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quinta-feira, setembro 11, 2008

Bolívia reduz venda de gás ao Brasil

LA PAZ - Um trecho de um gasoduto explodiu ontem no sul da Bolívia "em um atentado terrorista" após opositores do presidente Evo Morales terem ocupado um campo petrolífero e uma estação de gás natural. O problema obrigará a Bolívia a reduzir o envio de gás ao Brasil, informou o governo boliviano.
O presidente da estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Santos Ramírez, disse ontem que a exportação de gás natural ao Brasil será reduzida em três milhões de metros cúbicos, dos atuais 30 milhões que são exportados por dia ao Brasil. Isso equivale a cerca de 10% do total exportado.
O governo boliviano culpa a oposição por ter explodido o gasoduto. A YPFB diz que os oposicionistas fecharam uma válvula do sistema, na estação ocupada, o que criou pressão e levou à explosão no gasoduto, em uma área rural.
O governo boliviano imediatamente ordenou o envio de tropas para os estados do leste do país para proteger as instalações de petróleo e gás tomadas pelos opositores, que estão cada vez mais violentos, mas o governo tenta evitar um confronto direto com os manifestantes.
No Brasil, até o começo da noite de ontem, o Ministério das Minas e Energia dizia que o fluxo de gás natural para o País permanece normal, mas que a situação é acompanhada com atenção. Um porta-voz da Petrobras, a empresa brasileira de petróleo e gás, disse que não tinha informações sobre quebras no fornecimento de gás. A empresa brasileira Comgás, que distribui o gás natural em São Paulo, também não informou alterações no fornecimento. O incidente ocorreu no departamento de Tarija, perto da fronteira da Bolívia com o Paraguai e a Argentina.
Qualquer corte no fornecimento de gás natural teria conseqüências sobre a economia brasileira, que está em expansão. A Bolívia fornece atualmente 50% do gás natural consumido pelo Brasil e o gás boliviano tem uso intensivo em São Paulo, nas indústrias e residências.
Existem informações de que os opositores também cortaram o fornecimento de gás para a Argentina. A informação partiu da empresa Chaco, que opera campos no Estado de Chuquisaca, mais ao norte. "Nós tivemos que interromper as operações em Vuelta Grande", disse Juan Callau, gerente de relações institucionais da Chaco. O gás extraído no campo de Vuelta Grande é exportado principalmente à Argentina mas também ao Brasil. A Argentina também é altamente dependente do gás boliviano. De acordo com dados do governo argentino, metade da eletricidade do país é gerada por termelétricas a gás.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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