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terça-feira, janeiro 04, 2022

Sultão: Avião da FAB ou jato particular? Quem paga para buscar médico de Bolsonaro?

 Informações são conflitantes, mas nos dois casos, valor absurdo para atender capricho do presidente buscando profissional nas Bahamas chama a atenção. Não há ninguém para atendê-lo aqui? Veja os custos

 

Mulher tira o vestido para usar como máscara em sorveteria (VÍDEO)

 

Mulher tentou amarrar vestido no rosto para entrar no estabelecimento Foto/Reprodução

Câmeras de segurança de uma sorveteria em Mendoza, na Argentina, flagraram, no último sábado (1º), o momento em que uma jovem tirou o vestido que usava e o transformou em uma máscara para poder ser atendida.

Conforme o jornal Clarín, a mulher fazia parte de um grupo de 11 pessoas que tentavam comprar sorvetes, mas todos foram barrados por não estarem usando a máscara de proteção. Por causa da pandemia de Covid-19, clientes sem o equipamento de segurança não podem ser atendidos em estabelecimentos da cidade.

Sem saber como agir, o pai, a mãe e suas duas filhas continuaram escolhendo o sabor de sorvete que iriam comer mesmo após a situação constrangedora.

De acordo com o jornal local Diario Mendoza, os funcionários aceitaram fazer o atendimento depois de muita insistência e ela conseguiu comprar 11 casquinhas e três tigelas de sorvete usando o vestido para cobrir a boca e o nariz.

https://salvadornoticia.com/2022/01/04/mulher-tira-o-vestido-para-usar-como-mascara-em-sorveteria-video/

Médicos descartam necessidade de cirurgia em Bolsonaro

 

Bolsonaro está internado desde segunda-feira com um quadro de obstrução intestinal

Thays Martins
postado em 04/01/2022 09:15 / atualizado em 04/01/2022 09:15
 (crédito: Reprodução/Facebook)
(crédito: Reprodução/Facebook)

Os médicos que acompanham o presidente Jair Bolsonaro (PL) descartaram a necessidade de uma nova cirurgia no chefe do Executivo. De acordo com Boletim Médico divulgado na manhã desta terça-feira (4/1), o quadro de "suboclusão intestinal se desfez não havendo a indicação cirúrgica".

Bolsonaro deverá começar com a dieta líquida ainda hoje, mas não há, ainda, previsão de alta.

"O Hospital Vila Nova Star informa que o quadro de suboclusão intestinal do Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, se desfez, não havendo indicação cirúrgica. A evolução do paciente clínica e laboratorialmente segue satisfatória e será iniciada hoje uma dieta líquida. Ainda não há previsão de alta", diz o boletim.

O médico Antônio Luiz Macedo, que acompanha o presidente desde a facada em 2018, chegou ao hospital na manhã desta terça para avaliar Bolsonaro.

O presidente foi internado após passar mal durante férias em Santa Catarina, Ele chegou ao hospital Vila Nova Star, na Zona Sul de São Paulo, na madrugada desta segunda-feira com um quadro de obstrução intestinal.

https://www.correiobraziliense.com.br/

PF fecha cerco sobre lobista ligado ao MDB




Após o fim da CPI da Covid, a Polícia Federal intensificou, em diferentes frentes de investigação, a apuração sobre os negócios de Milton Lyra, apontado como operador de propina de graduados emedebistas. Novas diligências e um relatório final a ser apresentado nos próximos meses pretendem detalhar transações milionárias entre Lyra e o empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos.

Indiciado no relatório final da CPI da Covid no Senado, elaborado por Renan Calheiros (MDB-AL), Max (como é conhecido o empresário) é suspeito de pagar propina ao próprio senador e a outros emedebistas por intermédio de Lyra em troca de contratos públicos na década passada. Entre os pagamentos estariam repasses da Precisa, intermediária nas negociações de compra da vacina indiana Covaxin.

Ao Estadão, Lyra disse que pagou "um preço alto por ter boas relações em Brasília", e acusou investigadores de perseguição para incriminar Renan.

Relatou, também, ter sofrido "tortura psicológica" de um procurador da Lava Jato para que se tornasse delator. Após diversas ordens de bloqueio de bens em inquéritos, Lyra tem operado seus negócios e custeado sua vida luxuosa entre Brasília e São Paulo por meio de empresas em nome de um morador da periferia da capital paulista.

Nos últimos seis anos, Lyra foi visitado 11 vezes pela PF em buscas e apreensões - numa das ocasiões, foi preso. Os inquéritos em fase final tentam identificar se contratos públicos e aportes do Postalis, fundo de pensão dos Correios, firmados com empresas de Max teriam sido desviados para pagar Lyra na condição de operador de emedebistas como Renan, o ex-deputado Eduardo Cunha (RJ) e o ex-ministro Romero Jucá (RR). Desde 2013, a Global Gestão em Saúde e a Precisa Medicamentos firmaram mais de R$ 500 milhões em contratos no setor público.

CAIXA 2

Auditores da Receita identificaram que uma empresa de um aliado de Max fez transações sem comprovação de serviços no valor de R$ 6,4 milhões a pessoas jurídicas ligadas a Lyra. Para a PF, a operação tenha servido para gerar caixa 2.

Um advogado que participou do esquema, Gabriel Claro, delatou o ocorrido; disse aos investigadores que se tratava de obtenção de dinheiro em espécie para pagar propinas em um contrato da Petrobras. Ouvido pela PF, Max confirmou ter feito negócios com Lyra, segundo apurou o Estadão.

Apesar de ainda não ter prestado depoimento, Lyra admitiu que sua empresa, a Medicando, "interessava estrategicamente à Global, do Maximiano, por causa das soluções tecnológicas, de inteligência artificial". Mas ele evitou falar mais a respeito em razão das investigações em andamento.

A Medicando fornecia dados de segurados de planos de saúde, como exames e procedimentos. À época, o serviço interessava à Global, que foi contratada pela Petrobras por mais de R$ 500 milhões para administrar o fornecimento de medicamentos do plano de saúde dos funcionários da estatal. Partiu da base de dados da Medicando sobre o uso do plano de saúde uma denúncia que Max fez ao TCU sobre supostas fraudes praticadas pelos usuários do benefício. A Petrobras puniu a Global pela interrupção da prestação de serviços, e a briga segue na Justiça.

DEPOIMENTOS

Agora, a PF deve entregar um relatório final com a conclusão sobre possíveis atos de lavagem de dinheiro e corrupção praticados por Lyra e Max. Já no Supremo Tribunal Federal, a PF vem realizando uma série de depoimentos para concluir inquérito que apura se Renan seria o beneficiário final dos repasses de Max a Lyra. Os agentes têm tido dificuldades com delatores do caso. O acordo de Victor Colavitti, amigo de Lyra, corre risco de ser cancelado sob suspeita de que o estaria "protegendo".

Procurado, Renan não se manifestou. As defesas de Max e Jucá não foram localizadas, mas têm alegado inocência. Cunha afirmou se tratar de "mais uma acusação sem provas".

Estadão / Dinheiro Rural

Paleontólogo identifica ovos de dinossauro em fósseis achados no interior de SP




O paleontólogo Willian Nava, diretor do Museu de Paleontologia de Marília, identificou cinco ovos de dinossauros entre os fósseis encontrados durante escavações, em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Ele acredita que os ovos foram postos por um dinossauro terópode carnívoro que viveu na região há pelo menos 65 milhões de anos.

Os fósseis ainda são objeto de estudos, realizados com o apoio de outros paleontólogos brasileiros. "São achados raros que nos ajudam a entender a transição dos dinossauros aviários para os terrestres", disse.

Os dinossauros terópodes eram bípedes, apoiando o corpo sobre os membros traseiros, mais desenvolvidos que os dianteiros. Eles foram mais abundantes durante o cretáceo superior, entre 65 milhões e 80 milhões de anos.

Nava anunciou a descoberta na quarta-feira, 29, depois que a revista iScience publicou o achado de um embrião fossilizado no interior de um ovo de dinossauro, preservado em um museu da China. "Não sabemos se nossos ovos têm embriões, mas é um achado importante, pois é muito difícil encontrar ovos fossilizados, já que são estruturas muito frágeis", disse.

Os cinco ovos que ele identificou como de terópodes estavam no mesmo local em que foi encontrada uma ninhada com ovos de crocodilos, em junho deste ano.

Nava realiza escavações no sítio paleontológico de Presidente Prudente há mais de uma década. No ano passado, o local foi tombado pela prefeitura que decidiu cercar a área com alambrado. Durante a obra, apareceram fragmentos de fósseis em uma área que ainda não tinha sido pesquisada. "Em setembro de 2020 encontramos os primeiros indícios de cascas de ovos e continuamos a escavar. Um mês depois, recolhemos oito ovos de crocodilomorfo (réptil pré-histórico)", contou.

Já neste ano, foram achados mais ovos no local e um deles tinha um formato diferente. "Pesquisamos e concluímos que era um ovo de dinossauro. Foi só continuar a escavação e nos deparamos com outros ovos iguais."

Segundo o pesquisador, os ovos de dinossauro são maiores que os de crocodilos encontrados no mesmo local e medem de 12 a 13 cm de comprimento por 6 a 7 cm de largura. A textura da casca também é diferente, segundo ele. "Enquanto a do crocodilo é lisa, a do dinossauro terópode apresenta pequenas ondulações."

Os cinco ovos foram levados para o museu de Marília. Nava já os comparou com imagens de fósseis semelhantes de dinossauros carnívoros encontrados na Argentina, na Mongólia e na China. Os estudos devem prosseguir em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) para validar a identificação da espécie de dinossauro que pôs os ovos e perscrutar seu interior com a ajuda de equipamentos especiais.

"A partir do momento em que nos debruçarmos sobre esse material, esperamos obter informações importantes para entender aquele período muito remoto. Não será surpresa se dermos com um embrião também", disse.

O achado, segundo ele, realça a importância do sítio paleontológico de Presidente Prudente, onde também foram encontrados ossinhos e até dentes de aves do período cretáceo. Reforça, ainda, a tese de que o interior de São Paulo, especialmente o oeste paulista, foi um grande parque de dinossauros em eras passadas.

"Todo esse conjunto de fósseis vai trazer informações relevantes para ajudar a entender o ambiente em que esses animais viveram e como se deram as mudanças que transformaram nosso interior paulista no que ele é hoje", disse.

Estadão / Dinheiro Rural

Eurasia: riscos com Brasil podem ser exagerados pelos mercados, antes da eleição




Presidente da Eurasia, Ian Bremmer afirmou nesta segunda-feira, 3, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "claramente favorito" na disputa presidencial deste ano. Durante entrevista coletiva virtual, o analista notou que os mercados veem com ressalvas a possibilidade de aumento de gastos fiscais e de impostos, em um eventual terceiro governo do petista. Segundo Bremmer, os riscos com o cenário político ao longo deste ano "podem ser exagerados nos mercados", antes da disputa nas urnas. Também presente no evento, o chairman da Eurasia, Cliff Kupchan, considerou que alguns investidores estão reagindo mais a manchetes do que ao quadro de fato existente no País.

Bremmer acredita que o resultado mais provável do quadro político no Brasil "é de crescimento menor, não de colapso econômico". Ele lembrou de declarações anteriores do atual presidente, Jair Bolsonaro, questionando o sistema eleitoral e aventando eventual fraude em caso de derrota. Para o analista, porém, o sistema político nacional é "mais do que capaz" de lidar com essa situação. Pode, contudo, haver episódios de violência em alguns Estados, considerou, mas descartando o risco de um golpe de Estado.

Em seu relatório, a Eurasia prevê que Lula adotará uma abordagem pragmática na política econômica, caso vença. A potencial escolha de um companheiro de chapa centrista, como o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, é um "sinal claro do que está por vir", para ela. "Lula terá de entregar suas promessas por mais gastos, mas compensará com impostos mais elevados e uma nova regra fiscal", acredita a consultoria. "Diante de uma dívida muito elevada e da carga tributária, estas não são boas notícias. O resultado é crescimento fraco e um terceiro mandato muito difícil", prevê. "Mas o país não está caminhando para um colapso político ou econômico."

A Eurasia vê Bolsonaro como o provável rival de Lula em um segundo turno. Caso as pesquisas mostrem que o atual líder deve perder, ele deve intensificar ataques ao Judiciário, à imprensa e ao processo eleitoral em si. Para a consultoria, as Forças Armadas não irão se unir a Bolsonaro em uma eventual contestação eleitoral. Em seu relatório, a consultoria não coloca o Brasil como um dos "principais riscos" de 2022, mas como um tema que será monitorado ao longo do ano.

Questionado na coletiva sobre uma possível onda de vitórias de candidatos de esquerda na região, após a eleição de Gabriel Boric no Chile e a de Pedro Castillo no Peru, Bremer considerou que há muito mais um quadro de rechaço aos líderes até então no poder do que uma onda de volta de governos à esquerda.

Estadão / Dinheiro Rural

Entra em vigor portaria que regulamenta classificação indicativa

 




A partir de hoje (3) entra em vigor a portaria publicada em novembro, pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, regulamentando o processo classificatório para programas exibidos em espetáculos públicos, TV, rádio, cinema, jogos eletrônicos, aplicativos, jogos de interpretação e estratégia (RPG, da sigla em inglês role-playing game) e serviços de streaming.

A portaria prevê, entre suas determinações, a inclusão de símbolos de autoclassificação; análise prévia para filmes; e informações sobre a classificação em trailers e teasers, em seis faixas etárias: livre, 10, 12, 14, 16 e 18 anos.

De acordo com o ministério, a classificação indicativa é uma “iniciativa pedagógica e informativa para garantir às famílias o conhecimento antecipado para decidirem sobre os conteúdos adequados ao consumo de crianças e adolescentes sob sua responsabilidade”.

Com a entrada em vigor da portaria, as empresas devem informar se os conteúdos exibidos foram classificados previamente por quem o produziu ou se passou pela análise e classificação etária, que fica a cargo do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Obras cuja veiculação foi iniciada com base na autoclassificação terão até cinco dias para substituir a classificação indicativa provisória pela atribuída pelo ministério. Para tanto, a publicação da análise definitiva precisa ser publicada no Diário Oficial da União.

Segundo o Ministério da Justiça, longas, médias e os curtas-metragem de exibição única, produzidos para veiculação em TV aberta, deverão ser submetidos à análise prévia da pasta. Até então esse monitoramento era feito posteriormente à classificação feita pela própria emissora, sendo “mantida ou alterada” com base no Guia Prático de Classificação Indicativa.

As análises feitas com base nos critérios descritos nesse guia são feitas levando em consideração a incidência dos seguintes temas: violência, sexo e nudez e drogas. É a partir dessas incidências, consideradas potencialmente prejudiciais ao desenvolvimento da criança e do adolescente, que são determinadas as faixas etárias ideais para cada produção.

“Jogos e aplicativos comercializados ou distribuídos gratuitamente devem utilizar os símbolos definitivos de indicação etária determinados pelo sistema IARC [plataforma que faz a classificação desses produtos]. As competições e eventos realizados entre usuários de jogos eletrônicos, transmitidos, televisionados ou abertos ao público devem apresentar a classificação indicativa completa e equivalente ao jogo ou aplicativo exibidos”, informou, em nota, o ministério.

Ainda de acordo com a pasta, qualquer pessoa física ou jurídica poderá verificar o cumprimento das normas de classificação indicativa e encaminhar ao Ministério da Justiça, aos Conselhos Tutelares, ao Ministério Público, ao Poder Judiciário ou ao Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente, questionamento de eventual descumprimento da norma.

Caso a denúncia se confirme, o Departamento de Promoção de Políticas de Justiça vai instaurar um procedimento administrativo para a apuração do fato, e os responsáveis “serão notificados e deverão apresentar a defesa em até cinco dias”.

Agência Brasil / Dinheiro Rural

Explosão nos casos de chikungunya acende alerta no Brasil

 




Casos saltaram 32% de 2020 para 2021, tendo aumentado mais de 60 vezes somente no estado de São Paulo. Segundo o Ministério da Saúde, 14 pessoas morreram da doença, e outros 26 óbitos suspeitos são investigados.

Por Laís Modelli

Uma doença já conhecida dos brasileiros, a chikungunya, tem disparado no país. Até a segunda semana de dezembro, foram detectados 95.059 casos prováveis, um aumento de 32,1% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde.

A região Nordeste tem a maior incidência da doença, com 114 casos a cada 100 mil habitantes, seguida das regiões Sudeste, com 29,2 casos a cada 100 mil habitantes, e Centro-Oeste, com 7,4 casos por 100 mil habitantes.

Apesar de ser menos letal que a dengue, a chikungunya também pode levar à morte. Até novembro de 2021, o país registrou 14 óbitos pela doença. Outros 26 estão sendo investigados, informou o Ministério da Saúde.

Seis dos óbitos, quase metade dos confirmados até o momento no país, ocorreram no estado de São Paulo, que vive um surto desde meados de abril de 2021.

Além disso, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, os casos de chikungunya no estado aumentaram mais de 60 vezes na comparação com o ano passado: enquanto em 2020 foram registrados 281 casos durante todo o ano, 2021 teve 18,378 mil casos confirmados até meados de dezembro.

Em números absolutos, os estados com o maior registro de casos de chikungunya em 2021 até 12 de dezembro são:

    Pernambuco: 31.632 casos
    São Paulo: 18.378
    Bahia: 13.899 casos
    Paraíba: 10.084 casos
    Minas Gerais: 5.642 casos

"Diante desse cenário, ressalta-se a necessidade de implementar ações para redução de casos e investigação detalhada dos óbitos, para subsidiar o monitoramento e assistência dos casos graves e evitar novos óbitos", informou em nota o Ministério da Saúde.

A pasta afirmou que o combate e monitoramento das arboviroses (doenças causada por arbovírus, que incluem os vírus da chikungunya, dengue, zika e febre amarela) é de responsabilidade federal, estadual e municipal, e pediu que as cidades voltem a realizar as visitas domiciliares dos agentes de combate aos criadouros, suspensas por causa da pandemia de covid-19.

Além disso, com a chegada do verão e das chuvas típicas da estação, o Ministério da Saúde alerta que a situação poderá piorar caso a população não adote medidas individuais, como a eliminação de criadouros no quintal de casa (objetos com água parada) e o uso de repelentes. 

A Fiocruz alertou em setembro que os casos de chikungunya podem estar subnotificados por causa da pandemia de covid-19, que mobilizou recursos e profissionais da saúde de todas as áreas para o combate o coronavírus.
Características da doença

Causada por um vírus, a chikungunya é transmitida pela picada de fêmeas dos mosquitos Aedes albopictus e Aedes aegypti - o mesmo transmissor da dengue - infectadas pelo vírus CHIKV.

Segundo o manual de manejo clínico da chikungunya do Ministério da Saúde, grávidas infectadas com o vírus CHIKV também podem transmiti-lo durante o parto, o que pode provocar infecção grave no recém-nascido.

Em swahili, uma das línguas oficiais da Tanzânia e falada também em Moçambique e outros países africanos, a palavra chikungunya significa "aqueles que se dobram", se referindo à principal característica da doença: dor muito intensa nas articulações.

Tanto a chikungunya como a dengue têm sintomas clinicamente parecidos: febre de início agudo, dores articulares e musculares, dor de cabeça, náusea, fadiga e manchas na pele.

"A chikungunya afeta as articulações e a pele, causando dores muito intensas nos músculos e nas articulações e pequenas manchas vermelhas pelo corpo", descreve o infectologista Renato Grinbaum, da Sociedade Brasileira de Infectologia.

"Pessoas mais velhas e pessoas com predisposição a doenças genéticas articulares podem desenvolver doenças crônicas após a chikungunya", diz Grinbaum.

Entre as pessoas consideradas grupos de risco para a chikungunya, o Ministério da Saúde lista crianças pequenas, pessoas com mais de 65 anos, gestantes e pessoas com comorbidades, como diabetes.

Entre as doenças reumatológicas crônicas desencadeadas após a infecção por chikungunya, está a artrite reumatoide. Também já foi descrito o aparecimento de depressão, doença de Parkinson e síndrome de Guillain-Barré.

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença pode se apresentar de três formas diferentes e com a seguinte duração:

    Aguda: febre alta e persistente, com duração de 3 a 4 dias. Dores articulares, musculares e manchas vermelhas pelo corpo podem durar até 14 dias;

    Subaguda: os sintomas duram até três meses e são acompanhados de outros, como vômitos, sangramento e úlceras orais;

    Crônica: os sintomas persistem para além dos três meses.

O vírus causador da doença foi registrado pela primeira vez no Brasil em 2014, no Nordeste. Atualmente, o agente infeccioso e o seu vetor, a fêmea do mosquito Aedes, circula por todo o país.

"Todas as regiões estão suscetíveis a um surto de chikungunya, uma vez que o mosquito Aedes circula por todo o país", explica Grinbaum.

Como diferenciar dos sintomas da covid

Nos casos leves, o infectologista alerta que os sintomas da chikungunya podem ser parecidos com os de dengue, influenza e covid-19.

"Todas essas doenças são parecidas nos casos mais leves: o infectado terá febre, dor muscular, fadiga etc.", explica Grinbaum.

Já nos casos graves de influenza e covid-19, diferentemente da chikungunya e da dengue, o paciente tem o pulmão afetado.

"Tanto a influenza como a covid são causadas por vírus que atacam o sistema respiratório e têm uma predileção pelos pulmões. Esses pacientes apresentam sintomas como tosse seca, falta de ar e saturação baixa", explica o infectologista.

Nos casos em que os sintomas são fortes, o profissional orienta que o paciente procure um hospital.

"Diferentemente da covid, dificilmente se tem uma lotação de UTI durante um surto de chikungunya, mas, caso as dores musculares e articulares persistam após a infecção, o paciente precisará de um acompanhamento com um infectologista e reumatologista", diz Grinbaum.

Deutsche Welle

O mercado fez terrorismo fiscal?




Toda essa incerteza foi causada pela iniciativa do próprio governo de driblar o teto de gastos para turbinar o Bolsa Família e outros gastos neste ano eleitoral

Por Alex Ribeiro (foto)

Os dados fiscais divulgados na reta final de 2021 foram melhores do que o esperado, levando alguns analistas econômicos a fazer a pergunta: houve exagero do mercado financeiro em temer um desastre das contas públicas?

Quem olha as estatísticas mais recentes acha que sim. A União, Estados e municípios e respectivas estatais registraram em novembro um superávit primário de 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) pela primeira vez em sete anos, no resultado acumulado em 12 meses. É insuficiente para conter o aumento da dívida pública, mas agora o governo não está mais tomando dinheiro emprestado para bancar gastos primários. O ajuste é considerável: em 2020, o país havia registrado um déficit de 9,41% do PIB.

Praticamente ninguém acreditava que, em tão pouco tempo, o resultado primário fosse virar para o lado positivo. Em fins de 2020, a aposta era que o Brasil fosse ter um déficit primário de 3% do PIB em 2021, segundo a pesquisa de expectativas de mercado Focus do Banco Central. Dá para contar uma história positiva também do ponto de vista da dívida bruta do governo geral. Em novembro, o indicador caiu impressionante 1,2 ponto percentual do PIB, de 82,3% do PIB para 81,1% do PIB.

A partir de fins de julho, o país passou a viver uma crise fiscal, que fez o dólar disparar, alimentando ainda mais a inflação, que já vinha em tendência de alta. Os juros futuros também subiram bastante, obrigando o Tesouro a reorientar os seus planos para a rolagem da dívida bruta.

Toda essa incerteza foi causada pela iniciativa do próprio governo de driblar o teto de gastos para turbinar o Bolsa Família e outros gastos neste ano eleitoral. Mas chama a atenção como, em meio a todas as turbulências, os dados foram se saindo melhores, mês a mês. Em julho, o déficit primário acumulado em 12 meses ficou em 2,85% do PIB, e o mercado achava que iria fechar o ano em 2% do PIB. Agora, os analistas econômicos estão esperando um superávit entre 0,4% e 0,5% do PIB. Toda essa melhora não impediu, porém, as turbulências do mercado.

Houve terrorismo fiscal? O pessimismo fiscal não afetou apenas os economistas do mercado, mas também o BC. Desde a pandemia, o Comitê de Política Monetária (Copom) já vinha destacando que o risco fiscal era muito grande e poderia fazer a inflação superar o previsto. Em novembro, no auge das turbulências causadas pelas discussões fiscais no Congresso, o comitê deu um peso ainda maior para o risco de as contas públicas saírem dos trilhos - como resposta, apertou mais os juros.

No mercado, os especialistas reconhecem as surpresas positivas nos resultados fiscais correntes, mas não deixam de estar preocupados com o futuro. “Consideramos que o resultado primário é muito positivo, o primeiro superávit depois de sete anos de déficit”, disse em nota a clientes o Banco Santander, cujo departamento econômico é chefiado pela ex-secretária-executiva da Fazenda Ana Paula Vescovi. “No entanto, continuamos a estimar os resultados para os próximos anos com cautela, sobretudo em razão do aumento do resultado nominal e o possível efeito do processo de desinflação nas receitas.”

A XP fez uma leitura semelhante, reconhecendo o resultado melhor, mas apontando o cenário difícil daqui por diante. “Os resultados mantiveram a tendência positiva observada ao longo do ano”, diz a instituição, que tem como economista-chefe o ex-secretário de Indústria e Comércio do Ministério da Fazenda Caio Megale. “Esperamos uma deterioração fiscal em 2022, e que a atividade econômica perca fôlego e as despesas aumentem.”

Um dos pontos que vem preocupando os analistas econômicos mais recentemente é o forte aumento da despesa com os juros da dívida pública, com a elevação dos juros básicos pelo BC para combater as pressões inflacionárias. A taxa mensal de juros na dívida bruta chegou a 0,8% em novembro, o que equivale a 10% ao ano. Em junho, essa taxa estava em 0,5% por mês, ou 6,2% ao ano. A tendência é de aumento - o mercado espera que a taxa Selic chegue a 11,75% ao ano. As despesas com juros estão em expansão. De junho para cá, subiram de 3,51% do PIB para 4,86% do PIB. Mas ainda estão longe de refletir integralmente o aperto monetário. Para este ano, o Focus indica uma projeção de gasto de 6,3% do PIB com juros.

O resultado primário também deverá ter uma deterioração em 2022, em virtude do drible feito pelo governo no teto de gastos, da maior despesa prevista para Estados e municípios e da arrecadação menos forte, com a esperada perda de vigor da atividade econômica. Hoje, o consenso do mercado é de um déficit primário de cerca de 1% do PIB, segundo o Focus.

Não é, porém, só a evolução mais imediata dos indicadores fiscais que preocupa os economistas do mercado. O governo a ser eleito neste ano deverá enfrentar uma bomba fiscal quando assumir o mandado, em 2023.

Boa parte do ajuste do ano passado foi feito com a inflação, que corroeu despesas. Agora, ganham força as pressões para reajustar os salários do funcionalismo. Se não ocorrer em 2022, os candidatos devem prometer reajustes para 2023. Com a queda da inflação esperada para este ano, a margem do governo para acomodar mais despesas dentro do teto de gastos também é menos generosa.

A esse cenário mais adverso, soma-se a destruição das instituições fiscais no governo Bolsonaro. E não apenas o teto de gastos públicos, que os analistas dão como certo que deverá ser substituído por outro mecanismo. O calote nos precatórios cria uma dívida paralela crescente fora da contabilidade da dívida bruta.

OBanco Central recolheu R$ 10,1 bilhões do mercado em novembro sob a forma de depósitos voluntários remunerados, os primeiros grandes volumes já contratados. A forma como o excesso de dinheiro na economia foi recolhido faz diferença nas estatísticas fiscais. Se tivesse usado as operações compromissadas, a dívida bruta de novembro teria sido 0,1 ponto do PIB maior.

Valor Econômico

Ano começa com ameaças da elite dos servidores públicos - Editorial

 




O movimento do funcionalismo, impulsionado por uma jogada eleitoreira do presidente da República, vai na contramão dos esforços para evitar a indexação da economia

O brasileiro começa o ano de 2022 com mais uma lamentável notícia produzida em Brasília: empresas e pessoas físicas, que enfrentam diariamente o enorme emaranhado burocrático imposto pelo Estado para produzir, trabalhar e acessar serviços públicos, conviverão com mais uma ameaça de paralisações do funcionalismo.

O movimento deve ter início já em janeiro. Na semana passada, o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) aprovou um calendário de mobilização em defesa de um reajuste salarial. As duas primeiras semanas do mês que se inicia servirão para as corporações levarem demandas às autoridades competentes, enquanto pressionam a equipe econômica e convocam as assembleias de cada categoria. Neste meio tempo, servidores em funções de confiança devem continuar entregando os cargos. Paralisações são esperadas, até que eles deliberem sobre uma possível greve geral a partir de fevereiro.

A mobilização não é desprezível. Tal entidade reúne 37 instituições associativas e sindicais de carreiras típicas de Estado, como do Banco Central (BC), Tesouro Nacional, Receita Federal, analistas de comércio exterior e diplomatas. Juntas, representam cerca de 200 mil servidores públicos, os quais formam o que pode se considerar a elite do funcionalismo público. Não bastasse, servidores do Judiciário e magistrados também começam a se movimentar no mesmo sentido.

É preciso reconhecer: em parte, a insatisfação desse seleto grupo é legítima. Trata-se de uma resposta à sinalização, feita pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, de que apenas carreiras policiais, base eleitoral do chefe do Executivo, receberão aumento neste ano. O Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2022 com a previsão de R$ 1,7 bilhão para reajustes, mas sem especificar quais carreiras seriam contempladas. Decidiu não entrar na polêmica.

A conta, contudo, inevitavelmente recairá sobre a sociedade como um todo. Ao jornal “O Globo”, por exemplo, um representante dos auditores fiscais da Receita Federal disse que a operação-padrão da categoria no porto de Santos, o maior da América Latina, deve resultar em uma perda de R$ 125 milhões por dia na arrecadação com impostos do comércio exterior. Do ponto de vista de quem empreende, a informação mais chocante é que o tempo para a liberação de contêineres de importação pode passar a ser de 24 a 48 horas. O trâmite costuma ocorrer em uma hora.

Além da insatisfação com o tratamento dado pelo presidente aos policiais, as categorias que agora se mobilizam também reclamam da falta de uma política remuneratória do governo federal. Elas argumentam que grande parte dos servidores federais está com remuneração congelada desde 2017, acumulando, desde então, perdas inflacionárias medidas pelo IPCA de 27,2%. Ignoram o fato de que o governo federal precisou ampliar gastos para combater a pandemia e seus efeitos na economia, num momento em que os servidores permaneceram protegidos por uma estabilidade que não alcançou os demais trabalhadores que estão fora do serviço público. Isso não é pouca coisa num país em que ainda há aproximadamente 13 milhões de trabalhadores em busca de um emprego e, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda média atingiu o menor nível (R$ 2.449) de toda a série histórica iniciada em 2012.

Deve-se recordar ainda que as corporações deixaram outro legado negativo para o ano que se inicia, ao terem sido bem-sucedidas em suas investidas para frear a tramitação da reforma administrativa no Congresso Nacional. A proposta de emenda constitucional começou com um texto elogiável, mas devido às pressões acabou ganhando um formato inaceitável: em vez de corrigir injustiças, a proposta mantinha privilégios. Em outras palavras, aumentava a capacidade do setor público brasileiro de gerar desigualdades.

Neste sentido, deve-se dar atenção aos alertas da equipe econômica de que o pleito do funcionalismo traz consigo um risco inflacionário que não deve ser desprezado, até porque existe o receio de que o mesmo ocorra nos Estados. O movimento do funcionalismo, impulsionado por uma jogada eleitoreira do presidente da República, vai na contramão dos necessários esforços para evitar a indexação da economia.

Valor Econômico

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