão representar um risco para a soberania nacional", completou.
Na palestra, o comandante militar da Amazônia negou que seja contrário demarcação de área contínua na reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, defendida pelo presidente Lula. Em nenhum momento eu contrariei a decisão do presidente da República. Ela está tomada e será cumprida por quem de direito.
Eu levantei o problema. E ele merece ser discutido e novamente está sendo estudado, disse ao se referir decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a retirada de não-índios, a maioria produtores rurais, da reserva.
Fonte: Tribuna da Imprensa

quinta-feira, abril 17, 2008

Senado aprova reajuste do mínimo e de aposentadorias

Os senadores aprovaram há pouco o Projeto de Lei Complementar 42/03, que regulamenta o reajuste do salário mínimo até 2023. O PLC prevê que o salário mínimo será reajustado anualmente sempre levando em conta a inflação e a variação do Produto Interno Bruto (PIB) do período. A matéria voltará para a Câmara.No entanto, uma emenda proposta pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que também foi aprovada pelos senadores, estende aos aposentados o mesmo sistema de reajuste pretendido para o salário mínimo.Esse ponto provocou impasse entre governistas e oposicionistas, uma vez que o impacto da emenda do petista será de R$ 3,5 bilhões em 2008. Paim minimizou o suposto impacto. "Apresentei também a PEC [Proposta de Emenda à Constituição] número 10 [de 2008], que garante o princípio de idade mínima para efeito de aposentadoria." Segundo o senador, sua emenda beneficiará oito milhões de aposentados e pensionistas.
Conforme antecipou o Congresso em Foco, os líderes governistas eram contrários a apreciação dessa matéria nesta noite.Os senadores também aprovaram o projeto de lei que acaba com o fator previdenciário, mecanismo de 40% aplicado no cálculo das aposentadorias dos servidores públicos por tempo de contribuição e por idade. Agora, a base de cálculo para a aposentadoria será as 80 maiores contribuições individuais de 1994 até 1º de março de 2008. "Esse projeto vai beneficiar 30 milhões de brasileiros", afirmou Paim. O fator, criado durante o governo Fernando Henrique Cardoso, baseia-se em quatro pontos: a alíquota de contribuição, a idade do trabalhador, o tempo de contribuição à Previdência Social e a expectativa de sobrevida do segurado.
"Daqui pra frente, com o fim do fator previdenciário, o trabalhador do regime geral da Previdência terá o mesmo princípio do servidor público, ou seja, as oitenta maiores contribuições de 1994 pra cá. Isso garante o princípio da integralidade", concluiu Paim, referindo-se à manutenção, para o aposentado, do valor integral referente à época em que ele pediu aposentadoria.
Dia importante
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), comemorou a aprovação do projeto de lei, mas disse ao Congresso em Foco que o desafio está apenas começando para os parlamentares. "A matéria traz o debate da questão da aposentadoria. Vamos ter de discutir o que substitui o fator previdenciário, porque o desafio da Previdência é muito grande." Para o peemedebista, no entanto, a noite de hoje serviu para dar novos ares ao Senado, que nos últimos dias foi palco de intensos confrontos, sobre questões diversas.
"[A aprovação da matéria] ajuda a destravar a pauta, vai para a Câmara, será discutida e provavelmente emendada, e voltará para o Senado. A gente dá um passo além no processo de discussão para melhorar o sistema previdenciário brasileiro", acredita Jucá. "Votamos matéria importantes que dizem respeito à sociedade brasileira, e reconstruímos as pontes de entendimento", avaliou, adiantando que, embora acredite que muitos embates ainda estejam a caminho entre governo e oposição, já há acordo para a votação de três medidas provisórias, na próxima quarta-feira (16).
A despeito das comemorações dos senadores pela aprovação da matéria, os aposentados ainda têm de esperar a boa vontade - leia-se desobstrução da pauta na Câmara - dos deputados: por lá, 11 medidas provisórias impedem a consecução dos trabalhos em plenário. (Rodolfo Torres e Fábio Góis)
Fonte: Congressoemfoco

Senador autuado preside comissão ambiental

Jayme Campos (DEM-MT) dirige comissão que vai apurar veracidade de alertas do desmatamento do Inpe e suposta violência de ações da PF

Um senador autuado por dano ao meio ambiente preside comissão que vai apurar o desmatamento na Amazônia. O possível conflito de interesses deve voltar as atenções de ambientalistas e parlamentares para os trabalhos da Comissão Externa de Riscos Ambientais do Senado.

O presidente do colegiado é Jayme Campos (DEM-MT), grande proprietário de terras que já foi autuado por ato danoso ao meio ambiente em Mato Grosso. Hoje (17), a comissão realiza a sua primeira investigação in loco, em municípios do Pará.

O senador José Nery (Psol-PA) acredita que há conflito de interesse. “Seria mais conveniente que ele não presidisse a comissão externa. Essa situação pode significar uma solidariedade com as madeireiras ilegais e demais envolvimentos em desmatamentos”, argumenta.

Campos, no entanto, parece tranqüilo à frente da comissão que investiga as áreas desmatadas. Mesmo diante do fato de ter sido autuado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o parlamentar afirma que não há nada de errado em suas terras. “Já entrei com recurso. Auto de infração não quer dizer que cometi um crime. Vou continuar recorrendo”, afirma o senador do DEM.

O auto de infração, disponível para consulta pública no site do Ibama, na seção de áreas embargadas, é datado de julho de 2007. Dono de uma fazenda de 1.205 hectares, o senador responde por multa no valor de R$ 3.615.060 por desmatamento de floresta nativa ao longo dos cursos d’água e áreas de nascente – áreas de preservação permanente (APPs) – na fazenda Santa Amália, em Alta Floresta (MT), no norte do Mato Grosso.

Investigações in loco

Membros da Subcomissão Temporária para acompanhar a Crise Ambiental na Amazônia e da Comissão Temporária Externa de Risco Ambiental já estão no Pará, onde ficam até sexta-feira (18). As visitas às cidades de Tailândia, nordeste paraense, Paragominas, no sudeste, e Breves, na Ilha do Marajó, serão para averiguar dados referentes ao desmatamento e estreitar os discursos a respeito da devastação na área.

Segundo o senador Jayme Campos, a comissão externa quer verificar se os dados publicados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) – em que foram avaliados o desmatamento grave em 36 municípios de Rondônia, Pará e Mato Grosso – são realmente verídicos. O senador afirma que os dados divergem de informações divulgadas pelas regiões. “No estado do Mato Grosso, por exemplo, o Inpe divulga que 66% das propriedades têm áreas desmatadas, enquanto dados do governo local mostram apenas 12,6%”, constata.

Mesmo com proposta de verificar dados, a comitiva – composta pelo presidente da Subcomissão, Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Renato Casagrande (PSB-ES), Expedito Júnior (PR-RO), Gilberto Goellner (DEM-MT), Sibá Machado (PT-AC), Leomar Quintanilha (PMDB-TO) e o próprio Jayme Campos – partiu sem assessoria de técnicos para dar apoio às investigações. Segundo assessores de Flexa Ribeiro, o grupo será amparado por técnicos do Instituto de Pesquisa da Amazônia (Imazon), instalado no Pará.

Na opinião do senador Nery, para ir ao Pará verificar divergências nos dados do Inpe, seria preciso, em primeiro lugar, a companhia de um corpo técnico especializado. Ele acredita que os dados do Inpe foram contestados aleatoriamente. “Prefiro acreditar no Inpe, do que em informações de setores que, historicamente, privilegiam esses tipos de atividades que resultam em crimes ambientais”, diz.

Para o senador Sibá Machado, vice-presidente da subcomissão, os membros de ambas as comissões querem avaliar o interesse dos que se sentem prejudicados diante da “endurecida” do Ibama e da Polícia Federal nas punições de crimes ambientais.

Sibá preferiu não se posicionar sobre o fato de o senador Jayme Campos presidir uma comissão ambiental, mesmo respondendo por auto de infração por ato contra o meio ambiente. “Para falar de um membro da comissão, não me disponho. Mas vou acompanhar atento os trabalhos”, prometeu.

Operação “agressiva”

Outro objetivo da Comissão Externa de Riscos Ambientais é averiguar as ações da Operação Arco de Fogo, deflagrada pela Polícia Federal, em parceria com o Ibama. A Operação, que atua nos estados de Pará, Rondônia e Mato Grosso, já congrega números consideráveis. De acordo com dados do Ibama, até o momento, foram apreendidos mais de 23 mil metros cúbicos de madeira, aplicadas mais de 230 multas, totalizando valor de mais de R$ 40 milhões. A PF já instaurou 23 inquéritos policiais e 77 termos circunstanciados (TCO), além de fazer 19 prisões em flagrante.

Na última reunião da comissão externa, na terça-feira (15), o senador Jayme Campos qualificou a operação como “agressiva e violenta”. Para o senador, os governos estaduais não foram consultados, o que leva a desacordos na maneira como vem sendo feita a operação. “É um verdadeiro terrorismo”, afirma.

A Polícia Federal defende que a operação tem sido feita dentro dos padrões previstos e que não há indícios de violência. “Em nenhuma localidade por onde passamos, tivemos notícias de embates violentos. O que há são manifestações de madeireiros”, afirma o agente da PF, Herman Gomes de Almeida.

O senador Nery elogia a operação. Para o parlamentar, quando o Estado decide realizar uma ação mais contundente para punir crimes ambientais, há sempre protestos. “A Operação Arco de Fogo não só deve ser mantida como também ampliada, para que todas as rodovias por onde passem caminhões com madeira ilegal sejam fiscalizadas”, diz.

Números da Operação Arco de Fogo

Alta Floresta (MT)
- 16 empresas autuadas
- 25 multas, no valor de R$ 737 mil
- 1.200l m³ de madeira em tora e serrada

Tailândia (PA) (encerrada)
- 105 multas, no valor total de R$ 25,6 milhões
- 23.300 m³ de madeira em tora e serrada apreendida
- 46 empresas e áreas particulares embargadas (na área rural foram 6,3 mil hectares)

Paragominas (PA) (apenas uma semana de atuação)
- 16 multas, no valor de R$ 4,88 milhões
- 5 empresas autuadas
- 3.300 m³ de madeira em tora e serrada
- 3 serrarias lacradas, por não apresentarem licença para funcionar

Machadinho D’Oeste (RO)
- 72 multas, no valor de 8,5 milhões
- 32 empresas autuadas
- 5 empresas lacradas por atuarem na ilegalidade

Sinop (MT)
- 28 multas aplicadas, no valor de R$ 2,6 milhões
- 12 empresas autuadas e três pessoas físicas
- 924,5 m³ de madeira em tora e serrada
Fonte: congressoemfoco

Em depoimento à polícia, mãe de Isabella disse suspeitar de pai e madrasta

Plínio Delphino, Diário de S. Paulo, O Globo Online, TV Globo

SÃO PAULO - No depoimento que prestou à polícia quatro dias depois do assassinato de sua filha, Isabella Nardoni, de 5 anos, a bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira, de 23 anos, disse suspeitar do envolvimento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina, no crime. No depoimento, ela descreve acessos de fúria do ex-namorado e cenas de desequilíbrio emocional de Anna Carolina Jatobá. Cita um episódio em que o filho mais velho do casal, Pietro, hoje com 3 anos, é jogado ao chão pelo pai. O depoimento à delegada Renata Pontes, assistente do 9º distrito policial, no Carandiru, termina assim: "Na sua concepção, acredita que Alexandre e Anna Carolina possam estar de alguma forma diretamente envolvidos no que aconteceu". ( Veja a íntegra do depoimento )
A mãe de Isabella disse que a filha, em várias vezes em que voltava de visita à casa do pai, apresentava pequenas manchas roxas no corpo. Segundo a menina, os ferimentos resultavam de mordidas e beliscões desferidos pelo meio-irmão Pietro. Uma das agressões do meio-irmão contra Isabella deixou Alexandre furioso: ele teria erguido o menino a certa altura e o soltou no ar, deixando que ele caísse no chão. A mãe de Isabella disse que o episódio lhe foi narrado pela mãe de Alexandre.
Ana Carolina de Oliveira recorda uma festa em que Alexandre se descontrolou depois de uma brincadeira de um parente dela. Ofendido, Alexandre saiu da festa e voltou transtornado, sem camisa e chamando todas as pessoas para brigar.
A bancária contou que, numa das vezes em que Isabella foi visitar o pai, ela telefonou para falar com a filha e foi atendida por Alexandre. Depois soube, pela mãe dele, que Anna Jatobá, com muito ciúme, ficou alterada. Jogou Pietro - à época bebê - na cama. Em seguida, investiu contra Alexandre, agredindo fisicamente o marido.
Ana Carolina disse que no dia do crime recebeu uma ligação às 23h55m da madrasta por celular dizendo que Isabella havia caído. Disse que foi rapidamente para o local e chegando lá viu que o coração de Isabella ainda batia. Disse que Alexandre gritava que tinha um ladrão lá dentro. A madrasta, segundo Ana Carolina, gritava e dizia palavrões. "No velório, um único contato que teve com Anna Carolina, recebeu dela um abraço inexpressivo, acompanhando da seguinte frase: ´você nem ligou para a menina no sábado´, percebendo a declarante uma frieza incomum e que Alexandre, do momento da chegada no velório até o final do enterro de Isabella, não lhe dirigiu qualquer palavra", disse a mãe à polícia.
O advogado Marco Polo Levorin, que defende Alexandre e Anna Jatobá, minimizou as declarações da mãe da menina.
- A mãe não acusa Alexandre nem Anna. Se fosse acusação, ela teria dito de forma direta. Fosse ele (Alexandre) um pai agressivo, a mãe não deixaria Isabella ir para lá. Isso é desmentido pela própria Isabella, que era louca por ele - disse Levorin.
Pai e madrasta depõem na sexta
O pai e a madrasta da menina Isabella, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, vão prestar depoimento no 9º Distrito Policial do Carandiru, zona norte de São Paulo, na próxima sexta-feira, dia 18, mesmo dia em que a menina completaria 6 anos de idade. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, eles já foram informados da convocação, mas ainda não confirmaram o horário. Há a expectativa de que Alexandre também seja ouvido frente a frente com a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, no sábado.
O pai de Alexandre, o advogado Antônio Nardoni, também foi intimado, assim como a irmã de Alexandre, Cristiane Nardoni, de quem a polícia pediu a quebra do sigilo telefônico. A secretaria de Segurança Pública não informou se haverá esquema de segurança para o casal. Na noite desta sexta, duas viaturas policiais estacionaram em frente à casa da família Nardoni, que está se sentindo constrangida com a presença de curiosos no local.
O advogado de defesa do casal, Ricardo Martins, disse que ainda não tem informações se Alexandre e Anna Carolina serão indiciados. Os advogados de defesa estiveram nesta quarta-feira no Fórum Santana para conversar com o promotor responsável pelo caso, Francisco Cembranelli. Eles foram pedir a produção de novas provas e afirmam que têm como comprovar que o sobrado vizinho ao prédio onde Isabella foi morta foi arrombado. Eles questionam a segurança do edifício London e dizem que a grande quantidade de pessoas interessadas nos imóveis teria prejudicado a segurança.
Duas testemunhas indicadas por eles depuseram nesta quarta. Segundo os advogados, o depoimento delas comprova a vulnerabilidade do prédio, o que não descartaria a entrada de uma terceira pessoa no apartamento.
Na manhã desta quarta-feira, Alexandre e Anna Carolina foram até a casa dos pais dela, em Guarulhos. Entraram no prédio no banco de trás do carro do pai de Alexandre, Antonio Nardoni, acompanhados por uma criança.
Pai e madrasta combinaram depoimento
A coincidência do primeiro depoimento de Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Jatobá, 24, sobre o que aconteceu depois da chegada ao edifício London até a morte de Isabella de Oliveira Nardoni, 5, atirada pelo sexto andar do apartamento do pai, levou a polícia a concluir que os dois combinaram o que diriam à polícia . Para os investigadores, o casal matou a menina. (leia os depoimentos de Anna Carolina e de Alexandre Nardoni ). Madrasta asfixiou, pai jogou pela janela, diz polícia
A polícia de São Paulo diz ter concluído: Isabella teria sido agredida e asfixiada pela madrasta, antes de ser jogada do 6º andar pelo pai. Com base em informações preliminares da perícia do Instituto de Criminalística (IC) e pelo Instituto Médico-Legal (IML), policiais que investigam o crime descartaram totalmente a tese de que uma terceira pessoa esteve no apartamento naquela noite.
Na roupa de Nardoni foram achados fiapos da rede de proteção da tela por onde a menina foi jogada. A rede foi cortada inicialmente com uma faca, depois com uma tesoura.
Numa calça de Anna Carolina, que não chegou perto da menina no térreo do prédio, foi achada marca de sangue .
Outros dois fatos reforçam a convicção dos policiais: a pegada no lençol de uma cama do quarto de onde Isabella foi jogada é compatível com um calçado encontrado no apartamento, e fiapos da rede de proteção da janela foram encontrados na roupa que Alexandre usava , segundo revelações extra-oficiais do laudo.
O Ministério Público é mais cauteloso quanto a responsabilizar o casal pela morte. Segundo o promotor Francisco Cembranelli, não havia, até a noite de terça-feira, documento novo que endossasse o pedido de prisão preventiva de Alexandre e Anna Carolina.
- Só podemos pedir a prisão preventiva se houver oferecimento de denúncia, e isso só acontece se tivermos convicção para isso - ponderou. Testemunhas confirmam briga e contradições
Duas testemunhas consideradas chave pela polícia para esclarecer o que aconteceu no apartamento de Nardoni e Anna Carolina falaram ao Jornal Nacional.
A advogada Ana Ferrari e o marido Walter Rodrigues já estavam deitados, se preparando para dormir depois de um sábado de passeio com as filhas. O casal conta que jamais imaginou que logo ali, tão perto, uma tragédia estivesse prestes a acontecer. Além de chamar a atenção a proximidade do quarto do casal com o de Alexandre e Anna Carolina, há também o silêncio na região, totalmente residencial, que faz qualquer barulho ser percebido.
Na noite do assassinato de Isabella, o casal ouviu uma violenta discussão que vinha de outra janela, quase em frente: o quarto de Nardoni e Anna Carolina. Depois da discussão, as testemunhas disseram que ouviram gritos vindo de baixo, do térreo do residencial London.
- Nessas discussões aparecia uma pessoa, da voz feminina, principalmente. A voz masculina pouco se ouvia, praticamente nada. Mas a voz feminina que ficou muito marcada devido às palavras de baixo calão que pronunciava. Eram muitos palavrões. Não era uma briga típica de um casal, era uma briga de desespero -disse a advogada.
- O que me chamou a atenção foi depois, quando a pessoa virou e falou assim: jogaram a Isabella do sexto andar. Assim que aconteceu isso a minha primeira reação foi levantar, pular da cama e puxar a janela. Conforme eu puxei a janela eu já vi de frente para mim a moça que ficamos sabendo que era a madrasta. Ela gritava muito, falando os mesmos palavrões que nós havíamos escutados no interior do apartamento - disse a advogada. (Clique e saiba o que mais o casal viu naquele dia)
Madrasta teve depressão pós-parto
Anna Carolina Jatobá teve depressão pós-parto após o nascimento do segundo filho, de 11 meses, e pode não ter tomado os medicamentos receitados pelo médico. Uma moradora do edifício London, que também tem um filho pequeno, afirmou que conversou com Anna Carolina e ela contou que teve um filho seguido do outro e que sofreu de depressão pós-parto. E m seu depoimento, Alexandre Nardoni afirmou que tinha uma receita médica em casa, de dois remédios prescritos para a mulher. Segundo ele, a família só comprou um dos remédios, um calmante. Ele disse ainda que a mulher não conseguia dormir à noite, por causa do choro do filho menor. Anna Carolina confirmou que comprou o remédio, mas diz que nem chegou a tomar o medicamento.
Novo habeas corpus
Um segundo pedido de habeas corpus a favor do casal deu entrada no Tribunal de Justiça de São Paulo nesta segunda-feira. O TJ confirmou a entrada, mas não deu detalhes do conteúdo. Há informações de que o pedido seria um habeas corpus contra um possível pedido de prisão preventiva. O primeiro habeas corpus concedido pelo TJ foi para prisão temporária. Ao libertar o casal, o desembargador Canguçu de Almeida, de 68 anos, argumentou que não havia até aquele momento provas contra o casal e que "prisão é um mal a ser evitado a qualquer custo ". Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, ele afirmou, porém, que fatos novos que surgirem na investigação podem "justificar nova prisão".
Na calça jeans de Anna Carolina foram achados vestígios de sangue , apesar de ter sido lavada. A blusa que ela usava no dia do crime também foi lavada, o que, segundo o Instituto de Criminalística, prejudica a investigação . O que disse o pai
Segundo Alexandre Nardoni, alguém entrou em seu apartamento e jogou sua filha para baixo. Ele não havia mencionado marcas de sangue dentro do apartamento em seu depoimento inicial, como revelou o promotor e o juiz em sua argumentação para o fim do sigilo. Nardoni diz que, quando chegou ao apartamento, as três crianças dormiam - além de Isabella, ele tem mais dois filhos, de 3 anos e de 11 meses, estes filhos de Anna Carolina Jatobá. Levou primeiro Isabella no colo até o apartamento e a colocou para dormir, deixando a luz do abajur acesa. Trancou a porta e voltou ao carro para ajudar Anna Carolina a subir com as outras duas crianças. Ao retornar, viu que Isabella não estava mais na cama e que havia sido atirada pela janela.
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Fonte: Extra Online

Roberto Cabrini diz que foi vítima de 'armação'

Gio Mendes, Diário de S.Paulo, Jornal Nacional
SÃO PAULO - O jornalista Roberto Cabrini, da Rede Record de Televisão, afirmou que foi vítima de uma 'armação' nesta terça-feira, quando foi detido no Jardim Ângela, na zona sul de São Paulo, com pelo menos nove papelotes de cocaína. Em uma carta escrita à mão, Cabrini diz ter ido ao Jardim Ângela, um dos bairros mais violentos de São Paulo, para pegar três DVDs que seriam entregues por fontes ligadas à facção criminosa que comandou ataques terroristas a São Paulo em 2006. Naquele ano, durante os ataques, Cabrini levou ao ar uma entrevista que teria sido gravada com Marcos Herbas Camacho, o Marcola, chefe do bando, que estava dentro do presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. A Secretaria de Administração Penitenciária afirmou que a entrevista havia sido uma farsa.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, policiais que investigavam uma denúncia de tráfico de drogas na periferia da zona sul suspeitaram do carro em que estava o jornalista. Cabrini foi abordado quando parou no estacionamento de uma padaria. Exames feitos no Instituto Médico-Legal (IML) confirmaram que os papelotes tinham mesmo cocaína. A mulher que estava com Cabrini carregava um pen-drive, um dispositivo de memória de computador que continha imagens comprometedoras do repórter. Segundo a polícia, o jornalista não quis ver as imagens na delegacia, nem se pronunciar sobre elas. Por negar ser usuário de cocaína, Cabrini foi autuado em flagrante por tráfico de drogas. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo declarou, em nota, que acredita na inocência do repórter e que a detenção dele foi um equívoco.
- Hoje (ontem) uma fonte marcou um encontro na zona sul de São Paulo para a entrega de três DVDs. Após um contato telefônico, a fonte me levou ao local onde seriam entregues os DVDs, já prometidos há muito tempo. Ao invés de receber as fitas, houve sim uma abordagem policial. Estou sendo vítima de uma armação - disse o jornalista em nota.
Nesta terça, após a divulgação da prisão de Cabrini, a assessoria de imprensa da Record informou que ele estava fazendo uma reportagem investigativa quando foi detido. A Record também divulgou nota afirmando que colocou o departamento jurídico da emissora para acompanhar o caso e prestar assessoria ao jornalista. De acordo com a polícia, Cabrini estava acompanhado de sua equipe de reportagem. No momento da abordagem, o jornalista se enfureceu e foi algemado pelos policiais.
A prisão foi realizada pela Polícia Civil. O jornalista foi levado para o 100º Distrito Policial (Jardim Herculano) e, depois, transferido para o 13º DP (Casa Verde), na zona norte.
No momento em que estava na delegacia do Jardim Herculano, Cabrini se desculpou ao atender o telefone:
- Estou no meio de uma reunião. Não dá para falar agora - disse.
Pouco após as 21h, três representantes da TV Record chegaram ao 100º DP para tomar pé da situação. Enquanto isso, Cabrini estava a portas fechadas com o delegado titular Ulisses Augusto Pascolate. As duas pessoas da equipe do jornalista foram liberadas pela polícia às 23 horas. Representantes da 6ª Delegacia Seccional (Santo Amaro) também acompanhavam o caso.
Fonte: Extra Online

Prefeito tem que devolver R$513 mil

O Tribunal de Contas dos Municípios determinou ao prefeito Antônio Gilberto de Souza, de Sobradinho, a devolução aos cofres públicos de R$513.875,63, a serem recolhidos no prazo máximo de 30 dias. O prefeito, que retornou ao cargo esta semana, depois de ter sido preso, semana passada, pela Polícia Federal, na Operação Pasárgada, alegou inexigibilidade de licitação para a contratação de um advogado, “com o fim de propor as competentes ações judiciais nos termos dos instrumentos de mandato e especificamente atual contra a autarquia do INSS, por R$433.699,88, com pagamento dividido em três parcelas, sendo as duas primeiras equivalentes a 33% do valor total contratado e a última com o percentual de 34%”.
Notando irregularidades na contratação, técnicos do TCM lavraram Termo de Ocorrência para sua apuração, concluindo não ter havido justificativa para sua realização, muito menos para a inexigibilidade de licitação. Além disso, o preço é considerado elevado para a realidade do município, o que contraria os princípios constitucionais da razoabilidade e da moralidade. No decorrer da instrução processual, o TCM verificou que o valor efetivamente despendido ascendeu ao expressivo montante de R$473.699,99.
Convocado pelo TCM para prestar esclarecimentos sobre a contratação, o prefeito de Sobradinho não apresentou defesa, caracterizando a revelia. Quanto ao mérito da questão, a assessoria jurídica do TCM concluiu que houve ausência do currículo do contratado que justificasse a sua escolha por notória especialização para prestação dos serviços e ausência de documentos, entre outras irregularidades.
A Operação Pasárgada, deflagrada na Bahia, em Minas Gerais e no Distrito Federal, prendeu na semana passada mais de 51 pessoas acusadas de envolvimento com um esquema de liberação irregular de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para cidades em débito com o INSS
Fonte: Correio da Bahia

Entregando o ouro ao bandido

Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Por mais absurdo que seja, os tucanos estão em revoada nacional para entregar o ouro ao bandido. Tinham, e não têm mais, a vitória provável nas eleições de 2010, tanto para presidente da República quanto para boa parte dos governos estaduais e, também, para o Congresso. Apesar da popularidade do presidente Lula, o PSDB deitava e rolava no profundo desgaste do PT.
Da candidatura de José Serra, com Aécio Neves no banco, para a presidência da República, sem falar nas eleições para as prefeituras das capitais e principais cidades do País, agora em outubro, o Alto Tucanato começou o ano seguindo a rígida estratégia do bom senso como rota para o sucesso.
O problema é que a esquadrilha embolou nas nuvens. O que mais se vê são penas caindo lá de cima. Alguns bicos quebrados, também. Precisam abrir o olho, os tucanos, porque até a proposta do terceiro mandato para o presidente Lula nasceu da certeza de que subiriam outra vez a rampa do Palácio do Planalto.
Senão a arrogância, ao menos a presunção, começa a dar o dito pelo não dito, ou o eleito pelo não eleito. A certeza da vitória futura acendeu ambições variadas. Tome-se São Paulo. Nada mais imprescindível do que o PSDB fazer o prefeito, mas hoje já perde nas pesquisas, ironicamente para Marta Suplicy, do PT.
O governador insiste em apoiar o aliado Gilberto Kassab, do DEM, sedimentando alianças futuras, mas o problema é que o partido dispunha de um nome capaz de manter a unidade e vencer com facilidade, o ex-governador Geraldo Alckmin. Com a equação inconclusa, o primeiro efeito foi a queda nas pesquisas.
Em Belo Horizonte, a mesma coisa. Aécio Neves imaginou uma aliança com o PT e com o PSB capaz de compensar a vantagem de José Serra para presidente, mas misturou de tal maneira as bolas que ninguém mais se entende. Fazer do atual prefeito Fernando Pimentel, do PT, o próximo governador de Minas seria passaporte para obter o apoio do presidente Lula e dos companheiros para sua candidatura à presidência da República? Mas como fuçaria o PSDB, ainda mais com ambos, Aécio e Pimentel, respaldando o socialista desconhecido, Márcio Lacerda, para prefeito da capital mineira. O resultado é que as direções nacionais do PT e do PSDB desautorizam essa estranha armação.
Na mais recente consulta ao eleitorado José Serra caiu e Aécio Neves não subiu. A sorte deles é que o PT continua sem um nome capaz de chegar ao segundo turno. De duas, uma: ficará muito mais fácil aos companheiros convencerem o Lula da conveniência do terceiro mandato ou, como alternativa, o presidente da República elegerá até um poste...
Em greve, falam pelo governo?
Vem a público o advogado-geral José Antônio Dias Toffoli para dizer que quem fala em nome do governo é a Advocacia Geral da União. Seria possível debitar a presunção à juventude do funcionário, lembrando que quem fala em nome do governo é o seu chefe, no caso, o presidente Lula.
O que não se encaixa no bom senso é o fato que o Dr. Toffoli imaginou passar um pito nos generais do Exército favoráveis à revisão do decreto que premiou seis mil índios com uma reserva contínua do tamanho do Estado de Sergipe, na região Raposa-Serra do Sul, em Roraima. Porque se alguém entende de segurança nacional, são os generais. Ainda mais porque a reserva faz fronteira com a Venezuela e a Guiana e se encontra plena de ONGs internacionais e fajutas tramando para transformar em nação independente o território posto à disposição de umas tantas tribos de índios brasileiros.
Mas tem mais. O Supremo Tribunal Federal agiu com presteza sustando a ação da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança, prestes a invadir e expulsar da região milhares de agricultores há décadas empenhados na produção de arroz. Se o governo errou, no passado remoto, ao demarcar uma reserva contínua, sempre haverá tempo para rever a decisão e criar ilhas de produção agrícola entre as tabas e as ocas. Acresce, nessa história, que a AGU não pode falar por ninguém, nem por ela mesma. Desde janeiro que seus advogados estão em greve...
Correção parcial, mas eficaz
O presidente Lula marcou um gol, e não foi com a mão, apesar de feito com a caneta. Assinou decreto proibindo a celebração de convênios e contratos do governo com ONGs que tenham como seus dirigentes autoridades do Legislativo, Executivo e Judiciário, além de seus parentes até segundo grau. Mais: as ONGs não podem estar ligadas a servidores públicos.
Trata-se de um grande avanço, porque cada ano o governo libera mais de dois bilhões de reais para sustentar as mais variadas ONGs, em número de 8 mil, espalhadas pelo País. Boa parte delas foi criada por amigos dos donos do poder, até companheiros, para prestar estranhos serviços à sociedade. E com uma vantagem: sem necessitar justificar seus gastos, sequer junto ao Tribunal de Contas da União. Tratava-se de uma verdadeira farra isenta de licitações e de fiscalização.
Agora, pelo menos, fica mais difícil, mas o presidente Lula deveria ir mais além e exercitar a semântica em sua verdadeira acepção: se as organizações intitulam-se não governamentais, que vão buscar recursos na iniciativa privada, parando de mamar nas tetas do tesouro nacional...
Fonte: Tribuna da Imprensa

Acordo afasta convocação de Dilma

CPI dos Cartões Corporativos também rejeita acesso a informações sigilosas de Lula e FHC
BRASÍLIA - Um dia depois do acordo entre governo e oposição, a CPI Mista dos Cartões Corporativos aprovou ontem requerimentos, todos considerados "perfumaria" por não aprofundarem as investigações, e rejeitou outros seis, entre eles a convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o envio dos gastos com cartões feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
As informações sigilosas sobre gastos da Presidência da República em poder do Tribunal de Contas da União (TCU) são os únicos documentos importantes aos quais os parlamentares da CPI terão acesso. Mesmo com tão pouco material, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), anunciou que apresenta seu relatório final no dia 25 de maio. A CPI está prevista para funcionar até 8 de junho. Tanto aliados quanto oposicionistas resistem a prorrogar os trabalhos da CPI por este ser um ano eleitoral.
Os gastos da Presidência da República em poder do TCU representam pouco mais de 2% de toda a documentação com as despesas secretas do Palácio do Planalto. E apesar do acordo, governo e oposição não conseguiam se entender até o início da noite de quarta-feira como será a consulta à papelada.
Enquanto a presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), defendia o acesso de todos os parlamentares da comissão de inquérito aos documentos do TCU, a base aliada quer restringir ao máximo o número de deputados e senadores que poderão manusear as prestações de contas da Presidência. Os governistas alegaram que o acordo firmado terça-feira previa a criação de uma comissão formada por um pequeno grupo de deputados e senadores para ir ao Tribunal e olhar in loco os documentos.
"Só concordamos com uma comissão de parlamentares para ir ao TCU. O acordo está desfeito, tudo o que extrapolar", afirmou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Ele e Marisa Serrano bateram boca sobre os documentos sigilosos e a votação de requerimentos que, segundo os governistas, não estavam no acordo fechado. "Para mim qualquer deputado, qualquer senador tem direito de ir olhar os documentos", reagiu a senadora.
O clima tenso na reunião de ontem da CPI dos Cartões Corporativos foi fruto do acordão fechado terça-feira que desagradou tanto aliados quanto oposicionistas. O PT do Senado desaprovou o acordo fechado com o aval dos petistas da Câmara e de deputados da base aliada. Na avaliação dos senadores, o governo tem maioria folgada e, por isso, não precisa fazer concessões à oposição.
Já parte da oposição ficou irritada com a suspeita de que fez acordo para não aprofundar as investigações e poupar ex-integrantes do governo de FHC. "Não faremos parte de qualquer tipo de acordo para evitar a convocação de quem quer que seja ou para evitar investigação", afirmou o líder do DEM na Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA). "Os membros da CPI estão preocupados com o noticiário que acentuou a palavra acordo. Vamos baixar a poeira e retomar o espírito da CPI", contemporizou o relator da comissão, Luiz Sérgio (PT-RJ).
Com maioria folgada na CPI Mista, o governo derrubou facilmente todos os requerimentos da oposição. A convocação de Dilma Rousseff foi rejeitada por 10 votos a quatro, enquanto o requerimento que pedia o envio dos gastos com cartões do presidente Lula e do ex-presidente FHC caiu por 11 votos a cinco.
O governo passou um susto apenas na votação de requerimento do senador Marconi Perillo (PSDB-GO), que pedia a realização de auditorias pelo TCU em ministérios que foram alvo de denúncias de irregularidades com o uso do cartão e no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Irritado com a falta de apoio do governo a seu requerimento que pedia o envio dos gastos com cartões da Petrobras, o deputado Manato (PDT-ES) votou com a oposição. Mesmo assim, o governo ganhou por um voto de diferença e derrubou a proposta por oito votos a sete.
A lista de rejeições
1. Convocação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff
2. Pedido para que o TCU realize inspeções e auditorias nas pastas do Esporte, Cidades, Igualdade Racial, Pesca e no Gabinete de Segurança Institucional
3. Requisição de cópia dos documentos apresentados ao TCU, entre 2001 e 2007, que comprovaram despesas de caráter sigiloso feitas com cartões
4. Requisição à Presidência da República dos dados e de acesso ao Sistema de Controle de Suprimento de Fundos (Suprim)
5. Requisição à Petrobras de gastos feitos com cartões na estatal
6. Pedido de acesso a dados de despesas com cartão e contas tipo B do presidente Lula, do ex-presidente Fernando Henrique e de suas respectivas famílias
Fonte: Tribuna da Imprensa

Projeto eleva teto salarial para juízes

BRASÍLIA - A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou um projeto que, na prática, aumenta o teto salarial, hoje de R$ 24.500, para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de tribunais superiores, desembargadores, juízes e integrantes do Ministério Público. A proposta permite que os juízes e promotores recebam adicionais por tempo de serviço e verbas indenizatórias acima desse limite atual, equivalente ao salário de ministro do STF.
A proposta de emenda constitucional, de autoria do deputado Régis Oliveira (PSC-SP), permite a inclusão de adicionais por tempo de serviço de até 35% do valor do salário, o que pode significar um aumento para até R$ 33.075. Oliveira argumenta que a possibilidade de recebimento de adicionais vai ser um atrativo para manter juízes na carreira.
"Queremos manter nos quadros os bons profissionais", afirmou o deputado, que é desembargador aposentado. A possibilidade de recebimentos dos adicionais fora do limite atual também é estendida aos inativos e pensionistas no projeto de Oliveira. "É claro que há corporativismo, mas o objetivo é nobre. A magistratura está perdendo grandes pessoas que vão embora porque não têm atrativo para ficar", disse o deputado.
Na lei que fixou o teto e na decisão do Conselho Nacional de Justiça, os adicionais por tempo de serviço e as verbas indenizatórias já estão dentro do subsídio pago às carreiras da magistratura e do Ministério Público. Oliveira argumenta que a fixação do salário em uma parcela única provocou um desequilíbrio nessas carreiras. "Há uma estratificação funcional em níveis hierárquicos e o acesso a esses níveis está umbilicalmente vinculado ao tempo de permanência nas carreiras", argumentou.
A proposta de emenda constitucional terá de passar ainda por uma comissão especial e depois pelo plenário para seguir ao Senado. Precisa ser aprovada por 3/5 dos parlamentares para entrar em vigor.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Verba de gabinete vai a R$ 60 mil por mês

Gastos da Câmara com pagamento de assessores subirá de R$ 417 milhões para R$ 492 milhões por ano
BRASÍLIA - A verba de gabinete dos deputados passará de R$ 50.815,62 para R$ 60.000,00 mensais, o equivalente a 144 salários mínimos. O aumento de 18,1% foi anunciado ontem pelo presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). O dinheiro vai beneficiar 9.100 assessores e pode ser usado livremente por cada um dos 513 deputados para contratar no mínimo 5 e, no máximo, 25 secretários parlamentares, com salário variando de R$ 415,00 a R$ 8,2 mil mensais.
O custo estimado dos assessores passará de R$ 417 milhões para R$ 492 milhões anuais, um acréscimo de R$ 75 milhões nas despesas da Câmara, sem contar outros benefícios recebidos, como hora extra e vale refeição. Segundo Chinaglia, o orçamento da Câmara teria recursos suficientes para esse aumento, mas os técnicos do governo questionam a falta de previsão específica na lei orçamentária. "Gordura o orçamento do Legislativo sempre tem, mas isso não garante a legalidade", disse um assessor da equipe econômica.
Ao contrário de outros temas polêmicos da Câmara, o reajuste da verba de gabinete foi aprovado consensualmente pela Mesa Diretora da Casa e foi comemorado silenciosamente por quase todos os parlamentares, da situação e da oposição.
A única voz destoante foi ecoada pelo PSOL. "Entendemos que o reajuste é casuísta e inoportuno, na medida em que fere a própria lei eleitoral, que veda o agente público de reajustar salários de servidor a menos de 180 dias da eleição", disse o deputado Chico Alencar (RJ). "Cada vez mais o Parlamento brasileiro se afasta de sua tarefa de representar dignamente a população brasileira", completou a líder da sigla, Luciana Genro (RS).
Nos bastidores, o comentário é que o reajuste teria saído por pressão do "baixo clero" e do deputado Ciro Nogueira (PP-PI), que é integrante da Mesa Diretora e deve concorrer à presidência da Câmara em substituição a Chinaglia, no próximo ano.
Na semana passada, Chinaglia chegou a dizer que encomendaria um estudo à diretoria da Casa para comparar os aumentos salariais concedidos pelo Executivo e pelo Judiciário antes de decidir sobre o aumento. Na prática, entretanto, nenhum estudo foi feito, mas apenas o anúncio de um valor "redondo" de R$ 60.000, que representa um aumento de 18,1%. Isso equivale à variação do IGP-M (15,13%) desde fevereiro de 2005, quando houve o último aumento, mais um ganho real de 2,94%.
Se for comparado com outros índices de inflação, entretanto, o ganho real é maior do que o anunciado. Neste ano, os servidores de carreira da Câmara, que entram por meio de concurso público, também tiveram um reajuste de 26% em conseqüência do aumento salarial concedido aos deputados no ano passado. São cerca de 1.100 servidores dos chamados Cargos de Natureza Especial (CNEs). Nesse caso, não é permitida a contratação de parentes de parlamentares.
Além da verba de gabinete, os parlamentares recebem pessoalmente um subsídio de R$ 16 mil e uma verba indenizatória de R$ 15 mil, que deve ser utilizada para despesas do gabinete. No total, a folha de pessoal da Câmara custa R$ 2,6 bilhões anuais. Em média, cada funcionário (concursado ou assessor) do Legislativo federal custa R$ 11 mil mensais. Entre 2002 e 2007, a despesa média por pessoa cresceu 62,2%, enquanto a inflação não passou de 40%.
No Executivo, no mesmo período, o aumento médio de salário ficou em 46,1%. Ou seja, ao contrário Chinaglia pretendia mostrar, os gastos no Legislativo - tanto na Câmara quanto no Senado - crescem acima do Executivo.
Os salários dos assessores nem são os maiores, pois estão limitados a R$ 8.100. O piso da carreira de analista legislativo, por exemplo, é de R$ 9,1 mil. Ou seja, é o menor salário que alguém ganha quando começa a trabalhar na Câmara. Em muitos casos, os rendimentos superam os R$ 20 mil. No Senado, a situação salarial é ainda mais atrativa - em média, os salários dos servidores e assessores são 20% maior.
Fonte: Tribuna da Imprensa

quarta-feira, abril 16, 2008

"Espetáculo"

"Algemas e Segredo de Justiça. Dada a sanha de vingança e por fazer justiça com as próprias mãos, o chamado caso Isabella tem servido para os jornais e a mídia radiofônica e televisiva prenderem a atenção da população com lances diários - fatos, factóides, semifatos, etc - numa exploração perigosa dos sentimentos populares. Espera-se que não se repita aqui o famoso caso da Escola Base ou outros não tão famosos, mas que nem por isso deixaram de produzir danos terríveis aos envolvidos. Pois bem, se a mídia erra nos exageros que pratica, temos que reconhecer que há outras instituições que para isso contribuem. De fato, é de se perguntar se a polícia precisava algemar os suspeitos que se apresentaram para serem presos e cumprir uma prisão cautelar, sobre cuja regularidade os juristas têm dúvidas. Terão sido algemados para que não fugissem? Parece-nos que essa preocupação não se justifica. Se, espontaneamente, apresentaram-se para que fossem presos, não há nada que justifique uma preocupação com a fuga. Se não havia risco de fuga, só se pode imaginar que isto decorreu do arbítrio do agente público encarregado da diligência ou, então, se quiseram constranger os suspeitos. Atitudes inadmissíveis num estado de direito. Igualmente causa indignação que, decretado o Segredo de Justiça, os agentes públicos continuem a conceder entrevistas relatando fatos, factóides, semifatos que, se existem, deveriam estar cobertos pelo manto do sigilo. Ou será que o sigilo imposto pelo juiz do caso será invocado pela polícia ou pelo Ministério Público para dificultar o acesso da defesa ao processo? Não sou advogado criminalista. Não tenho qualquer interesse no caso, mas não consigo não me indignar com esses abusos que são cada vez mais freqüentes em nosso país. Temos que nos decidir se somos ou não somos um estado de direito que, antes de julgar as pessoas, deve observar o devido processo legal. Senão, é o caso de voltarmos ao estágio da vingança e do apedrejamento em praça pública. Mas não reclamemos quando a vítima vier a ser um de nós." Edgard Silveira Bueno Filho - escritório Lima Gonçalves, Jambor, Rotenberg & Silveira Bueno Advogados
Fonte: Migalhas

Testemunhas confirmam briga e contradições no dia da morte de Isabella

O povo e o assassinato de Isabella

Josué Maranhão Visite o blog do Josué - REATIVADO

BOSTON – “A vida imita a arte, ou a arte imita a vida?”O antigo (e supérfluo) dilema, na atualidade, no Brasil, resolve-se pela primeira alternativa. Na realidade, somente em novelas de televisão, creio eu, se havia presenciado tamanho clamor público, tão imensa histeria conjunta, como tem ocorrido em decorrência do bárbaro assassinato da menina Isabella, em São Paulo. As tramas dos folhetins televisivos, com freqüência, conduzem as massas à perda de controle, à insanidade coletiva, na ânsia de desvendar os crimes e punir os culpados. Há não muito tempo, no Rio de Janeiro, um ator que interpretava na novela o personagem que havia cometido bárbaro e misterioso crime, ao ser revelada a autoria, se viu ameaçado de agressão, na via pública. Era tamanha a insanidade que a narrativa havia determinado, que o povo pretendia justiçar o criminoso. Confundindo a fantasia com a realidade, desejavam punir na vida real aquele que apenas emprestara o seu corpo ao personagem.O estardalhaço com que a mídia tem tratado o crime e as investigações ainda em curso, determinou o comportamento insano de milhares de pessoas que acompanham o desenrolar do inquérito policial. Afora isso, autoridades têm se comportado de forma indevida, fazendo insinuações a respeito da autoria do crime. É o caso, por exemplo, do representante do Ministério Público que acompanha as investigações. Repete-se, no caso, situações que têm se tornado habituais. Ante o assédio da mídia, promotores e procuradores agem como mariposas, atraídos de forma irresistível pelas luzes dos holofotes e dos flashes. Como consequência da revelação incompleta de detalhes das investigações, o povo saiu às ruas, cercou repartições policiais onde estavam presos os pais da menor assassinada e, em fúria incontrolável, pretendeu agredir aqueles que, supostamente, seriam os autores do bárbaro crime. O comportamento do povo, incitado pela mídia e por autoridades irresponsáveis, resulta em um julgamento apressado, em que se condena alguém que, até que se prove o contrário, é inocente. Condenados arbitrariamente os pais da menor, na cabeça de cada um do povo, ocorreu verdadeira rebelião contra a decisão da Justiça que, liminarmente, determinou que o casal fosse colocados em liberdade. Diante de casos famosos, em que os criminosos (ou aqueles apontados como tal) são mantidos em liberdade, o povo decide promover o justiçamento, descrente na ação do Poder Judiciário . A revolta é o reflexo de situações da vida real, em que, por conta de firulas legais (que o povo não entende), alguns criminosos são mantidos em liberdade, enquanto outros são trancafiados, sem que sejam observadas aquelas mesmas fírulas, A diferença, que torna alguns mais iguais do que os outros, é que os beneficiados com a adoção dos detalhes da lei que os protege, geralmente são ricos e/ou famosos. E os presos, para manter o adágio, se qualificam conforme os 3 P: são pobres, pretos ou putas.Entre os beneficiários dos “detalhes” legais, invoca-se o caso, por exemplo, daquele jornalista , autor confesso do assassinado da namorada. Julgado e condenado, permanece em liberdade, desde quando ocorreu o crime, há aproximadamente oito anos. Ou a história do banqueiro , autor de um golpe bilionário contra a União. Teve facilitada a fuga para o exterior, amparado em uma liminar que o colocou em liberdade, a pretexto de descumprimento de filigranas jurídicas, apesar de já comprovada judicialmente a sua culpabilidade. A leniência contumaz da Justiça revolta o povo, principalmente quanto incitado, O resultado é a reação irracional, tentando fazer justiça com as próprias mãos. O clamor público atinge tamanha altura, que ocorreu um fato inusitado: o desembargador que mandou soltar os pais de Isabella, ao vivo e em cores, enfrenta os holofotes e concede, em sua residência, entrevista à televisão. E, por que o faz? Justifica, perante o povo, porque não manteve presos aqueles que, no entendimento popular, seriam os criminosos, apesar de ainda sequer comprovada a culpa. Há um detalhe, no entanto, a destacar: o povo não entendeu o que disse o desembargador.A alucinação generalizada revela uma desconfiança crescente na Justiça.
Fonte: Última Instância

Geddel manda recado para o PT durante posse

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, mandou um duro recado ontem ao PT durante a posse de três novos secretários da administração municipal, no Centro Cultural da Câmara de Vereadores. Ele disse que não traz em nenhuma página da sua história um capítulo sequer que tenha sido marcado pela traição. Ressaltando que suas palavras seriam direcionadas ao novo secretário de Saúde José Carlos de Brito ( além de Brito, tomaram posse os secretários de Governo, Pedro Dantas, e o de Infra-Estrutura, Almir Melo), Geddel disse que o empossado o tivesse como um parceiro. Apesar de ter negado que a indireta seria para os petistas, que recentemente abandonaram a base de apoio do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), o ministro afirmou que “a sua vida como gestor público foi marcada por lealdade e compromisso e que isso é o que ele tem para oferecer ao prefeito e ao novo secretário”. Numa nova estocada ao PT, Geddel disse ainda que o secretário precisaria saber ouvir, ter humildade para voltar atrás diante de erros e ter poder de decisão, não permitindo que as reuniões continuassem sendo encontros intermináveis e inúteis e tomando atitudes hábeis, porque a população está à espera de decisão e resultados. O ministro disse também que a nova fase da administração municipal será marcada pela qualidade na gestão e pela unidade com os partidos da base aliada, visando impulsionar a candidatura à reeleição do líder do executivo. Geddel fez questão de ressaltar que a escolha do novo secretário de saúde, que não possuí nenhuma filiação partidária, demonstra o compromisso da gestão com a cidade. “Vejo com muito entusiasmo essa posse, que traz mais fôlego para a gestão do prefeito e que, com certeza, com essa equipe mais coesa e mais técnica, dentro de um ou dois meses já veremos diferença na saúde publica da cidade, sobretudo no atendimento, que é a maior preocupação do prefeito. Quem tem que ser beneficiado com a melhoria no setor são as pessoas mais carentes, e nós não temos dúvida que o secretário tem muito a contribuir, tornando ainda mais visível o serviço que a prefeitura vem prestando à população”, disse. “Insisto, só não vê que a prefeitura está requalificada quem está na disputa eleitoral e faz questão de manter uma posição eleitoreira, tapando o sol com a peneira”, ressaltou. Sobre a saída do PT da base aliada, Geddel disse apenas que “tem certeza de que, com as recentes mudanças e a presença de partidos que vão trabalhar de forma mais unificada, a população vai perceber em um curto espaço de tempo as melhorias nos serviços que a prefeitura oferece à população e que isso por si só basta”. (Por Carolina Parada)
Saúde passa por reformulação
Em seu discurso, o prefeito João Henrique Carneiro ressaltou que a atitude do secretário José Carlos Brito de prestar contribuição competente com base em seus mais de 30 anos de medicina à saúde publica foi um ato nobre e corajoso. “Deixar a vida privada para contribuir com a saúde publica do Brasil só reforça a sua grandeza como ser humano e como profissional, reforçando a sua vocação humanitária”, disse, ressaltando a árdua tarefa que o novo secretário terá que enfrentar. Já o secretário empossado declarou que não medirá esforços para melhorar a saúde publica de Salvador. “Não sou filiado a nenhum partido e acho que não é momento de fazer política em cima da saúde. Saúde é uma área suprapartidária. Estou chegando para somar e quero caminhar para frente. Fazendo uma breve avaliação da situação da saúde no município posso dizer que ela é predominantemente ruim e que é preciso restabelecer o funcionamento do sistema como um todo”, declarou. Brito disse ainda que um dos principais objetivos da gestão será restabelecer o funcionamento dos postos do Programa Saúde da Família, ressaltando também que a questão da dengue é emergencial e que a secretaria já está trabalhando para evitar problemas na cidade. O secretário de saúde do Estado, Jorge Sola, disse que a expectativa é de melhorar a assistência medica à população de Salvador. “A expectativa é de poder manter as parcerias que já estão em curso, como a construção de 13 postos da Saúde da Família com recursos do Estado, e apoio da Conder. Dois já foram inaugurados nos bairros de São Bartolomeu e São Cristóvão. Estamos iniciando uma parceria importante no combate a dengue, colocando 170 bombeiros e trazendo mais 200 homens do interior para reforçar as equipes de campo, além de treinar novos agentes de controle de endemias. São várias ações que existem conjuntas entre as secretarias e a presença de José Carlos Brito é a certeza de que nós, não só vamos poder continuar com essas parcerias, mais também daremos inicio a novas ações que com certeza irão beneficiar a assistência de saúde à população de Salvador”, salientou.
Oposição pede intervenção da Força Nacional de Segurança
A sessão de ontem da Assembléia Legislativa foi interrompida antes do horário regimental para que uma comissão de deputados pudesse visitar o presidente da Casa, Marcelo Nilo, no seu primeiro dia de exercício do governo do Estado. Mas, enquanto durou, o debate girou em torno do avanço da violência e da criminalidade, que levou o líder da oposição, Gildásio Penedo (DEM), a pedir a intervenção na Bahia da Força Nacional de Segurança Pública, como ocorreu no Rio de Janeiro. A proposta foi definida como “um delírio” de Gildásio pelo vice-líder do governo, Álvaro Gomes, que vê na violência um “problema histórico, estrutural e de alta complexidade”, não havendo, segundo ele, grande diferença entre os governos de Paulo Souto e Jaques Wagner. Gomes dispôs-se a discutir o tema, mas frisou que seu discurso não mudou desde a gestão anterior, enquanto “o deputado Gildásio jamais tratou do assunto quando era governo e as manchetes dos jornais, igualmente, criticavam os índices de criminalidade”. Os números mais recentes é que provocaram a iniciativa do líder da oposição, que se diz “assustado” com o crescimento dos homicídios em 39% no ano de 2007 na Região Metropolitana de Salvador e com projeção de elevação para 2008, já que, no primeiro trimestre, esse tipo de crime foi 58% superior em relação ao mesmo período do ano passado, com base em dados oficiais do Centro de Documentação Estatística Policial (Cedep). Na defesa do governo Paulo Souto, o parlamentar afirmou que os homicídios na RMS cresceram 5,3% de 2005 para 2006, quando se registraram 977 casos, número que chegou a 1.337 em 2007. “São 360 casos a mais”, disse Gildásio, citando ainda o avanço dos crimes contra vida especificamente no Litoral Norte, da ordem de 94% de 2006 para o ano passado. Cresceram também os assaltos a ônibus (37%) e os roubos de veículos (40%). A mudança na cúpula da segurança pública, segundo o deputado, não surtiu o efeito desejado devido à “incompetência, só restando ao governo humildade para reconhecê-lo e convocar a Força Nacional”. A tese foi apoiada pelo deputado governista Getúlio Ubiratan (PMN), que citou a redução de homicídios no Rio de Janeiro após a intervenção e disse que, mesmo sendo da bancada de apoio a Wagner, tem “a coerência de apontar o que está certo e o que não está”.(Por Luis Augusto Gomes)
Prefeitos marcham à Brasília em busca de apoio
A Confederação Nacional dos Municípios lança hoje a XI Marcha a Brasília em defesa das prefeituras. Gestores de todo o País irão à Brasília para defender, principalmente, mudanças na reforma tributária enviada pelo governo federal ao Congresso. O deputado ACM Neto (DEM) apóia a luta dos prefeitos. “Não vamos abrir mão de discutir a questão do pacto federativo na reforma, afirmou ACM Neto, que vai receber os prefeitos em Brasília. Hoje, os prefeitos baianos têm um encontro com a bancada baiana no Congresso. “Temos de garantir mais recursos para os municípios. Precisamos acabar com a concentração da arrecadação na União. A União concentra toda a arrecadação com as famigeradas contribuições e não reverte isso em melhores serviços para a população, que vive nos municípios”, disse ACM Neto. A Confederação Nacional dos Municípios deve apresentar ao todo 14 emendas à proposta de reforma tributária do governo para corrigir imperfeições que, segundo o presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, prejudicam os municípios. Ziulkoski, divulgou ontem um estudo mostrando que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) perderia hoje R$1,5 bilhão se a proposta de reforma tributária do governo fosse aprovada do jeito como foi enviada ao Congresso Nacional. No texto da proposta de emenda constitucional, o governo altera a base de cálculo do FPM.
Fonte: Tribuna da Imprensa

Amigos e políticos se despedem de Eraldo Tinoco

Ex-vice-governador da Bahia é sepultado no cemitério Jardim da Saudade e recebe homenagens


Maíra Portela
“Combati o bom combate e cumpri a carreira de fé”. O salmo do apostolo Paulo, citado pelo pastor Edvan, fez referência à personalidade que foi Eraldo Tinoco Melo. Ex-vice-governador do estado, ele era formado em administração pública pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), foi deputado federal cinco vezes, exerceu o cargo de ministro e secretário estadual de Educação, área pela qual sempre foi apaixonado. Na madrugada de ontem, faleceu com um quadro agudo de pancreatite, aos 64 anos, pegando todos os seus admiradores de surpresa, já que, internado há 15 dias no Hospital Aliança por conta de complicações no pâncreas, estava se recuperando.
O sepultamento no Cemitério Jardim da Saudade, na manhã de ontem, reuniu familiares, amigos e vários políticos. Entre os presentes, grandes amigos como o ex-governador Paulo Souto, de quem Tinoco foi vice-governador e confidente, e o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto, a quem ajudou no lançamento para a vida pública. O senador Antonio Carlos Júnior, acompanhado da mãe, dona Arlette Magalhães, e da esposa, dona Rosário Magalhães, esteve presente ao velório e prestou condolências à família de Tinoco. Adversários no campo político também compareceram, a exemplo do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) e do chefe de gabinete do governador Jaques Wagner, Fernando Schmidt, representando o chefe do Executivo.
Integridade - Todos ressaltaram a honestidade, integridade pessoal e correção na vida pública que marcaram a vida de Eraldo Tinoco, que deixou viúva Clélia e dois filhos, Rita e Eraldo. Antes do sepultamento, Clarindo Silva, proprietário do espaço cultural Cantina da Lua, fez questão de prestar uma homenagem. “Lembro quando ele chegou ao Pelourinho e me pediu: ‘Cuide bem do Pelourinho, do nosso Pelourinho’. Perdemos um grande homem”. A cantora lírica Cyrine Paparotti cantou no velório e no sepultamento músicas evangélicas.
Sobrinho de Tinoco, Cláudio Melo afirmou que o tio sempre foi a referência para todos pela postura ética e séria. “Ele exercia papel de pai e integrador entre os dois núcleos familiares”. Ele relembrou ainda as duas fases em que esteve mais próximo do tio: na infância e na vida adulta, quando trabalharam juntos.
Eraldo Tinoco foi submetido a uma cirurgia de vesícula, em que, segundo os familiares, não havia gravidade. Durante o pós-operatório, já em casa, teve complicações e retornou ao Hospital Aliança. Lá, ficou internado durante 15 dias, devido a uma pancreatite aguda. Na madrugada de ontem não resistiu à doença e faleceu. No ano passado, Tinoco se recuperou de um câncer após cirurgia bem-sucedida em São Paulo. O câncer, no entanto, diminuiu sua resistência imunológica.
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Reverências no Senado e na Câmara
O Senado Federal e a Câmara prestaram ontem homenagens a Eraldo Tinoco. No Senado, os senadores Antonio Carlos Júnior (DEM) e César Borges (PR) apresentaram requerimento para voto de pesar em memória do ex-vice-governador. Na Câmara, os deputados Antonio Carlos Magalhães Neto, líder do Democratas, Walter Pinheiro, coordenador da bancada baiana, e Cláudio Cajado fizeram discursos. O deputado Luís Carreira, que trabalhou ao lado de Tinoco no governo baiano como Secretário do Planejamento, apresentou moção de pesar.
“Tive a oportunidade de, no ano de 1999, ser convidado por ele (Tinoco), para assessorá-lo na Secretaria de Educação da Bahia. Trabalhei ao lado de Eraldo Tinoco por três anos e meio. Quero dizer aqui que foi, sem dúvida alguma, um dos grandes professores que tive em minha vida. Foi alguém que teve a paciência de ensinar a um jovem que iniciava a sua trajetória pública, foi alguém que representou muito mais do que apenas uma referência de política: representou uma referência de homem, de cidadão”, disse ACM Neto, no discurso proferido na Câmara.
“Sempre procurei me espelhar nos ensinamentos de Eraldo Tinoco. Sempre procurei me espelhar na sua vida pública transparente, correta, ética, vida pública que sempre foi reconhecida por todos os seus colegas como destinada a produzir o bem para o próximo”, acrescentou.ACM Neto lembrou que Tinoco chegou a concorrer a vereador de Salvador e destacou a dedicação do ex-vice-governador à vida partidária. O parlamentar também manifestou solidariedade, carinho e apreço à família de Tinoco.
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Depoimentos
“Eraldo era um grande exemplo pela integridade, competência e honestidade. Foi uma das pessoas de maior confiança e deixou um grande trabalho para as gerações futuras. Pessoa íntegra, honesta, de alto espírito público e gestor eficiente”.ACM Júnior (senador)
“Como profissional e político, Tinoco foi exemplo forte de um homem nascido em família humilde e que, com o próprio esforço, galgou cada cargo que exerceu. Como amigo, tinha sempre uma palavra de equilíbrio, moderação e solidariedade”.Paulo Souto (ex-governador)
“O governo decretou luto oficial de três dias, tendo em vista o fato de Eraldo Tinoco ter sido um político atuante na história da Bahia.Fernando Schmidt (chefe de gabinete do governo do estado)
“Foi o conselheiro que me introduziu no partido Democratas, foi meu padrinho de ficha partidária. Homem que veio de família humilde, mas manteve o nome no mais alto nível. Eraldo fará uma falta muito grande. Heraldo Rocha (deputado estadual)
“Tive a alegria e a sorte de conviver com o homem simples na sua sabedoria, grandeza e relação com os amigos, com companheiros e, em especial, com a família. Antonio Imbassahy (ex-prefeito)
“Saliento que sempre tive admiração por Eraldo, por ser um freqüentador da mesma igreja, a Batista. Eraldo tinha princípios bíblicos de honestidade, sempre foi exemplo de homem público, era muito sério, íntegro e sempre dava exemplo de caráter. Vai fazer falta porque homens decentes fazem falta na política”.João Henrique (prefeito)
“Uma palavra que define Eraldo é honestidade. Ele era honesto com toda a abrangência da palavra. Era muito sério também com os recursos públicos. A Bahia perdeu um grande homem. Eu perdi um grande amigo”.Otto Alencar (conselheiro do TCM)
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Vários cargos públicos
Natural de Ipiaú, nascido em 20 de novembro de 1943, de origem humilde, Tinoco pode ser considerado um vencedor. Formou-se bacharel em administração pública pela Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e se tornou professor do Departamento de Disciplinas Básicas da Escola de Administração. Exerceu vários cargos públicos e partidários.
Atualmente, Tinoco ocupava o cargo de secretário geral do DEM. Tinoco também estava na equipe de pré-campanha de ACM Neto à prefeitura, ajudando principalmente na área da educação e cidadania, setores em que sempre atuou no campo político e administrativo. “Ele foi um grande companheiro. Em pouco tempo, a Bahia perdeu dois grandes homens públicos: o senador Antonio Carlos Magalhães e agora Eraldo Tinoco. Isso é lamentável para a Bahia e para o Brasil”, disse ontem o senador José Sarney. Tinoco exerceu o cargo de ministro da Educação no governo Collor, em 1992.
Tinoco foi deputado federal cinco vezes, se elegendo durante 20 anos ininterruptos (só se licenciando para assumir cargos executivos), na primeira, entre 1983 a 1987, pelo PDS. Nas outras vezes, inclusive como deputado constituinte com destacada atuação na área da educação, sempre foi eleito pelo PFL. Por três períodos completos, ocupou funções executivas na Bahia, além de ter exercido o cargo de vice-governador pelo período de 2002 a 2006, no governo de Paulo Souto. Várias vezes ocupou interinamente o cargo de governador da Bahia. Na Bahia, exerceu ainda os cargos de secretário de Energia, Transportes e Comunicações e da Educação.
Fonte: Correio da Bahia

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