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quinta-feira, agosto 27, 2020

Na Esplanada já se fazem as apostas. Até quando Paulo Guedes continuará no governo?


Bolsonaro faz reuniões com Guedes e Weintraub nesta segunda
Bolsonaro colocou no freezer e o desfecho não vai demorar
Vicente NunesCorreio Braziliense
De superministro, ao qual foi dado todo poder para decidir sobre os rumos da economia do país, Paulo Guedes parece ter se transformado em um estorvo para o governo. Não por acaso, gente graúda da Esplanada dos Ministérios começou a fazer aposta: até quando o ministro da Economia permanece no cargo?
Especialistas em governo veem, nas últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro, a repetição do modus operandi usado por ele para despachar subordinados.
MAIS REPRISE – O filme está se repetindo com Guedes, que acredita — ou finge acreditar — que ainda tem poder. Bolsonaro já não se informa mais com o Posto Ipiranga quando o assunto é economia.
Mesmo entre integrantes da equipe econômica, a percepção é a de que os dias de Guedes estão contados. Para eles, as críticas públicas do presidente às propostas para o Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família, são o exemplo mais claro de que o ministro da Economia já não agrada mais o chefe do Executivo.
A avaliação entre técnicos da equipe econômica é a de que, se realmente quisesse preservar Guedes, Bolsonaro não exporia tanto o ministro, que vem sendo nitidamente esvaziado. “É como se o presidente estivesse indicando a porta de saída para Guedes. Divergências são normais, mas expôr o ministro do jeito que fez Bolsonaro ficou muito estranho”, diz um técnico.
MARINHO E OS MILITARES – Há vários grupos trabalhando contra o ministro da Economia. Um reúne o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e os ministros militares com assento do Palácio do Planalto. Outro, abrange líderes do Centrão, que nunca foram com a cara do ministro pela dificuldade de interlocução com ele. É o pior que poderia acontecer para Guedes.
Marinho é hoje o ministro mais citado pelo presidente — o nome do chefe da equipe econômica sequer apareceu no discurso que Bolsonaro fez na abertura do congresso da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), na noite de terça-feira (25/08). Os militares têm muita ascendência sobre o chefe e os líderes do Centrão são a garantia do mandatário de que ele não sofrerá processo de impeachment no Congresso.
Pode parecer repetitivo, implicância, mas o roteiro de Brasília sempre prima pela repetição. Só mesmo uma reviravolta nos ventos que sopram pela capital sustentará a permanência de Guedes por muito mais tempo no governo.

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