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quinta-feira, junho 03, 2021

Youtube comprova a altíssima irresponsabilidade do “gabinete paralelo” da pandemia


O ex-assessor da Presidência Arthur Weintraub participa de live com o médico Luciano Dias Azevedo, em fevereiro de 2021

No Youtube. Weintraub e Azevedo ridicularixam o uso das máscaras

Fábio Zanini
Folha

Apontado como idealizador do chamado “gabinete paralelo” que assessora o governo federal no combate à pandemia da Covid-19, o ex-assessor da Presidência Arthur Weintraub estimou em cerca de 300 o número de pessoas aconselhando Jair Bolsonaro quanto ao uso da hidroxicloroquina.

Detalhes da concepção e funcionamento desta estrutura, à margem do Ministério da Saúde, são descritos em duas lives realizadas entre Weintraub e o anestesista Luciano Dias Azevedo, um dos médicos mais influentes entre defensores do chamado “tratamento precoce” contra a Covid. As conversas foram promovidas pelo canal de Weintraub no YouTube e tiveram audiência baixa, inferior a 5.000 visualizações cada uma até quarta-feira (2).

COMPROVAÇÃO – A existência de um “gabinete paralelo”, que aconselharia Bolsonaro sobre o uso de drogas ineficazes contra a Covid-19 como hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina, é uma das principais linhas de investigação da CPI da Covid no Senado.

Em 8 de julho de 2020, o então assessor da Presidência e o médico conversaram durante 58 minutos sobre os supostos benefícios do tratamento precoce contra o coronavírus. Na parte final da live, Azevedo explica à audiência que foi Weintraub quem criou o grupo paralelo e o agradece pela iniciativa.

“Eu quero te agradecer [Arthur], muito obrigado por essa jornada, de dias e noites que conversamos tanto, estudamos tanto juntos, discutimos tanta coisa. Você começou isso lá no começo de março [de 2020], pedindo para juntar gente para estudar [tratamento precoce]”, afirma o médico Azevedo. Em resposta, Weintraub retribui a gentileza e estima o tamanho da rede de contatos do interlocutor.

REDE DE CONTATOS – “Você juntou um grupo gigante. As pessoas não sabem. Você deve ter umas 300 pessoas na tua rede de contatos, networking, só da hidroxicloroquina. Você é antenado, você sabe o que está acontecendo lá fora”, diz o então assessor da Presidência.

O médico em seguida emenda: “Agradeço pela oportunidade que vocês me abriram de eu puder juntar esse time para a gente poder estudar juntos e continuar achando soluções”.

A participação de Weintraub na estrutura paralela entrou na mira da CPI da Covid após o site Metrópoles ter revelado o vídeo de um evento dele, em agosto de 2020 no Palácio do Planalto, em que fala sobre seu contato com médicos que defendem o tratamento precoce. Azevedo era um dos presentes à solenidade, na ocasião.

GRUPO DE ASSESSORAMENTO – Nas lives, Azevedo e Weintraub confirmam a existência do grupo de assessoramento, embora não utilizem o termo “gabinete paralelo” em nenhum momento.

Weintraub foi assessor da Presidência até setembro do ano passado, quando ganhou um cargo na OEA (Organização dos Estados Americanos), em Washington, nos Estados Unidos. Ele é irmão de Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação, que também vive na capital americana, trabalhando no Banco Mundial.

Sete meses depois da primeira live, em 13 de fevereiro deste ano, os dois amigos voltaram a conversar, desta vez num bate-papo online de duas horas.

TRATAMENTO PRECOCE – O tema principal era o uso medicinal da maconha, mas na parte final eles voltaram a falar sobre tratamento precoce e o grupo de assessoramento paralelo. Weintraub já estava em Washington, em seu novo cargo na OEA.

Dirigindo-se aos que acompanhavam a live, Azevedo diz que Arthur Weintraub foi quem “conectou” os médicos do grupo, que levavam informações a Bolsonaro.

Médico concursado da Marinha, Azevedo explica que integrava o Docentes Pela Liberdade, entidade que reúne professores universitários de direita, e foi nessa condição que se aproximou de Arthur.

CABEÇÃO MÁSTER – Na live, o médico chega a chamar amistosamente o ex-assessor da Presidência, que tem formação jurídica e não médica, de “cabeção que estuda pra caramba”. Revela ainda que Abraham Weintraub, definido como “cabeção master”, também participou da iniciativa.

“Arthur começou a buscar junto com o Abraham para achar soluções para o país e para os hospitais e levava os artigos para o presidente ler. O presidente foi entendendo a doença, foi entendendo as possíveis soluções, o tratamento [precoce] era uma das soluções”, afirma Azevedo.

Em seguida, ele cita diversos médicos que se somaram ao grupo, inclusive Nise Yamaguchi, que prestou depoimento à CPI na última terça-feira (1º).

CHEGANDO MAIS – “Fomos construindo e agregando, aí veio o Zanotto, veio o Paulo, que é um colega da Unifesp que trabalha na área de linguística, o Marcelo, a Nise, o Wong, o Zeballos, a Marina, Luciana, Jorge, Zimmermann, já são mais de 10 mil. Entre fevereiro e março [de 2020] éramos nós que estávamos estudando, o Arthur tentando conectar esse pessoal todo”, relata Azevedo.

Entre os médicos citados estão, além de Nise, Paulo Zanotto (virologista), Anthony Wong (pediatra, morto em janeiro), Roberto Zeballos (imunologista) e Ricardo Zimmermann (infectologista). A Folha não conseguiu identificar os demais.

Azevedo acrescenta ainda que esse grupo fornecia informações bem fundamentadas para Bolsonaro sobre o tema.

TRAZENDO SOLUÇÕES – “Esses caras estavam ouvindo uma gama imensa de gente que estava trazendo soluções de tudo que é jeito para ele [Bolsonaro], de grandes instituições, que estavam tendo reuniões constantes. Isso precisa ser dito”, afirma o médico.

Segundo ele, não eram opiniões soltas. “Não é uma opinião solta, que o presidente da República acordou de manhã e falou ‘eu vou…’ Não, existia um movimento e um porquê, essas pessoas idôneas que tivessem a paciência de virar a noite, estudando e lendo artigos e compartilhando. Foi assim que tudo começou”, complementa.

Em diversos trechos da conversa, ambos fazem defesa enfática do chamado “tratamento precoce”, desaconselhado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela maioria dos especialistas pela ineficácia e riscos envolvidos.

EXEMPLO DO TAMIFLU – “Ah, mas não está cientificamente comprovado. Bicho, tamiflu ali atrás também não estava e foram dando para todo mundo quando teve o H1N1”, afirma Arthur Weintraub na conversa de julho de 2020.

Em outro trecho, Azevedo defende o uso da hidroxicloroquina no primeiro estágio da doença, o da replicação viral. Ele cita como referência o médico ucraniano-americano Vladimir Zelenko, um dos principais difusores da droga no mundo, cujos estudos foram rechaçados pela maior parte da comunidade científica internacional.

“O último manuscrito do dr. Zelenko está mostrando 84% menos de internação e 5% menos de mortalidade naqueles que usam o protocolo de tratamento precoce”, diz o anestesista.

CIÊNCIA DESPREZADA – A dupla também relativiza o peso da ciência no tratamento da Covid-19. Na live de julho, Azevedo diz que “a ciência na verdade é o confronto de ideias, é justamente puxar o lençol cada um para um lado para a gente poder chegar à verdade”.

Já Weintraub, em outro trecho, diz que não se pode esperar pela comprovação científica de drogas contra a doença. “Esses blogs, não vou falar jornal, falam: ‘o remédio não cientificamente comprovado’. Justamente, querem que esperem todos esses estudos para que depois possa utilizar, daqui a um ano, sei lá quando”, diz.

Eles ainda apontam exagero na defesa do uso das máscaras, uma das principais recomendações de médicos para evitar a proliferação do vírus.

USAR MASCARAS – “O que você acha de ter que usar 11 máscaras?”, pergunta Weintraub em tom irônico, em um trecho. Azevedo responde também com ironia, colocando uma bandana no rosto “igual bangue-bangue à italiana”:

“A discussão chegou num ponto tão pouco produtivo que não querem saber se a máscara funciona ou não. Estão te obrigando a passar o dia inteiro e até uma parte da noite reinalando gás carbônico, teu sangue se torna mais ácido, diminui o pH. Virou uma grande loucura”, diz o anestesista, citando suposto risco do uso da proteção facial, algo também sem comprovação científica.

 

Para o médico, usar a máscara se justifica “dentro de um busão”, mas nem sempre ao ar livre. “Você está caminhando sozinho na rua, não vai vir o vírus, não vai ter uma asa que vai dentro do teu nariz e vai te infectar. Temos que trazer as pessoas para a realidade dos fatos.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 Como se vê, o clima no “gabinete paralelo” era de altíssima irresponsabilidade. Com assessores desse tipo, Bolsonaro tinha mesmo de derreter. Como se dizia outrora, não há tatu que aguente. (C.N.)

Professores de Jeremoabo estão sendo perseguidos pelo prefeito

 Luiz Brito


Foto: Divulgação

Não está fácil a relação do Executivo com parte dos professores em Jeremoabo. A prefeitura ao que parece optou pelo conflito enquanto os prejudicados afirmam que irão processar o município para buscar seus direitos.

O estopim foi criado quando o prefeito, Deri do Paloma (PP) decidiu que parte dos professores da rede são ligados politicamente a chamada oposição. A partir daí, resolveu contra-atacar, com redução de horas, mudança de local de trabalho, corte de regência entre outras.

Em requerimento protocolado na sessão desta ultima terça-feira (01/06), o vereador Dr. Sidnei Macedo (REPUBLICANOS) afirma que os professores estão sendo vítimas de perseguição política, com salários cortados, direitos negados e desconsideração do Plano de Cargos e Carreiras. Além dos problemas que já enfrenta o prefeito Derisvaldo José agora tem um novo dilema para administrar.


Nota da redação deste Blog - Desde     que o prefeito Deri do Paloma assumiu a prefeitura, que essa ladainha vem sendo rezada e de concreto até agora nada.

Pelo andar da carruagem o prefeito irá terminar seu mandato e a ladainha continuará a mesma sofrendo apenas solução de continuidade.

Existem doenças que medicamentos em dose homeopática faz é piorar o quadro clínico.

O vereador Sidnei por ser também advogado deve entender muito bem que o único medicamento que poderá surtir efeito chama-se ação civil pública por ato de improbidade, cuja bula é a seguinte:



Perseguição a professora resulta em ação contra prefeito e secretária de educação de Eunápolis


Acusados de perseguição a uma professora concursada em razão dela ser esposa de um ex-comentarista de rádio que tecia críticas contra a administração municipal, o prefeito de Eunápolis José Robério Batista de Oliveira e a secretária de Educação Maureen Eleonor Tavares Lacerda Souza respondem a uma ação civil pública por ato de improbidade proposta pelo Ministério Público baiano. Segundo o promotor de Justiça Dinalmari Mendonça, autor da ação, os atos de perseguição contra a professora Érika Pereira iniciaram-se em março de 2008, quando a secretária Maureen Eleonor, na época chefe de Departamento Pedagógico, determinou que fosse cortada a extensão de carga horária da professora, que é esposa do ex-comentarista do 'Programa Fala Povão', da Rádio Novo Amor, conhecido por Carlinhos Mototáxi. A professora passou, então, a solicitar reiteradas vezes a restituição da extensão que lhe foi tirada, mas sem sucesso.

Já que a secretária de Educação não atendeu a sua solicitação, Érika Pereira recorreu à diretoria da APLB-Sindicato, que verificou que todos os pedidos semelhantes de outros professores foram atendidos, mas não o dela, informa o promotor de Justiça na ação. A professora chegou a indicar colégios onde existiam vagas disponíveis para a extensão, mas Maureen Eleonor indicava outros professores para ocupá-las, inclusive professor de matéria diferente da necessária, professora afastada das salas de aula por problemas de saúde e até duas professoras que sequer foram contratadas pelo Município, contrariando a legislação. Diante do quadro, o promotor de Justiça encaminhou recomendação para o prefeito e a secretária no sentido de que providências fossem adotadas para a concessão da carga horária solicitada pela professora, mas os dois desconsideraram o documento do Ministério Público.

Resta inequívoca a intenção dos acionados em perseguir a professora, tratando-a de forma diferente dos demais professores que solicitaram alteração de carga horária, numa clara demonstração de perseguição e abuso de poder, sustentou Dinalmari Mendonça. Em razão disso, ele pede a condenação de José Robério e Maureen Eleonor às sanções previstas no art. 12, inciso II, da Lei nº 8.429/1992 (Lei de Improbidade).



 

The Economist agora vê o Cristo Redentor sem ar, sob Bolsonaro


por Nelson de Sá | Folhapress

The Economist agora vê o Cristo Redentor sem ar, sob Bolsonaro
Foto: Divulgação

A nova edição só chegou à internet nesta quinta-feira (3), mas parte do material especial sobre Brasil da revista The Economist já circulava em mídia social, em perfis de mercado financeiro, um dia antes.
 

Traz mais uma vez a imagem alterada do Cristo Redentor na capa regional, voltada à América Latina —mas não na capa principal, para o resto do mundo, que aborda "A nova geopolítica dos negócios" dominada por empresas dos EUA e da China.
 

Agora a estátua no Corcovado respira com tubo de oxigênio, na pandemia.
 

Em editorial com o título "A década sombria do Brasil", a revista afirma que "Bolsonaro não é a única razão pela qual seu país está num buraco", opinando que "o sistema político que o ajudou a conquistar o cargo precisa de uma reforma profunda".
 

O caderno especial, com dez páginas produzidas pela correspondente Sarah Maslin, aborda tópicos como economia, corrupção, Amazônia e as perspectivas para o Brasil.
 

No texto de abertura, "O capitão e seu país", Maslin destaca que "o Brasil está retrocedendo" e avalia que "Bolsonaro e Covid-19 são só os mais recentes em uma década de desastres". Em suma, "o Brasil está enfrentando sua maior crise desde o retorno à democracia em 1985".
 

Sobre economia, com o título "Um sonho adiado", afirma que, "Após uma geração de progresso, a mobilidade social está diminuindo". Fechando o caderno, com foto associando Bolsonaro a Hitler, diz que é "Hora de ir" e "o futuro depende das eleições" do ano que vem.
 

Reafirma que é preciso reformas, combater corrupção, defender a Amazônia, "mas será difícil mudar o rumo do Brasil enquanto Bolsonaro for presidente. A prioridade mais urgente é tirá-lo pelo voto".
 

O caderno coincide com a promoção de um evento sobre o país, pela Economist, na semana que vem.
 

Alterar a imagem do Cristo Redentor é recurso que já foi usado outras vezes pela revista, sendo duas capas mais lembradas (acima): "O Brasil decola", de 2009, no governo Lula, e "O Brasil estragou tudo?", de 2013, no governo Dilma Rousseff.
 

Elas também se basearam então em cadernos especiais sobre o país, cada um com 14 páginas.

Decisão de não punir Pazuello é uma vitória pessoal de Bolsonaro e da indisciplina nos quartéis


Presidente da CPI diz que Pazuello deve ser novamente convocado a depor |  VEJA

Pazuello não foi punido, mas estará para sempre no anedotário nacional

Lauro Jardim
O Globo

A decisão do comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira, de não punir Eduardo Pazuello por sua participação em uma manifestação política, contrariando o que diz de modo inequívoco o regulamento disciplinar da força, é uma vitória não só de Jair Bolsonaro — mas da indisciplina no Exército.

Significa que o Alto Comando não teve força para cumprir um regulamento pelo qual deveria zelar. Não teve coragem de enfrentar um Bolsonaro que dia a dia mostra querer fazer da instituição o “seu” Exército.

DE FORMA ACINTOSA – Na semana passada, Bolsonaro disse de forma acintosa em sua live semanal que o ato em que Pazuello subiu num palanque não fora político.

Foi afrontoso ao Exército e à sociedade por que é uma afirmação que não se sustenta — e é contraditória com o que ele próprio afirmou naquela transmissão sobre o evento: “Foi um movimento pela liberdade, pela democracia, e apoio ao presidente”.

Na terça-feira, Bolsonaro botou Pazuello para despachar dentro do Planalto, num cargo de assessoria. E fez questão de nomeá-lo enquanto o comandante do Exército decidia sobre a punição do ex-ministro da Saúde. O recado estava dado por Bolsonaro.

PUNIÇÃO NECESSÁRIA – Desde o ato das motocicletas todos os generais da ativa e da reserva foram unânimes em cravar que Pazuello teria que ser punido. Os adjetivos sobre o que ocorreu variavam de “grave” a “inaceitável”. Havia um certo consenso de que a pena não deveria ser de prisão — uma advertência bastaria. Seja para não criar uma crise com o presidente da República, seja por que o importante, diziam eles, era que todos os integrantes das Forças Armadas soubessem que o regulamento é para ser seguido.

O ex-ministro da Defesa Raul Jungmann no mesmo dia do ato no Rio de Janeiro foi cristalino ao registrar que a punição de Pazuello era obrigatória “por que se ultrapassar desse limite qualquer sargento, tenente ou capitão poderá fazer o mesmo. Isso representa a implosão da hierarquia e da disciplina militares que até aqui permaneceram incólumes a tudo isso”.

PARA A BOIADA PASSAR – As Forças Armadas, portanto, abrem perigosamente as portas dos quartéis a outras manifestações. Como o Exército vai controlar seus integrantes a partir de agora? Se algum general da ativa, por hipótese, se manifestar contra o presidente da República ficará também livre, leve e solto? Alguém acredita nisso?

A decisão medrosa tomada ontem pelo Exército abre espaço para que Bolsonaro, o “mau militar”, definição precisa e concisa dada por Ernesto Geisel, siga avançando sobre um dos pilares das Forças Armadas, o respeito à hierarquia e à disciplina.

Em promiscuidade total, Flávio Bolsonaro recebeu secretário da Receita Federal em sua casa

Publicado em 3 de junho de 2021 por Tribuna da Internet

O senador Flávio Bolsonaro Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

O rachadista Flávio Bolsonaro abusa impunemente da máquina pública 

Julia Lindner e Paulo Cappelli
O Globo

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) recebeu em sua casa, em setembro, o secretário da Receita Federal, Tostes Neto. A informação foi divulgada pelo colunista Guilherme Amado, do Portal Metrópoles, e confirmada pelo GLOBO. No encontro, que ocorreu a pedido de Flávio, foram discutidas formas de o senador se defender no caso envolvendo seu ex-assessor Fabrício Queiroz. De acordo com o documento, Tostes teve três encontros no ano passado com Flávio ou seus representantes legais, nos dias 26 de agosto, 4 de setembro e 17 de setembro.

As duas primeiras reuniões ocorreram no gabinete da Secretaria Especial da Receita, no Ministério da Economia, com a presença da defesa de Flávio, as advogadas Julia Bierrenbach e Luciana Pires. O último encontro foi solicitado por Flávio e ocorreu na casa do senador, também com a presença de Luciana.

MENTINDO – A reunião na casa de Flávio foi confirmada por Tostes em resposta a um requerimento de informações da deputada Natália Bonavides (PT-RN). Antes disso, Tostes Neto havia confirmado apenas uma reunião, sem revelar o local ou de quem teria partido o pedido de encontro.

– Qual cidadão da República Federativa do Brasil tem direito ao atendimento da Receita Federal feito em domicílio? O caso é grave e comprova o uso de toda a estrutura do Estado como banca de defesa e de negócios da família presidencial – disse Natália Bonavides ao GLOBO.

Questionado sobre os encontros, Tostes justificou que “as pautas das reuniões dizem respeito à situação fiscal de pessoas físicas e jurídicas relacionadas ao senador Flávio Bolsonaro, na condição de sujeito passivo de obrigação tributária, bem como as notícias sobre suposta atuação irregular de servidores da Receita Federal no exercício de atividades funcionais”.

Procurado pelo GLOBO, o senador Flávio Bolsonaro ainda não se manifestou sobre o assunto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Meus amigos, a que ponto chegamos… Para blindar o filho roedor, digo, rachador, o presidente da República tem o despudor de colocar a serviço de sua famiglia toda a máquina estatal, incluindo Receita, Polícia Federal e Abin. Uma desfaçatez de tamanha proporção só acontece em ditaduras de péssima categoria. No entanto, o Brasil ainda costuma ser apresentado como país democrático, mas com governantes nada republicanos. (C.N.)

Ministros do Supremo temem radicalização das tropas e veem Braga Netto como ‘novo Pazuello’


Braga Netto discursa na manifestação do Dia das Mães, em Brasília

Vera Rosa
Estadão

A politização dos quartéis, misturada à campanha presidencial antecipada, serviu para acender o sinal amarelo no Supremo Tribunal Federal (STF). A preocupação ganhou novos contornos por causa da falta de interlocução do ministro da Defesa, Braga Netto, com integrantes da Corte. Na avaliação de magistrados, Braga Netto virou “um novo Pazuello” e já demonstrou ter assumido perfil político para fazer tudo o que o presidente Jair Bolsonaro quer. Custe o que custar.

Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde investigado pela CPI da Covid e que se livrou de um processo disciplinar no Exército, ficou conhecido pela total subordinação ao chefe. “É simples assim: um manda e outro obedece”, resumiu o general, em outubro do ano passado. À época, esta foi a justificativa de Pazuello para cancelar acordo com o governo de São Paulo, comandado pelo adversário João Doria, para compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac.

NO MESMO CAMINHO – Braga Netto, na visão dos juízes, vai pelo mesmo caminho. Desde que Bolsonaro demitiu, há três meses, o então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os comandantes militares, provocando uma crise na caserna, a relação do Supremo com as Forças Armadas passou ao estágio da mera formalidade burocrática.

Com expressivas manifestações de rua contra Bolsonaro, juízes temem novo ataque às instituições como revide, com ameaças de insubordinação de soldados, cabos e sargentos do Exército. Em conversas reservadas, ministros do Supremo observam que a violência e o abuso praticados por policiais militares, como se viu nos últimos dias em Pernambuco, Goiás e no interior de São Paulo, também parecem fazer parte de um movimento da militância armada em defesa da reeleição de Bolsonaro.

É exatamente aí que os caminhos de Braga Netto e Pazuello se cruzam.

SEM PUNIÇÃO – Bolsonaro pressionou o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, a não punir Pazuello, que no último dia 23 participou de um ato político, no Rio, apesar de ser general da ativa. Incentivado pelo presidente, que quer vê-lo candidato a governador ou até mesmo a deputado federal, em 2022, Pazuello discursou animadamente em cima de um palanque  de trio elétrico.

Braga Netto nada falou sobre a transgressão disciplinar, ao contrário do vice-presidente Hamilton Mourão, que defendeu uma repreensão a Pazuello.  À frente da operação apelidada ironicamente por aliados do Palácio do Planalto como “Fica na sua, meu Exército”, Bolsonaro ainda nomeou o ex-ministro da Saúde, nesta semana, para a chefia da Secretaria de Estudos Estratégicos da Presidência.

Foi um prêmio dado a Pazuello, que blindou o presidente no primeiro depoimento à CPI da Covid e agora será blindado pelo governo. O recado de Bolsonaro para o Exército foi um só: “Quem manda sou eu”.

ANARQUIA NOS QUARTÉIS – Do outro lado da Praça dos Três Poderes, porém, ministros do Supremo concordam com Mourão quando ele dizia que, se nada fosse feito contra Pazuello, haverá o incentivo à “anarquia nos quartéis”. A um ano e quatro meses das eleições de 2022, existe o temor de que um barril de pólvora esteja prestes a explodir.

Motivo: se um general pode desobedecer às regras militares sem ser sequer advertido, por que praças não podem ocupar as ruas em defesa de Bolsonaro? E por que não engrossar assembleias sindicais?

Em um ano pré-eleitoral, com o clima de polarização política que tomou conta do País, principalmente após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar à cena, e um governo acuado por um vírus ceifando vidas, a falta de controle da tropa tem potencial para significar novos motins e rebeliões. E, para magistrados, Braga Netto – no figurino de escudeiro número um de Bolsonaro – não segura manifestações assim.

É CAPAZ DE TUDO – Por ordem do presidente, aliás, o ministro da Defesa faz o que seu antecessor Fernando Azevedo e Silva e os três comandantes das Forças demitidos se recusaram a fazer na arena política e, se precisar, enfrenta o Supremo.

A Corte é vista pelo Planalto como “centro de ativismo político” para derrubar Bolsonaro. É por ali que passam investigações que vão desde inquéritos abertos para apurar o financiamento de fake news e atos antidemocráticos até brigas do presidente com governadores, tendo como alvo medidas de isolamento social na pandemia.

Dos 11 ministros do STF, Bolsonaro só nomeou até hoje Kassio Nunes Marques, mas no mês que vem contará com mais um aliado. Marco Aurélio Mello marcou a aposentadoria para 5 de julho e o presidente vai indicar para sua cadeira um nome “terrivelmente evangélico”. Tudo indica que será o atual titular da Advocacia-Geral da União, André Mendonça.

DISSE BARROSO – Na terça-feira, 1.°, o ministro do Supremo Luís Roberto Barroso deu uma decisão que reflete o desgaste nas relações entre a Corte e o governo. “Intime-se o ministro da Defesa para ciência desta decisão”, escreveu Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Relator de uma ação que pede a proteção da vida, da saúde e da segurança de índios Yanomami e Munduruku, ameaçados por violentos ataques de invasores, o magistrado demonstrou contrariedade com o argumento de que as Forças Armadas não têm verba para a operação.

“Registro com desalento o fato de que as Forças Armadas brasileiras não tenham recursos para apoiar uma operação determinada pelo Poder Judiciário para impedir o massacre de populações indígenas”, observou o juiz.

CAPITÃO DA RESERVA – Em 1992, quando o capitão da reserva Jair Bolsonaro estava proibido de entrar em unidades do Exército – já que no fim dos anos 1980 quase havia sido expulso da corporação por indisciplina ­–, seus colegas o ajudaram a organizar um protesto. Então deputado federal, Bolsonaro sentou no capô de seu Chevette azul e bloqueou a entrada para a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Rio.

Queria participar da formatura da turma de cadetes, que estava prestes a começar. Chamava o então comandante do Exército, Eraldo Tinoco, de “banana”. Só saiu de lá depois dos apelos do “Major Ramos” e, mesmo assim, em cima do capô do Chevette.

Hoje general, Luiz Eduardo Ramos foi transferido para a Casa Civil, antes comandada por Braga Netto, na dança das cadeiras de março. Amigo de Bolsonaro há mais de 40 anos, Ramos não tem, no entanto, a mesma preocupação de ministros do Supremo. Tomara que ele esteja certo.

À PGR, Salles afirma que se reuniu com madeireiros à pedido do ministro Ramos


À PGR, Salles afirma que se reuniu com madeireiros à pedido do ministro Ramos
Foto: Isac Nóbrega/PR

Em esclarecimentos apresentados por escrito à Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles afirmou que se reuniu com madeireiros da Amazônia à pedido do ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, Luiz Eduardo Ramos.

 

Salles responde à PGR após a instituição pedir abertura de inquérito para apurar suspeitas de atrapalhar investigações e favorecer madeireiros em ações de desmatamento ilegal. O inquérito relacionado ao caso foi autorizado, nesta quarta-feira (2), pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia (saiba mais). 

 

De acordo com informações do jornal O Globo, no documento apresentado à PGR, o ministro alega que atuou com “espírito público” nas reuniões e em viagens à Amazônia. Segundo Salles, ocorreram duas reuniões entre o setor e o ministério, uma delas com parlamentares de Santa Catarina e empresários catarinenses que atuam no Pará. Ele afirma que, na ocasião, ouviu queixas da comitiva a respeito do delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva, responsável pela investigação sobre desmatamento ilegal.

 

"Segundo eles, parte de sua produção estaria então retida há mais de 100 dias pela operação empreendida pelo delegado Saraiva, sem que, até então, o referido delegado tivesse facultado oportunidade para que pudessem exercer sua defesa", disse ele.

 

No texto enviado à PGR, Ricardo Salles afirma ainda que a assessoria da Casa Civil encaminhou à sua pasta uma demanda parecida, mas referente ao estado de Roraima. "O Ministério do Meio Ambiente também foi procurado pelo senador da República Telmário Mota (Pros-RR), acompanhado do secretário-executivo do Ministério da Justiça, dr. Tercio Tokano, ambos encaminhados pela assessoria da Casa Civil, dando conta de que produtores rurais do Estado de Roraima também estavam sendo impedidos de efetuar o transporte de produtos resultantes de manejo florestal", relatou.

 

O ministro disse ainda que o governo chegou a aventar a possibilidade de uma viagem à região, junto com a equipe do Ministério da Justiça, à época comandado por André Mendonça. Em seguida, segundo Salles, o ministro Ramos atuou no assunto. 

 

"Dias depois, o Ministério do Meio Ambiente recebeu nova solicitação, dessa vez feita pessoalmente pelo então ministro chefe da Secretaria de Governo (Segov), hoje ministro chefe da Casa Civil, general de Exército Luiz Eduardo Ramos, no sentido de que se fizesse uma reunião conjunta entre aquele ministério (Segov), com o Ministério da Justiça, Ministério do Meio Ambiente, Procuradoria do Estado de Roraima, senadores da República, deputados federais e demais órgãos do governo", diz texto enviado à PGR.

 

A reunião em questão ocorreu em 25 de março, com a presença de parlamentares,  representantes do setor madeireiro da Amazônia, além do secretário executivo de Ramos, Jonatas Castro, e do Ministério da Justiça, Tércio Tokano. Após o encontro, Salles diz que ficou decidido o deslocamento à Amazônia para fiscalizar as investigações contra o desmatamento. De acordo com notícia-crime apresentada pela Polícia Federal, é justamente essa viagem que é considerada como uma tentativa de obstruir as investigações.

 

Salles, no entanto, nega irregularidades e alega que a iniciativa se deu para agilizar o desfecho da investigação. "A posição adotada pelo MMA, e por todos os demais participantes das reuniões e das viagens ao Pará foi que houvesse uma decisão rápida, seja ela pela legalidade, se assim concluir o inquérito, ou mesmo pela ilegalidade do manejo sob análise", afirmou, justificando que a reunião ocorreu para ouvir o setor madeireiro e não para defendê-lo. Neste sentido, ele diz que o próprio delegado Saraiva teria sido convidado pelo Ministério da Justiça, mas não participou por estar de férias.

 

"Ao tratar da suposta advocacia administrativa, levianamente afirma que o ministro do Meio Ambiente realiza defesa pública de madeireiros, o que não é verdade. A reunião que o delegado Saraiva levianamente afirma que teria sido para defender madeireiros foi realizada pela já mencionada lista de autoridades, inclusive pelo seu superior, o secretário-executivo do MJ, para ouvir os madeireiros, e não para defendê-los", defende-se Salles.

Bahia Notícias

Sinjorba critica recomendação do MP-BA contra vacinação da imprensa em Camaçari

 


Sinjorba critica recomendação do MP-BA contra vacinação da imprensa em Camaçari
Foto: Jefferson Peixoto/ Secom

Presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), Moacy Neves classificou como “inadmissível” a recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) para que Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, não iniciasse a vacinação para profissionais da imprensa. O município acatou o pedido e fez o anúncio nesta quinta-feira (3).

 

Em nota enviada à imprensa, ele criticou a recomendação da promotora Thiara Rusciolelli Souza Bezerra. “A recomendação do MPE à Prefeitura de Camaçari para desrespeitar a decisão do Tribunal de Justiça da Bahia é inadmissível em um estado democrático de direito. É a primeira vez que eu vejo uma situação como essa, um procurador de justiça recomendar a um prefeito que ele não respeite uma decisão judicial”, afirmou Neves.

 

Não é a primeira vez que o MP tenta barrar a imunização para profissionais da imprensa. Na última quarta-feira (2), o desembargador Cícero Landim, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), negou o mandado de segurança impetrado pelo parquet, que tentava proibir a vacinação dos profissionais da área mesmo após aprovação da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) (leia mais aqui).

 

Nesta quinta, a prefeitura de Salvador, após decisão da Corte, a prefeitura de Salvador anunciou que, a partir desta sexta-feira (4), os trabalhadores da imprensa a partir de 40 anos serão imunizados (leia mais aqui).

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