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sábado, setembro 13, 2008

Magistrado acusa perita da defesa de simulação

Marjorie Moura, do A TARDE
O juiz Cássio Miranda, titular da 1ª Vara do Júri, decidiu, na tarde desta sexta-feira, 12, que foi cumprida a carta precatória expedida por Maurício Fossen, juiz de São Paulo que preside o processo da morte da menina Isabella Nardoni, 5 anos, para que a perita aposentada Delma Gama prestasse depoimento sobre o laudo assinado por ela e pelo legista alagoano George Sanguinetti.
A decisão aconteceu depois de três adiamentos do depoimento da testemunha da defesa que atrasaram em 30 dias o andamento do processo. Os autos serão remetidos para a Justiça de São Paulo, que vai decidir se o casal Alexandre Alves Nardoni, 29 anos, e Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, 24, pai e madrasta da vítima, acusados de tê-la assassinado, será submetido a júri popular.
O magistrado obteve uma única resposta de Delma Gama referente a trecho do laudo de 67 páginas de texto e 191 fotos, dela e de Sanguinetti. No documento elaborado a pedido da defesa, ela explica que usou um chumaço de algodão embebido em soro fisiológico para verificar se existiam vestígios de sangue no chão. Segundo o laudo oficial de 477 páginas, estes foram detectados através da substância Blue Star pelos peritos de São Paulo, no apartamento da família Nardoni, onde teria ocorrido o crime.
No laudo da defesa, os peritos afirmam que os colegas paulistas se equivocaram identificando um nó no chão de madeira como sangue. “O soro fisiológico tem o mesmo efeito do Blue Star?", perguntou o magistrado várias vezes e de várias maneiras, inclusive com ameaça de medidas judiciais, até a perita apenas admitir que o método com Blue Star é mais refinado. Ela ainda tentou alegar que o trabalho foi feito dois meses após o crime, mas o juiz disse que teria muitas outras perguntas a fazer, mas estava satisfeito com a resposta.
ATENÇÃO MÉDICA – O depoimento foi acompanhado por uma equipe do Samu, consultada periodicamente pelo juiz quando a testemunha fazia alegações sobre seu estado de saúde. Delma Gama fez uma longa exposição sobre sua saúde e disse ter se aposentado da Polícia Técnica após 28 anos de trabalho por ser portadora do vírus HTLV. Mas, quando tentou alegar não entender a pergunta que o magistrado fez sobre o uso de soro fisiológico porque havia ingerido o medicamento Rivotril às 4 horas, o médico informou que naquele momento os efeitos do remédio já teriam passado.
“A senhora consegue articular bem o seu raciocínio quando lhe interessa responder”, declarou o juiz Cássio Lima, que chegou a advertir a perita, ordenando-lhe que parasse com a simulação. “Nós poderíamos ter cumprido esta carta precatória em outras condições se a senhora não tivesse se furtado a atender às convocações. A senhora teria sido ouvida com base em seu conhecimento técnico e não neste estado deplorável”, lamentou o magistrado.
Delma Gama foi ainda interrogada pela promotora da Bahia Armênia Cristina Santos sobre uma cirurgia feita nas pálpebras, declarando que estas ficavam inchadas constantemente há muitos anos e que ela não enxergava bem quando isto ocorrida. “Isso quer dizer que quando a senhora realizou a perícia no apartamento dos Nardoni não conseguia enxergar bem os vestígios?”, indagou a promotora. “Trabalhei com muita dificuldade”, admitiu a perita.
“Considero lamentável o que aconteceu aqui, mas os médicos foram muito competentes e o magistrado cumpriu rigorosamente a carta precatória”, avaliou o promotor do caso Isabella, Francisco Cembranelli. Ele acrescentou que o depoimento da perita foi irrelevante e não deverá mudar o rumo do inquérito, qualificando como fraco o laudo elaborado a pedido da defesa. Ele salientou que os atrasos para a viabilização do depoimento de Delma Gama coadunam com o teor do novo pedido de habeas corpus feito pelos advogados dos Nardoni feito sob alegação de que o prazo para o depoimento das testemunhas foi muito longo e que os acusados poderiam aguardar o processo em liberdade.
Fonte: A Tarde

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