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quarta-feira, agosto 26, 2020

Entre os problemas do governo, o mais fácil de resolver é a questão da Amazônia


TRIBUNA DA INTERNET | O governo dos ruralistas ameaça a Amazônia
Charge do Sinovaldo (Jornal VS)
Carlos Newton
A gestão do presidente Jair Bolsonaro demonstra ter muitos problemas e poucas soluções. É natural que isso ocorra, porque ninguém consegue governar sem haver verbas e, no caso do Brasil, não há recursos para nada. O padre Quevedo até poderia ser o porta-voz oficial do governo. Quando algum ministro pedisse verbas, ele simplesmente repetiria seu bordão: “Isso non ecziste”. 
Essa situação adversa vem se perpetuando desde o governo de Lula da Silva, que deu a sorte de em 2003 nomear para o BNDES o economista Carlos Lessa, um dos ideólogos do chamado MDB autêntico, ligado a Ulysses Guimarães.
PIB DE 7,5% – Com impressionante precisão, Lessa conseguiu distribuir os recursos do BNDES para reativar a economia, atendendo inclusive as médias, pequenas e microempresas. O resultado foi o crescimento do PIB em robustos 7,5% em 2010, último ano de Lula. Depois disso, veio o dilúvio, como dizia a Madame de Pompadour, tentando animar o amante Luís XV, que acabou sendo considerado autor da frase diluviana.
Quando não há recursos, o bom senso determina que se use a criatividade, na busca de alternativas que sejam autossustentáveis.
Avesso a soluções criativas, o governo Bolsonaro, está sendo salvo pela pandemia, que justificou autorização do Congresso para aumentar os gastos sem haver arrecadação. Ou seja, ganhou licença para gastar.
CAIR NA REAL – Daqui a pouco chega a vacina ou todos já estarão imunizados, a vida seguirá seu curso e o governo terá de cair na real, pois o orçamento de 2021 vai se esvair logo nos primeiros meses, se não houver um freio de arrumação na  máquina pública.
Para o Brasil, em termos de imagem e interesse internacional, nada é mais importante do que a preservação da Amazônia, uma meta literalmente abandonada pelo governo.
No caso, Bolsonaro faz tudo errado, protege madeireiros e garimpeiros, não se importa com as queimadas, é um trapalhão, mas teve um momento de lucidez e criou o Conselho da Amazônia, entregando seu comando ao vice Hamilton Mourão, que gosta de encarar desafios.
MOSTRANDO SERVIÇO – O velho general é carne de pescoço e resolveu mostrar que sabe administrar crises. Logo no início, procurou se informar e descobriu que o Brasil tem as mais modernas leis ambientais do mundo e se transformou no país que mais refloresta seu território.
Aprovada em 2012, em apenas oito anos a nova legislação está mudando a cobertura florestal do país, ao determinar que toda propriedade agrícola destine 20% de sua área para reserva ambiental, mas no Cerrado a obrigatoriedade sobe para 35% e na Amazônia chega a 80%.
Ao mesmo tempo, a lei criou o Cadastro Agrícola Rural, que mapeia todas as propriedades rurais do país. Quem não cumprir a legislação paga pesadas multas.
PÉSSIMO NEGÓCIO – Pode-se dizer, sem medo de errar, que desmatar agora é um péssimo negócio, em qualquer região do país. As multas são muito altas. Devastar uma área pequena, com menos de 30 hectares, por exemplo, pode causar multa de R$ 4 milhões, acrescidos de mais R$ 2 milhões para reposição florestal. Ou seja, destruir a Amazônia passou a ser um péssimo negócio.
Em dezembro, a Advocacia-Geral da União, por meio da Força-Tarefa em Defesa da Amazônia, ajuizou  16 ações civis públicas, que cobram o equivalente a R$ 555,3 milhões de grandes desmatadores em quatro Estados da Amazônia
Portanto, mesmo que a Amazônia fosse toda loteada em propriedades rurais, 80% da floresta seriam preservados – este é o compromisso da lei do Brasil, que os outros países desconhecem.
SÓ FALTA MULTAR –  Ao contrário de Bolsonaro, o vice Mourão se dá bem com os governadores da região. Todos sabem que, para preservar a Amazônia e transformá-la num imenso pólo turístico internacional, basta fiscalizar e multar os desmatadores.
O Conselho agora quer comprar um satélite por R$ 145 milhões para aumentar a fiscalização. Os técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais acham desnecessário, mas Mourão prefere atender aos militares, que sonham em ter um deles para vigiar a região e que funcione também nas temporadas de chuva no “inverno” amazônico, que corresponde ao verão no resto do país.
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P.S. – Na verdade, já existe tudo o que é necessário, mas falta o principal – vontade política. Por isso, a impressão que tenho é que Mourão vai acabar rompendo com Bolsonaro por causa da Amazônia. (C.N.)

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