Valdo Cruz
G1 Brasília
Integrantes do governo Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), querem aprovar em primeiro turno na próxima quarta-feira (3) a chamada PEC dos Precatórios. Mas, antes, os articuladores políticos do Palácio do Planalto precisam superar insatisfações dentro da base aliada no Congresso com a demora na liberação das emendas parlamentares.
Aliados reclamam de promessas não cumpridas e de que o governo estaria privilegiando alguns partidos do Centrão, em detrimento de outras legendas.
TUDO POR DINHEIRO – Segundo líderes partidários ouvidos pelo blog, não são apenas as divergências em relação ao conteúdo da proposta que estão travando a votação. Também está pesando muito, dizem, a demora do governo em pagar as emendas.
Deputados têm reclamado que o governo está privilegiando alguns partidos, como PP e PL, e deixando de atender a pedidos de parlamentares de outras legendas que costumam votar com o Palácio do Planalto.
Por isso, por exemplo, MDB e PSDB estão mostrando resistência à PEC dos Precatórios, que irá abrir espaço no Orçamento da União de 2022 para o pagamento do Auxílio Brasil, do Fundo Eleitoral e de emendas parlamentares.
OUTRA SAÍDA – As dificuldades registradas para votação da PEC tem levado interlocutores do presidente da República a defender outra saída para bancar o Auxílio Brasil. A ideia sugerida é, mais uma vez, prorrogar o auxílio emergencial, num novo formato, para atender a 17 milhões de famílias do novo programa social.
Só que, neste caso, o pagamento do programa, que vai ter orçamento superior a R$ 80 bilhões, ficaria fora do teto dos gastos públicos.
No Ministério da Economia, essa hipótese é descartada, porque não haveria justificativa jurídica para decretar novamente um estado de calamidade num momento em que a pandemia dá sinais mais concretos de estar caminhando para o controle no Brasil. Assessores presidenciais dizem, porém, que seria possível encontrar outra saída jurídica para a prorrogação de uma nova versão do Auxílio Emergencial.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O Planalto insiste em inventar a pedalada fake, igual à Viúva Porcina, aquela que foi, sem ter sido, na visão genial do escritor Dias Gomes. (C.N.)