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quinta-feira, abril 03, 2008

Viroses lotam os hospitais

As emergências dos hospitais públicos e particulares de Salvador estão amanhecendo lotadas todos os dias, sobretudo a ala infantil, deixando a população apreensiva com um surto de dengue. Mas os médicos alertam para não confundir as viroses com a dengue, pois os sintomas são os mesmos. O certo é que mais de 7 mil casos de dengue foram registrados na Bahia nos três primeiros meses do ano, um aumento de mais de 100% em relação ao mesmo período do ano passado. A espera nas instituições particulares chega a hora e meia. Nas públicas, o tempo é ainda maior. No entanto, os médicos asseguram, que embora nos períodos pós-chuva e festas populares, a exemplo do Carnaval, a incidência da doença aumente consideravelmente, 90% dos atendimentos são referentes as “chamadas viroses inespecíficas”, que possuem sintomas bastante semelhantes ao do temido vírus Aedes Aegypt. O mais importante antes de entrar em pânico, conforme explicam os especialistas, é saber diferenciar a dengue (causada por 4 tipos de vírus: 1, 2, 3 e 4) de uma simples virose, que apesar de apresentar algumas características iguais, como a febre, dor muscular e dor de cabeça, tratam-se de diagnósticos completamente diferentes. De acordo com o médico plantonista do Hospital Jorge Valente, José Marcelo Pitombo de Melo, muita gente tem confundido os sintomas e lotado as emergências dos hospitais. Este foi o caso da assessora de imprensa, Carla Souza, que chegou a se dirigir a uma unidade médica duas vezes em uma só semana achando que estava contaminada com o vírus da dengue, mas o resultado foi uma forte virose. “Sentia fortes dores no corpo, cabeça e uma febre muito alta e diante de tantos casos trágicos acontecendo referente à epidemias de dengue no país, a minha maior preocupação era descartar essa possibilidade”, confidenciou. No entanto, segundo Melo, até agora, entre as centenas de pacientes que atendeu não houve nenhuma confirmação de caso de dengue, apenas com sintomas. “Quanto às viroses comuns não posso dizer o mesmo. Trata-se uma epidemia pós-carnaval”, destaca, ressaltando que toda infecção viral é uma virose. “E por haver inúmeros tipos de vírus, é difícil identificar o responsável pela infecção, mas a maioria são benignas e desaparecem em até cinco dias”, complementou. No caso da dengue, que dissemina-se pelo sangue (viremia), conforme Melo, é necessário um cuidado maior. Além dos sintomas iniciais conhecidos, que acabam por confundir a doença, como febre alta (normalmente entre 38° e 40º C) de início abrupto, dores de cabeça e musculares, o paciente sente ainda dores ao redor dos olhos, mal-estar, prostação e falta de apetite. “Há ainda exantemas cutâneos típicos (manchas vermelhas na pele), e dores agudas das costas (origem do nome, doença “quebra-ossos”). Em contrapartida não apresenta qualquer problema respiratório, como nas viroses comuns”, assegurou. No caso da dengue hemorrágica, que após a frebre baixar pode provocar sangramentos nas gengivas e nariz, hemorragias internas e coagulação intravascular disseminada, o médico adverte que os danos podem ser fatais. “Ocorre freqüentemente também hepatite e por vezes choque mortal devido às hemorragias abundantes para cavidades internas do corpo. Na pediatria os prenúncios da dengue hemorrágica são diferentes. “Normalmente, em um adulto, teria uma média de cinco dias de febre, plaquetas abaixo de 100 mil e uma hemoconcentração (concentração de hemoglobina no sangue). Na criança pode não ter esses cinco dias de febre. O que vai dizer se é hemorrágica ou não são pequenos sangramentos em si, mais a hemoconcentração e as plaquetas do sangue abaixo de 100 mil”, observou.
Bairros de Salvador mais afetados
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) os bairros periféricos, sem infra-estrutura, como os do Subúrbio Ferroviário, são os mais propícios a proliferação do mosquito. Entre as áreas com maior índice de infestação para o percentual de 1%, estipulado como permitido pelo Ministério da Saúde – os percentuais variam na cidade de 1% a pouco mais de 10% - estão: Lobato, São João do Cabrito, Plataforma, Alto do Cabrito, Boa Vista do Lobato e Bela Vista do Lobato. No Lobato, São João do Cabrito e Plataforma foram registrados o maior percentual (10,8%, 10,8% e 10,3% respectivamente), seguidos pelos bairros de Alto do Cabrito, Boa Vista do Lobato e Bela Vista do Lobato, todos com 9,6%. Com base nisso, as autoridades alertam sobre a necessidade de um trabalho conjunto, não apenas das autoridades, como também da população. Segundo a superintendente da Vigilância e Proteção da Saúde da Sesab, Lorene Pinto o papel da sociedade é fundamental para a erradicação. “A dengue é uma doença tipicamente urbana, o que significa dizer que incide onde há um contingente populacional maior, ou seja, nos bairros mais populosos. Por isso precisamos da colaboração de todos quanto aos cuidados necessários. Não só com vasos de planta que armazenam água, tanques descobertos e tonéis, assim como guardar materiais inservíveis e lixo dentro de casa”, destacou, reiterando que o principal é a vigilância de todos para vasilhas sem tampas e outros utensílios capazes de armazenar água da chuva, vindo a servir de foco da doença.
Pescador pode pedir seguro desemprego
Os pescadores de camarões das espécies rosa, sete barbas e branco dos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo e Pernambuco já podem solicitar o seguro-desemprego em razão do defeso da espécie que já começou e termina em 15 de maio. O benefício pode ser requerido 30 dias antes do início do defeso e deve ser solicitado até o fim da proibição. Os trabalhadores já recebem o valor do seguro com o salário-mínimo reajustado: R$ 415. Para fazer o pedido, o trabalhador deve se dirigir às Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego (SRTEs), ao Sistema Nacional de Emprego (SINE) ou às entidades credenciadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e preencher o formulário de requerimento do seguro-desemprego do pescador artesanal. Após 30 dias, a primeira parcela estará disponível nas agências da Caixa, nas Casas Lotéricas ou nas unidades da Caixa Aqui. Para o saque é necessário apresentar a carteira de identidade e o número de inscrição como Segurado Especial. Para ter acesso às parcelas do seguro-desemprego, concedidas a cada 30 dias, o pescador deve comprovar que está inscrito na Secretária Especial de Aqüicultura e Pesca há pelo menos um ano, apresentar o atestado da colônia de pescadores artesanais confirmando o exercício da atividade, carteira de identidade ou de trabalho, comprovante de pagamento das contribuições previdenciárias e do número de inscrição como Segurado Especial.
FONTE: Tribuna da Bahia

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