Raul Monteiro
Não é só a troca da candidatura de senador pela de vice-governador por Otto Alencar na chapa de Jaques Wagner que gera grande insatisfação no PP. Com fama pública de guloso, evidenciada por fatos que se sucedem, o partido está abrindo um novo campo de batalha no governo por causa da decisão do conselheiro. O PP foi a legenda escolhida por Otto para entrar na disputa eleitoral. Exatamente por isso, os progressistas se achariam agora no direito de influir na escolha do seu sucessor no TCM. Para o posto, Otto havia reservado, com esmero e dedicação, o nome do assessor Plínio Carneiro, seu afilhado político e filho do ex-deputado Plínio Carneiro, já devidamente apresentado ao governador. Mas o PP, influenciado por João Leão, um de seus líderes locais, tem um plano mais audacioso para o cargo. Pensaria em colocar no posto o secretário demissionário Roberto Muniz. Ontem, o presidente dos progressistas, deputado federal Mário Negromonte, negou que haja apetite pela vaga no TCM. Estimado no governo por seu desempenho e muito bem relacionado na Assembleia, Muniz pretendia deixar a secretaria de Agricultura para trabalhar pela renovação de seu mandato de deputado estadual. O partido, entretanto, está traçando novo planejamento para sua vida, o qual teria grande repercussão eleitoral diretamente sobre os candidatos da legenda. Sem Muniz pleiteando vaga de volta na Assembleia, seus votos seriam naturalmente repartidos entre a deputada Eliana Boaventura e o jovem Kaká Leão, cujo sobrenome já lhe identifica a paternidade. A idéia não é de toda estranha para Muniz, porque ele tentou disputar uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE) no início do governo Wagner, quando o PP estava fora da base e o escolhido foi o petista Zilton Rocha. Fonte: Tribuna da Bahia