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segunda-feira, novembro 29, 2021

Costa Neto e Ciro Nogueira dão gargalhadas, porque sabem que estão garantidos no poder


Legendas avaliam se juntar em federações para fazer frente ao novo União Brasil - Jornal O Globo

Costa Neto e Ciro Nogueira aderem a qualquer presidente

Vicente Limongi Netto

Vejo uma foto em O Globo, mostrando Valdemar Costa Neto e Ciro Nogueira dando gargalhadas. “Rico ri à toa”, dizia o bordão do saudoso humorista Brandão Filho, no programa “Balança, mas não cai”, contracenando com Paulo Gracindo. Na política atual, os dois notáveis do Centrão mostram que a vida é bela – para eles, claro.

As águias da política devem achar graça do desemprego e da fome batendo na porta de milhões de brasileiros, com 615 mil mortos pela covid-19. Devem rir também com a certeza de que o Brasil jamais saberá os nomes dos deputados beneficiados com a excrescência chamada emendas do relator.

RISO FROUXO – Ciro e Valdemar exibem riso frouxo porque vem aí a imoral PEC dos Precatórios e eles estão bolando planos diabólicos, juntos com Arthur Lira, outro gênio do mal, tentando diminuir poderes do Supremo. Estão conscientes de que permanecerão dando homéricas gargalhadas, porque têm Bolsonaro sob controle, sob as rédeas do guloso Centrão.

Sabem que ri melhor quem ri por último. Nas eleições de 2022, caso Bolsonaro esteja mal das pernas, não terão nenhum pudor em se bandear para o colo do candidato que vencer a disputa. (Posso desenhar esse tópico, caso Jair Bolsonaro, Augusto Heleno, Eduardo Ramos e Braga Netto queiram entender)

FALSO JUSCELINO – O senador Rodrigo Pacheco tornou-se um patético imitador de Juscelino Kubitschek. É o fim da picada ver mais um engravatado ciscando na rinha como pré-candidato a presidente. Grandalhão, apessoado, terno alinhado, voz de locutor, o presidente do Senado tenta passar ao público silhueta e características diferentes de outros concorrentes. Morro de rir.

Bobagem, chove no molhado. Sua falsa e enfadonha indignação e a preocupação com dificuldades do Brasil não comovem mais ninguém. São todos do mesmo saco sem fundo.  O figurino é o mesmo.

O eleitor atento e tarimbado não cai mais em conversas fiadas, nem espera que promessas mirabolantes sejam cumpridas. É manjada e surrada a marola de alguns pré-candidatos. Almejam, na verdade, ser lembrados para vice-presidente ou ministro.

TUDO ENSAIADO –  O script da disputa política é cômico e falso. Brigam, ameaçam, trocam xingamentos e empurrões, berram pelos cotovelos e narinas. Depois do pleito, juntam os cacos, lavam a lama e trocam juras de amor. Seguem a máxima de Davi Alcolumbre, “eu te ajudo e você me ajuda”.

O eleitor, por sua vez, volta a ocupar o lugar de costume. Com a alma de eterno figurante, ultrajado e esquecido. Chupado como laranja. Não fica nem com os bagaços. Novamente percebe que foi enganado. O estômago fica embrulhado. Caso precise recorrer ao político que votou, é crivado com as costumeiras desculpas: Viajou”, “Está em reunião”, ” Ligue depois”, “Quer deixar recado?”.  Até quando, meu Deus?

PÉ FRIO – Bolsonaro, que sempre se declarou palmeirense, por ser descendente de italianos, desta vez revelou que estava torcendo pelo Flamengo no jogo final das Libertadores. Deu no que deu.

Por fim, estou bestificado com a genialidade do Tostão, colunista esportivo da Folha, que fez a seguinte afirmação: “O Brasil tem técnicos bons e ruins, como no mundo todo”.

Caramba! Deveria patentear a descoberta.


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