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terça-feira, setembro 02, 2008

Lula afasta direção da Abin por grampo no STF

Oficialmente, Paulo Lacerda ficará afastado até que a Polícia Federal conclua as investigações
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afastou ontem toda a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), incluindo o diretor-geral Paulo Lacerda, por conta da escuta ilegal feita nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Mesmo sem culpar Lacerda pela espionagem, o presidente reconheceu que a situação da direção da Abin era insustentável pela gravidade da crise institucional provocada pelo problema. Lula sabia também que só uma decisão desse tipo reduziria a pressão política feita por integrantes do Poder Judiciário e pela oposição.
No sábado, edição da revista "Veja" revelou que a Abin gravou pelo menos uma conversa telefônica entre Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Informado da comprovação da espionagem, Mendes cancelou uma viagem oficial que faria à Coréia do Sul e decidiu procurar o presidente Lula, pedindo providências. Ainda no fim de semana, os dois acertaram um encontro e o presidente acionou seus principais auxiliares para se informar sobre o problema.
Quando entrou na sua primeira reunião ontem, o presidente já tinha decidido enquadrar a Abin, que segundo a "Veja", também já teria feito escutas ilegais de outras autoridades, incluindo a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
No entanto, o governo avalia que uma guerra de bastidor entre a Abin e a PF pode estar por trás das escutas clandestinas que atingiram o presidente do STF. A hipótese é levantada em conversas reservadas no Palácio do Planalto por causa de informações recebidas no governo desde que estourou a Operação Satiagraha, da Polícia Federal, que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas.
Em três reuniões realizadas ontem, Lula reiterou a confiança em Lacerda e disse não acreditar que ele tenha mandado grampear Mendes. "Ele é um homem de bem", afirmou o presidente. De qualquer forma, para evitar o agravamento da crise entre os Poderes, Lula determinou o afastamento temporário de toda a cúpula da Abin. "A situação é extremamente grave", afirmou.
Com a atitude, o presidente atendeu aos apelos de Gilmar Mendes, que, antes mesmo de se dirigir ao Planalto, na manhã de ontem, telefonou para vários senadores e, nervoso, disse que era preciso exigir providências enérgicas do governo. Lula tentou evitar o afastamento de Lacerda - homem da confiança do ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos -, mas acabou cedendo diante da gravidade do quadro.
O presidente não acredita, porém, que o diretor da Abin esteja pessoalmente envolvido na bisbilhotagem das conversas de Mendes, de senadores e até mesmo da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Para Lula, o mais provável é que tenha havido uma disputa de poder entre a Abin e a Polícia Federal.
Numa conversa com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), um dos parlamentares grampeados, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Jorge Félix, disse que o governo trabalha com outras três hipóteses para as escutas clandestinas. Uma delas seria a "degeneração" de algum agente ou setor da Abin, que teria agido sem o conhecimento de Lacerda. Félix também levantou a possibilidade de haver um aparelho de grampo no Senado e, ainda, de tudo ter sido planejado pelo próprio Daniel Dantas para desviar o foco das investigações. "Vocês repararam como Daniel Dantas saiu do noticiário?", perguntou o ministro-chefe do GSI, segundo relato de Torres.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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