Elio Gaspari
Folha/O Globo
A 13ª Vara Federal de Curitiba tem alguma urucubaca. Depois de ter sido ocupada por Sergio Moro, nela está agora o juiz Eduardo Appio, que em pouco tempo notabilizou-se pelo desempenho espetacular.
Appio passou por um constrangimento em 2015, quando se tornou público que o ex-deputado petista André Vargas havia pago R$ 980 mil por uma casa quando a escritura mencionava o valor de R$ 500 mil.
PEDIDO DO CORRETOR – Interrogado pelo então juiz Sergio Moro, Vargas explicou que o valor inferior atendia a um pedido do corretor, por solicitação do proprietário.
A casa pertencia ao juiz Eduardo Appio. À época ele explicou que o valor de R$ 500 mil para a escritura foi aceito depois de um pedido de Vargas ao corretor. E mais: “Para mim não faria diferença, havia isenção porque era meu único imóvel, não haveria diferença de imposto”.
Em sua declaração de imposto de renda, Appio lançou o valor real da compra: R$ 980 mil. Condenado a 18 anos de prisão, Vargas está em liberdade condicional.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O fato concreto é que o juiz petista Eduardo Appio, que no ano passado assinava decisões judiciais sob o codinome “LUL22”, está claramente perseguindo o ex-juiz Sérgio Moro. Nesta segunda-feira, dia 3, vamos publicar aqui na Tribuna, com absoluta exclusividade, uma reportagem mostrando que as principais “provas” contra Moro, aceitas prazerosamente pelo juiz Appio, são grotescas falsificações e desmoralizam as supostas denúncias que o doleiro espanhol Tacla Duran está fazendo contra o ex-juiz da Lava Jato e o procurador Deltan Dallagnol. (C.N.)