Nelson de SáFolha
Um dos poucos veículos no exterior a dar atenção aos cem dias do novo governo brasileiro, a rede pública alemã, ARD, veiculou reportagem enfatizando “a nova brutalidade da polícia”. Escolheu como símbolo o “primeiro massacre sob Bolsonaro”, no morro do Fallet, e a introdução de “franco-atiradores” no Rio. De resto, agências de notícias como France Presse apontaram “cem dias de turbulência” e, mais, “desapontadores”.
A Bloomberg noticiou o “recorde negativo” no Datafolha, com destaque no agregador direitista americano Drudge Report, e a crescente “suspeita” dos investidores, na expressão do Goldman Sachs. A agência financeira salientou, antes de mais nada, que “a falta de apoio à reforma ficou evidente quando Paulo Guedes” apareceu no Congresso para uma audiência e “voaram faíscas”.
BRIGA NO BAR – O Wall Street Journal, sem dar atenção à efeméride dos cem dias, também se concentrou na cena do ministro da Economia no Congresso, que chamou ao longo do fim de semana na home e no aplicativo. Num dos enunciados, “Parecia briga de bêbados no bar”. A descrição da cena pelo WSJ:
“Sua mãe!”, desfechou o ministro Paulo Guedes depois que o parlamentar o chamou de ‘Tchutchuca’. A palavra, tirada de uma canção de sucesso, refere-se a uma garota promíscua.”
Acrescentou depois que “a reação de Mr. Guedes preocupou investidores”.
‘LINHA DE PRODUÇÃO’ – A primeira página do New York Times de domingo (acima), com foto de Maradoninha, 11, mostrou como o incêndio que matou 10 no Flamengo fez questionar “o aparato brutal que mastiga incontáveis garotos brasileiros para cada estrela que forja”.
Na manchete digital do Financial Times no domingo, com um estudo da Brookings Institution, “Economia mundial entra em desaceleração sincronizada”. Logo abaixo, “Indicadores decepcionantes mostram quadro semelhante nos Estados Unidos, na China e na Europa”.
E as manchetes de domingo dos londrinos Times e Telegraph reagiram à aproximação do poder pelo líder trabalhista, Jeremy Corbyn. E o tabloide Mail on Sunday (acima) publicou o caderno especial de oito páginas “Como proteger seu dinheiro de Corbyn”.