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sábado, fevereiro 19, 2022

Pergunta-se: Qual a real contribuição do voto do analfabeto para aprimorar a democracia no país?

Publicado em 19 de fevereiro de 2022 por Tribuna da Internet

charge analfabeto | Analfabeto, Tv ao vivo, Piadas

Charge do Jean Galvão (Arquivo Google)

Duarte Bertolini

No Brasil, o sistema dominante se alimenta da ignorância do povo – especialmente do eleitor – e é vital que assim permaneça. Precisamos de desenvolvimento e de aprimorar a educação pública. Mas de onde virá a mudança? Em que bases? No passado recente, tivemos uma grande decepção.

Construímos o PT, tijolo a tijolo, com todas as boas intenções do mundo, com apoio de sindicatos, trabalhadores, igreja, intelectuais, artistas etc., e deu tudo errado. A cúpula do partido se tornou uma verdadeira quadrilha.

SEM DESTINO – Onde estarão as forças políticas e sociais para outra mudança? Praticamente não existem, ou estão sufocadas pela polarização entre um ex-presidente corrupto e um atual presidente rachadista e com queda para fazer negócios imobiliários em dinheiro vivo.

Os dois candidatos polarizados só existem porque o Brasil é um país de ignorantes, que elegem malandros ou falsos malandros que não querem mudar nada. Não estaria na hora de rediscutirmos o voto do analfabeto, um assunto completamente tabu no Brasil?

Dogma da político e fundamento do politicamente correto, o direito universal ao voto tem abordagem impossível no mundo desenvolvido, mas a meu ver é um tema essencial para entendermos por que o Brasil degenerou completamente sua democracia.

VERGONHA NACIONAL – Os países desenvolvidos não se preocupam com voto de analfabeto, porque praticamente a população inteira é alfabetizada, ao contrário do que ocorre no Brasil.

Segundo o IBGE, a taxa de analfabetismo das pessoas com direito a voto, a partir de 16 anos ainda é estimada em 6,6%. Ou seja, são 11 milhões de brasileiros. Mas há ainda os chamados analfabetos funcionais, aqueles que sabem escrever o nome, porém não conseguem ler e entender o que está escrito. Por isso, não tinham direito de voto.

No embalo de se livrar da ditadura militar e fazer tudo diferente do que tínhamos até então, em 1985 estabelecemos o voto para analfabeto e depois a Constituição de 88 sacramentou algumas mudanças, entre elas a remuneração dos vereadores.

E AGORA, BRASIL? – Na época pensei que era correto todo cidadão ter o direito de seus representantes. Hoje, usando um exemplo do cotidiano, penso comigo mesmo: ora, se uma pessoa está andando pela rua e pretende se deslocar a um determinado destino, ao chegar a um cruzamento de duas ruas não consegue ler a placa para saber para onde vai e necessita que alguém lhe indique a direção.

Bem, esse cidadão não sabe nem aonde ir e tem enorme dificuldade de obter informação. Então, como pode ter capacidade para decidir quem deve governar uma nação desse tamanho, com todos esses problemas que as pessoas verdadeiramente alfabetizadas sabem identificar?

FICAM A PERGUNTAS – Quase 40 anos depois dessa iniciativa do Congresso Nacional, é preciso fazer um balanço da situação política do país e responder a algumas perguntas inquietantes.

Enfim, a extensão do voto ao analfabeto contribuiu para consolidar a democracia ou apenas serviu para aumentar a confusão política e se tornou um instrumento fundamental para a manipulação das massas?

Sem jogar para a plateia e sem medo de ferir os ouvidos mais sensíveis, qual a real contribuição do voto ao analfabeto para redução das desigualdades sociais no Brasil?

Por fim, será que sou o único brasileiro interessado nesse tipo de debate franco e aberto?

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