por João Pedro Pitombo / Folhapress
O PT decidiu neste sábado (19) oficializar a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo do Espírito Santo e deve confrontar o governador do estado Renato Casagrande (PSB), que disputará a reeleição.
"Fico imensamente feliz e animado com a decisão do Partido dos Trabalhadores do Espírito Santo em lançar oficialmente meu nome como pré-candidato a governador, conforme o diretório ampliado acaba de anunciar", afirmou Contarato neste sábado em uma rede social.
Delegado da Polícia Civil e sem mandatos eletivos anteriores, Contarato foi eleito senador em 2018 pela Rede Sustentabilidade surfando na onda antipolítica que renovou parte do Congresso Nacional.
Desde então, passou a ser um crítico da Operação Lava Jato, se aproximou de partidos de esquerda e se filiou ao PT em dezembro de 2021. Destacou-se nacionalmente por sua atuação incisiva na CPI da Covid.
A pré-candidatura de Contarato foi anunciada em um momento de acirramento dos embates entre PT e PSB em torno da criação de uma federação partidária que também envolveria PV e PC do B.
A federação daria suporte à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto em um desenho que teria o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) como candidato a vice-presidente pelo PSB.
O Espírito Santo é um dos estados nos quais há resistências à formação da federação. Candidato à reeleição, o governador Renato Casagrande (PSB) recebeu no início do mês o pré-candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos).
Em entrevista à Folha, Casagrande rebateu petistas que o criticaram pelo gesto e disse que estes agem com arrogância e como "guardiães da pureza ideológica".
"Eu tenho 34 anos de PSB. O que me assusta é o autoritarismo de algumas pessoas que reagem de forma arrogante e prepotente devido a uma conversa. É preciso ter humildade, saber que o diálogo faz parte, é base da democracia", afirmou Casagrande.
Na federação partidária, mecanismo aprovado este ano pelo Congresso Nacional e referendado pelo Supremo Tribunal Federal, as legendas devem ter atuação conjunta e serem aliadas em nível federal, dos estados e municípios por um período de pelo menos quatro anos.
As negociações entre PT e PSB se arrastam há semanas e esfriaram nos últimos dias após o acirramento do imbróglio em torno da definição do candidato do grupo ao governo São Paulo, pleiteada pelo ex-governador Márcio França (PSB) e pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT).
Neste domingo (20), a possibilidade da parceria sofreu um novo golpe com o anúncio da filiação do governador da Paraíba, João Azevêdo, ao PSB. Ele é adversário do ex-governador Ricardo Coutinho, hoje no PT, desde que ambos romperam em 2019.
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