Flavio José Bortolotto
Não acredito que no nível da alta Politica haja desequilibrados e as coisas aconteçam por acaso. A nosso ver, está havendo uma dura luta em torno de qual caminho seguir para fazer voltar forte crescimento econômico e acabar com o desemprego, nosso maior problema. O governo Bolsonaro/Mourão sabe que se não reativar fortemente a economia, o PT/Base Aliada voltará folgadamente ao poder nas próximas eleições presidenciais, com tudo o que isto significa.
Como sabemos o presidente Bolsonaro (65 anos), do PSL, foi eleito com o simpatia e apoio das Forças Armadas que na maioria defendem o Modelo Nacional Desenvolvimentista Semi-Estatal, criado pelo grande Presidente Vargas ( 1930-1945 e 1951-1954), seguido pelos Governos Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, João Goulart e principalmente pelo Regime Civil-Militar de 64 ( 1964 – 1985), com auge no governo do presidente Geisel. Mas o presidente Bolsonaro acenou com mudança para o modelo liberal “Laissez-Faire “ via ministro da Economia, Paulo Guedes e suas reformas, que são radicais.
MUDANÇA LENTA – O núcleo duro das FFAA encabeçadas pelo vice-presidente general Mourão, defende uma mudança lenta no Modelo Nacional Desenvolvimentista Semi-Estatal, correções, mas não a mudança total do modelo.
O Filósofo Olavo de Carvalho defende a radical mudança de Modelo Econômico para o liberalismo “Laissez-Faire”, abandonando-se completamente o Nacional Desenvolvimentismo Semi-Estatal, e convenceu os filhos do presidente e outros apoiadores de primeira hora do então candidato Bolsonaro que esse é o caminho certo.
HESITAÇÃO – O presidente Bolsonaro frente a tormentosa escolha, hesita em escolher claramente um lado. Sua intervenção no aumento do óleo diesel na Petrobras SA, e sua posição em não aprovar imediatamente a mudança de nossa Seguridade Social, de Repartição ( Pay as you go) atual, para o Sistema de Capitalização, vão na direção do Modelo de Nacional Desenvolvimentismo Semi-Estatal.
eve o presidente Bolsonaro atentar que em 1990 o presidente Menem e seu superministro da Fazenda Domingos Cavallo, da Argentina, optaram claramente pelo modelo liberal Laissez-Faire (Chicaguiano, diríamos), obteve um voo de galinha e entraram numa crise da qual até hoje não saíram.
CAMINHO DO MEIO – A nosso ver, o caminho mais correto para o governo Bolsonaro/Mourão seria escolher claramente o Modelo Nacional Desenvolvimentista Semi-Estatal, mas expurgado de seus excessos, que houve muitos.
Esse sistema deve ter proteção externa, com o máximo de concorrência aqui dentro. Prioridade para a empresa de agência matriz no brasil e ao capital brasileiro, o único que é realmente capital bom, como sempre nos ensinou o grande governador Carlos Lacerda.
Quem depende do capital dos outros, sempre estará em maus lençóis.