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segunda-feira, maio 20, 2024

Deputada americana defende que EUA retirem visto de Alexandre de Moraes


Alexandre de Moraes tem foto exposta por deputada americana

Maria Salazar quer impedir entrada de Moraes nos EUA

Lucas Ribeiro
Gazeta do Povo

María Elvira Salazar, congressista pela Flórida na Câmara dos Representantes dos EUA, é uma figura política de destaque com uma rica trajetória como jornalista. Filha de refugiados cubanos, ela tem um entendimento profundo dos problemas que afetam as comunidades hispânicas.

Integrante do Partido Republicano, ela é a presidente do Subcomitê de Relações Exteriores da Câmara para o Hemisfério Ocidental. Antes de sua carreira política, Salazar teve uma notável trajetória no jornalismo, trabalhando para grandes redes como CNN, Telemundo e Univisión, cobrindo eventos globais importantes e realizando entrevistas com figuras como Fidel Castro, Augusto Pinochet, Bill Clinton, George Bush, Madre Teresa de Calcutá, além dos presidentes colombianos Álvaro Uribe e Juan Manuel Santos. Seu trabalho jornalístico lhe rendeu cinco prêmios Emmy.

CONTRA O SOCIALISMO – Na política, María Elvira Salazar se concentra em temas importantes para os latinos, defendendo políticas que promovem a prosperidade econômica e os valores cristãos tradicionais.

Eleita para o Congresso em 2020 para representar o 27º Distrito da Flórida, que inclui partes de Miami, ela trabalha ativamente nos Comitês de Relações Exteriores e de Pequenas Empresas. Essas posições lhe permitem influenciar a política externa dos EUA e apoiar os empresários locais.

María Salazar é conhecida por sua postura firme contra os regimes socialistas autoritários em Cuba, Venezuela e Nicarágua, usando sua posição para pressionar pelo respeito aos direitos humanos e pela promoção da democracia.

Como sua experiência como jornalista influencia seu trabalho atual na Câmara dos Representantes dos EUA?

Comecei como repórter durante as guerras e crises na América Central. Por vários anos, morei em diferentes países da região e pude conhecer suas culturas e pessoas. Se há alguém que pode falar com conhecimento sobre a América Latina, sou eu, porque me vejo como eles e sou um deles. E isso, em parte, devo ao jornalismo.

O que a motivou a se comprometer ativamente na luta contra as ditaduras socialistas na América Latina, mesmo morando nos Estados Unidos?
A história dos meus pais, como refugiados cubanos, é o que me motiva a lutar contra as tiranias do nosso hemisfério, porque não quero que ninguém mais tenha que deixar sua pátria como eles tiveram que fazer. Como jornalista, vi os venezuelanos caírem nas mãos do socialismo com as falsas promessas de Hugo Chávez, e os nicaraguenses tropeçarem duas vezes na mesma pedra, Daniel Ortega e Rosario Murillo, que roubaram o país. Não quero que esse câncer continue se espalhando pelo continente; trabalho todos os dias para extirpá-lo e fazer do socialismo apenas uma lembrança ruim.

Durante a recente audiência que discutiu a liberdade de expressão e o avanço do autoritarismo no Brasil, quais revelações ou momentos mais lhe surpreenderam?
O Brasil é um país muito importante no nosso hemisfério. É a economia mais forte na América Latina, por isso os socialistas sempre o cobiçam. Como líderes do mundo livre, devemos nos preocupar muito mais com o que acontece no Brasil. Por isso participei dessa audiência, porque é muito preocupante o que está acontecendo com o atual governo Lula e como eles estão restringindo as liberdades, especialmente a de expressão. Não podemos ficar calados. Esse é o caminho de Cuba, Venezuela e Nicarágua, e a democracia brasileira não pode ser perdida.

E a reação dos participantes?
Na audiência, chamei as coisas pelo nome. Sempre fui muito direta, sem rodeios. Fiquei surpresa com os aplausos dos brasileiros quando eu disse que Lula é um ‘condenado por corrupção’ e Alexandre de Moraes um ‘operador totalitário’. Isso me mostrou que os brasileiros estão se sentindo muito oprimidos agora e precisavam ouvir a verdade sendo dita livremente.”

Na sua opinião, o Brasil está seguindo o caminho do autoritarismo característico do socialismo do século XXI? Quais sinais indicam essa direção?
Qualquer país da América Latina está em risco de cair nas mãos do socialismo. Quando você vê que estão tentando silenciar os oponentes políticos; ou começam a colocar obstáculos para os empresários; ou querem calar o povo limitando suas liberdades, então o socialismo já está em nossas veias, pronto para infestar. E neste momento, infelizmente, vejo uma tendência socialista no Brasil, com o Supremo Tribunal Federal tentando silenciar quem questiona a narrativa do governo Lula. Isso aconteceu em Cuba, Venezuela e Nicarágua, onde a liberdade de expressão ou não existe ou está fortemente restrita. Os socialistas não gostam de ser contrariados.”

A Câmara dos Deputados dos EUA recentemente pediu à OEA que denunciasse violações de direitos humanos no Brasil. O que isso significa na prática para as relações internacionais e para o Brasil?
Acredito que as denúncias são muito importantes, tanto para as vítimas quanto para os agressores. E se essa denúncia for feita num fórum tão importante para o hemisfério quanto a OEA, ela ganha grande valor, pois implica os governos da região. Além de expor o problema e trazê-lo à tona, também serve para identificar quem está do lado do bem ou do mal. No caso da OEA, a organização tem um papel fundamental na proteção dos direitos humanos no nosso hemisfério, e o papel de denúncia do atual Secretário-Geral tem sido fundamental. Almagro tem sido muito frontal e claro contra as ditaduras em Cuba, Venezuela e Nicarágua. Agora, acho que é necessário prestar atenção ao que está acontecendo no Brasil com a supressão da liberdade de expressão. Não queremos voltar aos tempos sombrios do Foro de São Paulo.

É possível que as autoridades brasileiras envolvidas em violações de direitos humanos enfrentem sanções internacionais semelhantes às impostas a indivíduos de países autoritários como Cuba, Venezuela e Nicarágua?

Pelo que sei, meu colega, o deputado Chris Smith, está redigindo um projeto de lei sobre a democracia no Brasil. Mas enquanto isso acontece, acho que a coisa mais imediata que o governo dos Estados Unidos pode fazer é retirar o visto americano de Moraes e outras figuras no Brasil que violam a liberdade de expressão. Essa é uma decisão que está nas mãos da Casa Branca e do Departamento de Estado, mas certamente podemos pedir que sigam nessa direção, e assim o líder do mundo livre estabelece uma posição em relação ao que está acontecendo no Brasil, enquanto o projeto de lei do deputado Smith percorre o caminho legislativo.

Acha que há provas de que o governo Biden pode ter interferido nas eleições brasileiras em conluio com autoridades brasileiras com intenções políticas ou partidárias?
Trinta e cinco minutos depois que Lula foi declarado vencedor das eleições no Brasil em 2022, o presidente Biden enviou um comunicado parabenizando-o. Se não é um recorde, está bem perto de ser. Isso significa que, pelo menos, há uma conexão muito próxima entre a Casa Branca e Lula. E se somarmos a isso o que foi publicamente divulgado pela mídia, parece que os democratas estavam muito envolvidos em garantir que Lula voltasse ao Palácio do Planalto. Também temos outros casos, um deles mais recente, onde o governo Biden parece ter colocado as mãos. Refiro-me à Guatemala, onde evidentemente os democratas influenciaram a favor do governo atual para ‘defender a democracia’, segundo eles dizem.

Acha que há provas de ações de censura por parte das Big Techs para silenciar um lado do debate público?
Hoje em dia, tudo está na internet, especialmente os meios para nos informar como cidadãos. Embora os chamados meios tradicionais, como televisão, rádio e imprensa impressa, permaneçam vivos, as notícias nos meios digitais geralmente definem a agenda da mídia. E o público acredita principalmente nessas notícias. Além disso, todos nós temos mais vozes de certa forma, para o bem ou para o mal. É só tirar o celular do bolso, gravar, fazer upload e publicar. Por isso, é importante o papel das empresas de tecnologia, que deveriam sempre proteger a liberdade de expressão. Deveria prevalecer a premissa de que qualquer pessoa é livre para se expressar, desde que não incite à violência.

O que os brasileiros podem fazer para garantir a liberdade de expressão?
Não descansem em sua luta para manter a democracia brasileira. Nunca baixem a guarda. O negócio dos socialistas é o poder, por isso usarão todos os meios possíveis para se manterem lá. Nós estamos do lado dos bons, daqueles que queremos prosperidade para nosso povo, capitalismo e economia de mercado. Daqueles que querem manter nossas liberdades.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Matéria importante. Perder o visto para a matriz USA é uma humilhação para qualquer político ou autoridade aqui da filial Brazil. (C.N.)


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