Lílian Machado
De forte apelo popular, a votação do projeto Ficha Limpa, prevista para acontecer hoje, na Câmara Federal, promete movimentar a cena política do país. E, se depender do posicionamento declarado pelos deputados baianos, a matéria que propõe tornar inelegíveis políticos que respondem a crimes na Justiça passará com facilidade no parlamento. Após votação do pedido de urgência, o projeto deverá ser apreciado em sessão extraordinária, convocada pelo presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP). A proposição que deve avançar no rigor contra os possíveis candidatos que tenham praticado crimes contra a economia, administração pública, sistema financeiro, meio ambiente, saúde pública e a vida, é observada de forma positiva pelos parlamentares que representam a Bahia na Câmara. O democrata ACM Neto é um dos que defendem a aprovação do projeto. Ele ressaltou que toda a bancada votará a favor da matéria. “Trata-se de um avanço muito importante para o país, pois irá tornar mais limpo o processo eleitoral e obrigará os políticos a avaliarem melhor suas condutas”, disse. A proposição que pretende endurecer as leis de inelegibilidade encontra força também entre os peemedebistas baianos, a exemplo do deputado federal Geddel Vieira Lima. Questionado sobre o seu posicionamento, o parlamentar afirmou que irá votar a favor, mas ressalvou o fato de o cidadão ser condenado em segunda instância pelo colegiado. “Acho que tendo sido condenado não por um juiz monocrático e tendo praticado crimes defendo que o político se torne inelegível”, enfatizou. O deputado Jutahy Magalhães (PSDB) integra a categoria daqueles que irão somar votos a favor. “Sou favorável, desde quando o político tenha sido condenado criminalmente”, disse, enfatizando que o partido se empenhará pela aprovação do projeto. “Há legendas que praticam a ética da conveniência. Não é o nosso caso. Queremos praticar a ética verdadeira, que se pauta por valores. Há grandes possibilidades de o projeto ser aprovado, com as regras já valendo para as eleições em outubro”. Tese contestada ontem pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). O petista afirmou ontem que não há condições de aplicação do projeto nas eleições deste ano. Entre aqueles que têm levantado a bandeira do projeto, inclusive construindo bases para que a matéria conquiste ainda mais o apoio popular, encontra-se o deputado Luiz Bassuma (PV). Segundo ele, o fato de um terço da Câmara ter problemas na Justiça cria resistências para que o projeto seja votado e aprovado. Vale lembrar que além da Câmara de Deputados, a matéria precisa passar também pelo Senado. “Os grandes partidos, principalmente o PT e PMDB, estão colocando muita objeção, mas é preciso ressaltar que o objetivo é melhorar a qualidade da representação brasileira”, afirmou. Bassuma criticou o posicionamento da Casa que vem atrasando a votação para que a lei não entre em vigor este ano. “Além disso, com as alterações apresentadas pelo deputado José Eduardo Cardoso o projeto ao invés de limpo vai se tornar meio sujo”, ironizou, citando o dispositivo que propõe a suspensão da lei até o processo eleitoral. Fonte: Tribuna da Bahia
Além dele, o líder tucano na Câmara, deputado João Almeida, também já ressaltou sua opinião a favor.