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sexta-feira, fevereiro 18, 2022

Contrariado com o presidente, general deixa cargo no TSE, e Bolsonaro diz que ministros do STF apoiam Lula

Publicado em 18 de fevereiro de 2022 por Tribuna da Internet

Azevedo era visto como um anteparo aos ataques bolsonaristas

Pedro do Coutto

Numa entrevista na noite de terça-feira em Moscou à Jovem Pan, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que os ministros do Supremo Luís Roberto Barros, Alexandre de Moraes e Edson Fachin estão com a candidatura Lula, assumindo comportamento adolescente na Corte. Jair Bolsonaro voltou a fazer restrições ao sistema de voto eletrônico.

Contrariado com a posição do presidente da República, o general Fernando Azevedo  Silva, ex-ministro da Defesa, decidiu deixar o cargo de diretor-geral do TSE. As razões do general estão expostas numa entrevista a Eliane Cantanhêde e Felipe Frazão, o Estado de S.Paulo desta quinta-feira. Eliane Cantanhêde é uma jornalista sempre bem informada sobre os bastidores militares.

NA CONTRAMÃO – Bolsonaro disse “nós constatamos que alguns ministros do Supremo, agem na contramão da Constituição Federal, deixando claro que tem partido político. Não querem a minha reeleição e desejam o outro candidato (Lula da Silva) que esteve há pouco tempo na prisão”. Bolsonaro deixou claro que estava se referindo a Barroso, Moraes e Fachin.  Bolsonaro também se referiu à anulação de julgamentos que condenaram o ex-presidente nos quais constataram que a justiça de Curitiba não era a instância adequada.

Ao encerrar ontem o seu mandato na Presidência do TSE, pois na próxima semana assume o ministro Edson Fachin, Luís Roberto Barroso rebateu os ataques de Bolsonaro e lembrou que o presidente da República participou de manifestação na esplanada de Brasília, inclusive em frente ao Ministério do Exército na qual seus apoiadores pediam a implantação de uma ditadura militar com ele no poder e o fechamento do Congresso e do STF.

SEM RUPTURAS – Havia faixas nas manifestações, pois foram várias. Barroso, entretanto, sustentou que a democracia está consolidada e não existe espaço para rupturas constitucionais e institucionais. Na sessão em que encerrou o seu mandato no TSE, transmitida na tarde de ontem pela GloboNews, o ministro Luís Roberto Barroso citou também as declarações do presidente ameaçando a realização das eleições de outubro deste ano atacando ministros da Corte, preparando uma ação intimidatória no 7 de setembro, e colocando em dúvida o sistema eleitoral brasileiro.

Barros acrescentou que aviões da FAB sobrevoaram a Esplanada nas proximidades do STF com o intuito de quebrar os vidros da Corte Suprema e assim intimidar os julgamentos. A matéria que focaliza os ataques de Bolsonaro é de Mariana Holanda, Folha de S. Paulo de ontem. No TSE, Fachin assume no dia 22 deste mês, terça-feira e no mês de agosto  transfere o cargo a Alexandre de Moraes que assim se tornará responsável pelas eleições deste ano no país.

SAÍDA DO GENERAL – O general Fernando Azevedo e Silva, que havia sido nomeado diretor-geral do TSE praticamente como representante das Forças Armadas no Tribunal, contrariado com os novos ataques de Bolsonaro ao TSE, decidiu deixar o cargo por motivos de saúde familiar, porém na realidade, conforme informa a matéria do Estado de S. Paulo, ele se contrariou pelo fato de Bolsonaro retomar, sem provas, críticas ao sistema eleitoral eletrônico.

Para o general, Bolsonaro lançou as Forças Armadas em narrativas para desacreditar as urnas, contrariando os esforços da justiça. O general Azevedo e Silva preferiu no final da tarde de quarta-feira deixar o posto, decisão que anunciou numa reunião que se estendeu por três horas.

Elaine Cantanhêde e Felipe Frazão acentuam que de fato o general descobriu um problema cardíaco que requer tratamento, mas na entrevista aos dois repórteres expôs os motivos dominantes de sua saída. Edson Fachin decidiu que o cargo será ocupado por Rui Moreira de Oliveira do quadro do próprio TSE. As declarações do general Fernando Azevedo e Silva deverão alcançar forte repercussão nas áreas política e militar, sobretudo porque com a indicação de Rui Moreira de Oliveira o cargo de representante das Forças Armadas perde o sentido.

ACORDO COM PLATAFORMAS –  Mariana Muniz e André de Souza, O Globo de quarta-feira, destacam o acordo firmado pelo  ministro Luís Roberto Barroso com as plataformas da internet para o combate às fakes news que tem causado prejuízos consideráveis à população, inclusive no campo da saúde pública através de matérias voltadas à desestimular a vacinação de modo geral e à vacinação infantil de modo particular. O acordo foi firmado com o WhatsApp, o Facebook, o Twitter, o TikTok, o Google, o Instagram, o Youtube e o Kwai.

Há ainda em curso uma negociação com o Linkedin. Só não foi firmado acordo com o Telegram que resiste ao entendimento e cuja sede é na Rússia, embora os seus responsáveis revelem que a sede é em outro país na Ásia.

DIREITO DE RESPOSTA –  A questão das fake news deve ser combatida principalmente pelo direito de resposta. Se alguém atribuir a outra pessoa ou empresa afirmações que não são reais, as pessoas e as empresas têm a garantia legal do direito de resposta. Com o direito de resposta sendo movimentado em curto prazo, os autores das fake news perderão qualquer credibilidade porque a repetição de verdade causa sempre o enfraquecimento de quem as divulga.

Da mesma forma, as pessoas de boa-fé que duvidarem das informações, sugiro que aguardem apenas 24 horas para saber se podem repassá-las ou não. Se a informação for importante na tarde de um dia, à noite será inevitavelmente veiculada pelas emissoras de televisão e no dia seguinte pelos quatro principais jornais brasileiros: O Globo, a Folha de S.Paulo, o Estado de S. Paulo e o Valor. A confirmação nos meios tradicionais é fundamental.

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