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segunda-feira, novembro 10, 2008

Som alto é afronta à audição e causa surdez

Ele está por todas as partes da cidade. Em bares, boates, nas ruas, às vezes até dentro de casa, o som alto é uma afronta a audição humana e pode, de maneira lenta, às vezes até imperceptível, provocar a surdez parcial ou total, em médio ou curto prazo. Pesquisas apontam que, pelo menos, 35% das perdas de audição são provocadas pela exposição freqüente ao som intenso. No Dia da Audição, celebrado hoje, especialistas alertam também para os riscos na utilização dos aparelhos de mp3, mp4 e ipod, hoje quase uma febre entre os jovens. Em Salvador não é necessário ir a uma festa para ouvir música no último volume. Basta transitar por bairros populares em um final de semana para comprovar a afirmativa. Nas ruas, em portas de bares, caixas de som ou carros com sons potentes, parecem verdadeiros trios elétricos, em dia de carnaval, disputando a atenção dos foliões. “É importante ficar longe de caixas de som, pois aquele som alto é capaz de lesar o nervo auditivo e provocar uma surdez parcial ou até mesmo total, a depender da sensibilidade de cada ouvido”, destaca a otorrinolaringologista Clarice Saba, presidente da Sociedade Baiana de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (Soesba). A especialista atenta ainda para os protetores auriculares, plugues ou abafadores, eles são capazes de reduzir o efeito do som alto sobre os ouvidos, em apenas 20 decibéis, no caso dos primeiros e 30 nos segundos. “Ou seja, se o barulho for acima de 100 decibéis, nem um protetor vai reduzir os riscos”, ressalta. Estudos comprovam que o ouvido humano pode suportar até 85 decibéis, durante oito horas por dia, para cada cinco decibéis, a mais, é preciso reduzir duas horas de exposição ao ruído. Só para se ter idéia, uma avenida movimentada pode atingir a pressão sonora limite para o homem. “Aquela sensação de ouvido entupido, após sair de uma boate, por exemplo, pode sinalizar uma lesão do nervo auditivo”, salienta Saba, alertando para o perigo que se esconde em uma simples diversão. “Não recomendo ir todo final de semana a boates, são lugares fechados com som muito alto, é bom dar um descanso maior para os ouvidos”, garante. De acordo com Saba, muitas pessoas sofrem pequenas lesões aditivas, mas não percebem no dia-a-dia, quando vão atentar para o problema já estão com a audição muito comprometida. Foi o caso da cabeleireira Cléo Gomes, 35 anos. Com mais de 15 anos de atividade em salão de beleza, ela ficava exposta, diariamente, ao barulho do secador de cabelos, por mais de oito horas. Hoje escuta apenas do ouvido direito, do outro restou menos de 5% da adição. “Quando falava ao celular achava que o aparelho estava com defeito”, conta. Dados da Sociedade Brasileira de Otologia apontam que 15% a 20% da população, sentem zumbidos nos ouvidos, sintoma que indica perda auditiva. No Brasil, o número representa uma média de 25 a 30 milhões de brasileiros. Destes, apenas 15% se sentem incomodados com o barulho e procuram ajuda médica Outras pesquisas dão conta que 30% a 35% das perdas de audição são creditadas à exposição a sons intensos, sejam eles em ambientes profissional ou em lazer. Este tipo de surdez, relacionada à exposição a sons altos, é cumulativa. Uma vez cessado o fator causador, a perda de audição estaciona, mas não regride. “O tímpano perfurado pode ser reversível, seja através da regeneração natural do tecido, ou de uma cirurgia, mas, quando o nervo auditivo é atingido por um barulho intenso não há reversão”, explica a otorrinolaringologista.
Novos aparelhos de som ameaçam ouvidos
Mas, se não bastasse toda poluição sonora a ameaçar os ouvidos, alguns aparelhos de som oferecem riscos ainda maiores. Com fones de ouvido intra-auriculares (dentro dos ouvidos) os tocadores de mp3 (e similares) são utilizados principalmente por crianças e adolescentes, em volumes acima do aceitável para os ouvidos, durante horas por dia. Os tocadores são potentes e podem atingir uma intensidade sonora de até 120 decibéis, em seu volume máximo. O que equivale à intensidade de uma turbina de avião durante a decolagem. O Comitê Científico Europeu de Riscos à Saúde divulgou no início de outubro um estudo que comprova que o uso de mp3 com fone intra-auricular favorece a perda de audição, e que adolescentes e jovens na faixa etária de 20 anos, não perceberiam a diminuição da acuidade auditiva imediatamente. Os efeitos nocivos da música alta só serão percebidos em uma década ou quando estiverem com 30 anos, avalia a pesquisa. De acordo com o estudo, os grupos mais expostos a riscos são aqueles que ouvem mp3 ao menos cinco horas por semana. Porém, os malefícios podem ser notados mesmo para quem ouve apenas 28 segundos por dia de música alta e que boa parte dos jovens ouve música no ipod com sons entre 100 e 115 decibéis, quando o nível recomendado é sempre inferior a 60 decibéis. “Se o som do aparelho impede que a pessoa escute uma conversa ao seu lado, então é hora de baixar o volume”, diz Saba, que já atende alguns adolescentes com problemas na audição.
Fonte: Tribuna da Bahia

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