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quinta-feira, junho 05, 2008

Reciclagem de lixo requer boa vontade dos cidadãos

Maiza de Andrade, do A TARDE
Leia também:>> Confira os endereços das cooperativas de catadores de recicláveis>> Confira a programação para o Dia do Meio AmbienteContribuir para a reciclagem de lixo é tão simples quanto trocar de roupa, basta começar separando os recicláveis dos não-recicláveis. Não é preciso ter um vasilhame para cada tipo de resíduo. Todos os recicláveis podem ficar juntos, desde que limpos, no caso de embalagens de alimentos e bebidas.
A situação só começa a se complicar na hora de descartar os resíduos. Isso porque, em Salvador, o sistema de limpeza pública não faz coleta seletiva, e, para dar a destinação certa ao material, o cidadão tem que estar suficientemente motivado para levá-lo até uma lixeira adequada, que nem sempre fica perto.
A prefeitura instalou os chamados pontos de entrega voluntária (PEVs) em locais aleatórios e que não atendem a todos os bairros. Nem todos os supermercados têm postos de coleta. As cooperativas de recicláveis somente coletam em locais conveniados de acordo com a quantidade de resíduos, por causa dos custos na hora de transportar o material. A saída para quem mora em edifícios seria o envolvimento de todos os moradores para que a quantidade atraísse as cooperativas.
Além de impor dificuldades para a prática de uma “boa ação” ambiental, a falta de estrutura para a destinação dos recicláveis faz com que mais dinheiro, desembolsado pelo cidadão em impostos, seja gasto para pagar os serviços de coleta, transporte e aterro, que têm custo diretamente proporcional à quantidade de lixo. Ou seja, quanto mais resíduos vão para o aterro, mais será pago pela prefeitura. Hoje, o custo é de cerca de R$ 70 por tonelada para uma produção diária de 2,5 mil toneladas.
Além dos recursos gastos a mais, que poderiam ser investidos em outras necessidades públicas, gasta-se também mais recursos naturais para a produção de mais embalagens. Assim, os aterros sanitários durarão menos tempo, gerando mais custos ambientais e financeiros para a implantação de novos espaços para o destino do lixo.
Lentidão – A sanitarista e professora do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal da Bahia Maria de Fátima Nunes Maia, doutora em resíduos sólidos, desabafa sua decepção com o ritmo das mudanças que espera há mais de 20 anos. “As coisas caminham lento demais. Falamos as mesmas coisas há mais de 20 anos. Os orgânicos são desperdiçados, não há apelo para as pessoas se engajarem na idéia da reciclagem. Falta a prefeitura se comprometer mais e o cidadão ter mais responsabilidade com o consumo”, desabafa.
Maria de Fátima completa: “podíamos ter avançado muito, com tantos estudos já realizados, tantas experiências de ONGs. A gente espera mais atitudes”. A seis meses do final de mais uma gestão municipal, ainda se discutem os rumos da coleta seletiva na cidade. Até então, as medidas mais visíveis da prefeitura, os chamados PEVs provaram ser de pouca produtividade. A coordenadora técnica da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), Fátima Sampaio, reconhece o problema e diz que os PEVs estão sendo reavaliados.
Ela conta que a política do município é a de potencializar a coleta seletiva através das cooperativas. “Só que as cooperativas não têm estrutura, nem a população está estimulada”, diz. Ela conta que já iniciou as discussões com os grupos sobre como ampliar esta ação.
Na cozinha – A estudante Maria José Villares Barral Villas Boas, 23 anos, começou a dar os primeiros passos para a reciclagem do lixo de casa há dois anos. Hoje, exibe, com orgulho, as duas lixeiras da cozinha, uma para plásticos, outra para papel. “No começo, foi difícil, mas, agora, todos já estão participando”, conta. Se antes, somente ela se encarregava de levar os recicláveis para os coletores, que ficam a pelo menos um quilômetro de distância, agora os pais também colaboram, conta Maria.
O próximo passo dela será o de convencer os outros moradores do edifício, localizado no Corredor da Vitória, a fazerem o mesmo. Cautelosa, ela optou por, primeiro, se fazer ouvir na comissão do condomínio, candidatando-se e elegendo-se membro do conselho fiscal.
Única jovem entre os integrantes do condomínio, ela conta que está “tomando coragem para fazer a proposta”. É que, como se trata de um prédio de mais de 40 anos, predominam moradores mais velhos e que, segundo ela, podem estranhar a idéia. “Se a gente se juntar, vai ficar mais fácil trazer uma cooperativa para pegar os recicláveis”, acredita.
Fonte: A TARDE

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