Por: Ricardo Miranda (ISTOÉ Online)
Bandido-cantor recusa emprego de R$ 2,8 mile pede mais “flexibilidade”. Detalhe: ele estácondenado a oito anos de prisão
Condenado por tráfico e associação para o tráficode drogas, mas beneficiado pela Justiça com o regime semi-aberto, o cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, conseguiu um trabalho invejável. O pagodeiro só precisava comparecer, de segunda a sexta-feira, a um escritório no centro do Rio de Janeiro, entre nove da manhã e sete da noite. Transportaria documentose recibos para um escritório de direitos autorais e receberia um salário mensal de R$ 2,8 mil – oito vezeso valor do salário mínimo. Desdenhou. No primeiro dia, esperado às nove horas, chegou às 12h45. Na terça-feira 9, pediu as contas. A justificativa veio de seu secretário particular – sim, ele tem um: “Belo é um cantor e esse emprego não atendeu à necessidade dele de voltar à vida artística. Ele precisa de mais flexibilidade na função”, disse Stênio Madeira.
O assessor do bandido-cantor negou que seu pupilo tivesse aproveitado parte do primeiro dia de trabalho para passear na praia, transgredindo as normas do regime semi-aberto. Não soube explicar, porém, o motivo do atraso. E nem se preocupou com isso. Belo já tem outro emprego engatilhado, numa gravadora na Urca, zona sul do Rio. “Assim ele poderá compor e gravar dentro da própria empresa”, adiantou sua advogada Sandra Almeida, lembrando que cabe ao réu definir o emprego que lhe convier. Um detalhe que ela esqueceu de contar: a Justiça ainda tem que autorizar o novo trabalho para o presidiário.
Ao se demitir do emprego, Belo perdeu provisoriamente o direito ao regime semi-aberto e acabou transferido para o Presídio Plácido Carvalho, no Complexo de Bangu, na zona oeste. “Este novo trabalho é mais complexo e envolve gravações externas que devem ser previamente autorizadas”, avisou o juiz Carlos Augusto Borges, titular da Vara de Execuções Penais do Rio. O pagodeiro está preso há um ano e meio. Sua prisão foi decretada em junho de 2002, depois que gravações telefônicas, autorizadas pela Justiça, revelaram suas ligações com traficantes de drogas e armas. Em novembro de 2004, ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Rio a oito anos de prisão em regime fechado. Em março deste ano, a Justiça aprovou a progressão de pena do regime fechado para o semi-aberto. Ao encontrar um emprego e, imediatamente, recusá-lo, Belo mostrou que realmente confia na liberalidade da Justiça. Sua aposta é a de que o benefício do regime semi-aberto lhe será concedido indefinidamente até o dia em que, finalmente, encontre um trabalho à altura do que julga ser seu talento.
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