Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sábado, maio 07, 2022

Relatório da Anistia Internacional atribui crimes de guerra à Rússia


 

Local em que dois homens foram enterrados em Bucha, Ucrânia

Documento foi feito com base em investigação na região de Kiev

A organização não governamental (ONG) Anistia Internacional divulgou hoje (6) as conclusões de “extensa investigação” feita na região de Kiev. Os dados reforçam o coro internacional de acusações de crimes de guerra atribuídas às tropas russas. A organização de defesa dos direitos humanos afirma ter documentado “ataques aéreos ilegais em Borodyanka”, além de “execuções extrajudiciais” em localidades como Bucha, Andriivka, Zdvyzhivka e Vorzel.

O relatório da Anistia Internacional – intitulado Ele não vai voltar: crimes de guerra nas áreas do noroeste do Oblast de Kiev - é baseado em dezenas de entrevistas feitas na área e em “revisão extensa de provas materiais”.A delegação da ONG enviada à Ucrânia foi liderada pela secretária-geral da organização. Foram ouvidos sobreviventes, familiares de vítimas e autoridades ucranianas.

“O padrão de crimes cometidos por forças russas que documentamos inclui ataques ilegais e mortes deliberadas de civis”, afirmou Agnès Callamard, em entrevista.

“Estivemos com famílias cujos entes queridos foram mortos em ataques horríveis e cujas vidas mudaram para sempre por causa da invasão russa. Apoiamos sua exigência de justiça e apelamos às autoridades ucranianas, ao Tribunal Penal Internacional e a outros para que garantam a preservação de provas que possam suportar futuras acusações de crimes de guerra”, acrescenta. “É vital que todos os responsáveis, incluindo o topo da cadeia de comando, sejam levados à Justiça”.
 
De Bucha a Dmytrivka

Em Borodyanka, informa a organização, foi documentada a morte de pelo menos 40 civis “em ataques desproporcionais e indiscriminados, que devastaram um bairro inteiro e deixaram milhares de pessoas sem casa”. Em Bucha e outras cidades e vilas localizadas a noroeste de Kiev, a Anistia registrou 22 casos de assassinatos pelas forças russas, a maior parte aparentes execuções extrajudiciais.

Uma das testemunhas de Bucha citada no relatório é Oleksii Sychevky, que perdeu a mulher e o pai quando a coluna de veículos civis em que seguiam foi alvejada por forças russas.

“A coluna era de civis em fuga. Quase todos os carros tinham crianças. Quando o nosso carro alcançou uma linha de árvores, ouvi tiros – primeiro tiros isolados, depois uma explosão de disparos”, contou Sychevky.

“Os disparos atingiram o primeiro veículo da coluna e pararam. Estávamos no segundo veículo e tivemos de parar. Fomos então atingidos. Pelo menos seis ou sete disparos. O meu pai foi morto instantaneamente por uma bala na cabeça. A minha mulher foi atingida por estilhaços de metal e o meu filho foi também atingido”, descreveu

A investigação da ONG durou 12 dias. Os membros enviados à Ucrânia recolheram os depoimentos de “moradores de Bucha, Borodyanka, Novyi Korohod, Andriivka, Zdvyzhivka, Vorzel, Makariv e Dmytrivka”. Visitaram também outros locais em que ocorreram muitas mortes.

Foram ouvidas 45 pessoas que testemunharam ou tinham conhecimento, em primeira mão, de mortes de familiares e vizinhos por soldados russos. Mais 39 viram ou tinham conhecimento, em primeira mão, de ataques aéreos que atingiram oito edifícios residenciais.

A Anistia Internacional relaciona, em seu portal, toda a documentação de violações de direitos humanos e internacional humanitário cometidas durante a guerra na Ucrânia.

“Todos os responsáveis por crimes de guerra deveriam ser responsabilizados por suas ações. Considerando a responsabilidade de comando, superiores hierárquicos – incluindo comandantes e líderes civis como ministros e chefes de Estado – que tenham conhecimento de crimes cometidos por suas forças, mas que não tentaram travá-los ou punir os responsáveis, deveriam também ser criminalmente responsabilizados”, disse a organização. 

RTP / Agência Brasil

Jornal do Brasil

Em destaque

ABI pede a Lula rompimento de relações com o Estado de Israel

  ABI pede a Lula rompimento de relações com o Estado de Israel 06/11/2024 Imprimir A ABI enviou uma Carta Aberta ao Presidente Lula, assina...

Mais visitadas