Deu no g1 Roraima
Uma aeronave foi destruída e duas pessoas foram presas após a desativação dos corredores aéreos legais na Terra Indígena Yanomami. A ação foi divulgada nessa sexta-feira (7) pela Força Aérea Brasileira (FAB). A operação ocorreu em uma pista clandestina de garimpo ilegal, a sudeste de Surucucu, próximo à fronteira com a Venezuela.
A liberação dos corredores aéreos para saída voluntária de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami por voos privados foi encerrada na última quinta-feira (6).
VISÃO NOTURNA – Deflagrada a partir de ações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), os agentes pousaram na localidade ainda na quinta-feira, em um helicóptero da Marinha do Brasil, utilizando um equipamento de visão noturna chamado NVG (do inglês, Night Vision Goggles).
Os suspeitos foram presos pelos agentes e em seguida a aeronave foi incendiada. Após a neutralização, a equipe voltou para Boa Vista, onde os detidos foram entregues às autoridades policiais competentes
A ação foi realizada entre as Forças Armadas, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
MEDIDAS DE PROTEÇÃO – Com a volta do controle aéreo, as aeronaves que descumprirem as regras estabelecidas nas áreas determinadas pela Força Aérea, estarão sujeitas às Medidas de Proteção do Espaço Aéreo (MPEA).
Agora, com o fim dos voos privados, os garimpeiros só podem sair do território pelos rios. No dia 12 de fevereiro, o governo federal liberou o acesso pelos rios para que barqueiros retirem os invasores.
O frete aéreo é o modo mais caro para se acessar os garimpos instalados na floresta. Os garimpeiros comentam que atualmente os voos clandestinos custam R$ 15 mil por pessoa – antes, custavam R$ 11 mil.
PRORROGAÇÃO – Inicialmente, os voos encerariam no dia 13 de fevereiro, mas foram prorrogados para o dia 6 de maio. No entanto, dez dias após a ação, o governo antecipou o prazo para esta quinta-feira.
A data foi definida em reunião entre os ministros da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio Monteiro. O objetivo da medida era forçar a saída de garimpeiros que insistem em ficar na região.
O maior território indígena do Brasil enfrenta uma crise sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa – problemas agravados pelo avanço de garimpos ilegais nos últimos quatro anos. Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública devido ao cenário de desassistência. Desde então, o governo Federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e expulsão de garimpeiros do território.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nos 100 dias do governo Lula, o destaque vai ser a proteção aos índios Yanomami, com a expulsão dos garimpeiros e de quem executava outras atividades ambientais. Além disso, já houve a reativação das multas aplicadas a milhares de desmatadores e que tinham sido canceladas pelo governo Bolsonaro. Se o governo Lula atualizar o Cadastro Agrícola Rural (CAR), que voltou ao Ministério do Meio Ambiente, depois de passar anos hibernando no Ministério da Agricultura, ficará bem mais fácil fiscalizar os produtores agrícolas e obrigá-los a cumprir a lei em todo o país, reservando parte de suas terras para reflorestamento. É o mínimo que se espera, e vamos cobrar. (C.N.)