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quarta-feira, fevereiro 02, 2022

Papo reto! Boulos reforça críticas a Alckmin, e Lula defende aliança ampla contra Bolsonaro


Lula e Boulos conversam nesta terça-feira (1º)

Lula e Boulos trocaram ideias e não chegaram a uma conclusão

Carolina Linhares e Victoria Azevedo
Folha

O pré-candidato ao Governo de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, se reuniu na manhã desta terça-feira (1º) com o ex-presidente Lula (PT). O tema da conversa foi o apoio do PSOL à candidatura do petista ao Planalto, segundo a Folha apurou. O encontro ocorre no momento em que a esquerda está dividida em São Paulo, já que o PT vai lançar o ex-prefeito Fernando Haddad para o Palácio dos Bandeirantes. Há ainda a pré-candidatura de Márcio França (PSB) no campo progressista.

ENCONTRO INFORMAL – A reunião foi tratada como um encontro informal entre Boulos e Lula —os presidentes do PT e do PSOL não participaram. Ficou acertado que haverá nova reunião, dessa vez com os dirigentes dos partidos, para deliberar também a questão das candidaturas em São Paulo.

No encontro, Boulos relatou a Lula suas críticas públicas à escolha do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) como possível candidato a vice-presidente do petista. O psolista ouviu como resposta que a eleição deste ano será dura e, por isso, é preciso ampliar alianças.

De acordo com políticos próximos a Lula, o ex-presidente conversou com Boulos sobre os apoios de partidos que tem buscado para a sua candidatura e quis saber sobre a situação no PSOL. O partido definiu por 56% a 44%, em um congresso realizado em setembro passado, que iria apoiar a campanha do PT e não iria lançar candidato próprio ao Planalto.

HÁ DESAVENÇAS – O PSOL tem, no entanto, exigências para o programa de governo petista, como a inclusão de pautas de esquerda —a revogação de reformas e do teto de gastos, a implementação de uma reforma tributária, políticas ambientais, entre outros. Boulos afirmou ao ex-presidente que a aliança poderia avançar a partir de fevereiro, quando o PSOL fará uma reunião de sua comissão executiva para tratar dessas questões programáticas.

O presidente do PT de São Paulo, Luiz Marinho, acompanhou a conversa. Segundo ele afirmou à reportagem, a reunião tratou da conjuntura nacional, sobretudo da gravidade da crise econômica, e do cenário eleitoral para o Planalto —falaram sobre cada região do país e sobre as dificuldades na formação de federações.

Como mostrou a Folha, o PT pretende integrar uma federação com PSB, PC do B e PV, mas as disputas estaduais são um entrave para a aliança.


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