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sexta-feira, fevereiro 25, 2022

Vergonha, vergonha, vergonha: Ucrânia não merece isso - nem a Rússia.

 




Em pleno século 21, causa revolta ver a lei do mais forte ser cinicamente aplicada a um país soberano que não fez nada para provocar guerra. 

Por Vilma Gryzinski

“Não entrem em pânico. Somos fortes. Estamos preparados para tudo. Vamos derrotar todos. Porque somos ucranianos”.

Assim Volodimir Zelenski, um ex-comediante que está mostrando grande dignidade nesses momentos terríveis, tentou levantar os ânimos dos ucranianos, em live pelo celular. As bombas já caíam, as sirenes tocavam e, quem podia, corria para abrigos antiaéreos.

Muitos disseram que a crise nunca chegaria a isso, que Vladimir Putin “não seria louco” de atacar um país independente sem o mínimo motivo, que ele estava só tentando obter concessões de segurança, que não se arriscaria às inevitáveis sanções dos Estados Unidos e aliados.

Estavam errados. Putin traçou um plano há anos e o seguiu rigorosamente. A desculpa insana de que estavam desfechando a guerra para “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia é de virar o estômago, mas não chega a ser exatamente uma surpresa.

Toda a narrativa que construiu é para justificar o uso da força, inclusive a negação do direitos dos ucranianos a ter sua própria identidade – e seu próprio país.

Raramente é aceitável evocar o nazismo para explicar situações atuais, mas a chocante realidade é que a campanha propagandística de Putin tem elementos que remetem à Alemanha de Hitler. Negar o direito à existência de um povo ou de um estado é o autoritarismo terminal em seu mais perfeito – e lúgubre – estado.

A manipulação da linguagem é outro desses elementos e foi retratada pelo entrevero em pleno Conselho de Segurança da ONU entre os embaixadores da Ucrânia e da Rússia, Sergi Kislitsia e Vasili Nebenzia. A reunião de emergência coincidiu exatamente – e nada por acaso – com o pronunciamento de Putin.

“Vocês declararam guerra! Preciso mostrar o vídeo do seu presidente declarando guerra?”, disse o ucraniano.

“Isso não se chama guerra, isso se chamada ‘uma operação militar especial’ em Donbass”, retorquiu o russo.

O grande povo russo, com seu histórico de sacrifícios titânicos, tanto nas mãos de líderes internos quanto de invasores externos, não merece ser colocado na situação que o regime Putin criou, de carrascos de um país praticamente impotente diante da superioridade bélica do vizinho.

Muito menos os ucranianos merecem a violência da guerra que finalmente foi desencadeada, com as consequências que estaremos vendo nos próximos dias.

Todas as estruturas internacionais foram construídas a partir do século 20 com o objetivo de prevenir conflitos entre países. É sobre elas que Putin sapateia agora. E ainda ameaça:

“A qualquer um que esteja pensando numa interferência externa: quem fizer isso enfrentará consequências maiores do que jamais enfrentaram na história”.

Ou seja, ameaçou implicitamente com o uso de armas de destruição em massa.

Vladimir Putin se transformou num perigo para o mundo todo.

Revista Veja

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