Publicado em 16 de março de 2024 por Tribuna da Internet
Mariana Andrade
Metrópoles
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou durante o lançamento da pré-candidatura do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à Prefeitura do Rio de Janeiro, na manhã deste sábado (16/3).
Em sua fala, o ex-chefe do Executivo não mencionou diretamente os depoimentos divulgados nesta sexta-feira (15/3) sobre a chamada “trama golpista”, investigada pela Polícia Federal (PF), entretanto, disse ser vítima de “acusações absurdas”.
JUÍZES ISENTOS – Bolsonaro disse ainda que não tem medo de qualquer julgamento. No entanto, frisou que são necessários “juízes isentos” — em referência ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não faltarão pessoas para te perseguir, para tentar te derrotar, para te acusar das coisas mais absurdas, até de molestar uma baleia no litoral do Brasil”, disse o ex-presidente. Ele prosseguiu: “Preferi voltar para o Brasil com todos os riscos que corro. Não tenho medo de qualquer julgamento, desde que os juízes sejam isentos”.
Bolsonaro chegou a questionar novamente o motivo de ter sido declarado inelegível até 2030 – o ex-mandatário foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitora (TSE) por causa dos ataques que fez ao sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores em julho de 2022.
PEDRA NO SAPATO – O ex-presidente aproveitou para criticar o atual governo, comandado pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva: “Eu sou um paralelepípedo no sapato da esquerda. Esse governo apoia o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra]. No meu governo, o MST não teve espaço”.
Por fim, Bolsonaro teceu elogios a Ramagem, que foi chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em seu governo.
O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), também compareceu ao evento, para apoiar a pré-candidatura do deputado federal do seu partido.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro pode ter todos os defeitos do mundo, mas sua condenação pelo TSE foi tão ilegal quanto a soltura de Lula pelo Supremo. O motivo foi ter reunido embaixadores para se queixar da Justiça Eleitoral. Parece plausível, mas ele só convocou o corpo diplomático depois de o então presidente do TSE, Edson Fachin, ter reunido os embaixadores na sede do tribunal, para se queixar de Bolsonaro. Em qualquer país minimamente civilizado, um ex-presidente da República jamais teria os direitos políticos suspensos por haver revidado a um ato agressivo do dirigente da Justiça Eleitoral. E deve-se preciso lembrar também que Dilma Rousseff sofreu impeachment por fazer maquiagem nas contas públicos, algo muito mais grave, porém manteve os direitos políticos. Ah, Brasil, és um país surreal. (C.N.)