Publicado em 7 de maio de 2022 por Tribuna da Internet
Victoria Azevedo, Catia Seabra e Joelmir Tavares
Folha
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse neste sábado (7), no ato de lançamento da pré-candidatura dos dois ao Planalto, que “lula é um prato que cai bem com chuchu”, fazendo piada com seu apelido de “picolé de chuchu”.
“Obrigado, presidente Lula, por me dar o privilégio da sua confiança. Mesmo que muitos discordem da sua opinião de que lula é um prato que cai bem com chuchu (o que acredito venha ainda a se tornar um hit da culinária brasileira), quero lhe dizer, perante toda a sociedade brasileira: muito obrigado”, discursou.
PICOLÉ DE CHUCHU – O ex-governador, que deixou o PSDB em 2021 para se aproximar do ex-presidente e reforçar a proposta do petista de formar uma frente ampla de partidos contra a reeleição de Jair Bolsonaro (PL), já foi chamado de “picolé de chuchu” inclusive por Lula, que observou se tratar de “uma coisa insossa”.
Hoje aliados, os dois — que se enfrentaram na eleição presidencial de 2006 — ecoam a retórica de que o país vive um momento de crise excepcional sob Bolsonaro e que democratas precisam se unir para evitar a perpetuação do autoritarismo e do risco às instituições e à democracia.
Lula reforçou a brincadeira depois, dizendo que a combinação é extraordinária, será “o prato predileto de todo o ano de 2022 e se tornará o prato da moda no Palácio do Planalto a partir das eleições”.
CHURRASCO DE MELANCIA – Lula afirmou ainda que a chef de cozinha Bela Gil, que participava do ato como apresentadora e defende a alimentação natural, poderia “abrir um espacinho no restaurante dela só para servir lula e chuchu”.
Antes, instada a comentar a combinação, a partidária de Lula e hoje pré-candidata a deputada pelo PSOL riu e disse que o petista respeita os direitos do povo, “inclusive na alimentação, que, para além do chuchu, ele agora vai do churrasco de picanha ao churrasco de melancia”.
“É com muito orgulho que faço isso”, disse Alckmin sobre a aliança, destacando o respaldo de seu novo partido, mas reconhecendo que a dupla tem à frente uma “missão que não é simples nem modesta”. Ele falou que será “um parceiro leal” do ex-presidente e defendeu princípios como diversidade e solidariedade.
“COMPANHEIRO” – Lula, que discursou na sequência, disse ter certeza da lealdade do ex-governador, a quem chamou de companheiro, e afirmou que eles não sabiam o teor do discurso um do outro, mas deram provas de que estão afinados.
“Nós estamos pensando muito parecido”, disse o ex-presidente. Ambos vestiram figurinos similares — terno escuro e camisa branca, sem gravata.
“Nada, nenhuma divergência do presente, nem as disputas de ontem, nem as eventuais discordâncias de hoje ou de amanhã, nada, absolutamente nada, servirá de razão, desculpa ou pretexto para que eu deixe de apoiar ou defender, com toda a minha convicção, a volta de Lula à Presidência do Brasil”, afirmou Alckmin.
DISCURSO LIDO – Líder das pesquisas de intenção de voto para outubro, mas pressionado por aliados nas últimas semanas por tropeços de comunicação e problemas internos na coordenação da campanha, Lula leu o discurso em tom protocolar, em vez de falar de improviso, como vinha fazendo em suas aparições.
Com diagnóstico de Covid-19 recebido nesta sexta-feira (6), Alckmin não compareceu pessoalmente e participou por meio de vídeo ao vivo, exibido em um telão do evento, no Expo Center Norte, centro de convenções na zona norte da capital paulista.
“Números diferentes, quando somados, não diminuem de valor, pelo contrário, elevam a sua grandeza. Essa lógica aplica-se também à política. Disputas fazem parte do processo democrático, mas, acima das disputas, algo mais urgente e relevante se impõe: a defesa da própria democracia”, disse Alckmin.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Essas receitas podem dar a maior dor de barriga. Lula com chuchu e churrasco de melancia são pratos muito difíceis de engolir. Mas há quem adore, é claro. (C.N.)