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domingo, outubro 06, 2024

Bets foram liberadas sob Temer de carona em Ministério da Segurança e com dedo do Congresso

 Foto: Antônio Cruz/Arquivo/Agência Brasil

Michel Temer05 de outubro de 2024 | 17:20

Bets foram liberadas sob Temer de carona em Ministério da Segurança e com dedo do Congresso

brasil

Impulsionado pela busca de recursos para viabilizar a criação do Ministério Extraordinário de Segurança Pública, o governo de Michel Temer (MDB) liberou no Brasil, em 2018, as apostas de quota fixa, chamadas de apostas esportivas.

A nova pasta, chefiada por Raul Jungmann, foi anunciada um dia após o governo oficializar a intervenção militar no Rio de Janeiro. Foi nesse contexto que as bets, que hoje tomam conta da publicidade na televisão e no futebol, entraram em cena no país.

O dispositivo que autorizou as apostas de quota fixa, até então inexistente na legislação, foi incluído pelo Congresso Nacional na MP (Medida Provisória) que reformulou o Fundo Nacional de Segurança Pública —provendo recursos ao ministério recém-criado e ao setor.

Nessa modalidade, o apostador sabe exatamente o quanto ganha caso acerte. A medida —transformada em lei em dezembro de 2018— só tratava de apostas relativas a eventos reais de temática esportiva, por exemplo, jogos de futebol.

O texto previa que a regulamentação ocorresse em até quatro anos, o que não foi cumprido durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Nesse intervalo, o mercado das bets cresceu no país em um limbo legal: sem arrecadação para a União, com empresas em paraísos fiscais e sem fiscalização ou mecanismos de segurança.

Os cassinos online (como o jogo do tigrinho), que alavancaram ainda mais a febre das bets e levaram o ministro Fernando Haddad (Fazenda) a falar em “pandemia”, só foram liberadas em 2023, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A Folha conversou sobre a liberação das apostas com nove pessoas —entre integrantes do então governo e parlamentares— que acompanharam o processo, sob anonimato. Procurados, Temer e Jungmann não se manifestaram.

O Brasil passava por um ajuste fiscal depois da aprovação do teto de gastos em 2016. Naquele momento, as apostas online não figuravam entre as prioridades da pasta econômica.

Sem holofotes, o tema das bets pegou carona na força política do novo ministério, que precisava de orçamento, e foi inserido na lei com ajuda do Congresso. Segundo ex-integrantes da Fazenda e da Segurança Pública, o foco das conversas era a regulamentação das raspadinhas —também contempladas na legislação.

Quanto Temer anunciou o Ministério da Segurança Pública, no Rio de Janeiro, integrantes da nova pasta procuraram a equipe econômica para viabilizá-lo.

A solução foi unificar a lei das loterias (uma demanda da Fazenda) e turbinar o fundo, alimentado com arrecadação dos jogos —mas ainda não as apostas de quota fixa.

“O legado foi garantir recursos perenes para a segurança pública para modernizar instalações, equipamentos e assegurar custeio das operações policiais. Como resultado, não temos mais viaturas velhas e com falta de combustível, policiais com armamentos precários e delegacias desabastecidas”, disse à Folha o então secretário nacional de segurança pública, Flávio Basilio.

Uma primeira MP foi publicada em junho, mas o governo recuou na sequência, diante da reclamação dos Ministérios do Esporte e da Cultura. Um novo texto foi enviado ao Congresso Nacional em agosto, quando surgiram as apostas de quota fixa.

“Por sugestão da Sefel [Secretaria de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loterias], apresentamos proposta que objetiva tornar factível a exploração dessa nova modalidade lotérica”, afirmou o relatório do senador paraense Flexa Ribeiro (então no PSDB).

“Na falta de norma que regulamente esse nicho lotérico, as apostas são realizadas em sítios eletrônicos hospedados no exterior, sem que o país arrecade nenhum centavo”, acrescentou.

A alteração se valeu de uma emenda do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), que pretendia permitir à Caixa Econômica Federal competir no mercado de apostas de quota fixa.

“O Brasil vivia uma evasão gigantesca com as apostas esportivas, já que os sites estavam fora do país e não tinha como proibir”, disse.

A emenda foi modificada e virou um capítulo da lei para criação de um mercado concorrencial do setor.

“Havia necessidade de arrecadação, em razão do ajuste fiscal, e a abertura à concorrência do mercado de apostas de quota fixa de eventos esportivos era uma alternativa com potencial, mas sem força política na época. Com a criação do Ministério de Segurança Pública, surgiram as condições para que a proposta avançasse”, afirmou o então secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loterias, Alexandre Manoel, hoje economista-chefe da AZ Quest.

O texto foi aprovado em dezembro. A regulamentação, contudo, submergiu na lista de prioridades do então ministro Paulo Guedes com a criação do superministério da Economia.

Equipe e estrutura insuficientes, a polêmica em torno do tema, a resistência dos evangélicos e a falta de um novo impulso político travaram a questão.

Houve avanço na parte técnica e uma minuta da regulamentação chegou à Presidência em 2022, ano eleitoral, mas Bolsonaro ignorou o prazo de quatro anos previsto por lei para a regulamentação e não assinou o texto.

“O prazo para regulamentação não foi cumprido, permitindo a proliferação descontrolada da atividade, com as terríveis consequências. O objetivo original, de regulamentar a atividade de forma responsável, foi totalmente alterado. Espero que o Congresso reverta esses equívocos”, disse Flexa Ribeiro.

O interesse político pelo tema só reapareceu em 2023, quando as apostas entraram na mira de Haddad como fonte de recursos para a União.

João Gabriel e Nathalia Garcia/Folhapress
PoliticaLivre

Veja os tipos de fake news que costumam circular no dia das eleições

 Foto: Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

Circulação de fake news diretamente relacionadas aos candidatos é frequente06 de outubro de 2024 | 08:00

Veja os tipos de fake news que costumam circular no dia das eleições

brasil

É comum circularem no dia das eleições informações falsas sobre as urnas e o processo eleitoral, com a finalidade de interferir na lisura do pleito.

Frequente também é a circulação de fake news diretamente relacionadas aos candidatos.

Não deve ser diferente na atual eleição, em que o conteúdo falso mais rumoroso foi publicado por um dos líderes de intenção de votos na maior cidade do país: Pablo Marçal (PRTB) publicou na noite de sexta (4) um laudo falso para tentar associar o também candidato Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de drogas.

As eleições no Brasil também têm sido marcadas pela reciclagem de fake news antigas, fenômeno que ocorreu nas duas últimas disputas, a geral de 2022 e a municipal de 2020.

Segundo o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), costuma circular na data informação falsa sobre urnas que dificultariam o voto em algum candidato e sobre transporte irregular das máquinas em veículos particulares.

“Em eleições gerais, é comum eleitores tentarem votar em candidatos de outros estados e, por isso, afirmarem que seu candidato não está na urna”, afirma o tribunal.

Neste ano, voltou a circular um vídeo no qual o ex-deputado federal Fernando Chiarelli (PDT-SP) afirma, sem provas, que o sistema eleitoral é uma fraude, e que os programas das urnas estariam “preparados para criar quem vai ganhar e quem vai perder”.

O vídeo foi gravado em 2010 durante sessão plenária. Ao contrário do que diz a gravação, a urna não favorece candidatos. Além disso, o TSE sempre abre o código-fonte do equipamento para a auditoria de entidades fiscalizadoras um ano antes da votação.

Outra desinformação antiga que voltou a circular aponta que o código-fonte da urna teria sido quebrado, o que daria acesso a informações sobre quando, onde e em quem o eleitor votou.

De acordo com a Justiça Eleitoral, a imagem com a fake news trata, na verdade, de informações dos logs dos equipamentos, “que registram todas as atividades de funcionamento e eventuais falhas ocorridas durante o processo de votação”, sem relação com a escolha que os eleitores fazem dos candidatos.

Ainda segundo a Justiça, a imagem foi inicialmente compartilhada em novembro de 2022.

Outra desinformação recentemente checada pelo tribunal é sobre um site falso que promete emitir o título de eleitor por R$ 49. O endereço é divulgado por meio de anúncios online e diz ter outras finalidades, como a quitação de multas.

Serviços oferecidos pela Justiça Eleitoral como a emissão de título, porém, são gratuitos. O pagamento de multas deve ser feito por meio de canais oficiais, como o aplicativo e-Título e cartórios.

Já a última eleição municipal, de 2020, foi marcada por boatos questionando a segurança das urnas e a veracidade dos resultados, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Em novembro daquele ano —mês no qual ocorreram as eleições em razão da pandemia de Covid—, chegaram à Justiça para checagem informações falsas sobre voto facultativo para maiores de 60 anos e a impossibilidade de votar sem levar à seção eleitoral uma caneta, entre outros tópicos.

Uma desinformação que circulou no primeiro turno dizia que as justificativas eram computadas como votos para “candidatos de esquerda”. Todas essas informações são falsas.

Para o mesmo pleito, o site boatos.org, voltado à checagem de notícias, dividiu as fake news que viralizaram em quatro tópicos principais: fraude nas urnas —com cinco histórias antigas, de 2018, envolvendo a ideia de favorecimento a candidatos de esquerda— regras das eleições, com duas delas desinformando sobre o voto de maiores de 60 anos—, ataques a candidatos e histórias “bizarras”, como a de um candidato a vereador que teria oferecido a esposa em troca de votos.

Nas eleições de 2022, o destaque foi para desinformação sobre o desempenho das urnas. Uma delas dizia que o voto seria anulado ao se apertar “confirma” durante a tela “confira seu voto”.

O foco também foi em ataques diretos aos candidatos, como mensagem falsa sobre títulos de eleitor com QR Code que transferiria votos para Lula (PT), então postulante ao cargo de presidente.

Segundo o boatos.org, outras fake news que mais viralizaram no primeiro turno diziam respeito a Lula ter recebido respostas de um jornal para ajudá-lo em entrevista e pesquisa Ipec no Jornal Nacional que mostraria Jair Bolsonaro (PL) na frente do petista com 46% das intenções de voto.

De acordo com pesquisa feita pelo DataSenado em junho deste ano, 81% dos brasileiros acham que o resultado eleitoral pode ser afetado significativamente pelas notícias falsas. Além disso, 72% deles disseram ter tido acesso a esse tipo de conteúdo no primeiro semestre do ano.

Segundo Adriane Buarque de Holanda, pesquisadora de comunicação política e professora da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), algumas dicas para não cair em desinformação são ter visão mais crítica sobre conteúdos compartilhados no WhatsApp e em grupos de conhecidos, consultar fontes oficiais dos candidatos e buscar informações em agências de checagem confiáveis.

Ana Gabriela Oliveira Lima/FolhapressPoliticaLivre

Perícia aponta que laudo médico publicado por Pablo Marçal contra Boulos é falso

 

Perícia aponta que laudo médico publicado por Pablo Marçal contra Boulos é falso
Foto: Reprodução / Polícia Civil

A Polícia Técnico-Científica de São Paulo comprovou, neste sábado (5), que o atestado médico publicado pelo candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), é falso. A análise foi realizada pelos peritos desde a madrugada deste sábado.

 

Sendo o jornal O Globo, os peritos compararam a assinatura utilizada no laudo falso publicado por Marçal com antigos documentos do médico José Roberto de Souza, que morreu há dois anos. Conforme a análise, a maior divergência está na velocidade de execução da assinatura falsa.
 

“É falsa a imagem da assinatura em nome do médico ‘José Roberto de Souza’, lançada no receituário objeto de exame, descrito no capítulo ‘Peça de Exame’, posto que tal assinatura não apresenta as mesmas características gráficas dos exemplares observados nos documentados descritos no capítulo ‘Padrões de Confronto’”, afirma laudo pericial.

 

Ainda neste sábado, Marçal teve sua conta no Instagram suspensa e foi determinado, pela 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, a exclusão de postagem do candidato contra seu adversário político Guilherme Boulos (PSOL). O influenciador também foi intimado pelo ministro Alexandre de Moraes a prestar esclarecimentos em 24 horas sobre o uso irregular do X.



Bahia Notícias faz cobertura especial e tem site com apuração das Eleições 2024


Por Redação

Bahia Notícias faz cobertura especial e tem site com apuração das Eleições 2024
Foto: Priscila Melo/ Bahia Notícias

Após acompanhar o dia a dia de candidatos dos 417 municípios da Bahia, o Bahia Notícias faz uma cobertura especial das eleições 2024 neste domingo (6). Com toda a equipe dedicada à cobertura da festa da democracia - serão mais de 30 pessoas envolvidas -, a cobertura fica reforçada até o encerramento das urnas, às 17h, quando a equipe fica inteiramente focada no acompanhamento das prévias e do resultado da apuração.

 

A partir das 17h30, uma transmissão ao vivo no YouTube.com/BahiaNoticiasTV traz uma mesa de apuração com o editor-chefe Fernando Duarte e o editor de Política Mauricio Leiro, com a participação dos repórteres que acompanham a apuração nos comitês dos candidatos.

 

APURAÇÃO
O BN também terá um site inteiramente voltado para a apuração do resultado das eleições gerais. Utilizando informações públicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o endereço permitirá, inclusive, ver a evolução dos votos apurados em todo o Brasil, além da Bahia.

 

O site ficará disponível em um endereço exclusivo: apuracao.bahianoticias.com.br/

Saiba quais os documentos são aceitos no dia da eleição

  em 6 out, 2024 7:22

Certifique-se de que seus documentos estão válidos e em bom estado para evitar contratempos (Foto: pixabay)

Durante as eleições municipais 2024 que acontecem neste domingo, dia 6 de outubro, é fundamental estar ciente dos documentos aceitos pela Justiça Eleitoral para garantir que o eleitor possa exercer seu direito de voto sem problemas

Eleitores, em sua maioria, pensam que para votar é necessário o título eleitoral, mas, na data de votação, você precisa apresentar um documento oficial com foto.

Confira quais documentos aceitos no dia da Eleição 2024:

-Carteira de identidade (Registro Geral ou RG) ou a identidade social (no caso de pessoas trans e travestis);

-Passaporte;

-Certificado de reservista (para homens que prestaram serviços militares na reserva);

-Carteira de trabalho ou de categoria profissional reconhecida por lei;

-Carteira Nacional de Habilitação (CNH);

-Aplicativo e-Título (opção exclusiva para quem já cadastrou as impressões digitais na Justiça Eleitoral e possui fotografia no documento digital).

Não servem como identificação

Por não apresentarem foto, as certidões de nascimento ou de casamento não servem como forma de identificação nas Eleições 2024. Também não será admitida, no momento do voto, a apresentação da carteira de trabalho digital (artigo 102 da Resolução TSE nº 23.736/2024, que trata dos atos gerais do processo eleitoral).

por Marina de Sena e Aisla Vasconcelos
Com informações do TSE

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Mulher de Daniel Silveira poderá assumir na Câmara após eleição

Publicado em 5 de outubro de 2024 por Tribuna da Internet

Esposa de Daniel Silveira chama Lira de "covarde" e critica Mendonça

Paola é suplente e está na fila para assumir o mandato

Gabriel Sabóia
Folha

Mulher de Daniel Silveira e condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a advogada Paola da Silva Daniel pode assumir uma vaga na Câmara dos Deputados. Hoje filiada ao PRD, Paola é a primeira suplente do deputado Bebeto (PP-RJ), que concorre a vice-prefeito de São João de Meriti, cidade da Baixada Fluminense. Caso a sua chapa seja eleita, para ser empossado, Bebeto teria que deixar o mandato, abrindo caminho para Paola.

Bebeto foi eleito pelo PTB (hoje PRD) com 41.075 votos. Já Paola Daniel teve 25.629 votos, o que a torna a primeira suplente da coligação — o PTB disputou como legenda isolada no último pleito. Procurada, ela não comentou a possibilidade de assumir o mandato.

“PUXADORA DE VOTOS” – Lançada pelo PTB do Rio nas últimas eleições como “puxadora de votos”, a advogada teve uma performance aquém do esperado. Ela foi lançada pelo partido diante da então provável manutenção da inelegibilidade de Silveira, o que fez o PTB tentar a manutenção do espólio do parlamentar, condenado pelo STF por ameaças e incitação à violência contra os ministros da Corte.

Para angariar votos, Paola até trocou de nome: foi Paola Silveira nas urnas, numa associação direta ao companheiro.

Ao Globo, em 2022, Paola admitiu que tinha pouco interesse no noticiário político, mas só até ver o marido envolto em condenações e polêmicas. Ela também afirmou ter se filiado ao partido a pedido de Silveira e que queria ser “os olhos dele” na Câmara.

RECEBIA AUXÍLIO – Questionada sobre ter recebido parcelas do auxílio emergencial enquanto tinha um cargo no Ministério do Meio Ambiente, Paola disse ter se tratado de um “grande mal-entendido”.

Segundo o colunista Ancelmo Gois, Paola foi nomeada com um salário de R$ 5,6 mil mensais, mas seguiu recebendo depósitos do auxílio que somaram R$ 1,8 mil.

— Fui prejudicada pela pandemia. Trabalhava como autônoma e precisei solicitar o auxílio. Quando arrumei um emprego, achei que os depósitos eram suspensos automaticamente. Não reparei que o dinheiro seguia caindo na minha conta — afirmou ela, que garantiu ter devolvido os valores aos cofres do governo.

SEMI ABERTO – A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu na quarta-feira que o ex-deputado Daniel Silveira possa progredir para o regime semiaberto. A decisão caberá ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A posição da PGR foi manifestada após a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro, onde Silveira está preso, apresentar laudos que autorizam a progressão de regime.

Silveira está preso desde o dia 2 de fevereiro de 2023, um dia após o término do seu mandato de deputado federal. Em 2022, ele foi condenado a oito anos e nove meses de prisão, por ameaças e incitação à violência contra ministros da Corte.

A pena do ex-parlamentar chegou a ser perdoada pelo então presidente Jair Bolsonaro, mas a medida foi anulada no ano passado pelo STF. Agora ele espera a decisão do ministro Alexandre de Moraes.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – “Cumpridas as diligências e confirmado o atendimento aos requisitos de caráter subjetivo, impõe-se a concessão do benefício”, avaliou o vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand Filho. Ou seja, só falta Moraes deixar de ser algoz e voltar a ser juiz, por alguns instantes, porque a soltura é obrigatória. (C.N.)

Brasil, país da anistia, nos faz lembrar definições geniais do Barão de Itararé

Publicado em 5 de outubro de 2024 por Tribuna da Internet

Tribuna da Internet | Na maior anistia da história, políticos se livram de  punições por desviar recursos

Charge do Nani (nanihumor.com)

Renato Terra
Folha

O coração da máquina pública brasileira é generoso. De um modo ou de outro, sempre encontra um jeitinho para perdoar toda sorte de atrocidades. Lá pela primeira metade do século 20, o brilhante Barão de Itararé já trazia o resumo definitivo: “Anistia é um ato pelo qual os governos resolvem perdoar generosamente as injustiças e os crimes que eles mesmos cometeram”.

O Barão viu de perto a consolidação da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas em 1937. Vargas fechou o Congresso, a imprensa foi censurada, pessoas foram presas sem julgamento e Filinto Müller montou um brutal esquema de repressão e tortura à margem da lei.

GOLPE DE 64 – Ele também viu de perto o golpe de 1964. Os militares fecharam o Congresso, a imprensa foi censurada, pessoas foram presas sem julgamento e a ditadura montou um brutal esquema de repressão e tortura à margem da lei.

Ao longo das décadas, os ditadores tiveram lugar cativo no coração da máquina pública brasileira. Getúlio voltou à Presidência nos braços do povo. Filinto Müller foi eleito senador. A anistia “ampla, geral e irrestrita” absolveu os ditadores militares. Quem foi preso nessa história? O Barão.

De lá pra cá, Fernando Collor foi massacrado por denúncias de corrupção, sofreu impeachment. Anistiado democraticamente pelo Supremo em 1994, elegeu-se senador. No coração da máquina pública brasileira sempre cabe mais um. Couberam os anões do Orçamento, os vampiros, os sanguessugas.

ARAPUCA JURÍDICA – A Lava Jato foi desmantelada a ponto de soar delirante a hipótese de que houve corrupção no governo Lula, nas empreiteiras e na Petrobras. Duas pessoas presas pela mesma operação estão em posições opostas na polarização brasileira: Lula e Valdemar da Costa Neto.

O desmantelamento da Lava Jato foi justificado por uma arapuca jurídica à margem da lei criada por servidores com intenções políticas. Resultado: a operação conseguiu a proeza de anistiar investigados e investigadores. Nada mais natural que Jair Bolsonaro costurar sua absolvição apoiando Ricardo Nunes, um candidato mais ligado ao coração da máquina pública brasileira do que ao próprio bolsonarismo.

Afinal, como dizia o Barão: “Negociata é todo bom negócio para o qual não fomos convidados”


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