Agência Estado
Ao deixar o Fórum de Santana após o terceiro dia de julgamento, o promotor do caso Isabella Nardoni, Francisco Cembranelli, disse na noite de quarta-feira, 24, que a defesa dos réus está cometendo "atos de desespero" para tentar salvar o casal Nardoni. De acordo com Cembranelli, um exemplo disso é o fato da defesa ter pedido a permanência da mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, no Fórum.
Para Cembranelli, os advogados estão se saindo mal no júri. "Para quem ameaçou antes do julgamento desqualificar um trabalho sério, o desempenho da defesa foi pífio", criticou. O promotor disse ainda que Ana Oliveira está abalada e, segundo lhe disse um médico do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), deprimida.
O promotor avaliou como favorável para a acusação o depoimento de seis horas da perita do Instituto de Criminalística (IC) Rosângela Monteiro. "O depoimento foi categórico e Rosângela foi magistral", afirmou.
Cembranelli disse não esperar novidades do interrogatório de Alexandre Nardoni e de Ana Carolina Jatobá, que deve acontecer nesta quinta, 25. Para Cembranelli, o casal deve repetir o que já disse à Justiça em depoimento. O promotor afirmou não temer uma eventual acareação entre os réus e a mãe de Isabella.
Defesa - Ao deixar o Fórum de Santana, o advogado de defesa do casal Nardoni, Roberto Podval, justificou a dispensa na quarta de nove testemunhas. "A demora (do julgamento) é ruim para a defesa", afirmou. Para o advogado, ainda não há provas no caso que incriminam os réus e existe inconsistência na dinâmica do crime apresentada pela perícia.
O advogado diz não ter ficado satisfeito com a explicação da perita Rosângela Monteiro sobre as marcas de poeira na camiseta de Alexandre, que teriam sido causadas, segundo a promotoria, pela pressão exercida por seu corpo contra a janela ao jogar Isabella. "Não fiquei confortado com a explicação da perita. Ele (Alexandre) pode ter muito bem apenas olhado pela janela", afirmou.
Podval disse ainda que só decidirá se insistirá no pedido de acareação entre os réus e Ana Oliveira após o interrogatório de Alexandre e Anna Carolina Jatobá. "Tenho interesse em fazer a acareação, mas depende do conteúdo dos interrogatórios", disse o advogado. "Tenho receio de ser cerceado durante a acareação, com o juiz indeferindo alguns pedidos da defesa", afirmou.
Fonte: A Tarde