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quarta-feira, dezembro 21, 2022

Haddad correu para avisar a Arthur Lira que o orçamento secreto será mantido

Publicado em 21 de dezembro de 2022 por Tribuna da Internet

PEC da Transição: após reunião com Lira, Haddad diz que texto elevará teto de gastos por 1 ano - BR Informe

Haddad foi á casa de Arthur Lira para tranquilizá-lo

Carlos Newton

É divertido ler as análises dos comentaristas políticos, com suas diversas versões e narrativas que levam o respeitável público à loucura, porque ninguém consegue entender o que eles estão afirmando. Essas distorções ocorrem porque o jornalismo político não pode estar submetido a observações falaciosas, é preciso agir com total independência, sem demonstrar preferência para esta ou aquela facção política.

Por exemplo, chega a ser patética essa versão espalhada pelos analistas sobre o orçamento secreto. Os admiradores de Lula sustentam a tese de que o Supremo, ao decidir pela inconstitucionalidade das emendas de relator, teria criado condições políticas não apenas para livrar o novo governo das garras do Centrão, como também para resgatar institucionalmente o presidencialismo de coalizão.

PROTAGONISMO – Dizem também que Lula, antes mesmo de assumir, estaria recuperando o potencial de voltar a ser o protagonista no jogo com o Legislativo, papel que na gestão de Bolsonaro o Planalto havia perdido para os presidentes das casas legislativas, devido ao orçamento secreto.

Bem, como diziam antigamente os anúncios fúnebres, cumprimos o doloroso dever de afirmar que nada disso aconteceu, porque na esculhambação institucional brasileira ainda existe independência dos poderes.

Já explicamos aqui e voltamos a afirmar que, em tradução simultânea, o Supremo cancelou o orçamento secreto antigo, mas antes disso o Congresso já tinha aprovado o novo orçamento secreto, que tem regras diferentes do anterior. O tiro do Supremo atingiu um alvo que já havia sido desativado, sem novidades no front ocidental.

HADDAD CONFIRMA – Não foi por mera coincidência que o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, preocupado com uma reação do Congresso, imediatamente tenha procurado o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), para garantir que os parlamentares continuarão com o poder de destinação sobre o orçamento secreto.

“O recurso vai continuar no orçamento e vai ser destinado pelos próprios parlamentares”, disse Haddad, acrescentando: “Vamos falar com os líderes, explicar os conceitos por trás da PEC da Transição e o que vamos fazer com o RP 9 (nome técnico do orçamento secreto). O recurso vai continuar no orçamento… e vamos definir a destinação desse recurso para melhorar as obras de infraestrutura, concluir obras paradas, definir a destinação desse recurso”, declarou.

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P.S. 1 –
 O episódio é mais um round da disputa de poder entre Judiciário e Legislativo. A partir de agora, as interferências do Supremo serão repelidas pelos parlamentares. A cada vez que forem derrubadas as prerrogativas do Congresso, os parlamentares aprovarão uma nova lei que torne ineficaz a decisão do Supremo.

P.S. 2 – Vai ser divertido assistir a essa queda de braço (ou braço de ferro, como dizem em São Paulo) entre o Congresso e o Supremo. Façam suas apostas. (C.N.)

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