Tribuna da Bahia Notícias-----------------------
Visando a reestruturação de sua base política na Assembléia Legislativa, dar mais eficiência à máquina estatal, assim como minimizar a condição do PMDB como principal partido aliado na Casa, diminuindo assim a atual dependência, o governador Jaques Wagner (PT) confirmou ontem, através do secretário de Relações Institucionais, Rui Costa, o tão ensaiado namoro com o Partido Progressista (PP), que passa a integrar a partir de agora a base de apoio da maioria. Como parte do acordo, o PP “abocanhou” a Secretaria de Agricultura do Estado, até então sob a responsabilidade do petista Geraldo Simões. O processo de transição deve se dar até a próxima sexta-feira. Vale ressaltar que Muniz foi adversário de Moema Gramacho (PT), prefeita reeleita em Lauro de Freitas, numa campanha marcada por muitas acusações de parte a parte. O governo está tentando ainda trazer para o seu lado de forma independente representantes do Partido Republicano (PR). No entanto, se levado em consideração a relação hoje estremecida do presidente estadual da sigla, senador César Borges com o governador, é fato que trata-se de uma tarefa muito mais difícil. “Continuamos conversando com as forças políticas do PR, mas a grande dificuldade aconteceu quando da mudança da direção regional do partido”, ressaltou Rui Costa. Questionado se havia possibilidade de firmar compromissos sem o aval da direção do partido ou se era interessante ter uma legenda rachada na base, Costa foi enfático: “Não podemos nos privar pelo comportamento isolado de quem entrou no partido depois”. Quanto à aliança firmada com o PP, conforme Costa, a satisfação é proporcional ao empenho em trazê-los para o nosso lado. “Trata-se de uma grande aliança com um grupo político forte. Certamente, esse casamento será duradouro e produzirá bons frutos”, comemorou. Por outro lado, o presidente regional do PP, deputado federal Mário Negromonte, mesmo admitindo que o interesse maior do PP era ser contemplado com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, destacou que a legenda dará grande contribuição ao governo do Estado, não apenas na área de Agricultura, mas também no que diz respeito aos acordos para a eleição da AL e para a reeleição do governador Jaques Wagner, em 2010. Temos uma bancada federal atuante na área da Agricultura e nossos deputados estaduais são representantes legítimos de diversas regiões do Estado. A indicação de Roberto Muniz foi consenso e foi bem aceita pelo governo”, disse, ressaltando que a possibilidade de o PP ampliar a participação na máquina, não está descartada. Enquanto isso, Muniz afirma já estar se inteirando das ações e novas prioridades do governo para a pasta. “O processo de transição se dará da melhor maneira possível. Sabemos das prioridades em relação à agricultura familiar, a fixação do homem no campo, a energia renovável e tantas outras coisas. Mas, também vamos trazer novas propostas para o governo”, esclareceu. A vaga deixada por Muniz na Assembléia Legislativa será preenchida por Eliana Boaventura (PP) – alinhada atualmente com o prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo do DEM – , que apesar de ser a segunda suplente da coligação assume assento no Legislativo em função da eleição do deputado Tarcísio Pimenta (DEM) em Feira de Santana. O primeiro suplente da coligação é Pedro Alcântara, que fica no lugar de Pimenta. Com isso, Boaventura assume a vaga de Muniz só em primeiro de janeiro após diplomação e posse dos eleitos este ano. O presidente do Diretório Municipal do PT de Lauro de Freitas, Ápio Vinagre, disse ontem que viu com tristeza a formalização da entrada do PP no governo do Estado. Segundo ele,o novo secretário, Roberto Muniz, realizou uma campanha feroz contra o partido, contra o próprio Jaques Wagner e o presidente Lula, quando candidato à prefeitura local. “ Não é possível que em tão pouco tempo ele, Muniz, tenha revisto seus conceitos com relação a esses personagens”. Ontem à noite, o Diretório local se reuniu para avaliar a situação e emitir nota em protesto contra a indicação de Muniz para a Agricultura. A prefeita Moema Gramacho passou a maior parte da tarde-noite de ontem em reunião fechada com seus principais assessores. Um deles, no entanto, afirmou que entre o secretariado o sentimento era de indignação e de repúdio. O PT de Lauro de Freitas atribui a Muniz ataques violentos a Moema, inclusive o seu “enterro simbólico”, aproveitando-se da doença que acomete a prefeita. (Por Fernanda Chagas)
Simões colheu o que plantou
O petista Geraldo Simões, por sua vez, ao confirmar ter sido comunicado pelo governador Jaques Wagner (PT) de sua substituição na pasta, considerou a medida natural, entretanto alertou para a importância de se firmar uma base leal. “O movimento do governador está correto, mas acho importante ter uma base leal a ele, que permaneça com o governo nos momentos bons e ruins”, enfatizou. Deputado federal, ele retoma suas atividades na Câmara Federal. “Minha compensação é que o governo continue atendendo os anseios da população e se reeleja. Quanto a mim voltarei para a Câmara dos Deputados e continuarei colaborando, como sempre fiz”, disse Simões. Já em relação à possibilidade da Seagri ser desmembrada, como havia sido anunciado pela imprensa, o secretário de Relações Institucionais Rui Costa, nega. “Não haverá nenhum tipo de subdivisão.” Posso dizer que todas as áreas do governo bem como todos os gestores são avaliados constantemente. Mas, sabemos que algumas áreas têm desempenho melhor do que outras por conta da estrutura que foi herdada. Então, essa conjuntura vai pesar na reflexão do governador. A Conder, presidida por Maria Del Carmen, por exemplo, foi criada a partir da junção de três núcleos. Portanto, não podemos eleger nenhum bode expiatório. A diretoria de um clube que troca o treinador só para agradar a torcida não está realmente preocupada com o time”, declarou.
Aliança vale também para 2010
Teoricamente, a aposta do governador Wagner em ter o Partido Progressista no seu governo é uma decisão correta não só por reforçar a sua base de apoio, como também por trazer mais tranqüilidade nas futuras votações na Assembléia Legislativa. Além disso, aumenta o cacife do candidato governista para a disputa da presidência da Casa, em fevereiro, e amplia o leque de aliança para a reeleição do petista em 2010. A indicação de Roberto Muniz ajuda a mudar a correlação de forças não só na Assembléia Legislativa como em todo o Estado. E se as conversas do governo com o PR e o PRTB prosperarem, mesmo que estes partidos não venham na sua totalidade, é um sinal de que o governador sai rapidamente da zona de risco para remar em terras mais tranqüilas. Mesmo que a crise com o PMDB seja arrefecida, Wagner não quer ser surpreendido, por isso agora age com mais determinação e velocidade.Neste jogo, o governador mexe no seu time e provoca uma nova ordem política nos municípios, modificando a correlação de forças entre governo e oposição. Na primeira suplência, o ex-deputado Pedro Alcântara (PR) assume a vaga de Roberto Muniz na Assembléia Legislativa. Como segunda suplente, a ex-deputada Eliana Boaventura (PP) assume em janeiro na vaga de Tarcizio Pimenta (DEM), que vai comandar a prefeitura de Feira de Santana. Essas mudanças favorecem ao governo. Em Feira de Santana, por exemplo, o governo já conta com um senador, João Durval (PDT), dois deputados federais, Sérgio Carneiro (PT) e Colbert Martins (PMDB), enquanto a oposição não conta com nenhum nome. No plano estadual, o governo agora passará a contar com todos os deputados estaduais: Zé Neto (PT), Eliana Boaventura (PP) e Fernando Torres (PRTB), que se recompôs com o governo. (Por Evandro Matos)
Chegada do PP fortalece Ondina
A indicação do deputado estadual Roberto Muniz (PP) para a Secretaria Estadual da Agricultura é mais uma demonstração de mudança de atitude por parte do governador Jaques Wagner (PT) desde que as urnas do segundo turno da eleição de Salvador foram fechadas. A saída de Geraldo Simões, atual titular da pasta, é muito mais para criar as condições de ajustamento da máquina do que por qualquer medida disciplinar ou administrativa. Com a chegada do PP, Wagner reorganiza a sua base na Assembléia Legislativa e prepara o seu time para os embates futuros. Mas como não existe ação sem reação, cabe uma pergunta que domina os círculos da base aliada e da oposição. Vale a pena sacrificar um aliado de primeira hora no secretariado para alguém que há pouco mais de 30 dias disputou uma eleição contra um dos maiores aliados do governo, no caso a prefeita Moema Gramacho, do PT? É que, durante a última campanha de Lauro de Freitas, Muniz e Moema fizeram uma disputa acirradíssima. Tanto que a pré-campanha ajudou a desnortear as conversas para uma possível composição entre o PP e o governo estadual. Para complicar mais ainda, os progressistas se aproximaram do PMDB e assumiram cargos na prefeitura de Salvador. Em contra-partida, a aliança PP x PMDB se consolidou em Lauro de Freitas. Ciente de que disputaria a eleição contra Moema, e que o governo estadual tenderia a lhe favorecer, Roberto Muniz foi a pedra mais difícil de remover no meio do caminho para uma composição entre progressistas e governistas. Hoje, até pela necessidade do governo, a composição vale a pena. Primeiro porque a decisão foi tomada depois de muitas conversas, que envolveram os principais dirigentes do partido, como o presidente regional, deputado federal Mário Negromonte, o ex-deputado Jabes Ribeiro, além dos deputados federais e estaduais. “Vejo a indicação do Roberto Muniz com naturalidade. É um grande amigo nosso. Ele está indo para um governo que nós ajudamos a eleger”, reagiu Lúcio Vieira Lima, presidente do PMDB, ao responder sobre a nomeação de um aliado do PMDB municipal no governo estadual. Parceiro do PMDB na Prefeitura de Salvador, onde ocupa duas secretarias, o PP não terá dificuldade de fazer parte de uma dupla parceria, que envolve também o PT.(Por Evandro Matos)
PT volta a discutir relação com prefeito
Uma nova reunião do diretório municipal do PT, que vai acontecer amanhã na sede do partido, definirá a postura que a legenda na Câmara Municipal vai adotar em relação a administração do prefeito João Henrique. Essa é a segunda reunião somente essa semana realizada pela legenda para discutir o mesmo assunto. Na terça-feira o diretório passou o dia reunido avaliando o resultado das eleições municipais e definindo a posição com relação ao governo João Henrique (PMDB), quando optou por fazer-lhe oposição, mas preservando a cidade. Mas, a legenda resolveu rediscutir a decisão de ser ou não oposição ao prefeito João Henrique Carneiro para a reunião desta quinta-feira. O encontro do início da semana contou com a presença dos presidentes estadual, Jonas Paulo, e municipal do PT, Vânia Galvão, da bancada municipal eleita, do candidato derrotado às eleições em Salvador, Walter Pinheiro, e do deputado federal Nelson Pelegrino. O debate sobre que postura adotar com relação à prefeitura foi iniciado, mas de maneira “inconclusa”, conforme disse a vereadora Vânia Galvão. Segundo Galvão, no entanto, “uma coisa é certa: o povo de Salvador colocou o PT na oposição e este papel será cumprido pela legenda”. “Uma coisa que é importante e que fique claro: o povo de Salvador nos colocou em uma situação de oposição ao prefeito. Nós não vamos fazer uma oposição à cidade. A oposição que viermos a fazer será uma oposição construtiva. Com responsabilidade, estaremos avaliando as questões que vierem a ser encaminhadas pelo governo municipal”, disse. Seguindo a mesma linha do presidente do PT estadual, a vereadora Vânia Galvão também minimizou as críticas ao PMDB. Segundo ela, não se pode desconsiderar o fato de o PMDB estar na “base do governo” tanto estadual quanto no federal. Ela, inclusive, acredita que a oposição que eventualmente será feita pelo PT ao PMDB na esfera municipal não atingirá a aliança nas outras esferas. “Não, em absoluto. Não, não existe isto (a inviabilização da aliança PT-PMDB)”, explicou.
Fonte: Tribuna da Bahia
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