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terça-feira, abril 11, 2023

Ex-assessor parlamentar de Juscelino Filho na verdade trabalhava na fazenda do tio dele


Motorista Waldenôr Alves Catarino que foi nomeado assessor da Câmara por Juscelino Filho, mas só trabalhava na fazenda do tio do ministro das Comunicações

Waldênor Catarino relata que nunca esteve em Brasília

Tácio Lorran, Vinícius Valfré, Julia Affonso e Daniel Weterman
Estadão

Waldênor Alves Catarino esteve lotado no gabinete de Juscelino Filho na Câmara por sete anos. Entre 2015 e 2022, apesar de receber salário como secretário parlamentar, admite que nunca exerceu a função. Seu trabalho era em outro local: nas fazendas de Roberth Bringel, tio do ministro das Comunicações. O Estadão conversou com o ex-funcionário, que contou detalhes da sua rotina e revelou que raramente falou com Juscelino, que deveria ser seu chefe.

Como era o trabalho do senhor para Juscelino Filho?
Era assim, ó: eu era lotado aí na Câmara Federal e trabalhava aqui para o tio dele na fazenda.

O que o senhor fazia na fazenda?
Eu fazia tudo, trabalhava num caminhão. Levava óleo para trator, instalando estaca na fazenda, fazia tudo…

Quem era o tio do ministro para quem o senhor trabalhava?
Roberth Bringel. Ele foi senador na vaga do Weverton (Rocha, amigo e compadre de Juscelino Filho).

O senhor trabalhou lá por quanto tempo?
Eu trabalhei lá 9 anos.

E lotado na Câmara?
Era.

Mas para o Juscelino o senhor nunca fez nada?
Para o Juscelino, só algumas vezes que ele chegava aqui… uma vez busquei ele no aeroporto, só isso mesmo.

Não fazia obrigações na Câmara?
Não, nunca fiz não.

Qual é a profissão do senhor?
Lá na Câmara eu era secretário parlamentar, parece, alguma coisa assim. Mas aqui eu era motorista do Bringel.

O senhor ainda trabalha com ele?
Não, trabalho mais não.

O senhor recebia direitinho?
O salário eu recebia, todo mês eu recebia.

Era quanto?
Não tô lembrado agora, eram uns R$ 2 mil e um pouco.

O senhor já veio a Brasília alguma vez? 
Não, nunca fui aí não.

Hoje, o senhor reside em Santa Inês (MA)?
Moro. estou trabalhando, sou motorista aqui numa empresa.

Por que o Juscelino demitiu o senhor?
Eu não sei direito. Eu pretendia ter continuado, mas eu tive um problema com o tio dele. O Juscelino mesmo nunca me procurou. Se eu for dizer as vezes que eu falei com Juscelino foi pouco.

O senhor teve um problema com o tio dele?Tive. Foi problema de serviço.

Problema de quê?
O serviço era muito puxado. Eu tinha que levantar todos os dias 5 da manhã, não tinha horário para parar. Chegava 22 horas, 23 horas em casa. Às vezes quando o carro dava problema ele se zangava, ele é muito zangado. Eu vim empurrando por 9 anos, aí um dia não deu mais certo.

Pode detalhar como era o serviço?
Acordava cedo e ia levar óleo para trator. Depois era arame, comprava arame e todas as coisas de fazenda. Deixava vaqueiro na fazenda, ia buscar.

O senhor trabalhava sozinho?
No caminhão, só. Mas tinha outro motorista que trabalhava para ele também.

Qual era o nome da fazenda em que o senhor trabalhava?
Rapaz, tem a Fazenda São Luís… são umas cinco fazendas. Eu prestava serviço para todas.

Como era a escala do senhor?
Era a semana toda, e sábado até meio dia.

E no domingo?
Às vezes eu descansava.

O senhor não achava errado estar na Câmara e trabalhar para o Bringel?
Achava. Quando eu comecei a trabalhar já comecei assim. Aí pronto…

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