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domingo, outubro 03, 2021

Defesa de Lula fracassa ao tentar invalidar o acordo da Lava Jato com a Odebrecht

Publicado em 3 de outubro de 2021 por Tribuna da Internet

Conheça o advogado de Lula campeão de brigas com Moro

Cristiano Zanin se deu mal ao recorrer à Corregedoria da PGR

Márcio Falcão
TV Globo — Brasília

A Corregedoria do Ministério Público Federal (MPF) concluiu que não houve irregularidades nas tratativas feitas pelos procuradores da Operação Lava Jato no Paraná para fechar o acordo de leniência da construtora Odebrecht. A leniência é uma espécie de delação premiada das empresas.

O acordo foi questionado no Supremo Tribunal Federal pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a partir das mensagens apreendidas na Operação Spoofing, que prendeu hackers que invadiram celulares de autoridades, entre elas os procuradores da Lava Jato.

SINDICÂNCIA – A corregedoria do MPF, então, determinou a abertura de uma sindicância para analisar se houve irregularidades nos contatos da força-tarefa de Curitiba com autoridades de outros países para a troca de informações e negociações do acordo.

A apuração interna, conduzida pela Procuradoria-Geral da República, concluiu que não houve elementos que indiquem irregularidades e defendeu o arquivamento da investigação.

“Não tendo sido declinada qualquer conduta configuradora de violação de dever funcional pelos membros integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, os quais comprovaram o exercício de suas atribuições institucionais em sintonia com o postulado da legalidade, o encerramento de qualquer procedimento investigatório, conforme proposto pela autoridade sindicante, reflete a solução jurídica mais consentânea à realidade dos autos”, escreveu a corregedora-geral do Ministério Público Federal, Elizeta de Paiva Ramos.

TRATADOS INTERNACIONAIS – A corregedoria cita que tratados internacionais permitem e incentivam contatos diretos, diálogos e comunicações entre as autoridades para a facilitação do acesso às informações e elementos de prova necessários.

Outro argumento é de que a Odebrecht comunicou ao MPF que a condição do acordo era a sua celebração simultânea com Brasil, Estados Unidos e Suíça.

“Não foge à consideração deste Órgão Correicional que as interações entre as autoridades brasileiras e estrangeiras não registradas em atas ou documentadas, devem ser compreendidas sob o prisma da utilidade, como facilitadores dos trâmites para o estabelecimento do valor da multa e sua formalização, em respeito ao postulado universal da não punição cumulativa pelo mesmo fato ou por fatos conexos”, escreveu a corregedora-geral.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– A defesa do Lula pensa (?) que vai encontrar em outras instituições a mesma “compreensão” demonstrada pelo presidente do STJ, Humberto Martins, e pela maioria dos membros do Supremo, que fazem o possível e o impossível para beneficiar Lula da Silva. Os advogados de Lula agora estão aprendendo, na prática, que ainda há juízes e procuradores em Berlim, digo, em Brasília. (C.N.)

"O verdadeiro líder não tem medo de sombra".

 Sebastião Jardim


"Comportamento do líder moderno, a liderança como um meio e não o fim em si mesma..."

Muito se fala sobre liderança, seus tipos e métodos, mas, gostaria de propor ao amigo leitor uma reflexão mais ampla, outro olhar sobre esse relevante tema. É preciso que reflitamos mais sobre a missão do líder, a importância de suas posições no dia a dia das organizações e o seu compromisso para com uma sociedade que todos desejamos, mais humana e justa; não se trata de uma visão romântica ou utópica, mas sim, de um ideal que todos precisamos perseguir com obstinação e com um entusiasmo contagiante, que nos proporcione repetir esse mesmo conceito sempre, como se repetíssemos um mantra, crendo em seu poder e em seus resultados.

Entendo e vejo o líder como um educador, em sua mais ampla acepção, contemplando todas as suas virtudes e seus desafios, sabendo que deva ser ele o meio e não o fim em si mesmo, independente do ambiente ou grupo em que ora estiver.

O verdadeiro líder entende e aceita opiniões adversas, mas, não se abstém em debater e mostrar novos caminhos, tendo sempre o respeito como palavra de ordem, e que, vale para todos independe do nível hierárquico, pois, vai muito além do famoso “dar o exemplo”, ele é capaz de difundir e fortalecer uma nova cultura organizacional, onde possa predominar a meritocracia, onde a união das potencialidades de cada um possa somar-se visando melhorar os resultados, ao contrário do que ocorre com as gestões por conflito, do “dividir para conquistar”.

O líder possui vocação para forjar novos líderes, tem prazer em ensinar e em proporcionar êxito aos seus liderados, para tanto, sabe que é preciso formar uma equipe de alto nível, recrutar bem e reter os melhores talentos, e nesse sentido digo que; “- O líder deve sempre que possível, contratar profissionais tão ou mais qualificados do ele, e pessoas que possuam grande valor ético e moral.” Em muitas ocasiões me indagam se isso não é perigoso, pois ele o líder, poderá perder o “seu espaço”…, ora, se ele pensar assim; Em primeiro lugar a sua equipe será tão medíocre quanto aquele que a lidera, e consequentemente um desastre.

Em segundo lugar estaremos diante de um caso clássico de falso líder, pois, o verdadeiro líder sabe que quanto mais preparada e qualificada é sua equipe, melhores serão os resultados alcançados para todos (stakeholders), pois o foco nunca está nele, está sempre no grupo; a sua visão é maior que ele próprio, e não uma visão individualista, pequena e egoísta como seria nesse caso; Em terceiro lugar o verdadeiro líder é um visionário, “enxerga sempre à frente”, não se prende a situações que possam limitá-lo e ou por consequência, limitar a sua equipe; por isso, valorize mais o que cada membro de sua equipe tem de melhor, corrija com sabedoria, reconheça com generosidade, cultive e difunda uma nova cultura que privilegie o ser e sua luz própria, por que; “O verdadeiro líder não tem medo de sombra”.

Vale uma reflexão...pense nisso!

Forte Abraço e Sucesso!!!

https://administradores.com.br/



Nota da redação deste Blog - "Uma das frases mais famosas de Mandela foi dita em tribunal, quando atuou em sua própria defesa:

O ideal de uma sociedade democrática e livre é um ideal para cuja concretização espero viver. Mas se for necessário é um ideal pelo qual estou disposto a morrer."

Comparação entre um animal que fratura uma perna

 Nota da redação deste Blog - Escute esse áudio, leia a matéria a seguir e, tire suas conclusões a respeito da  CIVILIZAÇÃO É AJUDA COMUNITÁRIA, implantada em Jeremoabo durante esse atual governo municipal em parceria com os vereadores, principalmente o " digno" tratamento aos pacientes que dependem da Casa de Apoio em Salvador.


Não me entrego sem lutar
Tenho ainda coração
Não aprendi a me render
Que caia o inimigo então!

(Metal Contra As Nuvens
Legião Urbana)

 

Leia com atenção esse artigo, entenda o tipo de civilização implantada nesse atual governo de Jeremoabo, principalmente com o atendimento na Casa de Apoio.

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CIVILIZAÇÃO É AJUDA COMUNITÁRIA

 ′′Um estudante perguntou um dia à antropóloga Margaret Mead o que ela considerava o primeiro sinal de civilização em uma cultura. O estudante esperava que a antropóloga falasse sobre ganchos, tigelas de barro ou pedras para afiar, mas não. Mead disse que o primeiro sinal de civilização em uma cultura antiga é a prova de uma pessoa com um fêmur partido e curado. Mead explicou que no resto do reinado animal, se você quebra a perna, você morre. Você não pode fugir do perigo, ir ao rio beber água ou caçar para se alimentar. Você se torna carne fresca para os predadores. Nenhum animal sobrevive a uma pata quebrada o suficiente para o osso curar. Um fêmur partido que curou é a prova de que alguém tirou tempo para ficar com aquele que caiu, curou a ferida, colocou a pessoa em segurança e cuidou dela até ela se recuperar. ′′ Ajudar alguém a passar por dificuldades é o ponto de partida da civilização ", disse Mead. Civilização é ajuda comunitária."

Margaret Mead foi uma antropóloga cultural norte-americana. Nasceu na Pensilvânia, criada na localidade de Doylestown por um pai professor universitário e uma mãe activista social. Graduou-se no Barbard College em 1923 e fez doutorado na Universidade de Columbia em 1929.
fonte : TV Vento Sul

https://acentelha-morenope.blogspot.com/

 Nota da redação deste Blog - Escute esse áudio, leia a matéria a seguir e, tire suas conclusões a respeito da  CIVILIZAÇÃO É AJUDA COMUNITÁRIA, implantada em Jeremoabo durante esse atual governo municipal em parceria com os vereadores, principalmente o " digno" tratamento aos pacientes que dependem da Casa de Apoio em Salvador.

A energia limpa: a situação europeia

 




Por Edoardo Pacelli*

Graças à alta no preço do gás e do carvão, as energias renováveis estão se tornando mais baratas. Porém, o uso forçado de carvão mostra que pensar em depender apenas do sol e do vento ainda é algo irreal.

A crise energética na Europa mostra o quanto estas economias ainda dependem do mercado de combustíveis fósseis, que se torna cada vez mais volátil, devido a uma série de fatores convergentes. A ferrada das contas vai doer.

Enquanto isso, pelo menos, surgem notícias positivas: o Instituto de Economia de Energia e Análise Financeira (Ieefa) informa que a energia produzida a partir de fontes renováveis é sempre mais barata – e a estabilidade das renováveis é um antídoto cada vez mais poderoso para a volatilidade do gás e do carvão.

Citando um estudo da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), analistas do Ieefa descobriram que, na última década, o custo da eletricidade da energia solar em grande escala caiu 85%, enquanto caiu 68% o custo da energia solar concentrada, isto é produzida por sistemas fotovoltaicos, capazes de transformar energia solar em térmica.

Como? Explorando a refração da luz solar, obtida por meio de superfícies reflexivas, como espelhos, para concentrá-la em um receptor muito menor. Dessa forma, o calor é convertido em energia mecânica por uma máquina térmica – geralmente uma turbina a vapor – cujo eixo motor está conectado o eixo de um gerador elétrico.

A energia eólica também custa bem menos, uns 50%: o preço onshore diminuiu 56%, o offshore 47%. Resumindo, as energias renováveis costumam ser mais baratas do que as alternativas poluentes.

A tendência representa a resposta ao preço do gás natural e do carvão, dois fatores-chave, que triplicaram o preço da eletricidade no Velho Continente em comparação com o ano passado. O preço do gás natural liquefeito também subiu a níveis recordes recentemente. O custo do gás e o aumento do consumo pós-pandemia obrigam os países a recorrer às centrais a carvão, cada vez mais caras devido às políticas dissuasivas europeias.

O Ieefa escreve que as flutuações (devido a vários fatores) são indicativas de quanto a indústria de combustíveis fósseis está se tornando cada vez mais imprevisível. Em julho, o pesquisador australiano Tim Buckley, diretor do Energy Finance Studies, observou de que forma os investidores globais estavam acelerando o afastamento em investir nos combustíveis fósseis e se preparando para “colocar quantidades cada vez maiores de capital em projetos de infraestrutura de energia renovável”.

Todos os dados apontam para uma reconversão louvável do sistema, em chave verde, onde as energias renováveis formarão a espinha dorsal da produção de energia. Mas ainda se fala de um futuro muito remoto: a capacidade de produção verde é importante, porém ainda muito marginal (os mais de 2.800 GW instalados na Itália, por exemplo, cobrem 20% das necessidades); a capacidade de armazenamento continua bem limitada (devido a obstáculos tecnológicos); e o mesmo conceito se aplica à eficiência da rede. A recaída no uso do carvão (representando o último recurso) atesta a falta de alternativas.

Na transição energética, de hoje para a neutralidade de carbono (2050), só podemos contar com tecnologias de ponte: gás e nuclear. E como recordou o professor Davide Tabarelli, presidente e fundador, desde 2006, da NE – Nomisma Energia, empresa de pesquisa em energia e meio ambiente, a Itália não usa a energia nuclear nem o gás natural, que importa do exterior, em vez dos 200 bilhões de metros cúbicos de reservas hídricas. É difícil reduzir os custos de energia quando o sistema baseado em energias renováveis ainda não foi completado.

*Edoardo Pacelli é jornalista, ex-diretor de pesquisa do CNR (Itália) e editor da revista Italiamiga.

Monitor Mercantil

A vitória do almirante e a palavra do chanceler




Civilidade e eficiência: eis as lições da vacinação em Portugal e das eleições na Alemanha

Por João Gabriel de Lima* (foto)

A marca registrada do vice-almirante Henrique de Gouveia e Melo, em suas entrevistas à TV portuguesa, era o traje militar de camuflagem. Quando questionado sobre a indumentária, Gouveia e Melo respondia: “Se isso não é um combate, então o que é um combate?” Ele se referia à pandemia: foi o coordenador da força-tarefa da vacinação em Portugal. Deixou o cargo nesta semana coberto de glórias. Portugal é o país com melhor média de vacinação no mundo, 84% da população com duas doses. Em seu discurso de despedida, em vez da camuflagem, usou um traje de gala de almirante, todo branco.

“Portugal conseguiu esse resultado por causa de muitos fatores: a cultura de campanhas de vacinação, a competência de autoridades como Gouveia e Melo e também a atuação da imprensa, que enfatizou o tempo todo a importância da vacina”, diz Ricardo Alexandre, diretor adjunto da rádio portuguesa TSF. Professor universitário e um dos principais jornalistas do país, ele é o entrevistado do minipodcast da semana.

Em clima de pós-pandemia, Portugal derrubou ontem algumas das últimas restrições. Casas noturnas reabriram com grandes festas, e as esplanadas dos cafés se encheram de gente a aproveitar a temperatura amena e ensolarada do início do outono. Os portugueses curtem os últimos dias de férias circulando pela União Europeia com reluzentes passaportes de vacinação. O país virou emblema de um fato científico que, infelizmente, não é aceito por todos: é possível vencer a pandemia com vacinação em massa.

Falta de vacinas, negacionismo, inflação, crise hídrica, desemprego, Luciano Hang na CPI, Jair Bolsonaro na ONU. As notícias ruins no Brasil se sucedem e se acumulam. Nesses momentos, é útil olhar para exemplos inspiradores de outros países: democracias que funcionam normalmente, governos que atuam com competência e políticos que demonstram espírito público. São os casos da já citada vacinação em Portugal e das eleições na Alemanha.

Os dois partidos que mais cresceram no parlamento de Berlim foram os Verdes e os Social-democratas. Trata-se de uma boa notícia, pois são os maiores defensores de políticas ambientais rígidas. “A Alemanha tem muito a fazer nessa área, pois seus resultados ainda são inferiores a vários outros países da União Europeia – e a União Europeia quer ser a líder mundial do combate à mudança climática”, diz Ricardo Alexandre. Os Verdes venceram em várias cidades grandes e entre o eleitorado com menos de 30 anos – aquele que mais sofrerá se o futuro for um filme de terror, com secas recorrentes e safras agrícolas perdidas.

A boa notícia da eleição alemã não está só no resultado, mas também na forma. O líder social-democrata, Olaf Scholz, levou seu partido à vitória com uma campanha cujo slogan se compunha de uma única palavra: “Respeito”. Sua equipe de comunicação estudou minuciosamente as derrotas recentes de candidatos moderados e progressistas. Constatou que o discurso de ódio turbinou as vitórias do Brexit e de Donald Trump nos Estados Unidos. Scholz fugiu da polarização, rebateu as ofensas com propostas concretas – e venceu a eleição.

Civilidade e eficiência: eis as lições a extrair das duas histórias. Democracias se fortalecem com um debate de alto nível. É preciso também que seus líderes demonstrem competência para resolver problemas concretos. Quando isso não ocorre, abre-se a fresta para o discurso antidemocrático dos autocratas populistas.

*Escritor, professor da Faap e doutorando em ciência política na Universidade de Lisboa

O Estado de São Paulo

Os traidores da pátria

 



Qualquer um que esteja no governo é cúmplice na destruição do país

Por Ricardo Rangel (foto)

Jair Bolsonaro nunca escondeu quem era: um deputado rastaquera, que passou a vida a oscilar entre o extremismo e o desequilíbrio, e que se destacava somente por sua agressividade, vulgaridade e excentricidade.

Mas em 2018, por motivos diversos, milhões de pessoas, que em condições normais jamais votariam em Bolsonaro, o elegeram. Nessa temerária decisão, pesou o cálculo de que, na Presidência, Bolsonaro não conseguiria ser o que sempre foi: os adultos na sala o manteriam sob controle. O governo seria ruim, possivelmente muito ruim, mas não a devastação que é.

A linha de frente para manter Bolsonaro dentro do tolerável seriam os militares, vistos como sérios, profissionais, competentes, honestos. Mas Heleno, Ramos e Braga Netto jogaram a seriedade e o profissionalismo no lixo e aderiram com entusiasmo ao golpismo e ao desmonte do Estado. Pazuello e o almirante Bento demonstraram que farda não garante competência. E meia dúzia (ou dúzia inteira) de coronéis no Ministério da Saúde esclareceu que não é preciso ser civil para ser corrupto.

Em vez de proteger o país do desequilibrado, os garbosos oficiais se uniram ao desequilibrado para destruir o país. É irônico que os primeiros a trair a pátria tenham sido justamente os que se consideram mais patriotas do que os demais brasileiros — há aí uma moral para todos os militares.

“Jair Bolsonaro não criou o pesadelo que estamos vivendo sozinho. Ele teve e tem a ajuda de muita gente”

Outra linha de defesa seria Paulo Guedes. O ministro não entregou o programa liberal e a gestão sensata que prometeu, mas sua escandalosa incompetência é o menor de seus defeitos. Grave mesmo é que Guedes aceita e legitima todas as barbaridades de Bolsonaro, e deixou de ser ministro para ser caixa de campanha. É irônico que quem se pretenda liberal escolha por missão reeleger o presidente mais antiliberal de nossa história — há aí uma moral para todos que se dizem liberais.

Queiroga, o médico que prometia recolocar o trem nos trilhos após a hecatombe de Pazuello, se metamorfoseou em monstro: desacreditou a vacina, suspendeu a vacinação, comeu pizza na calçada, mostrou o dedo para os manifestantes, endossou a vergonha na ONU, pegou o vírus e se tornou vetor da Covid-19. É irônico que um médico se torne símbolo da doença — há aí uma moral para todos os médicos.

O diplomata Carlos França, que prometia corrigir o rumo depois da calamidade de Ernesto Araújo, frequentou comício golpista, fez arminha com as mãos, participou do vexame na ONU.

Os exemplos acima são os mais surpreendentes, mas, a essa altura, qualquer um que esteja no governo ou o apoie é cúmplice na destruição do país. É o caso de sabujos como Pedro Guimarães, Lorenzoni e Tarcísio de Freitas; oportunistas como Ciro Nogueira, Fábio Faria ou Rogério Marinho; obscurantistas como Milton Ribeiro e Damares; ou técnicos como Tereza Cristina e Bruno Bianco. É o caso dos que se abstêm de fiscalizar o presidente, como Arthur Lira e Augusto Aras, e dos que o livram da responsabilidade, como Temer. E de muitos outros.

Jair Bolsonaro não criou o pesadelo que estamos vivendo sozinho. Ele teve e tem a ajuda de muita gente, em Brasília e fora dela.

São todos traidores da pátria.

Revista Veja

Steve Bannon, o comparsa




Para quem expõe a população à morte, melar as eleições não será nada de mais

Por Alvaro Costa e Silva   

Os bandidos da velha Hollywood que depois de aplicar seus golpes fugiam para o Brasil em busca de praias paradisíacas e água de coco no canudinho tinham mais dignidade. Charme, então, nem se fala. Em "O Mistério da Torre" (1951), Alec Guinness faz o bancário que rouba um carregamento de ouro e voa para o Rio. James Mason, em "Cinco Dedos" (1952), é o funcionário da embaixada britânica que vende segredos de guerra e planeja se esconder aqui. Na vida real, Ronald Biggs assaltou um trem pagador de modo espetacular, como só se vê no cinema. Ao lado da mulher cearense, contando vantagem num boteco de Santa Teresa, Biggs era o típico gringo acariocado.

Como compará-los a Steve Bannon, o comparsa do deputado Eduardo Bolsonaro? Até para um filme noir dos anos 40 a figura dele é desprezível demais.

Cabelo seboso, barba por fazer, pançudo, cara de bebum, Bannon troca figurinhas com o filho 03 desde 2018. Tudo o que Bolsonaro copiou e tenta copiar de Trump —atacar as instituições e a imprensa, disseminar fake news, desconsiderar a gravidade da pandemia, questionar a lisura do voto— saiu da cabeça de Bannon, que admitiu ter planejado a invasão do Capitólio para impedir que Joe Biden assumisse a Presidência.

Preso sob acusação de fraude por sumir com o dinheiro arrecadado para levantar o muro entre os EUA e o México, Bannon pagou fiança de US$ 5 milhões e desde então tem apostado tudo no Brasil. Provavelmente está em seus planos construir um bunker no interior de Santa Catarina ou Mato Grosso do Sul.

Aqueles que engoliram a versão Bolsonaro após o Sete de Setembro devem acreditar que teremos um país sem sobressaltos em 2022. Pois sim. Quem deliberadamente expôs a população à morte a fim de manter a economia funcionando --na base do "óbito é alta"-- não irá se segurar na hora de promover desordens para melar as eleições.

Folha de São Paulo

Inflação, pandemia e impeachment levam milhares às ruas em protestos contra Bolsonaro




Em São Paulo, manifestantes se concentraram na frente do Masp, na Avenida Paulista

Milhares de pessoas foram às ruas neste sábado (2/10) para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

As pautas mais frequentes nos cartazes e nos discursos foram a defesa da democracia, o impeachment e as críticas em relação à condução da pandemia de covid-19 pelo Governo Federal e ao aumento dos preços de alimentos, gás e combustível.

Organizados por movimentos sociais e centrais sindicais, os atos também contaram com a presença de cerca de 20 partidos políticos, agremiações estudantis e até torcidas organizadas.

A Avenida Paulista, em São Paulo, e a Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, foram os locais com a maior concentração de manifestantes.

Até o fechamento desta reportagem, não havia confirmação oficial do número de pessoas que estiveram em cada lugar.

Pautas e presenças

De acordo com o levantamento do portal G1, foram registradas manifestações em 84 cidades, incluindo todas as 27 capitais.

Em São Paulo, as manifestações deste sábado foram organizadas por seis grupos: Frente Povo Sem Medo, Direitos Já, Frente Brasil Popular, Fórum das Centrais, Movimento Estudantil e Coalizão Negra por Direitos.

Outras entidades que apoiaram a realização dos protestos foram o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento Negro Unificado, a Unidade Popular, a Associação da Parada do Orgulho LGBT, o Movimento Acredito, o Bloco Feminista, a Associação Brasileira de Imprensa, o Esporte pela Democracia e a Coalizão Evangélica.

O G1 também registrou a presença de torcidas organizadas de Corinthians, Palmeiras e São Paulo na Avenida Paulista.

Diversos partidos políticos enviaram representantes. Alguns também mandaram vídeos, que foram exibidos nos palanques montados nos pontos de concentração. PCB, PCO, PSB, PSTU, PSOL, PCdoB, PT, Rede, Solidariedade, PSL, PV, PL, PSD, Podemos, PSDB, MDB, PDT e Cidadania confirmaram presença nos atos.

A participação de filiados do PSDB chamou a atenção. O ex-senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) enviou um vídeo em apoio ao ato, em que afirma que "o fundamental agora é derrotar Bolsonaro".

'No Rio de Janeiro, manifestações aconteceram pela manhã'

Muitos discursos também miraram em Arthur Lira (PP-AL) e pediram que ele abra um processo de impeachment contra Bolsonaro.

Na cobertura em tempo real das manifestações, o jornal Folha de S.Paulo disse que os atos deste sábado "prometem ser os de maior variedade ideológica entre os convocados por setores da esquerda desde maio, mas não devem vencer o desafio de mobilizar a direita ou de reunir em um só palco todos os presidenciáveis de 2022".

Em relação aos presidenciáveis, três candidatos que concorreram à eleição em 2018 marcaram presença: Ciro Gomes (PDT) esteve em São Paulo e no Rio de Janeiro, enquanto Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) passaram pela Avenida Paulista.

"Nós estamos aqui em nome de uma causa suprapartidária. Se formos nos deixar levar por isso, vamos perder uma causa maior, que é a luta pela justiça e pela democracia", afirmou Haddad.

"Existe muita diferença de pensamento entre quem está aqui hoje na [Avenida] Paulista. Mas a ameaça golpista é maior do que as nossas diferenças políticas", disse Boulos.

O UOL registrou que a presença de Gomes em São Paulo gerou protestos, xingamentos e vaias de militantes do Partido da Causa Operária (PCO), que reagiram às críticas recentes feitas pelo representante do PDT ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Depois, em outra ocasião, nós sempre falaremos de quem é quem, quem é responsável pelo quê e quem não tem ideia nenhuma pelo futuro do país", discursou Gomes.

Outro momento de tensão aconteceu em Recife quando, por volta das 12h30, um carro furou o bloqueio policial e atropelou uma mulher de 29 anos que participava da manifestação.

A vítima foi arrastada por alguns metros e recebeu ajuda de pessoas que estavam no local. De acordo com o G1, uma ambulância a levou para o Real Hospital Português, mas ainda não há informações sobre seu estado de saúde. 

BBC Brasil

Com Lula como favorito para derrotar Bolsonaro, o PT de fato quer o impeachment?

 




Críticos do PT dizem que partido prefere enfrentar Bolsonaro nas urnas em 2022

Por Mariana Schreiber, em Brasília

Após os atos pela derrubada do presidente Jair Bolsonaro liderados por grupos de direita em 12 de setembro, partidos e movimentos predominantemente de esquerda convocaram novos protestos pelo impeachment neste sábado (02/10) em dezenas de cidades do país.

Desconfianças de ambos os lados têm dificultado unificar as mobilizações em uma frente ampla contra o presidente, o que, na leitura de alguns analistas políticos, acaba reduzindo a capacidade desses atos de pressionar o Congresso Nacional — a decisão de iniciar um processo depende do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que hoje lidera uma ampla base de deputados da centro-direita avessa ao impeachment de Bolsonaro, já que tem sido beneficiada por cargos e verbas federais para seus redutos eleitorais.

Assim como o PT e movimentos historicamente ligados ao partido, a exemplo da Central Única de Trabalhadores (CUT), não aderiram aos atos de setembro, os grupos de direita que lideraram aquela mobilização, como Movimento Brasil Livre (MBL) e Livres, decidiram não ir às ruas nesse sábado.

Um dos motivos é a desconfiança de parte destes grupos sobre o real compromisso do PT com a luta pelo impeachment. Como as pesquisas de intenção de voto indicam hoje Lula como favorito para vencer a eleição de 2022 em uma disputa direta contra Bolsonaro, críticos do partido dizem de que a preferência dos petistas pode ser por manter o presidente na corrida eleitoral para evitar que outro candidato potencialmente mais agregador se cacife para chegar ao segundo turno contra Lula. Petistas refutam essas acusações.

Outra justificativa dos grupos de direita para não participar dos protestos é um suposto risco de agressão a seus apoiadores por parte de manifestantes da esquerda — a mesma preocupação foi levantada pela esquerda em relação aos grupos de direita nos atos de setembro.

"Eu não coloco o impeachment à frente da segurança de quem nos segue. E tb não acho que atos orquestrados pelo PT sejam favoráveis ao impeachment", escreveu no Twitter o líder do MBL Renan dos Santos, ao justificar a ausência do grupo nos atos desse sábado.

Pesquisa Ipespe divulgada na quinta-feira (30/09) indica que, se a eleição fosse hoje, Lula e Bolsonaro disputariam o segundo turno, sendo que o petista venceria com 50% dos votos contra 31% do atual presidente. A pesquisa ouviu mil pessoas por telefone e tem margem de erro de 3,2 pontos percentuais.

O resultado vai na mesma linha da última pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada duas semanas antes, que entrevistou 3.667 presencialmente e tem margem de erro de 2 pontos percentuais. Esse levantamento indica que, mantidas as condições atuais, o petista derrotaria Bolsonaro no segundo turno com 56% contra 31% dos votos.

Por outro lado, essas pesquisas também indicam que Lula venceria com larga vantagem outros possíveis candidatos, como João Dória (PSDB) e Ciro Gomes (PDT).

Lideranças do PT ouvidas pela BBC News Brasil refutam as acusações de que o partido não esteja empenhado pelo impeachment, embora nos bastidores há quem reconheça que a disputa contra Bolsonaro seria hoje o cenário mais confortável para Lula voltar ao Palácio do Planalto.

Parlamentares ou lideranças petistas já assinaram ao menos dez pedidos de impeachment ou aditamentos (acréscimos a pedidos anteriores), o primeiro deles apresentado em maio de 2020 pelo ex-prefeito de São Paulo e candidato presidencial derrotado em 2018 Fernando Haddad.

Ao lado do deputado Rui Falcão (PT-SP), Haddad também apresentou um mandado de segurança em julho deste ano ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que a Corte obrigue Arthur Lira a apreciar os mais de cem pedidos de impeachment que aguardam sua análise. A ação ainda será julgada.

"O PT nunca tergiversou com esse assunto. Nós sempre achamos que para o Brasil é melhor o Bolsonaro sair. E nós não escolhemos adversário (para a eleição presidencial de 2022), não nos preocupamos com isso. Nosso foco é com o programa e o projeto de país que nós temos a oferecer para o Brasil", disse a presidente do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), em maio de 2020.

'Novos atos contra Bolsonaro ocorrem neste sábado pelo país'

Ela ressalta que o PT, ao lado de PCdoB e PSOL, já participou da convocação de outros quatro atos pelo impeachment, desde março. Esses protestos têm sido liderados pela Frente Povo Sem Medo, a Frente Brasil Popular e a Coalizão Negra por Direitos — as três reúnem centenas de sindicatos, movimentos sociais e coletivos negros e de periferia, como Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a UNEAfro.

Gradualmente, outros partidos aderiram, como PDT, PSB, Rede e Cidadania. Todos eles estão apoiando os protestos deste sábado também, assim como Solidariedade e PV. São aguardadas ainda lideranças de PSL, MDB, PSDB, DEM e Novo, embora essas siglas não estejam institucionalmente convocando para a mobilização.

Considerando os pré-candidatos presidenciais, Ciro Gomes (PDT) confirmou que participará das manifestações no Rio de Janeiro, pela manhã, e em São Paulo, na parte da tarde.

Já Lula não deve comparecer para evitar dar uma conotação eleitoral aos atos, disse Hoffmann. Segundo ela, há também preocupação com a saúde do ex-presidente e dos manifestantes devido à pandemia de covid-19, já que sua presença poderia causar focos aglomerações.

'Bolsonaro combalido até a eleição'

Apesar da movimentação do PT pelo impeachment, dentro do partido existe uma leitura de que enfrentar Bolsonaro nas urnas tende a ser o cenário mais confortável para Lula, contou à BBC News Brasil o assessor parlamentar de um senador petista.

A compreensão interna, diz, é que o presidente terá dificuldades de se recuperar até a eleição porque as perspectivas para a economia têm piorado muito.

"Com a atual política econômica, os preços dos combustíveis não vão parar de subir, os empregos não vão voltar. A ideia é que ele chegue combalido na eleição", afirma.

Segundo esse assessor parlamentar, o partido reconhece que Bolsonaro segue tendo uma base fiel relevante, capaz de colocá-lo no segundo turno, mas "não tem apoio suficiente para vencer". Ele ressalta ainda que ninguém no PT espera que seja uma eleição fácil.

"Todo mundo sabe que Lula vai ser confrontado com muita coisa de corrupção, de cadeia (período em que ficou preso condenado em processos da Lava Jato posteriormente anulados), de governo Dilma, vão dizer que ela destruiu o Brasil. Aquele velho discurso do antipetismo vai voltar forte", afirma.

"Mas projetam que um cenário de Bolsonaro acabado, e sem se viabilizar uma terceira via, seja menos difícil para Lula articular uma grande aliança e chegar lá", acrescenta.

Por outro lado, parlamentares petistas ouvidos pela BBC News Brasil acreditam que a campanha pelo impeachment não é contraditória com os interesses eleitorais.

"Vamos admitir que se consiga fazer o impeachment do Bolsonaro. Você acha que o PT entraria mais fraco ou mais forte o ano que vem? A liderança que mais mobiliza gente nesse país é o Lula. Então, amanhã, acontecendo o impeachment, é o Ciro que vai ser o porta voz do impeachment? Claro que não", argumenta o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

"Então, mesmo para quem tem o raciocínio pequeno da conveniência (eleitoral), se a gente derruba o Bolsonaro, a oposição entra muito mais forte ano que vem", disse ainda.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) tem visão semelhante: "É uma avaliação equivocada e simplória (dizer que o PT não quer o impeachment). O PT sabe que quanto mais força existir na luta pelo impeachment, mais claro vai estar para a população que Bolsonaro não pode continuar", afirma.

Para ela, Bolsonaro continua sendo um adversário perigoso em 2022 e deve ser derrubado antes porque representa "uma ameaça à democracia".

"O PT não vai para a eleição achando que já ganhou de ninguém. Vamos ter que trabalhar muito, mesmo o Lula nesse momento sendo o favorito. Não avaliamos que Bolsonaro é o candidato mais fraco, nem que é invencível. É um candidato que, se não for totalmente desmascarado até a eleição, continua sendo o candidato mais perigoso, porque mobiliza uma turba de fanáticos, porque a direita internacional estará mobilizada pelo Brasil, porque o fascismo tem métodos que podem sempre atacar um processo democrático", disse ainda.

'Bolsonaro em ato na Avenida Paulista em 7 de setembro ameaçou não cumprir decisões do STF'

Críticos de Bolsonaro consideram que ele seria uma ameaça para a democracia devido a suas declarações contestando a legitimidade das eleições de 2022 sem adoção de um registro físico do voto. O presidente alega que sem esse mecanismo as eleições podem ser fraudadas, o que é contestado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na visão de adversários de Bolsonaro, o presidente pretende usar essa argumentação para não aceitar o resultado das urnas em 2022, caso não consiga se reeleger.

No feriado de 7 de setembro, ele mobilizou dezenas de milhares de apoiadores em Brasília e São Paulo para pressionar o Poder Judiciário, no que foi visto como um escalada autoritária por parte do presidente. Depois, porém, Bolsonaro divulgou uma carta recuando de seus ataques e ameaças ao STF.

Em entrevista recente à revista Veja, ele disse que não vai "melar" as eleições e elogiou o convite do TSE para que as Forças Armadas participem da uma comissão externa para fiscalizar o processo eleitoral. Bolsonaro afirmou ainda que "a chance de um golpe (de sua parte) é zero". Para ele, a oposição que quer lhe dar um golpe com o processo de impeachment. Seu argumento é que não há denúncias de corrupção que permitam cassá-lo.

Nos mais de cem pedidos de impeachment já apresentados, os denunciantes acusam o presidente de cometer crimes de responsabilidade na condução da pandemia de coronavírus (ao promover aglomerações e demorar a comprar vacinas, por exemplo), assim como por ter participado em 2020 de atos que pediam o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), ou ao supostamente interferir em instituições de investigação, como a Polícia Federal (PF).

Pedidos recentes também defendem a cassação do presidente devido à denúncias de possível superfaturamento e corrupção envolvendo compra de vacinas no Ministério da Saúde.

Muito perto de 2022

Para o cientista político Sérgio Praça, professor da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas, não é uma boa estratégia política para o PT apostar em um impeachment que "já é uma possibilidade tirada da mesa" por estarmos muito próximos das eleições de 2022".

"O impeachment não vai acontecer independentemente do que o PT faça. É um processo que demora, não faz sentido articular por isso hoje. Teria feito sentido antes, mas não aconteceu e agora ninguém vai lutar sério por isso. A campanha presidencial já começou", afirma Praça.

Segundo ele, os protestos contra Bolsonaro devem ir perdendo força pelo mesmo motivo.

"Na medida em que as eleições se aproximam, eles têm total irrelevância. Para que eu vou sair pra rua se daqui a pouco eu já vou votar?", afirma.

Sem frente ampla

Se esforçar por um impeachment não é a única ideia que vai ficando para trás conforme as eleições se aproximam, segundo analistas políticos.

'Com oposição dividida, atos contra Bolsonaro reuniram poucas milhares de pessoas no 12 de setembro'

A ideia, levantada por parte da oposição, de que seria necessário esquerda e direita se unirem em uma frente ampla contra Bolsonaro também é algo "que não tem a menor chance de acontecer", diz Praça.

Praça diz que as ameaças de Bolsonaro contra a democracia não se concretizaram até agora de forma a fazer a esquerda e direita acreditarem que há necessidade de se unir.

"A única chance de haver essa união é se o presidente tentar dar um golpe de fato, caso perca a eleição. Porque ninguém quer uma ditadura de Bolsonaro. Mas no momento está claro que ele não tem apoio estratégico para isso", afirma o professor da FGV.

Para o cientista político Claudio Couto, a vantagem de Lula nas pesquisas faz com que não faça sentido para o PT tentar uma chapa única de oposição com a direita, que também não tem interesse nisso.

"Nunca acreditei em uma frente ampla no sentido de uma chapa única com objetivo de derrubar Bolsonaro nas eleições. Para o Lula não tem sentido, estando na frente, abrir mão da sua candidatura ou do seu programa. E para os outros partidos, mesmo que uma chamada "terceira via" não se viabilize, vale mais a pena lançar sua própria candidatura do que se unir ao Lula", diz Couto.

A exceção, diz ele, são os partidos como o MBD e os partidos do centrão que não costumam mesmo ter candidatura própria para a presidência e acabam se alinhando ao governo do momento.

Couto também diz que o fato de que uma chapa única não deva acontecer não impede que nomes como Lula, Eduardo Leite ou João Dória façam uma aliança em prol da democracia caso haja um movimento de natureza autoritária, mesma hipótese apontada por Praça.

Isso seria possível, segundo ele, porque até o momento os candidatos de oposição têm jogado limpo já pré-campanha, apesar das críticas eventuais que fazem uns aos outros.

"As críticas dentro da lógica da competição democrática. Tem havido um fair play entre esses vários candidatos. Quem está com atitude muito agressiva ao PT é o Ciro Gomes, mas isso é particular dele, que tenta pegar um público de direita ao ver que perdeu espaço na esquerda", diz Couto.

Colaborou Letícia Mori, da BBC Brasil em São Paulo

BBC Brasil

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