José Carlos Werneck
Num país de tantos desempregados e com milhões de brasileiros vivendo em situação de extrema pobreza e com uma distribuição de renda perversa, seria interessante que nossos governantes relessem, se algum dia já leram, o que pregava o matemático e economista John Maynard Keynes, para que o Estado conseguisse reverter crises econômicas, como a Grande Depressão de 1929, que atingiu os Estados Unidos e outros importantes países, como Alemanha, , Austrália, França, Itália, Holanda, Béllgica e Reino Unido, especialmente o Canadá.
Muitíssimo influente na elaboração de planos para que os governos pudessem, com grande êxito, superar crises econômicas, seus conceitos serviram de base sólida para elaboração de políticas adotadas em vários países do Ocidente antes da Segunda Grande Guerra.
TEORIA E PRÁTICA – A economia keynesiana, como ficaram conhecidas suas ideias, é uma das mais importantes obras para enfrentar longos períodos de recessão. Sua teoria foi utilizada na prática por governos que enfrentaram gravíssimos problemas econômicos.
A mais significativa, a “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, serve como luva para os problemas atualmente enfrentados por milhões de brasileiros.
Os conceitos ali expostos serviram de base para que muitos governantes, realmente preocupados com o bem estar de seus governados, entendessem a grande importância de ter equilíbrio nos momentos de crises financeiras, notadamente quanto à questão do desemprego, e Keynes defendia que os efeitos devastadores que causa no consumo privado só podem ser remediados quando se incrementam os gastos públicos em períodos de recessão.
ROOSEVELT E OBAMA – Abandonando a ideia de arrochos monetários em questionamento, Keynes posiciona-se ao lado de outros nomes importantes da história da economia.
Suas ideias desenvolvimentistas foram postas em prática, por governantes norte-americanos como Franklin Delano Roosevelt e Barack Obama e seu entendimento sobre crise financeira contribuiu significativamente para reestruturação econômica de nações desenvolvidas. Os conhecimentos de Keynes sobre Economia são considerados como dos mais relevantes do Século XX e seus livros e artigos sobre a saúde financeira de um país e seu sistema monetário provocaram grande impacto positivo quando foram implementados naquela época.
É estranhíssimo e intrigante que os governos brasileiros desprezem tanto as teorias de Keynes, que, embora comprovadas na práticas, são abominadas na Universidade de Chicago, que é o maior polo defensor do monetarismo, justamente onde Paulo Guedes fez doutorado.