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quinta-feira, março 25, 2010

Aliança PT/PR está quase sacramentada

Fernanda chagas

É possível adiantar que nada mais impede a concretização do casamento entre o governador Jaques Wagner (PT) e o senador César Borges (PR), cujas negociações se arrastam há pelo menos dois meses. O último impasse, que girava em torno do condicionamento de Borges à inclusão de todos os setores do seu partido (PR), leia-se a formação de uma coligação na proporcional e não apenas na majoritária, não é mais visto como um problema. Ontem, o PT - que não escondia a resistência por medo de perder cadeiras – admitiu que uma chapa mais ampla dará mais capilaridade ao projeto de reeleição do governador. Com isso, a expectativa é que até sexta-feira, o martelo seja, de fato, batido.

De acordo com o presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Jonas Paulo, é preciso deixar claro que “a discussão proporcional não é ideológica nem programática, é aritmética e eleitoral”. Segundo ele, o PT está trabalhando com intuito de trazer as forças ligadas ao presidente Lula no âmbito nacional para a Bahia. “E nesse quesito estamos bem-sucedidos. Estamos construindo um projeto que garanta condições de elegibilidade para os atuais detentores dos mandatos políticos, assim como para os novatos”, destacou.

Reforçando a tese de entendimento, o dirigente petista disse ainda que não vê nenhuma exigência irremovível por parte das siglas envolvidas no processo. “Todos estão entendendo que precisamos construir uma maioria sólida, tanto na Assembleia, quanto na Câmara Federal”, destacou Jonas.

Sobre a estratégia que será usada para não deixar ninguém de fora, Jonas enfatizou que na aliança majoritária entrará apenas quatro partidos, enquanto na proporcional cerca de 11 ou 12. “E todos terão que ser contemplados. Por isso, a metodologia não pode ser baseada a partir do pensamento de um ou dois deputados, que estão mais preocupados em serem reconduzidos aos seus postos, do que com o projeto de vitória”, disse, complementando que “os que estão em risco é claro que buscarão uma coligação que os favoreça. Mas deste jeito não haverá coalizão”, disparou.

Ampliação nas bases de campanha

A ideia, levando em consideração a possibilidade de registro de mais de 200 candidatos ao Legislativo estadual entre os partidos aliados, é que existam três coligações distintas, encabeçadas por PT, PDT e PP, o que propiciaria uma maior quantidade de candidaturas, ampliando a participação das bases na campanha, com reflexos positivos para a chapa majoritária.

“Só o PT tem 53 candidatos a estadual. Pode ter até três coligações na disputa à Assembleia. Não importa. Hoje temos seis partidos, sem contar, oficialmente, com o PR. Quanto mais candidatos proporcionais, melhor para a majoritária, porque isto lastreia a candidatura de Wagner”, disse Jonas, lembrando da sucessão municipal em Salvador, no ano passado, como uma lição.

“O prefeito João Henrique, em Salvador, tinha mais de 400 candidatos a vereador, enquanto Walter Pinheiro, nosso candidato, tinha apenas 120. E não posso negar que tivemos limitações por conta disso. Agora, vamos buscar com que todas as forças cresçam”, concluiu.

Fonte: Tribuna da Bahia

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