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quarta-feira, abril 10, 2019

Numa crise atrás da outra, mais um presidente da Apex é exonerado pelo chanceler


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Embaixador Mario Vilalva, não aceitava interferências na Apex
Guilherme MazuiG1 — Brasília
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, exonerou nesta terça-feira (dia 9) o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), embaixador Mario Vilalva, que se tornou o segundo presidente da Apex demitido no governo de Jair Bolsonaro, que completa 100 dias nesta semana. Antes dele, Alex Carreiro comandou a agência por dez dias.
O anúncio da exoneração foi feito por meio de nota divulgada pelo ministério. No texto, o governo não anunciou o nome do substituto de Vilalva na função.
DINAMIZAÇÃO? – A Apex é vinculada à estrutura do Ministério das Relações Exteriores. Cabe à agência promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e atrair investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia brasileira.
“Como parte do processo de dinamização e modernização do sistema de promoção comercial brasileiro, o ministro das Relações Exteriores, embaixador Ernesto Araújo, anuncia a exoneração do embaixador Mario Vilalva da presidência da Apex. O ministro das Relações Exteriores agradece a colaboração que o embaixador Mario Vilalva prestou à frente daquela agência nos meses iniciais da atual gestão”, diz a nota do Itamaraty.
A possibilidade de demissão de Vilalva era comentada nos bastidores do governo federal. Ao blog da colunista do G1 Julia Duailibi, o diplomata disse que não pretendia se demitir da função. O então presidente da Apex entrou em rota de colisão com Ernesto Araújo após o ministro ter promovido uma alteração no estatuto da agência sem informá-lo.
ESTATUTO – A alteração no estatuto, feita em março, pretende adequar a agência à legislação que a criou, mas foi feita sem que o presidente da própria Apex fosse consultado e de modo a retirar poderes da presidência. Ainda segundo o blog, a mudança no estatuto tinha como intuito fortalecer a diretoria da agência, composta hoje por integrantes próximos à família Bolsonaro e ao PSL.
Antes mesmo da alteração no estatuto da agência, Vilalva havia entrado em embate com dois diretores, que se recusavam a assinar atos da agência, promovendo uma paralisação administrativa na Apex – entre as polêmicas, questões relacionadas à nomeação de funcionários, supostamente sem currículo para o posto, como um ex-candidato a deputado pelo PSL, e a assinatura de contratos.
Ao Blog do Camarotti, Vilalva disse que vinha sofrendo pressão para que os dois diretores nomeados por Araújo pudessem fazer “o que quisessem” na agência.
“Comecei a receber pressão do próprio Ernesto Araújo e do Otávio Brandelli (secretário-geral do Itamaraty). Os dois me falaram para deixar os dois diretores fazerem o que quisessem. Desse tipo de esquema, eu não participo. E, à medida que eu neguei, tentaram me constranger”, disse Vilalva ao blog.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É uma crise atrás da outra, em clima de total insegurança. Este é o Itamaraty na Era Bolsonaro. Ou será na Era Olavo de Carvalho? (C.N.) 

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