Publicado em 27 de maio de 2024 por Tribuna da Internet
Elijonas Maia e Gustavo Uribeda
CNN Brasil
A Polícia Federal definiu um escalonamento para finalizar inquéritos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ideia é seguir a seguinte ordem de prioridades: caso das joias sauditas em junho, falsificação das carteiras de vacinação da Covid em julho e suposto plano de golpe de Estado em setembro. A determinação é do diretor-geral, Andrei Passos Rodrigues.
Como noticiou a CNN há duas semanas, a equipe da PF que viajou aos Estados Unidos voltou com os elementos que faltavam para finalizar o inquérito das joias sauditas. Após visitarem quatro cidades norte-americanas, os agentes colheram, entre outras provas, imagens de câmeras de segurança das lojas onde, por exemplo, foram vendidos os relógios.
OPERAÇÃO RESGATE – A PF buscou ainda elementos da “operação resgate”, como foi chamada a organização feita para recomprar um relógio que havia sido vendido após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).
Diversos documentos — como anotações, notas fiscais e fotos — também foram encontrados, com autorização das autoridades norte-americanas, e podem servir como provas.
A finalização deste inquérito está prevista para junho, com envio do relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR).
CARTEIRA DE VACINAÇÃO – A segunda investigação para ser finalizada de acordo com o cronograma é sobre a falsificação das cadernetas de vacinação da Covid-19.
Em março, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid pela fraude. O relatório foi enviado à Procuradoria-Geral da República, que, em abril, pediu que o caso voltasse à PF para mais investigações.
Agora, só falta comprovar se a carteira falsificada com vacinação de Bolsonaro foi usada nos Estados Unidos, quando o então presidente viajou no fim do mandato. A previsão é que esse caso seja finalizado em julho.
GOLPE DE ESTADO – O terceiro inquérito, sobre os supostos planos de golpe, é o que demanda mais tempo à Polícia Federal pela quantidade de pessoas envolvidas, seja como testemunhas, seja como investigados.
Além de Bolsonaro, também são investigados ex-ministros e militares do Exército que faziam parte da cúpula do governo.
Esse caso deve ser finalizado em setembro e relatado ao Supremo Tribunal Federal (STF), segundo a equipe de investigação.
OUTRO LADO – Sobre o caso das joias, a defesa do ex-presidente já se pronunciou em ocasiões anteriores que não praticou nenhuma ilegalidade em relação a quaisquer presentes que lhe tenham sido ofertados durante seu mandato.
Sobre os cartões de vacina, afirma que Bolsonaro jamais determinou ou soube que qualquer de seus assessores tivessem confeccionado certificados vacinais com conteúdo ideologicamente falso.
E o ex-presidente também nega qualquer relação com suposto plano de golpe de Estado.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Da mesma forma que a partir de 2019 existiu no Supremo um indisfarçável “animus” para libertar e favorecer Lula da Silva e outros envolvidos em corrupção, agora surgiu um fenômeno invertido para condenar Bolsonaro. Em um país verdadeiramente democrático, isso não existiria. A Justiça não pode ser influenciada nem inclinada para o lado A ou B. Muito pelo contrário, deve ser absolutamente equilibrada, imparcial e justa. Mas isso ainda é um sonho num país atrasado como o Brasil. Esse assunto é muito importante, vamos voltar a ele. (C.N.)