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domingo, agosto 02, 2020

Bolsonaro desautoriza Guedes e garante que não haverá aumento de impostos


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Sem máscara, Bolsonaro cumprimentou seus aliados na padaria
Por G1 — Brasília
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (2) que a eventual criação de um novo imposto deve ser acompanhada de desonerações ou extinção de algum tributo atualmente em vigor. O presidente disse que o governo não pretende aumentar a carga tributária. Segundo ele, “ninguém aguenta pagar mais imposto”.
A criação de um novo imposto vem sendo discutida pela equipe econômica do governo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já sugeriu uma cobrança sobre transações eletrônicas, nos moldes da antiga CPMF.
NA PADARIA – Bolsonaro foi questionado sobre o tema por jornalistas durante uma visita a uma padaria em Brasília, em seu passeio de moto.
“Não tem aumento de carga tributária. Pode substituir imposto. Mas ninguém aguenta pagar mais imposto”, afirmou o presidente. Bolsonaro disse ainda que tem conversado com Guedes sobre compensações para o eventual novo imposto, como por exemplo a revisão na tabela do Imposto de Renda.
“O que eu falei com o Paulo Guedes. Pode ser o imposto que você quiser. Tem que ver do outro lado o que vai deixar de existir. Se vai diminuir a Tabela do Imposto de Renda, fazer desoneração, acabar com o IPI [Imposto sobre Produto Industrializado]. Tem que botar os dois lados da balança”, completou o presidente.
BANCO DO BRASIL – Bolsonaro também disse que está praticamente confirmado o nome do executivo André Brandão para a presidência do Banco do Brasil. A vaga foi aberta com a saída de Rubem Novaes do cargo, há dez dias. Brandão é presidente do HSBC no país. A informação de que o governo estava prestes a acertar com ele foi antecipada pela jornalista Cristiana Lôbo na GloboNews e no blog dela, no G1, na sexta-feira (31).
“Parece que está fechado. Falei hoje [domingo] com o Paulo Guedes”, afirmou Bolsonaro.
Um repórter perguntou se o nome para a vaga será mesmo o de Brandão. “É. Vou falar com o Paulo Guedes amanhã. Você sabe que eu tenho total confiança no Paulo Guedes e ele que sabe como deve funcionar o Banco do Brasil”, respondeu o presidente.
CRÍTICA A GOVERNADORES – Bolsonaro voltou a criticar governadores pelas medidas tomadas contra o coronavírus. Segundo o presidente, o isolamento social e o fechamento do comércio prejudicaram a economia de forma desnecessária. O presidente entende que deveria ter sido adotado um isolamento mais brando, ao contrário do que recomendam autoridades de saúde do mundo inteiro, como a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Eu sempre falei que era vida e emprego. Vocês desceram o cacete em mim o tempo todo. Chegaram até a me chamar de genocida […] Os [trabalhadores] informais foram simplesmente dizimados”, disse o presidente.
Ele afirmou ainda que não é possível o governo estender o pagamento do auxílio emergencial para trabalhadores informais afetados pela pandemia. Segundo Bolsonaro, isso seria “arrebentar” a economia do país. O auxílio começou a ser pago em maio. Inicialmente, teria três parcelas mensais, que foram estendidas para mais duas.
ESTADOS QUEBRADOS – “Alguns [governadores] estão defendendo o auxílio emergencial indefinido. Esses mesmos governadores que quebraram seus estados. Só que por mês dá R$ 50 bilhões. Vou arrebentar com a economia do Brasil”, concluiu Bolsonaro.
Às 13h deste domingo, o Brasil registrava 93.659 mortos por Covid-19 desde o início da pandemia.
Há duas semanas, dias antes de anunciar que havia se curado da Covid-19, Bolsonaro andou de moto na área externa do palácio e, sem máscara, conversou com garis que limpavam o local. Na quinta-feira (30), ele disse que estava tomando antibióticos para combater “um pouco de infecção” no pulmão.

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