Pedro do Coutto
A Petrobrás anunciou ontem em O Globo, reportagem de Ramona Ordoñez, através de seu presidente, que pretende realizar privatizações de suas subsidiárias sem necessidade de aval dos acionistas. Pretende que as decisões sejam realizadas pelo Conselho de Administração. Quanto à Eletrobrás sua privatização vai exigir que possíveis compradores sejam obrigados a despender maior volume de recurso. O caso da Eletrobrás assemelha-se ao da Petrobrás. Porque as duas empresas alcançaram lucros altos no exercício de 2018.
Matéria de Márcia de Chiara, O Estado de São Paulo de ontem, também destaca o tema com base no lucro alcançado pelas duas estatais no exercício passado.
VALORIZAÇÃO – A Petrobrás lucrou 25,7 bilhões de reais. A Eletrobrás apresentou resultado positivo da ordem de 13,7 bilhões de reais. Portanto, se tanto as subsidiárias da Petrobrás quanto a Eletrobrás despertarem o interesse de empresas em assumir aquisições, evidentemente os comprAdores terão que desembolsar montantes muito maiores do que aqueles previstos antes do resultado divulgado. Isso de um lado.
De outro, se as empresas, como O Estado de São Paulo, publicou atingiram resultados positivos, fica difícil alguém sustentar que as duas maiores estatais brasileiras não programaram investimentos por falta de recurso. Tanto não faltam recursos que a Eletrobrás lucrou 13,7 bilhões de reais e a Petrobrás 25,7 bilhões de reais.
PRIVATIZAÇÃO – No caso da Petrobrás a presidência da estatal deseja privatizar várias subsidiárias no campo da distribuição e de associações que mantêm hoje no campo do refino.
O presidente da Petrobrás, Roberto Castelo Branco, que é ardoroso defensor da privatização de todas as estatais, já selecionou umconjunto de subsidiárias que serão oferecidas ao mercado para que os interessados preparem-se para apresentar suas ofertas.
Como se constata agora, os prejuízos tanto da Petrobrás quanto da Eletrobrás não ocorreram. Portanto seus lucros passam a ser argumentos das correntes contrárias a vendê-las a acionistas particulares.
LÍDER NACIONAL – Por falar em lucros e prejuízos vamos acrescentar as empresas que obtiveram os maiores lucros e as de maiores prejuízos. No lado dos lucros Petrobrás lidera 25,7 bilhões seguida da Vale com 23,9 bilhões, Itau-Unibanco com 24,9 bilhões, Bradesco com 19 bilhões e a Eletrobrás com 13,7 bilhões de reais.
Os maiores prejuízos colocam em primeiro lugar a BRF com 4,4 bilhões, seguida da Minerva, 1,2 bilhão, ambas do setor de alimentos, depois a construtora Mendes Júnior, 1,1 bilhão, a companhia aérea GOL com 1 bilhão de reais, e finalmente a empresa de energia Cee-D com 989 milhões.
Como se constata, o quadro de lucros e prejuízos que ocorreram ano passado está agora exposto à opinião pública e a toda a população brasileira.