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domingo, março 17, 2024

Se tivesse havido golpe, a liberdade da imprensa seria a primeira vitima

Publicado em 17 de março de 2024 por Tribuna da Internet

Charge do JCaesar | VEJA

Charge do JCaesar | Veja

Roberto Nascimento

Assim que foi encontrada a minuta do golpe, na casa do delegado federal Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça declarou que era um documento apócrifo, que não sabia como tinha ido parado na sua casa, possivelmente ele próprio teria levado para depois se desfazer dele. Também não lembrava quem lhe entregara o documento. Na verdade, Torres parece ter a memória afetada, deveria ser submetido a uma junta médica, é impressionante que até agora ninguém tenha percebido isso.

Ironias à parte, hoje se sabe que Anderson Torres estava metido até o pescoço na trama macabra do golpe de estado, e assim jogou fora sua carreira de delegado federal.

MENTIRAS MIL – Bolsonaro também mentiu, ao afirmar que nunca tivera acesso à minuta golpista. Além do documento na casa de Torres, a Polícia Federal encontrou em 8 de fevereiro outra minuta que anunciava a decretação de um Estado de Defesa no país. Apócrifo e sem assinatura, o papel estava na sede do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília.

Com os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, do general Freire Gomes e do brigadeiro Baptista Junior, agora se sabe que Bolsonaro mentiu ao dizer que desconhecia a minuta do golpe, cuja preparação ficara a cargo do então ministro Anderson Torres e ao assessor Filipe Martins.

Agora sabe-se que o próprio presidente fez (ou mandou fazer) correções no texto, reduzindo os “considerandos” (justificativas) e tirando o ministro Gilmar Mendes e o senador Rodrigo Pacheco da lista das autoridades a serem presas, encabeçada por Alexandre de Moraes.

PRINCIPAIS ENTRAVES – Dois fatores foram preponderantes para que o golpe não se consumasse: 1) Não houve falhas no processamento das urnas eletrônicas, portanto, deixou de existir o motivo que justificaria a intervenção militar; 2) A falta de apoio do presidente americano Joe Biden, que se declarou contra o golpe e reconheceu a vitória de Lula, ainda no domingo.

Lula deve muito ao presidente Biden, que durante todo o ano de 2022 enviou representantes para informar à alta cúpula militar seu compromisso com a democracia no Brasil, algo muito diferente do papel desempenhado pelo presidente John Kennedy, que apoiou o golpe de 1964.

Os tempos mudaram e muito. Se Trump estivesse no poder, estaríamos sendo governados pelo Comando Revolucionário. Nem poderíamos estar escrevendo aqui, sob o risco de prisão sem direito a advogado e habeas corpus, e a Tribuna da Internet nem mais existiria.

NOVA DITADURA – Estaríamos de volta a 1964. O Supremo e o Congresso teriam suas atividades suspensas pelo general Braga Netto (verdadeiro arquiteto do golpe). A lista dos presos seria longa – Alexandre de Morais, esquerdistas, legalistas e adversários de Bolsonaro seriam encarcerados no Batalhão de Forças Especiais sediado em Goiânia.

Sobre esse general golpista Braga Netto, os colegas estão fugindo dele como o diabo foge da cruz. Está sem clima no Exército e por isso, tem chorado pelos cantos, se fazendo de vítima.

Tem dito que cumpria ordens de Bolsonaro, mas dificilmente os generais de quatro estrelas obedeceriam a ordens de um despreparado capitão, que deveria ter sido expulso do Exército lá atrás. Como disse o general Freire Gomes ao depor, se tivesse ocorrido o golpe, seriam 20 dias de euforia e 20 anos de tragédia.


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